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Hepatites Virais

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Prévia do material em texto

Hepatites Virais 
➔ A terminologia para hepatite é um 
nome genérico, 
❏ Logo, pode se dar entre vários 
significados, 
➔ Em sua essência, a palavra hepatite, 
significa o nome de cada um dos vírus 
hepatotrópicos,
❏ Exemplo: hepatites A, B, C, D e E 
- vírus que possuem afinidade 
específica para o fígado.
➔ No entanto, a palavra hepatite também 
corresponde aos padrões histológicos de 
lesão hepática,
❏ que podem, por sua vez, ser classificados 
como aguda ou crônica, dependendo do 
vírus específico, que são observados nos 
fígados infectados por vírus 
hepatotrópicos,
❏ como exemplo: em hepatite 
autoimune induzida por medicamentos 
ou toxinas.
➔ Além disso, a terminologia hepatite também é 
caracterizada por qualquer forma de lesão 
hepatocelular devida à infecção por outros 
vírus, geralmente sistêmicos, exemplo: 
A. Hepatite leve pelo vírus Epstein-Barr = 
observada na mononucleose infecciosa, 
B. Citomegalovírus, herpesvírus e 
infecções por adenovírus = Observada 
em pacientes recém-nascidos ou 
imunodeprimidos; 
C. Febre amarela (vírus da febre amarela) 
= Consiste em uma causa importante e 
grave de hepatite em países tropicais. 
➔ As causas para a hepatite são genéricas 
e dependem, portanto, da classificação. 
No entanto, em geral, as causas para 
hepatite são: 
}
1. Vírus,
2. Remédios,
3. Álcool,
4. Drogas,
5. Doenças autoimunes,
6. Doenças metabólicas,
7. Doenças genéticas.
Os sintomas da Hepatite, em 
geral, são :
A. Dor ou desconforto 
abdominal,
B. Fadiga,
C. Náusea e vômitos,
D. Perda de apetite,
E. Febre,
F. Urina escura,
G. Amarelamento da pele e 
olhos.
Os hepatócitos desempenham vários papéis 
imunológicos importantes, além de papéis 
metabólicos fundamentais, exemplo: 
1. Produção de proteínas plasmáticas, como 
fatores de coagulação, complemento e 
proteínas antimicrobianas;
2. Produção de proteínas de fase aguda após 
infecção local ou sistêmica e, 
apresentação de antígenos às células T 
dentro do fígado.
❏ Logo, qualquer lesão ou degeneração do fígado, 
que é o que acontece na hepatite, suscita na 
destruição dos hepatócitos, levando, por sua vez, 
a ausência de síntese de proteínas imunes para 
infeções.
➔ No Brasil, assim como os demais 
países com alta concentração de 
renda e, consequentemente 
pouca homogeneidade sanitária 
apresenta grandes casos de 
hepatite, onde: 
❏ + de 70% (23.070) dos óbitos 
por hepatites virais são 
decorrentes da Hepatite C, 
seguido da Hepatite B (21,8%) e 
A (1,7%). 
❏ Em algumas regiões do Brasil, a 
hepatite pode ser considerada 
endêmica, refletindo, portanto, 
uma problemática de saúde 
pública e social. 
❏ O SUS oferece tratamento para 
todos independente do grau de 
lesão do fígado.
Hepatite A
➔ O vírus da hepatite A causa uma 
doença, normalmente, benigna e 
autolimitada,
❏ Logo, possui o processo que tem um 
decurso específico e limitado, com 
começo, meio e fim, e que pode 
terminar sem tratamento,
❏ Geralmente, apresenta um período 
de incubação de 2 a 6 semanas.
➔ O vírus da hepatite A, geralmente, não 
causa hepatite crônica ou um estado de 
portador. 
➔ Logo, raramente pode causar insuficiência 
hepática aguda,
❏ Assim, a taxa de fatalidade 
associada ao HAV corresponde 
apenas de 0,1% a 0,3%.
➔ O vírus da hepatite A ocorre em 
todo o mundo,
➔ No entanto, é endêmico em países 
com países com vulnerabilidade 
sanitária, associada a falta de 
higiene e saneamento.
