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PARASITOLOGIA HUMANA Profª. Ms. Wanderléia de Aguiar Policarpo – BIÓLOGA (CRBio 99.275/05-D ) wandepolicarpo@gmail.com Especialista em Bioquímica e Biologia Molecular Aplica à Saúde, meio-ambiente e agropecuária -UEVA Mestre em Biotecnologia - (UFC) – Faculdade de Medicina HISTÓRICO • Questão prioritária no mundo e particularmente na África. • No Brasil, cerca de 99% dos casos ocorrem na região Amazônica. • Os registrados fora da regia ̃o amazônica sa ̃o de pacientes procedentes de lá em 55% dos casos. INTRODUÇÃO Doença infecciosa causada por um hematozoário do gênero plasmodium, transmitida pelo inseto do gênero Anopheles. INTRODUÇÃO Paludismo, Impaludismo, Sezão, Febre Palustre, Maleita, Tremedeira. Anopheles sp. Epidemiologia da malária Endêmica em 101 países; > 300 milhões de casos / ano; > 1 milhão de mortes por ano; 200 crianças morrem a cada hora (infectadas pelo Plasmodium falciparum). Parasito Esporozoíto Merozoíto Morfologia • Esporozoíto: alongado, núcleo central e único. Membrana com duas camadas. Móvel Morfologia • Merozoíto: Invadem somente as hemácias. Menores e arredondados. Membrana externa com três camadas. Morfologia • Microgameta: célula flagelada; • Macrogameta: possui estrutura proeminente para penetração do microgameta; • Oocisto: grânulos pigmentados, cápsulado, forma esporozoítos. – No hospedeiro vertebrado Hepatócito Fase pré-eritrocítica Hemácias Fase eritrocítica – No hospedeiro invertebrado Estômago e glândulas salivares Hábitat Formas evolutivas NO HOSPEDEIRO VERTEBRADO: • Esporozoíta • Hipnozoíta • Merozoíta • Trofozoíta • Gametócitos NO HOSPEDEIRO INVERTEBRADO: • Microgameta/macrogameta • Zigoto * • Oocineto * • Oocisto * • Esporozoíta * Estágios diplóides Biologia do parasita 1. Esporozoítos infectantes são inoculados no homem; 2. Após invadir o hepatócito, os esporozoítos se diferenciam em trofozoitos pré-eritrocíticos; 3. e se reproduzem (esquizogonia) originando os esquizonte e depois merozoítos; 4. Que invadirão os eritrócitos; 5. E transformarão em trofozoítos; 6. O desenvolvimento intra- eritrocítico se dá por esquizogonia, com conseqüente formação de esquizontes (7 e 8) dando origem aos merozoitos; (9) que invadirão novos eritrócitos. Depois de algumas gerações de merozoítos, ocorre a diferenciação em gametócitos (10). somente os gametócitos serão capazes de evoluir no inseto No inseto vetor Somente os gametócitos serão capazes de evoluir no inseto, dando origem ao ciclo sexuado ou esporogõnico. O gametócito masculino, dá origem a oito microgametas (11) e o gametócito feminino transforma-se em macrogameta (12). Cada microgameta fecundará um macrogameta, formando o ovo ou zigoto que é móvel e atinge a parede do intestino médio, se encistando na camada epitelial, passando a ser chamado oocisto (13). Inicia-se então o processo de divisão esporogõnica e, após a ruptura da parede do oocisto, os esporozoitos formados são liberados e atingirão as células das glândulas salivares do mosquito (14), Ciclo Biológico CICLO EVOLUTIVO DOS PLASMÓDIOS Nos hospedeiros vertebrados No sangue, o ciclo esquizogônico repete-se em prazos bastante regulares e característicos para cada espécie: 36 a 48 horas para P. falciparum; 48 horas para P. vivax e P. ovale; 72 horas para P. malariae. Transmissão • Fêmeas de mosquitos do gênero Anopheles; • Raros: • Acidentes; • Transfusão sanguínea; • Compartilhamento de seringas; • Congênita. Quadro Clínico • Período de incubação varia com a espécie: ✓ 9-14 dias→ P. falciparium; ✓ 12-17 dias→ P. vivax; ✓ 18-49 dias→ P. malariae; ✓ 16-18 dias→ P. ovale. • Inicial: mal-estar, cefaleia, cansaço e mialgia, precedendo a febre; • Febre intermitente: malária terçã e quartã. Patogenicidade Apenas o ciclo eritrocítico é responsável pelas manifestações clínicas e