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EMPRESARIAL QUESTÕES

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Livro Eletrônico
Aula 00
Provas Comentadas de Direito Empresarial p/ TRE-SP (Analista Judiciário - Área Judiciária)
Professor: Gabriel Rabelo
Aula Demonstrativa
 
 
PROVAS COMENTADAS – D. EMPRESARIAL/TRE-SP 
PROF. GABRIEL RABELO 
AULA 
00 
www.estrategiaconcursos.com.br Página 1 de 42 
 
PROVAS COMENTADAS DE DIREITO EMPRESARIAL 
 
Olá, meus amigos. Como estão? Sejam bem-vindos 
ao Estratégia Concursos, simplesmente o melhor 
curso preparatório para concursos deste país! 
 
É com grande satisfação que estamos aqui para 
ministrar para vocês a disciplina de Provas 
Comentadas de Direito Empresarial para o 
concurso de Analista Judiciário – Área Judiciária 
do Tribunal Regional Eleitoral do Estado de São Paulo. 
 
Antes de mais nada, permita que me apresente: 
 
Meu nome é Gabriel Rabelo, sou Auditor Fiscal da Secretaria da 
Fazenda do Estado do Rio de Janeiro, tendo também, dentre outros, 
exercido o cargo de Auditor Fiscal da Secretaria da Fazenda do 
Estado do Espírito Santo. 
 
Sou professor colaborador de direito empresarial e contabilidade no sítio 
do Estratégia. 
 
Ministro, também, contabilidade e direito empresarial em cursos 
presenciais preparatórios para concursos em Vitória e, em videoaula, no 
Eu Vou Passar. 
 
Sou autor dos livros 1.001 Questões Comentadas de Direito 
Empresarial – FCC e 1.001 Questões Comentadas de Direito 
Administrativo – ESAF, este último em co-autoria com a professora 
Elaine Marsula, ambos publicados pela Editora Método. 
 
Além disso, publiquei, com o professor Luciano Rosa, um livro de 
Contabilidade, chamado Contabilidade avançada facilitada para 
concursos também pela Editora Método – Teoria e Questões. 
 
O CURSO, EDITAL E PROVA 
 
O edital foi publicado na data de 30 de agosto de 2016. O concurso será 
realizado pela Fundação Carlos Chagas e destina-se ao provimento do 
quantitativo seguinte de cargos: 
 
0Aula Demonstrativa
 
 
PROVAS COMENTADAS – D. EMPRESARIAL/TRE-SP 
PROF. GABRIEL RABELO 
AULA 
00 
www.estrategiaconcursos.com.br Página 2 de 42 
 
 
Embora o concurso seja para o provimento de apenas 2 cargos, sabemos 
que por tradição este é um cargo que nomeia centenas de aprovados. 
Então, sem sombra de dúvidas trata-se de uma excelente oportunidade 
para morar em um ótimo estado, que é São Paulo. 
 
A remuneração inicial é de R$ 9.736,27. 
 
As provas objetivas serão realizadas na data provável de 12 de fevereiro 
de 2017. 
 
As matérias estão divididas do seguinte modo: 
 
 
 
Portanto, Direito Empresarial está dentro de conhecimentos específicos. 
Ainda não sabemos ao certo quantas questões teremos. Mas eu 
esperaria algo em torno de 2 a 3. 
 
A FCC tem por tradição explorar questões mais literais, que exigem 
reprodução do Código Civil. Então, no nosso curso, tentaremos se ater à 
literalidade, dando as explicações necessárias quando preciso. 
 
A ementa é a seguinte: 
 
24. Direito de empresa. Empresário. Sociedades personificadas e não 
personificadas. Sociedades simples e sociedades empresariais. Teoria da 
empresa. Sociedades por ações. Sociedades limitadas. Microempresa. 
Fundo de comércio. Ações e debêntures. Subscrição de capital. 
Responsabilidade dos administradores de sociedades. Cooperativas. 25. 
Concurso de credores. Falência, recuperação judicial e recuperação 
extrajudicial. 26. Títulos de crédito: cheque, letra de câmbio, nota 
promissória e duplicata. 
 