Estudos afirmam que muitas 
pessoas, onde moram em países 
onde a hepatite é endêmica, 
possuem anticorpos anti-HAV 
detectáveis aos 10 anos de 
idade.
➔ A doença clínica da hepatite A tende a ser leve 
ou assintomática, 
➔ Além disso, é rara após a infância.
❏ Nos países desenvolvidos, a prevalência de 
soropositividade (indicativa de exposição prévia) 
aumenta gradualmente com a idade, atingindo 
50% aos 50 anos de idade nos Estados Unidos. 
❏ Logo, nestas populações, o HAV agudo tende a 
ser uma doença febril esporádica. 
➔ Os indivíduos afetados pela Hepatite A 
apresentam sintomas inespecíficos, 
❏ como fadiga e perda do apetite, e 
frequentemente desenvolvem icterícia. 
➔ Em geral, o HAV é responsável por cerca de 
25% dos casos de hepatite aguda 
clinicamente evidente no mundo todo.
➔ O vírus da hepatite A foi descoberto em 
1973, 
➔ Consiste em um pequeno picornavírus, 
não envelopado, de RNA de fita positiva, 
que ocupa seu próprio gênero, 
Hepatovirus.
➔ Ultraestruturalmente, o HAV é um 
capsídeo icosaédrico com 27 nm de 
diâmetro.
➔ O receptor para o HAV é a HAVcr-1, uma 
glicoproteína tipo mucina de membrana 
integral classe I de aminoácido-451. 
Icterícia em paciente com Hepatite A
❏ O HAV é transmitido pela ingestão de água e 
alimentos contaminados e é eliminado nas 
fezes por 2 a 3 semanas antes e 1 semana 
após o início da icterícia.
 Portanto, o contato pessoal 
próximo com um indivíduo 
afetado ou a contaminação 
fecal-oral durante esse período 
são responsáveis pela maioria 
dos casos e explicam os surtos 
em ambientes institucionais, 
como escolas e creches,
 e as epidemias transmitidas 
pela água em locais onde as 
pessoas vivem em condições de 
aglomeração, sem saneamento.
❏ A Vacina contra o vírus da hepatite A 
está disponível desde 1992,
❏ É eficaz para prevenir a infecção, 
❏ A imunização de crianças em Israel 
eliminou surtos de HAV em creches.
➔ O vírus da hepatite A também pode ser detectado 
no soro e na saliva,
➔ A transmissão do HAV pelo sangue é rara, 
portanto, o sangue doado não é examinado 
especificamente para esse vírus.
❏ Uma vez que a viremia por HAV é transitória,
➔ Nos países desenvolvidos, infecções 
esporádicas podem ser contraídas pelo 
consumo de moluscos crus ou cozidos 
no vapor (ostras, mexilhões, mariscos), 
que concentram o vírus da água 
marinha contaminada por esgoto 
humano.
➔ Trabalhadores infectados na indústria 
de alimentos também podem 
representar uma fonte de surtos. 
➔ O HAV em si não parece ser citopático. 
➔ Logo, a imunidade celular, particularmente 
as células T CD8 +, tem um papel central 
na lesão hepatocelular durante a infecção 
por HAV.
Gráfico que indica as alterações temporais nos 
marcadores sorológicos em uma infecção aguda 
por hepatite A = HAV: Vírus da hepatite A.
❏ Anticorpos IgM específicos 
contra o HAV aparecem com o 
início dos sintomas, logo, 
constituem um marcador 
confiável de infecção aguda. 
❏ A eliminação fecal do vírus 
termina quando o título de IgM 
aumenta.
❏ A resposta de IgM, geralmente, 
começa a decair em alguns 
meses e é seguida pelo 
aparecimento de IgG anti-HAV.
Assim, essa última etapa persiste por 
anos, o que confere a imunidade vitalícia 
contra a reinfecção por todas as cepas
 de HAV. Além disso, como não há testes 
rotineiros disponíveis para IgG 
anti-HAV, a presença de IgG anti-HAV 
é inferida a partir da diferença entre o 
total e IgM anti-HAV.
