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Hepatites Virais ➔ A terminologia para hepatite é um nome genérico, ❏ Logo, pode se dar entre vários significados, ➔ Em sua essência, a palavra hepatite, significa o nome de cada um dos vírus hepatotrópicos, ❏ Exemplo: hepatites A, B, C, D e E - vírus que possuem afinidade específica para o fígado. ➔ No entanto, a palavra hepatite também corresponde aos padrões histológicos de lesão hepática, ❏ que podem, por sua vez, ser classificados como aguda ou crônica, dependendo do vírus específico, que são observados nos fígados infectados por vírus hepatotrópicos, ❏ como exemplo: em hepatite autoimune induzida por medicamentos ou toxinas. ➔ Além disso, a terminologia hepatite também é caracterizada por qualquer forma de lesão hepatocelular devida à infecção por outros vírus, geralmente sistêmicos, exemplo: A. Hepatite leve pelo vírus Epstein-Barr = observada na mononucleose infecciosa, B. Citomegalovírus, herpesvírus e infecções por adenovírus = Observada em pacientes recém-nascidos ou imunodeprimidos; C. Febre amarela (vírus da febre amarela) = Consiste em uma causa importante e grave de hepatite em países tropicais. ➔ As causas para a hepatite são genéricas e dependem, portanto, da classificação. No entanto, em geral, as causas para hepatite são: } 1. Vírus, 2. Remédios, 3. Álcool, 4. Drogas, 5. Doenças autoimunes, 6. Doenças metabólicas, 7. Doenças genéticas. Os sintomas da Hepatite, em geral, são : A. Dor ou desconforto abdominal, B. Fadiga, C. Náusea e vômitos, D. Perda de apetite, E. Febre, F. Urina escura, G. Amarelamento da pele e olhos. Os hepatócitos desempenham vários papéis imunológicos importantes, além de papéis metabólicos fundamentais, exemplo: 1. Produção de proteínas plasmáticas, como fatores de coagulação, complemento e proteínas antimicrobianas; 2. Produção de proteínas de fase aguda após infecção local ou sistêmica e, apresentação de antígenos às células T dentro do fígado. ❏ Logo, qualquer lesão ou degeneração do fígado, que é o que acontece na hepatite, suscita na destruição dos hepatócitos, levando, por sua vez, a ausência de síntese de proteínas imunes para infeções. ➔ No Brasil, assim como os demais países com alta concentração de renda e, consequentemente pouca homogeneidade sanitária apresenta grandes casos de hepatite, onde: ❏ + de 70% (23.070) dos óbitos por hepatites virais são decorrentes da Hepatite C, seguido da Hepatite B (21,8%) e A (1,7%). ❏ Em algumas regiões do Brasil, a hepatite pode ser considerada endêmica, refletindo, portanto, uma problemática de saúde pública e social. ❏ O SUS oferece tratamento para todos independente do grau de lesão do fígado. Hepatite A ➔ O vírus da hepatite A causa uma doença, normalmente, benigna e autolimitada, ❏ Logo, possui o processo que tem um decurso específico e limitado, com começo, meio e fim, e que pode terminar sem tratamento, ❏ Geralmente, apresenta um período de incubação de 2 a 6 semanas. ➔ O vírus da hepatite A, geralmente, não causa hepatite crônica ou um estado de portador. ➔ Logo, raramente pode causar insuficiência hepática aguda, ❏ Assim, a taxa de fatalidade associada ao HAV corresponde apenas de 0,1% a 0,3%. ➔ O vírus da hepatite A ocorre em todo o mundo, ➔ No entanto, é endêmico em países com países com vulnerabilidade sanitária, associada a falta de higiene e saneamento. Estudos afirmam que muitas pessoas, onde moram em países onde a hepatite é endêmica, possuem anticorpos anti-HAV detectáveis aos 10 anos de idade. ➔ A doença clínica da hepatite A tende a ser leve ou assintomática, ➔ Além disso, é rara após a infância. ❏ Nos países desenvolvidos, a prevalência de soropositividade (indicativa de exposição prévia) aumenta gradualmente com a idade, atingindo 50% aos 50 anos de idade nos Estados Unidos. ❏ Logo, nestas populações, o HAV agudo tende a ser uma doença febril esporádica. ➔ Os indivíduos afetados pela Hepatite A apresentam