Nossas aulas, por seu turno, serão assim divididas: 
 
0Aula Demonstrativa
 
 
PROVAS COMENTADAS – D. EMPRESARIAL/TRE-SP 
PROF. GABRIEL RABELO 
AULA 
00 
www.estrategiaconcursos.com.br Página 3 de 42 
 
 
Esse será um curso de Provas Comentadas de Direito Empresarial 
para o TRE São Paulo! Como assim? Escolheremos boas questões 
para que vocês possam revisar a matéria e garantir bons 
pontinhos rumo à aprovação. 
 
O cronograma de aulas será o seguinte: 
 
AULA CONTEÚDO DATA 
Aula 0 Provas Comentadas 1.11 
Aula 1 Provas Comentadas 11.11 
Aula 2 Provas Comentadas 21.11 
Aula 3 Provas Comentadas 01.12 
 
É isso, pessoal! Esperamos encontrar vocês nos próximos encontros. 
 
Quaisquer dúvidas: 
 
 
Temos o destino que merecemos! O nosso destino está de acordo 
com os nossos méritos! (Albert Einsten) 
 
Então, quem quiser se juntar ao time, será bem-vindo! 
 
Forte abraço! 
 
GABRIEL RABELO. 
 
 
 
0Aula Demonstrativa
 
 
PROVAS COMENTADAS – D. EMPRESARIAL/TRE-SP 
PROF. GABRIEL RABELO 
AULA 
00 
www.estrategiaconcursos.com.br Página 4 de 42 
 
Nesta primeira aula, comentaremos algumas questões do concurso da 
Eletrosul, bem como da prova de Juiz do Trabalho do TRT 1, ambos deste 
ano. 
 
1) (FCC/Direito/Eletrosul/2016) Analise os seguintes enunciados 
em relação à atividade empresarial: 
 
I. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade 
econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de 
serviços. 
II. Considera-se empresário quem exerce profissão intelectual, de 
natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de 
auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir 
elemento de empresa. 
III. É facultativa a inscrição do empresário no Registro Público de 
Empresas Mercantis da respectiva sede, antes do início de sua atividade. 
IV. Faculta-se aos cônjuges contratar sociedade, entre si ou com 
terceiros, desde que não sejam casados sob o regime da comunhão 
universal de bens, ou no da separação obrigatória. 
 
Está correto o que se afirma APENAS em 
 
a) II, III e IV. 
b) I, III e IV. 
c) II e III. 
d) I e IV. 
e) I e II. 
 
Comentários: 
 
Vamos comentar item a item? 
 
I. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente 
atividade econômica organizada para a produção ou a circulação 
de bens ou de serviços. 
 
O item está correto. O conceito de empresário está esculpido no Código 
Civil, em seu artigo 966, e sua importância para o nosso certame dispensa 
comentários. Vejamos: 
 
Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente 
atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens 
ou de serviços. 
 
São estes, pois, os requisitos para que alguém seja classificado como 
empresário: 
 
0Aula Demonstrativa
 
 
PROVAS COMENTADAS – D. EMPRESARIAL/TRE-SP 
PROF. GABRIEL RABELO 
AULA 
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Requisitos 
 
 
 
 Empresário 
Atividade econômica 
 
Organização 
 
Produção ou circulação de bens ou serviços 
 
Capacidade/não impedimento 
 
1) Profissionalismo: O negócio não pode ser praticado em caráter 
eventual, mas deve ser feito rotineiramente, assumindo-o o empresário 
como seu ofício. Assim, uma pessoa que vende o seu único carro a um 
terceiro não será caracterizada como empresária por este motivo. 
2) Organização: A pessoa deve praticar a atividade de forma organizada, 
dispondo do chamado estabelecimento empresarial, que é o conjunto de 
bens móveis e imóveis, corpóreos e incorpóreos, utilizados para o 
exercício da atividade. 
3) Atividade econômica: Vejam que o Código arrolou tanto a circulação 
de bens como a prestação de serviços, entre outras. 
4) Capacidade e não impedimento: veremos mais à frente este 
conceito. Por ora, devemos saber que a pessoa para ser empresária 
deverá ser considerada como capaz de direitos e obrigações. Também não 
poderá ser impedida por lei de exercer o empresariado. 
 