➤Hepatite B
➔ O vírus da hepatite B (HBV) pode 
produzir uma classe sintomatológica 
bem variável, 
exemplo: 
1. Hepatite aguda seguida por 
recuperação e eliminação do vírus, 
2. Hepatite crônica não progressiva,
3. Doença crônica progressiva terminando 
em cirrose, 
4. Insuficiência hepática aguda com 
necrose hepática maciça,
5. Um estado de portador assintomático 
“saudável”. 
A doença hepática crônica 
induzida por HBV é também 
um fator precursor importante 
para o desenvolvimento de 
carcinoma hepatocelular, 
mesmo na ausência de cirrose 
➔ A Doença hepática decorrente de 
HBV constitui um enorme problema 
de saúde global,
➔ Uma vez que um terço da população 
mundial (2 bilhões de pessoas) está 
infectado pelo HBV,
➔ Além disso, 400 milhões de pessoas 
apresentam infecção crônica,
➔ Onde 75% de todos os portadores 
crônicos vivem na Ásia e na costa do 
Pacífico Ocidental.
➔ A prevalência global de infecção 
crônica por hepatite B varia 
amplamente,
➔ exemplo: 
1. Elevada (> 8%) na África, na Ásia e no 
Pacífico Ocidental, 
2. Intermediária (2% a 7%) no sul e leste 
da Europa,
3. Baixa(< 2%) na Europa Ocidental, 
América do Norte e Austrália. 
❏ Além disso, a taxa de portadores é determinada, em 
grande parte, pela idade no momento da infecção, 
sendo mais alta quando a infecção ocorre em 
crianças no período perinatal e mais baixa quando 
adultos são infectados. 
➔ O modo de transmissão do HBV 
(vírus da hepatite B) também varia 
com as áreas geográficas.
Por exemplo:
❏ Em regiões do mundo com alta 
prevalência, a transmissão durante o 
parto representa 90% dos casos. 
❏ Em áreas com prevalência 
intermediária, no entanto, a 
transmissão horizontal, 
especialmente no início da infância, 
é o modo de transmissão dominante. 
➢ Essa disseminação horizontal 
ocorre por pequenas lacerações 
da pele ou das membranas 
mucosas entre crianças com 
contato corporal próximo.
❏ Em áreas de baixa prevalência, por 
fim, a relação sexual sem proteção 
e o abuso de drogas intravenosas 
(compartilhamento de agulhas e 
seringas) constituem os principais 
modos de disseminação. 
A incidência de disseminação 
relacionada a transfusões declinou 
grandemente nas últimas décadas 
em razão da triagem de HBsAg no 
sangue doado e da exclusão de 
doadores de sangue pagos.
➔ A Vacinação induz uma resposta 
protetora de anticorpos anti-HBs em 
95% dos lactentes, crianças e 
adolescentes. 
➔ A Vacinação universal teve um sucesso 
notável em Taiwan e Gâmbia,
➔ No entanto, infelizmente, não foi 
adotada no mundo todo. 
➔ Logo, espera-se amplos programas de 
vacinação da população infantil em 
países endêmicos, com intuito de reduzir 
a doença nos próximos anos, como 
ocorreu na Taiwan e Gâmbia. 
➔ O HBV tem um período de incubação 
prolongado (2 a 26 semanas).
➔ Assim, ao contrário do HAV, o HBV 
permanece no sangue até e durante 
episódios ativos de hepatites aguda e 
crônica. 
➔ Aproximadamente 65% dos adultos 
que adquiriram o HBV não são 
sintomáticos ou apresentam sintomas 
leves e não desenvolvem icterícia. 
➔ No entanto, em torno
 de 25% apresentam 
sintomas constitucionais 
inespecíficos, como 
anorexia, febre, icterícia 
e dor no quadrante 
superior direito. 
➔ A doença crônica da hepatite B 
ocorre em 5% a 10% dos indivíduos 
infectados. 
➔ A Hepatite fulminante (insuficiência 
hepática aguda) é rara, ocorre em 
aproximadamente 0,1% a 0,5% dos 
indivíduos infectados de forma 
aguda.
➔ O vírus da hepatite B é um membro da 
Hepadnaviridae,
➔ Existem oito genótipos de HBV que estão 
distribuídos ao redor do mundo. 