sintomas inespecíficos, ❏ como fadiga e perda do apetite, e frequentemente desenvolvem icterícia. ➔ Em geral, o HAV é responsável por cerca de 25% dos casos de hepatite aguda clinicamente evidente no mundo todo. ➔ O vírus da hepatite A foi descoberto em 1973, ➔ Consiste em um pequeno picornavírus, não envelopado, de RNA de fita positiva, que ocupa seu próprio gênero, Hepatovirus. ➔ Ultraestruturalmente, o HAV é um capsídeo icosaédrico com 27 nm de diâmetro. ➔ O receptor para o HAV é a HAVcr-1, uma glicoproteína tipo mucina de membrana integral classe I de aminoácido-451. Icterícia em paciente com Hepatite A ❏ O HAV é transmitido pela ingestão de água e alimentos contaminados e é eliminado nas fezes por 2 a 3 semanas antes e 1 semana após o início da icterícia. Portanto, o contato pessoal próximo com um indivíduo afetado ou a contaminação fecal-oral durante esse período são responsáveis pela maioria dos casos e explicam os surtos em ambientes institucionais, como escolas e creches, e as epidemias transmitidas pela água em locais onde as pessoas vivem em condições de aglomeração, sem saneamento. ❏ A Vacina contra o vírus da hepatite A está disponível desde 1992, ❏ É eficaz para prevenir a infecção, ❏ A imunização de crianças em Israel eliminou surtos de HAV em creches. ➔ O vírus da hepatite A também pode ser detectado no soro e na saliva, ➔ A transmissão do HAV pelo sangue é rara, portanto, o sangue doado não é examinado especificamente para esse vírus. ❏ Uma vez que a viremia por HAV é transitória, ➔ Nos países desenvolvidos, infecções esporádicas podem ser contraídas pelo consumo de moluscos crus ou cozidos no vapor (ostras, mexilhões, mariscos), que concentram o vírus da água marinha contaminada por esgoto humano. ➔ Trabalhadores infectados na indústria de alimentos também podem representar uma fonte de surtos. ➔ O HAV em si não parece ser citopático. ➔ Logo, a imunidade celular, particularmente as células T CD8 +, tem um papel central na lesão hepatocelular durante a infecção por HAV. Gráfico que indica as alterações temporais nos marcadores sorológicos em uma infecção aguda por hepatite A = HAV: Vírus da hepatite A. ❏ Anticorpos IgM específicos contra o HAV aparecem com o início dos sintomas, logo, constituem um marcador confiável de infecção aguda. ❏ A eliminação fecal do vírus termina quando o título de IgM aumenta. ❏ A resposta de IgM, geralmente, começa a decair em alguns meses e é seguida pelo aparecimento de IgG anti-HAV. Assim, essa última etapa persiste por anos, o que confere a imunidade vitalícia contra a reinfecção por todas as cepas de HAV. Além disso, como não há testes rotineiros disponíveis para IgG anti-HAV, a presença de IgG anti-HAV é inferida a partir da diferença entre o total e IgM anti-HAV. ➤Hepatite B ➔ O vírus da hepatite B (HBV) pode produzir uma classe sintomatológica bem variável, exemplo: 1. Hepatite aguda seguida por recuperação e eliminação do vírus, 2. Hepatite crônica não progressiva, 3. Doença crônica progressiva terminando em cirrose, 4. Insuficiência hepática aguda com necrose hepática maciça, 5. Um estado de portador assintomático “saudável”. A doença hepática crônica induzida por HBV é também um fator precursor importante para o desenvolvimento de carcinoma hepatocelular, mesmo na ausência de cirrose ➔ A Doença hepática decorrente de HBV constitui um enorme problema de saúde global, ➔ Uma vez que um terço da população mundial (2 bilhões de pessoas) está infectado pelo HBV, ➔ Além disso, 400 milhões de pessoas apresentam infecção crônica, ➔ Onde 75% de todos os portadores crônicos vivem na Ásia e na costa do Pacífico Ocidental. ➔ A prevalência global de infecção crônica por hepatite B varia amplamente, ➔ exemplo: 1. Elevada (> 8%) na África, na Ásia e no Pacífico Ocidental, 2. Intermediária (2% a 7%) no sul e leste da Europa, 3. Baixa(< 2%) na Europa Ocidental, América do Norte e Austrália. ❏ Além disso, a taxa de portadores