Portanto, uma pessoa que exerce a atividade de venda de carros, possui 
uma “garagem” e lá pratica organizadamente essa atividade econômica, 
será considerada empresária. 
 
Todavia, quando eu, Gabriel, resolvo vender meu fusca 1972, estarei 
excluído do regime empresarial, posto que apenas o fiz esporadicamente, 
sem levar a operação como profissão. 
 
II. Considera-se empresário quem exerce profissão intelectual, de 
natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de 
auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão 
constituir elemento de empresa. 
 
O item está incorreto. Pelo contrário: não seconsidera empresário quem 
exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, 
ainda que com o concurso de auxiliares ou colaborados, salve se o 
exercício da profissão constituir elemento de empresa. 
 
É esse o dispositivo do artigo 966, parágrafo único, do Código Civil. 
 
Art. 966. (...) 
 
Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce 
profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, 
ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o 
exercício da profissão constituir elemento de empresa. 
0Aula Demonstrativa
 
 
PROVAS COMENTADAS – D. EMPRESARIAL/TRE-SP 
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AULA 
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Exceções ao regime empresarial 
Exceções 
Profissionais intelectuais 
Ainda que 
com 
auxiliares 
Salvo se 
constituir 
elemento 
de empresa 
Profissionais de natureza científica 
Profissionais de natureza literária 
Profissionais de natureza artística 
 
Com base no dispositivo acima, ressalvadas estão, via de regra, as 
atividades intelectuais que possuam natureza intelectual, científica, 
literária ou artística, salvo se o exercício da profissão constituir 
elemento de empresa. Como assim, professor? Explique-se melhor esse 
ponto. Um médico que trabalhe sozinho, que tenha uma clientela que 
freqüenta sua clínica a fim de prestigiar o bom trabalho por ele realizado, 
não será considerado empresário, por conta do que ordena o artigo 966, 
parágrafo único, embora possua todos os elementos contidos na questão: 
exploração profissional da atividade, individual, direta, habitual e com fins 
lucrativos de uma atividade econômica. O mesmo vale para dentistas, 
arquitetos, artistas, uma vez que prestam serviços de natureza 
intelectual, científica, literária ou artística. 
 
Todavia, o hospital de grande porte onde esse mesmo médico trabalha 
como plantonista, ambiente cujos pacientes não sabem sequer de sua 
existência, não vão lá por sua causa, mas, sim, por que o exercício da 
profissão (a medicina) constitui elemento da empresa (hospital), será 
considerado sociedade empresária. 
 
Portanto, não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, 
de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de 
auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir 
elemento de empresa. 
 
Tal regra se aplica não só às pessoas que exploram a atividade sozinhas. 
Se dois ou mais dentistas, por exemplo, se reunirem para formar um 
consultório, não serão, igualmente, considerados empresários. Tal 
sociedade será chamada de sociedade simples. 
 
A sociedade empresária é aquela que se enquadra no artigo 966 do 
Código Civil, já citado. A sociedade simples tem critério residual, isto é, 
será aquela que não se enquadrar no conceito de sociedade empresária. 
 
E por que há este nome?! Pois, de acordo com o próprio Código Civil: 
 
Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a 
sociedade que tem por objeto o exercício de atividade própria de 
empresário sujeito a registro (art. 967); e, simples, as demais. 
 
0Aula Demonstrativa
 
 
PROVAS COMENTADAS – D. EMPRESARIAL/TRE-SP 
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III. É facultativa a inscrição do empresário no Registro Público de 
Empresas Mercantis da respectiva sede, antes do início de sua 
atividade. 
 
O item está incorreto. O registro não é facultativo, mas sim obrigatório. 
Ele deve ser feito na respectiva sede e antes do início da atividade. É 
este o comando do artigo 967 do Código Civil: 
 
Art. 967. É obrigatória a inscrição do empresário no 
registro público de empresas mercantis da respectiva 
sede, antes do início de sua atividade. 
 