➔ O vírion de HBV maduro é uma “partícula 
Dane” de dupla camada, esférica, medindo 
42 nm, que possui um envelope superficial 
externo de proteínas, lipídios e carboidratos 
envolvendo um núcleo elétron-denso, 
discretamente hexagonal, de 28 nm.
➔ O genoma do HBV consiste em uma 
molécula de DNA parcialmente circular de 
dupla fita, que possui 3.200 nucleotídeos 
com quatro estruturas de cadeia aberta 
codificando para:
❏ Uma proteína “central” do nucleocapsídeo e 
uma transcrição polipeptídica mais longa 
com uma região pré-central e central, 
designada como HBeAg (antígeno e da 
hepatite B).
❏ A Região pré-central direciona a secreção 
do polipeptídio HBeAg, (HBcAg permanece 
nos hepatócitos) onde participa na 
montagem de vírus completos. 
❏ As glicoproteínas do envelope consistem 
em três proteínas relacionadas: }
1. HBsAg grandes, 
2. HBsAg médios,
3. HBsAg pequenos. 
➔ Os hepatócitos infectados são capazes de 
sintetizar e secretar quantidades maciças 
de proteína de superfície não infecciosa, 
❏ sobretudo, HBsAg pequeno
➔ Uma polimerase (Pol) que exibe tanto 
atividade de DNA polimerase quanto 
atividade de transcriptase reversa.
❏ A Replicação do genoma viral vai ocorrer 
por meio de um modelo de RNA 
intermediário, através de um ciclo de 
replicação único: DNA→ RNA→ DNA. 
 A Proteína HBx, que é necessária 
para a replicação viral e pode agir 
como transativador da transcrição de 
ambos, genes virais e de um 
subconjunto de genes hospedeiros.
 Além disso, ela foi implicada na 
patogenia do carcinoma hepatocelular 
na infecção por HBV.
🔴Marcadores sorológicos de uma infecção 
viral por Hepatite B
Infecção aguda da hepatite B com resolução Progressão para infecção crônica
❏ O HBsAg aparece antes do início dos sintomas, com 
pico durante a manifestação da doença e, em 
seguida, muitas vezes decai a níveis indetectáveis 
em 12 semanas, mas pode persistir em alguns 
pacientes por até 24 semanas. 
❏ Anticorpos anti-HBs não surgem até que a doença 
aguda tenha acabado, logo, concomitante com o 
desaparecimento de HBsAg.
❏ No entanto, em alguns casos, os anticorpos anti-HBs 
não são detectáveis durante algumas semanas a 
alguns meses após o desaparecimento do HBsAg. 
❏ Portanto, durante esse período de janela, o 
diagnóstico sorológico pode ser realizado através da 
detecção do anticorpo IgM anti-HBc.
❏ Os anticorpos anti-HBs podem persistir por 
toda a vida, conferindo proteção
❏ Logo, consiste na base para as estratégias de 
vacinação atuais usando HBsAg não infeccioso. 
❏ HBeAg, HBV-DNA e DNA polimerase aparecem 
no soro logo após HBsAg, e todos indicam 
replicação viral ativa.
❏ A Persistência de HBeAg é um indicador 
importante de replicação viral contínua, 
infectividade e provável progressão para 
hepatite crônica. 
❏ O aparecimento de anticorpos anti-HBe implica 
que uma infecção aguda atingiu seu pico e está 
declinando. 
❏ O anticorpo IgM anti-HBc se torna 
detectável no soro pouco tempo antes 
do início dos sintomas, 
simultaneamente à manifestação de 
elevação dos níveis séricos de 
aminotransferases,
❏ Logo, indica a de destruição de 
hepatócitos, 
❏ Ao longo de um período de meses, o 
anticorpo IgM anti-HBc é substituído 
por IgG anti-HBc. Sorologia da Hepatite B aguda 
 Como no caso do anti- HAV, 
 não existe um exame direto
 para IgG anti-HBc, logo, 
 sua presença é inferida a
 partir do declínio de IgM anti-HBc 
em face de níveis crescentes de 
anti-HBc total.
Sorologia da Hepatite B crônica
❏ Pode acontecer de surgir cepas mutantes de HBV, que não 
produzem HbeAg, mas são competentes para replicação e 
expressam HBcAg. Nesses pacientes, o HBeAg pode ser 
baixo ou indetectável, apesar da presença de DNA de HBV 
sérico. 