é determinada, em grande parte, pela idade no momento da infecção, sendo mais alta quando a infecção ocorre em crianças no período perinatal e mais baixa quando adultos são infectados. ➔ O modo de transmissão do HBV (vírus da hepatite B) também varia com as áreas geográficas. Por exemplo: ❏ Em regiões do mundo com alta prevalência, a transmissão durante o parto representa 90% dos casos. ❏ Em áreas com prevalência intermediária, no entanto, a transmissão horizontal, especialmente no início da infância, é o modo de transmissão dominante. ➢ Essa disseminação horizontal ocorre por pequenas lacerações da pele ou das membranas mucosas entre crianças com contato corporal próximo. ❏ Em áreas de baixa prevalência, por fim, a relação sexual sem proteção e o abuso de drogas intravenosas (compartilhamento de agulhas e seringas) constituem os principais modos de disseminação. A incidência de disseminação relacionada a transfusões declinou grandemente nas últimas décadas em razão da triagem de HBsAg no sangue doado e da exclusão de doadores de sangue pagos. ➔ A Vacinação induz uma resposta protetora de anticorpos anti-HBs em 95% dos lactentes, crianças e adolescentes. ➔ A Vacinação universal teve um sucesso notável em Taiwan e Gâmbia, ➔ No entanto, infelizmente, não foi adotada no mundo todo. ➔ Logo, espera-se amplos programas de vacinação da população infantil em países endêmicos, com intuito de reduzir a doença nos próximos anos, como ocorreu na Taiwan e Gâmbia. ➔ O HBV tem um período de incubação prolongado (2 a 26 semanas). ➔ Assim, ao contrário do HAV, o HBV permanece no sangue até e durante episódios ativos de hepatites aguda e crônica. ➔ Aproximadamente 65% dos adultos que adquiriram o HBV não são sintomáticos ou apresentam sintomas leves e não desenvolvem icterícia. ➔ No entanto, em torno de 25% apresentam sintomas constitucionais inespecíficos, como anorexia, febre, icterícia e dor no quadrante superior direito. ➔ A doença crônica da hepatite B ocorre em 5% a 10% dos indivíduos infectados. ➔ A Hepatite fulminante (insuficiência hepática aguda) é rara, ocorre em aproximadamente 0,1% a 0,5% dos indivíduos infectados de forma aguda. ➔ O vírus da hepatite B é um membro da Hepadnaviridae, ➔ Existem oito genótipos de HBV que estão distribuídos ao redor do mundo. ➔ O vírion de HBV maduro é uma “partícula Dane” de dupla camada, esférica, medindo 42 nm, que possui um envelope superficial externo de proteínas, lipídios e carboidratos envolvendo um núcleo elétron-denso, discretamente hexagonal, de 28 nm. ➔ O genoma do HBV consiste em uma molécula de DNA parcialmente circular de dupla fita, que possui 3.200 nucleotídeos com quatro estruturas de cadeia aberta codificando para: ❏ Uma proteína “central” do nucleocapsídeo e uma transcrição polipeptídica mais longa com uma região pré-central e central, designada como HBeAg (antígeno e da hepatite B). ❏ A Região pré-central direciona a secreção do polipeptídio HBeAg, (HBcAg permanece nos hepatócitos) onde participa na montagem de vírus completos. ❏ As glicoproteínas do envelope consistem em três proteínas relacionadas: } 1. HBsAg grandes, 2. HBsAg médios, 3. HBsAg pequenos. ➔ Os hepatócitos infectados são capazes de sintetizar e secretar quantidades maciças de proteína de superfície não infecciosa, ❏ sobretudo, HBsAg pequeno ➔ Uma polimerase (Pol) que exibe tanto atividade de DNA polimerase quanto atividade de transcriptase reversa. ❏ A Replicação do genoma viral vai ocorrer por meio de um modelo de RNA intermediário, através de um ciclo de replicação único: DNA→ RNA→ DNA. A Proteína HBx, que é necessária para a replicação viral e pode agir como transativador da transcrição de ambos, genes virais e de um subconjunto de genes hospedeiros. Além disso, ela foi implicada na patogenia do carcinoma hepatocelular na infecção por HBV. 