O que podemos concluir disso? O registro é obrigação legal a todos os 
empresários imposta. Não obstante, um empresário que não o faça 
não deixará de sê-lo por este motivo. Encontrar-se-á, tão-somente, 
em situação irregular. 
 
- O registro tem natureza declaratória. 
- O registro não tem natureza constitutiva. 
 
Algumas consequências advêm da não providência do registro, como 
exemplo: 
 
1) A vedação de requerer para si recuperação judicial ou extrajudicial; 
2) A responsabilidade pessoal e ilimitada dos sócios. 
 
Ademais, poderá ser requerida a falência do empresário irregular. 
Decretando-a, incorrerá o empresário irregular em ilícito penal, previsto 
no artigo 178 da Lei de Falência, cuja sanção é detenção, de 1 (um) a 2 
(dois) anos, e multa, se o fato não constituir crime mais grave. 
 
Repita-se: a inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis não é 
requisito previsto no artigo 966, mas é obrigação imposta aos 
empresários no artigo 967, um empresário que não o faça não deixará de 
sê-lo por este motivo. 
 
O empresário individual e a 
sociedade empresária devem se 
registrar no Registro Público de 
Empresas Mercantis, a cargo das 
Juntas Comerciais. Já os outros 
tipos societários devem proceder 
ao registro no Registro Civil de 
Pessoas Jurídicas. 
 
IV. Faculta-se aos cônjuges contratar sociedade, entre si ou com 
terceiros, desde que não sejam casados sob o regime da 
comunhão universal de bens, ou no da separação obrigatória. 
0Aula Demonstrativa
 
 
PROVAS COMENTADAS – D. EMPRESARIAL/TRE-SP 
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O item está correto. Expliquemo-lo. 
 
O empresário previsto no artigo 966 do Código Civil pode ser tanto 
empresário individual (pessoa física que, por sua conta e risco, assume as 
atividades sozinho ou EIRELI) ou sociedade empresária (quando dois ou 
mais sócios o fazem por meio da criação de uma pessoa jurídica). Pois 
bem. Pode acontecer, e é comum, que duas pessoas casadas resolvam 
instituir sociedade juntos. Porém, antes da constituição, há uma regra no 
Código Civil a ser observada. Vamos direto ao dispositivo legal: 
 
Art. 977. Faculta-se aos cônjuges contratar sociedade, entre si ou com 
terceiros, desde que não tenham casado no regime da comunhão 
universal de bens, ou no da separação obrigatória. 
 
Não basta, porém, a simples exposição do dispositivo. Vamos interpretá-
lo. 
 
O artigo em comento se refere à possibilidade de os cônjuges formarem 
sociedade. Portanto, em primeiro lugar, não se trata da possibilidade de 
virem os cônjuges a serem empresários individuais, mas, sim, de 
formarem sociedade, entre si ou com terceiros. 
 
Portanto, se eu, Gabriel, sou casado com Joana, sob o regime de 
comunhão universal, poderei tranquilamente abrir uma lanchonete e 
explorar o empreendimento sozinho, sem ter Joana como sócia. Todavia, 
se quisermos eu e ela iniciar o negócio juntos, como sócios, incidiremos 
na vedação do artigo 977. 
 
Outra hipótese, plenamente possível, é que eu, Gabriel, e João (terceiro) 
celebremos uma sociedade. Não poderemos, porém, eu, João e Joana 
participarmos, pois incidiremos nas proibições do art. 977. 
 
 
Cônjuges (Comunhão 
universal e separação 
obrigatória) 
Terceiro 
Situação 
 A B C 
Sociedade 
entre 
X X Proibido 
X X X Proibido 
X X Permitido 
 X X Permitido 
 
Gabarito  D. 
 
 
0Aula Demonstrativa
 
 
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2) (FCC/Juiz do Trabalho/TRT 1/2016) Segundo o Código Civil 
Brasileiro, relativamente às sociedades limitadas, as deliberações dos 
sócios serão tomadas pelos votos correspondentes, no mínimo, a 
 
a) dois terços do capital social, nos casos de modificação do contrato 
social. 
b) dois terços do capital social, nos casos de pedido de concordata. 
c) dois terços dos presentes, nos casos de destituição dos 
administradores. 
d) três quartos do capital social, nos casos de incorporação ou fusão da 
sociedade. 
e) três quartos do capital social, nos casos de pedido de concordata. 
 