❏ Além disso, pode acontecer o aparecimento de mutantes de 
escape induzidos pela vacina, que se replicam na presença 
de imunidade induzida por vacina.
❏ Em síntese, o diagnóstico inicial de 
hepatite pode ser realizado com base nos 
sintomas clínicos e na presença de 
enzimas hepáticas no sangue, assim, a 
sorologia da infecção por HBV descreve o 
curso e a natureza da doença. As 
infecções agudas e crônicas por HBV 
podem ser diferenciadas pela presença 
de HBsAg e de HBeAg no soro e pelo 
padrão de anticorpos aos antígenos 
individuais do HBV. 
❏ Mecanismos imunes inatos protegem o 
hospedeiro durante as fases iniciais da 
infecção, 
❏ Além disso, uma forte resposta pelas células 
CD4+ e CD8+ que produzem interferons 
(IFN)-γ vírus-específicos está associada com 
a resolução da infecção aguda. 
❏ O HBV geralmente não causa lesão 
hepatocitária direta. 
❏ Logo, a lesão é causada por células T 
citotóxicas CD8+ que atacam as células 
infectadas. 
❏ A idade no momento da infecção é o melhor 
preditor de cronicidade da hepatite B.
❏ Logo, quanto menor a idade no momento da 
infecção por HBV, maior é a probabilidade de 
cronicidade.
❏ No entanto, apesar do progresso no tratamento 
de infecção crônica por HBV, é extremamente 
difícil alcançar a cura completa, mesmo quando 
tratada com agentes antivirais altamente 
eficazes. 
❏ A dificuldade em conseguir a cura tem sido 
atribuída à capacidade do vírus de se inserir 
no DNA do hospedeiro, limitando, assim, o 
desenvolvimento de uma resposta imune 
eficaz!
❏ Ou seja, o desenvolvimento de HBsAb. 
❏ Assim, essa obscuridade permite que o vírus 
persista mediante os medicamentos que 
prejudicam a sua replicação,
❏ Portanto,a meta do tratamento da hepatite B 
crônica consiste em retardar a progressão da 
doença, reduzir a lesão hepática e prevenir 
cirrose hepática ou câncer do fígado.
 A Hepatite B pode ser prevenida pela 
vacinação e pela triagem de sangue, órgãos e 
tecidos de doadores. A vacinação induz uma 
resposta protetora de anticorpos anti-HBs em 
95% dos lactentes, crianças e adolescentes
Hepatite C 
➔ O vírus da hepatite C (HCV) é uma 
importante causa de doença hepática em 
todo o mundo, com aproximadamente 170 
milhões de pessoas afetadas. 
➔ Cerca de 3,6 milhões de americanos 
possuem anticorpos contra o HCV,
❏ Logo, demonstra indicativos de infecção 
passada ou atual nestes povos. 
➔ Destes, 2,7 milhões têm HCV crônica 
baseada na presença de RNA do HCV.
❏ Houve uma diminuição na incidência anual 
da infecção de hepatite C a partir de seu 
pico em meados dos anos 1980 de mais de 
230.000 novas infecções por ano para as 
atuais 17.000 novas infecções por ano,
❏ Isso ocorreu, sobretudo, a uma redução 
acentuada nos casos associados à 
transfusão, como resultado da triagem de 
doadores de sangue.
❏ Entretanto, o número de pacientes com 
infecção crônica continuará a aumentar, 
pela possível persistência da infecção por 
HCV por toda a vida.
 Os fatores de risco mais comuns para infecção por HCV são: 
1. Abuso de drogas intravenosas (54%). 
2. Múltiplos parceiros sexuais (36%). 
3. Realização de cirurgia nos últimos 6 meses (16%). 
4. Ferimento por picada de agulha (10%).
5. Contatos múltiplos com uma pessoa infectada pelo HCV (10%). 
6. Atividade profissional na área médica ou odontológica (1,5%).
7. Desconhecido (32%).
}
Logo, infere-se que existem múltiplos 
fatores riscos para infecção pelo 
HCV, no entanto, um terço dos 
indivíduos não apresenta fatores de 
risco identificáveis,portanto, deduz-se 
um mistério hepatológico ainda 
persistente.
