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Metodologia da Assistência Nutricional ao Indivíduo Portador de Patologia Resolução CFN, 304 - 26 de dezembro de 2003 Art. 1º Compete ao nutricionista a prescrição dietética, como parte da assistência hospitalar, ambulatorial, em consultório de nutrição e dietética e em domicílio. Art. 2º A prescrição dietética deve ser elaborada com base nas diretrizes estabelecidas no diagnóstico nutricional. Art. 3º Compete ao nutricionista elaborar o diagnóstico nutricional com base nos dados clínicos, bioquímicos, antropométricos e dietéticos. Art. 4º O registro da prescrição dietética deve constar no prontuário do cliente- paciente, de acordo com os protocolos pré-estabelecidos ou aceitos pelas unidades ou serviços de atenção nutricional, devendo conter data, valor energético total (VET), consistência, macro e micronutrientes mais importantes para o caso clínico, fracionamento, assinatura seguida de carimbo, número e região da inscrição no CRN do nutricionista responsável pela prescrição. Art. 5º O registro da evolução nutricional deve constar no prontuário do cliente/paciente, de acordo com os protocolos pré-estabelecidos, devendo conter alteração da ingestão alimentar, avaliação da tolerância digestiva, exame físico, antropometria, capacidade funcional e avaliação bioquímica. Art. 6º O nutricionista, ao realizar a prescrição dietética, deverá: I. considerar o cliente-paciente globalmente, respeitando suas condições clínicas, individuais, socioeconômicas, culturais e religiosas; II. considerar diagnósticos, laudos e pareceres dos demais membros da equipe multiprofissional, definindo com estes, sempre que pertinente, os procedimentos complementares à prescrição dietética; III. respeitar os princípios da bioética. Modelo SOAP O que é? - é uma forma de fazer o registro de pacientes; - Tem como principal função ser suporte informativo; - Essencial para a gestão do manejo nutricional; - Reflete o estado de saúde do paciente; - é um meio de comunicação entre profissionais, de fatos relevantes e contribui para a prática do nutricionista. Como funciona? O método SOAP é composto por 4 partes: S – Dados subjetivos; O – Dados objetivos; A – avaliação, antropometria, bioquímica, clínica e dietética; P – Plano; Passo a Passo... S – Subjetivo - Se descreve o que o paciente relata na consulta, são informações pertinentes ao problema listado e são obtidos do paciente e familiares; - As características das informações subjetivas é a percepção do paciente em relação ao problema; - As informações podem incluir fatores médicos, nutricionais, psicológicos, socias, econômicos e ambientais. Incluem: ID – identificação, nome, sexo, idade, procedência, residencia, naturalidade, nascionalidade, nº do prontuário, escolaridade; QP – principal queixa; HD – hipótese diagnóstica; HDA – história da doença atual; HPP – história patológica pregressa; HF – história familiar; HSA – história social e ambiental; Fisiopatologia; Avaliação Nutricional HA – história alimentar; HAH – história alimentar habitual; FQAH – frequência alimentar; Recordatórios HAA O – Objetivo - Contém informações factuais, relevantes ao problema, que poderão ser confirmadas por outros integrantes da equipe; - Cálculo das necessidades nutricionais; - Observações de outros profissionais da saúde; Incluem: - Exame físico; - Antropometria; - Exames laboratoriais; - Medicamentos e interações fármaco nutriente; A – Avalição - É o julgamento profissional sobre o problema, baseado nas informações subjetivas e objetivas; Ex:. a ingestão atual do paciente está inadequada para as suas necessidades nutricionais. - É a interpretação da avaliação nutricional: diagnóstico nutricional; - Intervenção de outros profissionais ou serviços. Incluem: - Diagnóstico Nutricional; - Contextualização Bio-Psico-Social; - Objetivo da conduta nutricional. P – Plano - Contém o curso específico da ação a ser tomada para resolver ou ajudar no problema do paciente, baseado no SOA; O plano pode incluir: - Plano diagnóstico ou investigação adicional; - Plano de terapia: tipo de dieta, via de transmissão, oferta de nutrientes, fracionamento indicação de uso de suplementos. SOAP O SOAP é um instrumento para sistematizar sua coleta de dados e deve ser atualizado a cada visita ao paciente. Portanto, na apresentação do caso você deve expor todas as mudanças e evoluções do paciente e não apenas apresentar o SOAP. Sua meta é apresentar o PACIENTE. S - Subjetivo 1. IDENTIFICAÇÃO Ex:. J. V. F., sexo masculino, 71 anos, branco, casado, trabalhador rural aposentado, brasileiro, natural da Bahia, residente e procedente de Inhumas – GO. Concluiu a primeira fase do ensino fundamental. Admitido no dia 20/03/2016 e internado na clínica medica. Refere renda familiar de 2 salários mínimos. 