🔴Marcadores sorológicos de uma infecção viral por Hepatite B Infecção aguda da hepatite B com resolução Progressão para infecção crônica ❏ O HBsAg aparece antes do início dos sintomas, com pico durante a manifestação da doença e, em seguida, muitas vezes decai a níveis indetectáveis em 12 semanas, mas pode persistir em alguns pacientes por até 24 semanas. ❏ Anticorpos anti-HBs não surgem até que a doença aguda tenha acabado, logo, concomitante com o desaparecimento de HBsAg. ❏ No entanto, em alguns casos, os anticorpos anti-HBs não são detectáveis durante algumas semanas a alguns meses após o desaparecimento do HBsAg. ❏ Portanto, durante esse período de janela, o diagnóstico sorológico pode ser realizado através da detecção do anticorpo IgM anti-HBc. ❏ Os anticorpos anti-HBs podem persistir por toda a vida, conferindo proteção ❏ Logo, consiste na base para as estratégias de vacinação atuais usando HBsAg não infeccioso. ❏ HBeAg, HBV-DNA e DNA polimerase aparecem no soro logo após HBsAg, e todos indicam replicação viral ativa. ❏ A Persistência de HBeAg é um indicador importante de replicação viral contínua, infectividade e provável progressão para hepatite crônica. ❏ O aparecimento de anticorpos anti-HBe implica que uma infecção aguda atingiu seu pico e está declinando. ❏ O anticorpo IgM anti-HBc se torna detectável no soro pouco tempo antes do início dos sintomas, simultaneamente à manifestação de elevação dos níveis séricos de aminotransferases, ❏ Logo, indica a de destruição de hepatócitos, ❏ Ao longo de um período de meses, o anticorpo IgM anti-HBc é substituído por IgG anti-HBc. Sorologia da Hepatite B aguda Como no caso do anti- HAV, não existe um exame direto para IgG anti-HBc, logo, sua presença é inferida a partir do declínio de IgM anti-HBc em face de níveis crescentes de anti-HBc total. Sorologia da Hepatite B crônica ❏ Pode acontecer de surgir cepas mutantes de HBV, que não produzem HbeAg, mas são competentes para replicação e expressam HBcAg. Nesses pacientes, o HBeAg pode ser baixo ou indetectável, apesar da presença de DNA de HBV sérico. ❏ Além disso, pode acontecer o aparecimento de mutantes de escape induzidos pela vacina, que se replicam na presença de imunidade induzida por vacina. ❏ Em síntese, o diagnóstico inicial de hepatite pode ser realizado com base nos sintomas clínicos e na presença de enzimas hepáticas no sangue, assim, a sorologia da infecção por HBV descreve o curso e a natureza da doença. As infecções agudas e crônicas por HBV podem ser diferenciadas pela presença de HBsAg e de HBeAg no soro e pelo padrão de anticorpos aos antígenos individuais do HBV. ❏ Mecanismos imunes inatos protegem o hospedeiro durante as fases iniciais da infecção, ❏ Além disso, uma forte resposta pelas células CD4+ e CD8+ que produzem interferons (IFN)-γ vírus-específicos está associada com a resolução da infecção aguda. ❏ O HBV geralmente não causa lesão hepatocitária direta. ❏ Logo, a lesão é causada por células T citotóxicas CD8+ que atacam as células infectadas. ❏ A idade no momento da infecção é o melhor preditor de cronicidade da hepatite B. ❏ Logo, quanto menor a idade no momento da infecção por HBV, maior é a probabilidade de cronicidade. ❏ No entanto, apesar do progresso no tratamento de infecção crônica por HBV, é extremamente difícil alcançar a cura completa, mesmo quando tratada com agentes antivirais altamente eficazes. ❏ A dificuldade em conseguir a cura tem sido atribuída à capacidade do vírus de se inserir no DNA do hospedeiro, limitando, assim, o desenvolvimento de uma resposta imune eficaz! ❏ Ou seja, o desenvolvimento de HBsAb. ❏ Assim, essa obscuridade permite que o vírus persista mediante os medicamentos que prejudicam a sua replicação, ❏ Portanto,a meta do tratamento da hepatite B crônica consiste em retardar a progressão da doença, reduzir a lesão hepática e prevenir cirrose hepática ou câncer do fígado. A Hepatite B pode ser prevenida pela vacinação e pela triagem de sangue, órgãos e tecidos de doadores. A vacinação induz uma resposta protetora