❏ Atualmente, a taxa de transmissão do 
HCV por transfusão de sangue está 
próxima a zero nos Estados Unidos,
❏ No entanto, o risco de adquirir HCV 
por picadas de agulhas é cerca de 
seis vezes maior do que para adquirir 
HIV (1,8% X 0,3%),
❏ Em crianças, a principal via de 
infecção é a perinatal, porém essa 
rota de infecção com HCV é muito 
menor que para HBV (6% X 20%).
. 
❏ O HCV foi descoberto em 1989,
❏ É um membro da família Flaviviridae.
❏ Ele é um vírus RNA pequeno, 
envelopado, de fita única, com um 
genoma de 9,6 quilobases (kb), 
❏ Codifica uma única poliproteína com uma cadeia 
de leitura aberta, que é subsequentemente 
processada em proteínas funcionais. 
❏ Em decorrência da baixa fidelidade da RNA 
polimerase do HCV, o vírus é inerentemente 
instável, originando múltiplos genótipos e 
subtipos.
Logo, dentro de um 
determinado indivíduo,
 o HCV existe como 
 variantes genéticas 
estreitamente relacionadas, 
conhecidas como quasispécies.
❏ Com o tempo, dezenas de quasispécies 
podem ser detectadas em um indivíduo,
❏ Sendo todas elas derivadas a partir da 
cepa original de HCV que infectou o 
paciente.
❏ Ademais, a proteína E2 do envelope é o alvo 
de muitos anticorpos anti-HCV, mas 
também é a região mais variável de todo o 
genoma viral, permitindo, por sua vez, que 
cepas virais emergentes escapem dos 
anticorpos neutralizantes.
❏ Portanto, essa instabilidade genômica e a 
variabilidade antigênica têm dificultado 
seriamente os esforços para desenvolver 
uma vacina contra o HCV. 
❏ Uma vez que títulos elevados de IgG 
antiHCV, que ocorrem após uma infecção 
ativa, não conferem imunidade efetiva.
}
❏ Assim, um aspecto característico da 
infecção por HCV, consiste em surtos 
repetidos de lesão hepática, resultantes 
da reativação de uma infecção 
preexistente ou da emergência de uma 
cepa endógena que tenha sofrido uma 
mutação recente.
❏ O período de incubação da hepatite por HCV 
varia de 4 a 26 semanas, com uma média 
de 9 semanas,
❏ Em aproximadamente 85% dos indivíduos, 
o curso clínico da infecção aguda é 
assintomático e, normalmente, ignorado.
❏ RNA do HCV é detectável no sangue por 
volta de 1 a 3 semanas, uma vez que 
coincide com as elevações de 
transaminases séricas.
❏ Na infecção aguda sintomática por HCV, 
anticorpos anti-HCV são detectados em 
apenas 50% a 70% dos pacientes, nos 
demais pacientes, porém, os anticorpos 
anti-HCV surgem após 3 a 6 semanas. 
❏ O curso clínico da hepatite aguda pelo HCV 
é, geralmente, mais leve que com o HBV,
❏ Raros casos podem ser severos e 
indistinguíveis da hepatite por HAV ou HBV,
❏ Ainda não se sabe porque apenas uma 
pequena minoria de indivíduos é capaz de 
curar-se da infecção por HCV.
❏ A infecção por HCV é potencialmente curável. 
❏ Até recentemente, o tratamento tinha sido 
baseado na combinação de IFN-α peguilado e 
ribavirina, e as taxas de cura dependiam do 
genótipo viral, desse modo, pacientes com 
infecção por genótipo 2 ou 3 geralmente 
apresentavam a melhor resposta. 
❏ Portanto, o genótipo do hospedeiro também 
influencia a resposta. 
❏ Uma vez que polimorfismos no gene IL-28B 
estão associados com uma melhor resposta ao 
interferon-α e à ribavirina. 
❏ O IL-28B codifica o interferon-λ, que está 
envolvido na resistência ao HCV.
❏ Novos medicamentos direcionados a 
polimerase e protease virais já foram 
aprovados ou estão em fase de 
desenvolvimento. 