Comentários: 
 
O assunto sociedade limitadas é questão certa em provas que contenham 
direitoempresarial! Sempre há uma questão sobre o tema, de modo que 
é extremamente recomendável que os artigos pertinentes do Código Civil 
(1.052 a 1.087) sejam lidos com muito carinho. 
 
Sabemos que a sociedade tem sócios, que são os “donos” do negócio, e 
tem também administradores. Não necessariamente as pessoas que 
administram uma sociedade são sócios, embora possam ser. 
 
No dia a dia, muitas decisões sobre os negócios da entidade podem ser 
tomadas pelos administradores. Por exemplo, a contratação de um 
funcionário, o pagamento de uma conta de luz, a assinatura de um 
contrato de fornecimento, e outros pontos que estiverem previstos no 
contrato social. 
 
Todavia, o Código Civil reservou alguns aspectos para decisão por 
deliberação dos sócios, por se tratarem de aspectos mais delicados o 
negócio. Vamos ver? 
 
Art. 1.071. Dependem da deliberação dos sócios, além de outras 
matérias indicadas na lei ou no contrato: 
 
I - a aprovação das contas da administração; 
II - a designação dos administradores, quando feita em ato separado; 
III - a destituição dos administradores; 
IV - o modo de sua remuneração, quando não estabelecido no contrato; 
V - a modificação do contrato social; 
VI - a incorporação, a fusão e a dissolução da sociedade, ou a cessação do 
estado de liquidação; 
VII - a nomeação e destituição dos liquidantes e o julgamento das suas 
contas; 
VIII - o pedido de concordata (Substituída pela recuperação judicial). 
 
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PROVAS COMENTADAS – D. EMPRESARIAL/TRE-SP 
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Essas deliberações são tomadas por assembléia de sócios. Porém, nas 
limitadas com menos de 10 sócios, podemos substituí-la pela chamada 
reunião de sócios. A diferença entre uma e outra se encontra no rito. A 
assembléia está prevista no próprio Código, enquanto que a reunião segue 
rito previsto no próprio contrato social. 
 
A reunião ou a assembléia tornam-se dispensáveis quando todos os sócios 
decidirem, por escrito, sobre a matéria que seria objeto delas (CC, art. 
1.072, §3º). 
 
As deliberações tomadas de conformidade com a lei e o contrato vinculam 
todos os sócios, ainda que ausentes ou dissidentes (CC, art. 1.072, §5º). 
 
O quórum para instalação de uma assembléia é de ¾ do capital 
social, para a primeira convocação. Para a segunda convocação, realiza-
se com qualquer número. 
 
Ressalte-se, porém, que o quórum para instalação se distingue do 
quórum para deliberação. 
 
Quais são os quóruns para deliberação, que é o que o comando da 
questão exige: 
 
Art. 1.076. Ressalvado o disposto no art. 1.061 e no § 1o do art. 1.063, 
as deliberações dos sócios serão tomadas: 
 
I - pelos votos correspondentes, no mínimo, a três quartos do capital 
social, nos casos previstos nos incisos V e VI do art. 1.071; 
II - pelos votos correspondentes a mais de metade do capital social, nos 
casos previstos nos incisos II, III, IV e VIII do art. 1.071; 
III - pela maioria de votos dos presentes, nos demais casos previstos na 
lei ou no contrato, se este não exigir maioria mais elevada. 
 
Resumindo: 
 
Deliberação Quórum 
Aprovação das contas da administração Maioria votos 
Designação dos administradores, quando feita em ato separado Mais Metade CS 
Destituição dos administradores Mais Metade CS 
Modo de remuneração dos administradores Mais Metade CS 
Modificação do contrato social 3/4 CS 
Incorporação, fusão, dissolução, cessação do Estado de liquidação 3/4 CS 
Nomeaçào, destituição dos liquidantes e julgamento das contas Maioria votos 
Pedido de "concordata" Mais Metade CS 
 
Agora, vamos ver a nossa questão? 
 