de anticorpos anti-HBs em 95% dos lactentes, crianças e adolescentes Hepatite C ➔ O vírus da hepatite C (HCV) é uma importante causa de doença hepática em todo o mundo, com aproximadamente 170 milhões de pessoas afetadas. ➔ Cerca de 3,6 milhões de americanos possuem anticorpos contra o HCV, ❏ Logo, demonstra indicativos de infecção passada ou atual nestes povos. ➔ Destes, 2,7 milhões têm HCV crônica baseada na presença de RNA do HCV. ❏ Houve uma diminuição na incidência anual da infecção de hepatite C a partir de seu pico em meados dos anos 1980 de mais de 230.000 novas infecções por ano para as atuais 17.000 novas infecções por ano, ❏ Isso ocorreu, sobretudo, a uma redução acentuada nos casos associados à transfusão, como resultado da triagem de doadores de sangue. ❏ Entretanto, o número de pacientes com infecção crônica continuará a aumentar, pela possível persistência da infecção por HCV por toda a vida. Os fatores de risco mais comuns para infecção por HCV são: 1. Abuso de drogas intravenosas (54%). 2. Múltiplos parceiros sexuais (36%). 3. Realização de cirurgia nos últimos 6 meses (16%). 4. Ferimento por picada de agulha (10%). 5. Contatos múltiplos com uma pessoa infectada pelo HCV (10%). 6. Atividade profissional na área médica ou odontológica (1,5%). 7. Desconhecido (32%). } Logo, infere-se que existem múltiplos fatores riscos para infecção pelo HCV, no entanto, um terço dos indivíduos não apresenta fatores de risco identificáveis,portanto, deduz-se um mistério hepatológico ainda persistente. ❏ Atualmente, a taxa de transmissão do HCV por transfusão de sangue está próxima a zero nos Estados Unidos, ❏ No entanto, o risco de adquirir HCV por picadas de agulhas é cerca de seis vezes maior do que para adquirir HIV (1,8% X 0,3%), ❏ Em crianças, a principal via de infecção é a perinatal, porém essa rota de infecção com HCV é muito menor que para HBV (6% X 20%). . ❏ O HCV foi descoberto em 1989, ❏ É um membro da família Flaviviridae. ❏ Ele é um vírus RNA pequeno, envelopado, de fita única, com um genoma de 9,6 quilobases (kb), ❏ Codifica uma única poliproteína com uma cadeia de leitura aberta, que é subsequentemente processada em proteínas funcionais. ❏ Em decorrência da baixa fidelidade da RNA polimerase do HCV, o vírus é inerentemente instável, originando múltiplos genótipos e subtipos. Logo, dentro de um determinado indivíduo, o HCV existe como variantes genéticas estreitamente relacionadas, conhecidas como quasispécies. ❏ Com o tempo, dezenas de quasispécies podem ser detectadas em um indivíduo, ❏ Sendo todas elas derivadas a partir da cepa original de HCV que infectou o paciente. ❏ Ademais, a proteína E2 do envelope é o alvo de muitos anticorpos anti-HCV, mas também é a região mais variável de todo o genoma viral, permitindo, por sua vez, que cepas virais emergentes escapem dos anticorpos neutralizantes. ❏ Portanto, essa instabilidade genômica e a variabilidade antigênica têm dificultado seriamente os esforços para desenvolver uma vacina contra o HCV. ❏ Uma vez que títulos elevados de IgG antiHCV, que ocorrem após uma infecção ativa, não conferem imunidade efetiva. } ❏ Assim, um aspecto característico da infecção por HCV, consiste em surtos repetidos de lesão hepática, resultantes da reativação de uma infecção preexistente ou da emergência de uma cepa endógena que tenha sofrido uma mutação recente. ❏ O período de incubação da hepatite por HCV varia de 4 a 26 semanas, com uma média de 9 semanas, ❏ Em aproximadamente 85% dos indivíduos, o curso clínico da infecção aguda é assintomático e, normalmente, ignorado. ❏ RNA do HCV é detectável no sangue por volta de 1 a 3 semanas, uma vez que coincide com as elevações de transaminases séricas. ❏ Na infecção aguda sintomática por HCV, anticorpos anti-HCV são detectados em apenas 50% a 70% dos pacientes, nos demais pacientes, porém, os anticorpos anti-HCV surgem após 3 a 6 semanas. ❏ O curso clínico da hepatite aguda