}
Desse modo, há várias razões para 
acreditar que os regimes mais 
recentes, baseados em princípios 
semelhantes aos utilizados na 
terapia antirretroviral altamente 
ativa (HAART) para a infecção 
por HIV, mudarão o curso da 
hepatite C crônica na próxima 
década. 
Estrutura viral do HCV
Marcadores Sorológicos de uma infecção 
viral por Hepatite C
Infecção aguda com resolução Progressão para infecção crônica
❏ Infecção persistente e hepatite crônica 
são as marcas registradas da infecção por 
HCV, apesar da natureza geralmente 
assintomática da doença aguda.
❏ Além disso, em contraste com o HBV, a 
doença crônica ocorre na maioria dos 
indivíduos infectados por HCV (mais de 
80%), e a cirrose eventualmente ocorre 
em 20% dos indivíduos com infecção 
crônica por HCV.
❏ Os mecanismos que levam à cronicidade da 
infecção por HCV ainda não são totalmente 
compreendidos,
❏ Mas sabe-se que o vírus tem desenvolvido 
várias estratégias para escapar da 
imunidade antiviral do hospedeiro. 
❏ Assim, o HCV é capaz de inibir ativamente a 
resposta antiviral celular mediada pelo IFN:
exemplo
01. Sinalização do receptor Toll-like em 
resposta ao reconhecimento do RNA 
viral, 
02. Sinalização associada de receptores de 
IFN, que de outra forma teriam efeitos 
antivirais. 
❏ Na hepatite C crônica, os níveis de 
aminotransferases aumentam e 
diminuem, mas raramente se 
tornam normais. 
❏ No entanto, mesmo raros pacientes 
com transaminases normais correm 
risco de desenvolver lesão hepática 
permanente. 
❏ Logo, em síntese, qualquer indivíduo 
com RNA de HCV detectável no soro 
necessita de acompanhamento 
médico.
 Uma característica exclusiva 
para a infecção da hepatite C é a 
associação com a síndrome 
metabólica, sobretudo com o 
genótipo 3 de HCV.Uma vez que 
o HCV pode dar origem à 
resistência à insulina e à doença 
hepática gordurosa não alcoólica.
10-15 anos
20 anos 30 anos
❏ Em Resumo, o HCV causa três tipos de doença:
1. Hepatite aguda com resolução da infecção e 
recuperação,
2. Infecção crônica persistente com possível 
progressão para a doença, 
3. Progressão rápida e intensa para cirrose em 
15% dos pacientes. 
❏ A viremia pode ser detectada dentro de 1-3 
semanas após transfusão de sangue 
contaminado com HCV e dura entre 4-6 
meses em pessoas com infecção aguda, 
porém, dura anos com infecção persistente.
❏ Em sua forma aguda, a infecção por HCV é 
semelhante àquela por HAV e HBV, porém, a 
resposta inflamatória é menos intensa.
❏ No entanto, pode vir a tornar a doença crônica 
persistente. 
❏ O sintoma predominante é a fadiga crônica. 
❏ A doença crônica persistente geralmente 
progride para a hepatite crônicaativa dentro 
de 10-15 anos, para a cirrose (20% dos casos 
crônicos) e para a insuficiência hepática 
(20% dos casos cirróticos) após 20 anos. 
❏ O dano hepático induzido pelo HCV pode ser 
exacerbado por álcool, medicamentos e outras 
hepatites virais que provocam a cirrose. }
❏ Além disso, o HCV promove o desenvolvimento 
de carcinoma hepatocelular após 30 anos em 
até 5% dos pacientes cronicamente infectados.
@Jully.studymed
Hepatite D 
❏ É um vírus da hepatite D, é um vírus de RNA 
único que depende do seu ciclo de vida no 
HBV. 
❏ A Infecção por HDV surge nas seguintes 
situações:
1. Coinfecção, 
2. Superinfecção.
1. Coinfecção 
❏ Na coinfecção (infecção conjunta) aguda 
ocorre após a exposição a soro contendo tanto 
HDV quanto HBV. 
➔ Assim, o HBV deve se estabelecer primeiro 
para fornecer o HBsAg necessário para o 
desenvolvimento de vírions de HDV completos,
➔ Logo, a coinfecção de HBV e HDV resulta na 
hepatite aguda, que é indistinguível da 
hepatite aguda B. 