2. Queixa Principal (QP):(conforme relato do paciente) 3. Hipótese Diagnóstica (HD) 4. História da Doença Atual (HDA) 5. História Patológica Pregressa (HPP) 6. História Familiar (HF) 7. História Social e Ambiental (HSA) - hábitos de vida, condições (socioeconômicas e culturais), local de moradia (rural e/ou urbana), condições de moradia (saneamento básico, água encanada, água potável), número de familiares na mesma residência/isolamento social (quantos contribuem para a renda forma/informal), qual o valor médio de renda familiar e per capita; valor da renda semanal ou mensal para alimentação; quem faz supermercado (tipo, condições de pagamento), quem prepara as refeições, eletrodomésticos básicos (geladeira, fogão, liquidificador), etilismo, tabagismo, uso de drogas ilícitas (tipo, frequência, duração, quantidade, cálculo calórico), qualidade do sono (horas/dia, interrupções), toma sol diariamente, atividade física (modalidade, frequência, duração, intensidade, sazonal), locomoção (dificuldade de transporte, cadeira de rodas, repouso, necessita e apoio), atividades da vida diária e independência nas atividades da vida diária. Estudo Teórico da Doença - Conceito, epidemiologia, fatores de risco, fisiopatologia, tratamento clínico e nutricional, relacionar a fisiopatologia com o caso clínico, com HDA, HPP, HF, HSA e influencia no estado nutricional. Avaliação Nutricional 8. História Alimentar (HA) - Descrição quantitativa e qualitativa do padrão de consumo de alimentos. Alteração da ingestão alimentar, presença de distúrbios na mastigação, e/ou deglutição e suas implicações na consistência da dieta; alterações do paladar, estado de vigília e tempo gasto para a alimentação, sonolência, dependência de terceiros, por uso de medicamentos, deformidades osteomusculares ou limitações que interfiram no posicionamento seguro para o consumo de alimentos. Mudou o consumo alimentar habitual? Intencional? Qual mudanças? Quantidade, consistência, composição (exclusão de alimentos) jejum. 09. História Alimentar Habitual (HAH) - Consumo alimentar habitual – calcular; - Recordatório alimentar de 24 horas; - Tempo que se alimentava nesse padrão; - QFCA (quando se quer investigar determinados nutrientes de risco); - Conclusão da história alimentar habitual – deve ser redigida em poucas, no mínimo 3 linhas, o resultado da comparação com os guias alimentares e a NOVA, ou seja, o que está ou não está em concordância com eles – citar as referências usadas para comparar a adequação; - o que ocorreu em sua alimentação em casa, antes da internação; 10. História Alimentar Atual (HAA) - Recordatório alimentar de 24 horas, durante internação hospitalar fazer pelo menos3 recordatórios. Proceder à análise química e comparar com as necessidades nutricionais do paciente; - Calcular o consumo alimentar; - aqui é o que é feito quanto internado; - Comparar com recomendações específicas e/ou guias; - Conclusão da história alimentar – deve ser redigida em poucas, no máximo 3 linhas, o resultado da comparação com os guias alimentares e a NOVA, ou seja, o que está ou não em concordância com eles – citar as referências usadas para comparar a adequação. Ex:. De acordo com a análise da frequência habitual, paciente apresenta hábito alimentar inadequado, com excesso de alimentos gordurosos simples, baixa ingestão de frutas e verduras e água ou baixa ingestão de alimentos reguladores e construtores. Elevado consumo de alimentos processados de acordo com a NOVA. Pelo cálculo de recordatório de 24 horas, paciente com dieta hipocalórica, normoproteica, com inadequação na recomendação de macronutrientes. Vitaminas B12, B1, B5, C, E, ferro, zinco, selênio e cálcio de acordo com as recomendações das DRI´s ou diretriz. O – Objetivo 11. Exame Físico - Caso encontre alguma alteração, justificar durante o exame. Ex:. abdômen ascético compatível com a doença hepática. Exame clínico geral: - Bom estado geral (BEG); - Regular estado geral (REG); - Péssimo estado geral (PEG); - Se tem ferida operatória ver aspecto, dor; Exame geral - O exame físico geral é parte integrante da avaliação do estado nutricional e se aplica para identificar sinais e sintomas de má nutrição; - Palpação e inspeção – sinais de depleção das reservas corporais de tecido subcultâneo (adiposo e muscular), sinais sugestivos de hipoalbuminemia (presença de edema e ascite) e alterações estruturais da pele, mucosas, olhos, cabelos e unhas. Exame físico - Revisão de sistemas (interrogatório): boca, esôfago, estômago, intestino, músculo esquelético, nervoso cardiovascular, rins; - Ectoscopia: sugerir ou não depleção de tecidos, deficiências de micronutrientes para depois fazer associações com ingestão alimentar, exames laboratoriais, antropometria; - Relação com deficiência de vitaminas e minerais; - Conclusão de exame física: sugerir depleção de tecidos e/ou deficiência ade micronutrientes e/ou sinais compatíveis com a patologia; Ex:. refere disfagia e alimentos sólidos com início há 2 meses e dor abdominal em cólica associado à ingestão