patológicas da malária. Acidose metabólica. Destruição dos eritrócitos: anemia anóxia. Sequestro dos eritrócitos parasitados: adesão ao endotélio vascular (citoaderência). Patogenia da malária envolve: -Destruição de hemácias parasitadas (pelo baço) -Liberação de metabólitos na circulação – febre alta e acidose -Lesão capilar por imunocomplexos -Sequestro de hemácias nos capilares Induz citoaderência endotelial (adesão de hemácias à parede de capilares) Imunidade natural: Ausência de receptores específicos Duffy negativo- resiste ao P.vivax Glicoforina A negativo- resiste ao P.falciparum Anemia falciforme Hemoglobina C Def. de glicose 6- fosfato nas hemácias Resposta imune Imunidade adquirida Passivamente pela transferência de IgG através da placenta e pela dieta láctea. Hemoglobina fetal não permite desenvolvimento parasitário. Resposta imune Sinais Clínicos FASE AGUDA Coincidente com a ruptura das hemácias (liberação de merozoítos). Ocorre em fases. Fase sintomática inicial: mal-estar, cefaléia, cansaço, mialgia; Período de incubação Varia de acordo com a espécie de Plasmodium (em média 15 dias). Acesso malárico (paroxismo) 1) calafrios e tremores, temperatura em elevação 15 min a 1 hora. 2) febre alta, sensação de calor e cefaléia intensa: 2 a 6 horas 3) queda da temperatura, sudorese e fraqueza Acompanha os acessos maláricos: •Debilidade física •Náusea •Vômito •Paciente: anêmico e baço palpável Patogenia sintomatologia Os acessos maláricos se repetem com intervalos diferentes, de acordo com a espécie do plasmódio: P. falciparum - com intervalos de 36 a 48 horas (terçã maligna) P. vivax - acessos em dias alternados, 48 / 48 horas (terçã benigna); P. malariae - os acessos se repetem a cada 72 horas (febre quartã); Patogenia/ sintomatologia Patogenia sintomatologia Recaídas Ocorrem nas infecções por P. vivax e P. ovale formas hipnozoítas no fígado (permanecem em estado de latência por períodos que variam de 1 mês a 1-2 anos). Recrudescências Parasitemia reaparece (acompanhada de sintomatologia), após um período de “cura aparente” por resposta inadequada ao tratamento (sobrevivência de formas eritrocíticas). Diagnóstico CLÍNICO Paciente oriundo de zona endêmica, com alguma sintomatologia sugestiva LABORATORIAL Exame parasitológico Exame imunológico Diagnóstico Laboratorial • Pesquisa do parasito no sangue periférico: ✓ Gota Espessa; ✓ Esfregaço sanguíneo; • Utiliza-se microscopia ótica, após coloração vital; • Diferenciação específica dos parasitos em relação à sua morfologia. Diagnóstico Laboratorial Tratamento • O tratamento adequado e oportuno é o principal alicerce para o controle da doença. ✓ Resistência à cloroquina (P. falciparium); ✓ Visa a interrupção da esquizogonia sanguínea; ✓ Interromper o ciclo latente (hipnozoítos). Tratamento • Cloroquina, Hidrocloroquina, amodiaquina, quinacrina. • A decisão de como tratar depende: ✓ Gravidade da doença; ✓ Espécie do plasmódio; ✓ Idade do paciente; ✓ História de exposição anterior; ✓ Custo da medicação; ✓ Susceptibilidade dos parasitos regionais. PROFILAXIA Usar mosquiteiros impregnados com inseticida (distribuídos pelas autoridades de saúde); Colocar telas em portas e janelas; Usar repelentes. Entre as medidas que podem ser tomadas por agentes públicos: Borrifar inseticidas duradouros nas paredes internas das casas; Ações para eliminar criadouros. ATIVIDADE DIRIGIDA 1. Qual o vetor da Malária? 2. Mencione o (s) agente (s) etiológico (s) da Malária. 3. Explique o ciclo da malária, mencionando o mecanismo de transmissão e salientando o tipo de célula mais afetada. 4. Tradicionalmente qual o diagnóstico mais utilizado para malária? 5. Quais os medicamentos utilizados no tratamento da malária? 6. Quais os quadros clínicos de malária existentes e os sintomas de cada?
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