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a) dois terços do capital social, nos casos de modificação do 
contrato social. 
 
Errado! São ¾ do capital social. 
 
b) dois terços do capital social, nos casos de pedido de concordata. 
 
Errado! É mais de metade do capital social. 
 
c) dois terços dos presentes, nos casos de destituição dos 
administradores. 
 
Errado! É mais da metade do capital social. 
 
d) três quartos do capital social, nos casos de incorporação ou 
fusão da sociedade. 
 
Correto! Esse é o nosso gabarito. 
 
e) três quartos do capital social, nos casos de pedido de 
concordata. 
 
Errado! É mais de metade do capital social. 
 
Gabarito  D. 
 
 
3) (FCC/Direito/Eletrosul/2016) Em relação à sociedade limitada, é 
correto afirmar: 
 
a) Seu contrato social só poderá prever sua regência supletiva pelas 
normas da sociedade em nome coletivo. 
b) O uso da firma ou denominação social é privativo dos administradores 
que tenham os necessários poderes. 
c) O valor da quota do sócio pode ser estabelecido em prestação de 
serviços de sua especialidade, desde que condizente com a finalidade da 
sociedade. 
d) Seus administradores necessariamente devem ser sócios, vedada a 
designação de quem não o sejam. 
e) Na omissão do contrato, o sócio não pode ceder sua quota, salvo se 
totalmente a outro sócio, defesa a cessão a estranhos. 
 
Comentários: 
 
a) Seu contrato social só poderá prever sua regência supletiva 
pelas normas da sociedade em nome coletivo. 
 
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Item incorreto. Esse ponto é muito cobrado quando estamos falando das 
sociedades limitadas! 
 
Art. 1.053. A sociedade limitada rege-se, nas omissões deste Capítulo, 
pelas normas da sociedade simples. 
 
Parágrafo único. O contrato social poderá prever a regência supletiva da 
sociedade limitada pelas normas da sociedade anônima. 
 
Assim, pela inteligência do caput do artigo 1.053, na omissão do 
regramento próprio para a sociedade limitada, aplicar-se-ão as regras 
tratadas para as sociedades simples. Contudo, pode o contrato social 
prever a aplicação supletiva da lei das sociedades por ações (Lei 
6.404/76), como se infere do parágrafo único. 
 
Fica assim: 
 
Aplicação de normas das SS ou SA nas LTDAS 
 
1) Se o contrato social não dispuser sobre o assunto, ser-lhe-ão aplicadas 
supletivamente as regras das sociedades simples. 
2) Caso haja previsão no contrato, poderão se aplicar as regras das 
sociedades anônimas em caráter supletivo. 
 
 
 
b) O uso da firma ou denominação social é privativo dos 
administradores que tenham os necessários poderes. 
 
O item está correto. A sociedade limitada por adotar firma (que é um 
nome empresarial composto pelo nome dos sócios integrantes do quadro 
societário) ou denominação (que é o nome empresarial que não se baseia 
no nome dos sócios). O uso do nome empresarial é privativo dos 
administradores que tenham os necessários poderes. O que isso quer 
dizer? 
 
Que são eles quem assinam, que representam a vontade da sociedade, 
em documentos, contratos, notas fiscais, etc. 
 
Aplicação de normas para 
LTDA 
Regra: normas próprias (art. 
1.052 a 1.087) 
Omissão? Normas das SS 
Contrato pode prever 
regência supletiva pela Lei 
6.404 
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Gabarito! 
 
c) O valor da quota do sócio pode ser estabelecido em prestação 
de serviços de sua especialidade, desde que condizente com a 
finalidade da sociedade. 
 
Errado. Gravem! Na sociedade limitada, é vedada a contribuição que 
consista em prestação de serviço. Isto é, não pode um sócio ingressar na 
sociedade integralizando a sua parte em serviços. 
 
Art. 1.055. O capital social divide-se em quotas, iguais ou desiguais, 
cabendo uma ou diversas a cada sócio. 
 
§ 2o É vedada contribuição que consista em prestação de serviços. 
 
d) Seus administradores necessariamente devem ser sócios, 
vedada a designação de quem não o sejam. 
 