de alimentos gordurosos. Diurese presente ou paciente oligúrico (400 mL/24 horas). Funcionamento intestinal preservados ou obstipado ou diarreia há 1 semana (5 evacuações líquidas/dia). Conclusão (ectoscopia) Ex:. paciente corado/pele pálida; hidratado/desidratado; pele ressecada ou sem alterações de pele; com papilas gustativas tróficas. Sem edemas. Tecido adiposo aumentado/reduzido ou depleção de massa gorda, abdômen plano/globoso ou distendido/escavado. Sinais de depleção muscular evidenciado por sinais de asa quebrado, atrofia bitemporal, depleção supra e intraclavicular. O paciente possui risco de anemia, possivelmente por deficiência de alguns nutrientes (ferro, ácido fólico, vitamina B12, vitamina C, zinco). Pois as membranas conjuntivas e pele estão hipocoradas. 12. Avaliação Antropométrica - Não referir a diagnóstico nutricional e sim perdas, ganhos ou alteração de tecidos conforme os dados que conseguiu coletar, caso só tenha peso, não tem como falar de composição de gordura ou massa magra. Uma conclusão objetiva. Ex:. pela antropometria é possível observar que o paciente apresenta depleção de tecido muscular em membros superiores (MMSS) e reserva adiposa para alguns marcadores corporais, especialmente em MMSS, segundo Frisancho, 1990. Observa uma importante perda de peso recente. 13. Exames laboratoriais - Interpretar os exames relacionando com a doença, dieta e exame físico. Explicar como a alteração do exame acontece – os achdos são compatíveis com o quê. Ex:. apresenta valores reduzidos de albumina sérica provavelmente por redução do consumo alimentar e/ou infecção; hemoglobina baixa devido a anemia e leucócitos elevados possivelmetne pela infecção. 14. Medicamentos e interações fármaco-nutrientes - medicamentos em uso (dose, frequencia, tempo); - quem prescreveu; - uso crônico ou pontual; - horário da administração x aliementos; - presença de reação adversa; - costuma ler bular; - uso de “medicamentos” caseiros; - suplementos de vitaminas e minerais (qual, quantidade, frequencia, tempo de uso). Conclusão - relacionar com os exames laboratoriais e a influencia nos aspectos nutricionais; a interação fármaco nutriente, efeitos colaterais que influenciam a alimentação e com a conduta nutricional (informar qual ou quais nutrientes devem ser monitorados devido a suporta interação). 15. Diagnóstico nutricional - analisar conjuntamente os achados da anamnese, elaborando brave laudo final; - linguagem técnica, com informações importantes aos outros profissionais; - justificar – interpretação crítica dos parâmetros analisados anteriormente. Ex:. eutrófico, eutrófico com risco nutricional; obeso com risco nutricional; obeso sem risco nutricional; desnutrião crônica – agudizada; desnutrição crônica; desnutrição aguda; desnutrição energético-prteica – baseado em quais parametros? 16. Contextualização Bio-Psico-Social - analisar quais fatores – bio-psico-social – foram responsáveis pelo aparecimento da doença. Quais as implicações dessa doença. Agrega aqui também se a ocnsequência foi bio, psico ou social e, uma vez com doença e seus agravos, como isso repercute no bio, psico e no social. 17. Objetivos da Conduta Nutricional - curto prazo: 24 horas, médio prazo: 48 a 72 horas e longo prazo: após isso; - aqui considerar que são esses valores estimados para o paciente internado. Caso o estudante sinte que deve modificar a duração desses tempo, desde que justifique, não há problema. Conduta nutricional – deve ser baseada em todas as conclusões formadas anteriormente. 18. Necessidades Nutricionais - estudo teórico das recomendações nutricionais para as patologias estudadas; - Art 2º a prescrição dietética deve ser elaborada com base nas diretrizes estabelecidas no diagnótico nutricional. - Art 3º compete ao nutricionista elabora o diagnótico nutricional com base nos dados clínicos, bioquímicos, antropométricos e dietéticos. 19. Prescrição Dietética - relatar as características da dieta: via de acesso, consistencia, volume, fracionamento, ingestão hidrica, energia, macro e micronutrientes mais importante para o caso calculado na dieta; - o plano aimentar com os cálculos vir em anexo. 20. Orientações Gerais - orientações especificas para o paciente – o que precisa mudar nos hábitos alimentares, valorizar o que já faz de bom, estabelecer metar a curto/médio prazo. 21. Encaminhamentos - alta hospitalar, apresentar o plano alimentar calculado com a lista de substitutos; - se em PND a dieta é hospitalar, se estágio, a dieta é a situação real do paciente. Evolução - registrar diariamente a evolução do paciente: estado geral, elimnações, a tolerância digestiva, aceitação da dieta, o índice de adequação da dieta, índice de aceitação da dieta, as alteações a dieta e periodicamente as mudanças no estado nutricional. Assinar após cada evolução: nome – estudando de nutrição UFG. Anotações Extras
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