pelo HCV é, geralmente, mais leve que com o HBV, ❏ Raros casos podem ser severos e indistinguíveis da hepatite por HAV ou HBV, ❏ Ainda não se sabe porque apenas uma pequena minoria de indivíduos é capaz de curar-se da infecção por HCV. ❏ A infecção por HCV é potencialmente curável. ❏ Até recentemente, o tratamento tinha sido baseado na combinação de IFN-α peguilado e ribavirina, e as taxas de cura dependiam do genótipo viral, desse modo, pacientes com infecção por genótipo 2 ou 3 geralmente apresentavam a melhor resposta. ❏ Portanto, o genótipo do hospedeiro também influencia a resposta. ❏ Uma vez que polimorfismos no gene IL-28B estão associados com uma melhor resposta ao interferon-α e à ribavirina. ❏ O IL-28B codifica o interferon-λ, que está envolvido na resistência ao HCV. ❏ Novos medicamentos direcionados a polimerase e protease virais já foram aprovados ou estão em fase de desenvolvimento. } Desse modo, há várias razões para acreditar que os regimes mais recentes, baseados em princípios semelhantes aos utilizados na terapia antirretroviral altamente ativa (HAART) para a infecção por HIV, mudarão o curso da hepatite C crônica na próxima década. Estrutura viral do HCV Marcadores Sorológicos de uma infecção viral por Hepatite C Infecção aguda com resolução Progressão para infecção crônica ❏ Infecção persistente e hepatite crônica são as marcas registradas da infecção por HCV, apesar da natureza geralmente assintomática da doença aguda. ❏ Além disso, em contraste com o HBV, a doença crônica ocorre na maioria dos indivíduos infectados por HCV (mais de 80%), e a cirrose eventualmente ocorre em 20% dos indivíduos com infecção crônica por HCV. ❏ Os mecanismos que levam à cronicidade da infecção por HCV ainda não são totalmente compreendidos, ❏ Mas sabe-se que o vírus tem desenvolvido várias estratégias para escapar da imunidade antiviral do hospedeiro. ❏ Assim, o HCV é capaz de inibir ativamente a resposta antiviral celular mediada pelo IFN: exemplo 01. Sinalização do receptor Toll-like em resposta ao reconhecimento do RNA viral, 02. Sinalização associada de receptores de IFN, que de outra forma teriam efeitos antivirais. ❏ Na hepatite C crônica, os níveis de aminotransferases aumentam e diminuem, mas raramente se tornam normais. ❏ No entanto, mesmo raros pacientes com transaminases normais correm risco de desenvolver lesão hepática permanente. ❏ Logo, em síntese, qualquer indivíduo com RNA de HCV detectável no soro necessita de acompanhamento médico. Uma característica exclusiva para a infecção da hepatite C é a associação com a síndrome metabólica, sobretudo com o genótipo 3 de HCV.Uma vez que o HCV pode dar origem à resistência à insulina e à doença hepática gordurosa não alcoólica. 10-15 anos 20 anos 30 anos ❏ Em Resumo, o HCV causa três tipos de doença: 1. Hepatite aguda com resolução da infecção e recuperação, 2. Infecção crônica persistente com possível progressão para a doença, 3. Progressão rápida e intensa para cirrose em 15% dos pacientes. ❏ A viremia pode ser detectada dentro de 1-3 semanas após transfusão de sangue contaminado com HCV e dura entre 4-6 meses em pessoas com infecção aguda, porém, dura anos com infecção persistente. ❏ Em sua forma aguda, a infecção por HCV é semelhante àquela por HAV e HBV, porém, a resposta inflamatória é menos intensa. ❏ No entanto, pode vir a tornar a doença crônica persistente. ❏ O sintoma predominante é a fadiga crônica. ❏ A doença crônica persistente geralmente progride para a hepatite crônicaativa dentro de 10-15 anos, para a cirrose (20% dos casos crônicos) e para a insuficiência hepática (20% dos casos cirróticos) após 20 anos. ❏ O dano hepático induzido pelo HCV pode ser exacerbado por álcool, medicamentos e outras hepatites virais que provocam a cirrose. } ❏ Além disso, o HCV promove o desenvolvimento de carcinoma hepatocelular após 30 anos em até 5% dos pacientes cronicamente infectados. @Jully.studymed Hepatite D ❏ É um vírus da hepatite D, é um vírus de RNA único que depende do seu ciclo de vida no HBV. ❏ A Infecção por HDV surge nas seguintes situações: 1. Coinfecção, 2. Superinfecção. 