➔ Portanto, na coinfecção, geralmente, é 
autolimitada e é normalmente seguida pela 
eliminação de ambos os vírus. 
➔ No entanto, há uma maior taxa de insuficiência 
hepática aguda em usuários de drogas 
intravenosas. 
2. Superinfecção 
❏ A superinfecção ocorre, no entanto, quando um 
portador crônico de HBV é exposto a um novo 
inóculo de HDV.
➔ Isso resulta em doença 30 a 50 dias após, 
apresentando-se como uma hepatite aguda grave 
em um portador de HBV não reconhecido 
anteriormente, ou como uma exacerbação de 
infecção preexistente da hepatite B crônica.
➔ Assim, a infecção crônica por HDV ocorre em 
praticamente todos esses pacientes. 
➔ A Superinfecção pode ter duas fases: uma fase 
aguda, onde ocorre replicação ativa de HDV e 
supressão de HBV com altos níveis de 
transaminase e, uma fase crônica, na qual a 
replicação de HDV diminui, a replicação de HBV 
aumenta, os níveis de transferase flutuam e a 
doença progride para cirrose e também até um 
carcinoma hepatocelular. 
❏ O HDV foi descoberto em 1977,
❏ O antígeno de revestimento externo do 
HBsAg envolve uma unidade polipeptídica 
interna, conhecida como antígeno delta 
(HDAg), que é a única proteína produzida 
pelo vírus.
❏ Associada ao HDAg existe uma molécula 
circular de RNA de fita única, cujo 
comprimento é menor que o genoma de qualquer 
vírus animal conhecido. 
❏ A Replicação do vírus da hepatite D é feita por síntese de RNA 
orientada por RNA pela polimerase do RNA do hospedeiro. 
❏ O RNA HDV é detectável no sangue e no fígado imediatamente 
antes e nos primeiros dias de doença sintomática aguda. 
❏ O anticorpo IgM anti-HDV é o indicador mais confiável de 
exposição recente ao HDV, embora seu aparecimento seja tardio 
e frequentemente breve
Hepatite E 
❏ O vírus da hepatite E (HEV) é uma 
infecção transmitida, sobretudo, pela 
água, que ocorre principalmente em 
jovens e adultos de meia-idade. 
❏ O HEV é também uma doença zoonótica 
com hospedeiros animais, como 
macacos, gatos, porcos e cães.
❏ As epidemias foram relatadas na Ásia e 
no subcontinente indiano, África 
subsaariana, Oriente Médio, China e 
México, mas existem também casos 
esporádicos em países ricos, sobretudo 
em regiões onde a suinocultura é 
comum.
❏ Um aspecto característico da infecção por 
HEV é a alta taxa de mortalidade entre 
gestantes, chegando, por sua vez, a 20%. 
❏ Na maioria dos casos, porém, a doença é 
autolimitada.
❏ Além disso, HEV não está associado à 
doença hepática crônica ou viremia 
persistente em pacientes 
imunocompetentes.
❏ No entanto, a infecção crônica por HEV 
ocorre em pacientes com AIDS e pacientes 
transplantados imunossuprimidos. 
❏ O período médio de incubação após a 
exposição corresponde a 4 a 5 semanas.
❏ O vírus da hepatite E foi descoberto 
em 1983,
❏ É um vírus de RNA não envelopado de 
fita positiva no gênero Hepevirus. 
❏ As partículas virais têm de 32 a 34 
nm de diâmetro, e o genoma do RNA 
tem cerca de 7,3 kb de tamanho. 
❏ Os vírus são eliminados nas fezes 
durante a doença aguda.
❏ Antes do início da doença clínica, o 
HEV do RNA e os vírus do HEV podem 
ser detectados por PCR nas fezes e no 
soro. 
As primeiras manifestações da 
hepatite E consiste na elevação das 
aminotransferases séricas, doença 
clínica e elevação dos títulos de IgM 
anti HEV são simultâneas.
 Os sintomas cedem em 2 a 4 
semanas, e nesse período a IgM é 
substituída por anticorpos 
persistentes de IgG anti-HEV

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