1. Coinfecção ❏ Na coinfecção (infecção conjunta) aguda ocorre após a exposição a soro contendo tanto HDV quanto HBV. ➔ Assim, o HBV deve se estabelecer primeiro para fornecer o HBsAg necessário para o desenvolvimento de vírions de HDV completos, ➔ Logo, a coinfecção de HBV e HDV resulta na hepatite aguda, que é indistinguível da hepatite aguda B. ➔ Portanto, na coinfecção, geralmente, é autolimitada e é normalmente seguida pela eliminação de ambos os vírus. ➔ No entanto, há uma maior taxa de insuficiência hepática aguda em usuários de drogas intravenosas. 2. Superinfecção ❏ A superinfecção ocorre, no entanto, quando um portador crônico de HBV é exposto a um novo inóculo de HDV. ➔ Isso resulta em doença 30 a 50 dias após, apresentando-se como uma hepatite aguda grave em um portador de HBV não reconhecido anteriormente, ou como uma exacerbação de infecção preexistente da hepatite B crônica. ➔ Assim, a infecção crônica por HDV ocorre em praticamente todos esses pacientes. ➔ A Superinfecção pode ter duas fases: uma fase aguda, onde ocorre replicação ativa de HDV e supressão de HBV com altos níveis de transaminase e, uma fase crônica, na qual a replicação de HDV diminui, a replicação de HBV aumenta, os níveis de transferase flutuam e a doença progride para cirrose e também até um carcinoma hepatocelular. ❏ O HDV foi descoberto em 1977, ❏ O antígeno de revestimento externo do HBsAg envolve uma unidade polipeptídica interna, conhecida como antígeno delta (HDAg), que é a única proteína produzida pelo vírus. ❏ Associada ao HDAg existe uma molécula circular de RNA de fita única, cujo comprimento é menor que o genoma de qualquer vírus animal conhecido. ❏ A Replicação do vírus da hepatite D é feita por síntese de RNA orientada por RNA pela polimerase do RNA do hospedeiro. ❏ O RNA HDV é detectável no sangue e no fígado imediatamente antes e nos primeiros dias de doença sintomática aguda. ❏ O anticorpo IgM anti-HDV é o indicador mais confiável de exposição recente ao HDV, embora seu aparecimento seja tardio e frequentemente breve Hepatite E ❏ O vírus da hepatite E (HEV) é uma infecção transmitida, sobretudo, pela água, que ocorre principalmente em jovens e adultos de meia-idade. ❏ O HEV é também uma doença zoonótica com hospedeiros animais, como macacos, gatos, porcos e cães. ❏ As epidemias foram relatadas na Ásia e no subcontinente indiano, África subsaariana, Oriente Médio, China e México, mas existem também casos esporádicos em países ricos, sobretudo em regiões onde a suinocultura é comum. ❏ Um aspecto característico da infecção por HEV é a alta taxa de mortalidade entre gestantes, chegando, por sua vez, a 20%. ❏ Na maioria dos casos, porém, a doença é autolimitada. ❏ Além disso, HEV não está associado à doença hepática crônica ou viremia persistente em pacientes imunocompetentes. ❏ No entanto, a infecção crônica por HEV ocorre em pacientes com AIDS e pacientes transplantados imunossuprimidos. ❏ O período médio de incubação após a exposição corresponde a 4 a 5 semanas. ❏ O vírus da hepatite E foi descoberto em 1983, ❏ É um vírus de RNA não envelopado de fita positiva no gênero Hepevirus. ❏ As partículas virais têm de 32 a 34 nm de diâmetro, e o genoma do RNA tem cerca de 7,3 kb de tamanho. ❏ Os vírus são eliminados nas fezes durante a doença aguda. ❏ Antes do início da doença clínica, o HEV do RNA e os vírus do HEV podem ser detectados por PCR nas fezes e no soro. As primeiras manifestações da hepatite E consiste na elevação das aminotransferases séricas, doença clínica e elevação dos títulos de IgM anti HEV são simultâneas. Os sintomas cedem em 2 a 4 semanas, e nesse período a IgM é substituída por anticorpos persistentes de IgG anti-HEV
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