O item está incorreto. A sociedade limitada pode ser administrada por 
sócios ou nãosócios. 
 
Atenção! Antigamente, para o exercício da administração por não-
sócio, havia de constar expressa previsão em contrato social. 
Todavia, o Código Civil mudou. Essa regra foi dispensada, flexibilizando a 
nomeação de administradores nas limitadas. 
 
Errado! 
 
e) Na omissão do contrato, o sócio não pode ceder sua quota, 
salvo se totalmente a outro sócio, defesa a cessão a estranhos. 
 
Errado! Com fulcro no Código Civil: 
 
Art. 1.057. Na omissão do contrato, o sócio pode ceder sua quota, 
total ou parcialmente, a quem seja sócio, independentemente de 
audiência dos outros, ou a estranho, se não houver oposição de titulares 
de mais de um quarto do capital social. 
 
Veja que a cessão de quotas pode ser feita a sócios, independentemente 
da anuência. Contudo, se houver um estranho (um não-sócio) ao quadro 
societário a cessão não poderá ser resistida por mais de um quarto do 
capital social. 
 
 
Cessão de quotas 
Contrato estipula 
o que quiser 
Não fez? 
Cessão para 
sócios: independe 
de anuência 
Cessão para não 
sócios: não pode 
ter oposição de 
mais de 1/4 do CS 
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Gabarito  B 
 
 
4) (FCC/Direito/Eletrosul/2016) Em relação às sociedades 
anônimas, 
 
a) as ações, conforme a natureza dos direitos ou vantagens que confiram 
a seus titulares, são ordinárias, preferenciais, ou de fruição; as ações 
ordinárias da companhia fechada e as ações preferenciais da companhia 
aberta e fechada poderão ser de uma ou mais classes. 
b) desde que previsto no estatuto, a sociedade anônima poderá participar 
de outras sociedades, como forma de realizar seu objeto social. 
c) o estatuto da companhia fixará o valor do capital social, expresso em 
moeda nacional e imutável, salvo por sua correção monetária anual. 
d) o capital social da sociedade anônima será formado necessariamente 
em pecúnia, somente. 
e) o subscritor ou acionista não responderá pela solvência do devedor 
quando a entrada para a formação do capital social consistir em crédito. 
 
Comentários: 
 
a) as ações, conforme a natureza dos direitos ou vantagens que 
confiram a seus titulares, são ordinárias, preferenciais, ou de 
fruição; as ações ordinárias da companhia fechada e as ações 
preferenciais da companhia aberta e fechada poderão ser de uma 
ou mais classes. 
 
Uma pessoa se torna acionista de uma sociedade anônima através de 
duas formas. A primeira é pela subscrição de capital, no momento da 
criação da sociedade. O segundo é a aquisição de ações no mercado de 
valores mobiliários. 
 
As ações representam uma unidade do capital social da sociedade 
anônima. 
 
O acionista é obrigado a realizar, nas condições previstas no estatuto ou 
no boletim de subscrição, a prestação correspondente às ações subscritas 
ou adquiridas (LSA, art. 106). 
 
Quanto à espécie, as ações podem ser: 
 
a) Ordinárias: São as que conferem os direitos comuns de sócio sem 
restrições ou privilégios, em que normalmente se divide o capital social. 
Toda e qualquer sociedade anônima conterá ações desta espécie, 
já que dela decorrem apenas direitos comuns, ordinários, a seus 
acionistas. O direito a voto é inerente às ações ordinárias. 
 
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b) Preferenciais: São aquelas que dão aos seus titulares algum privilégio 
ou preferência, como, por exemplo, a prioridade da distribuição dos 
dividendos em montante superior ao que foi atribuído às ordinárias, 
fixação de dividendos mínimos ou cumulativos, prioridade de reembolso 
em caso de liquidação, com prêmio ou sem ele, etc. mas podem ser 
privadas de alguns direitos, tais como o voto. Observe-se, porém, 
que as ações preferenciais podem ou não ter direito a voto. Na 
prática, esse direito é quase sempre limitado. 
 
Entre os benefícios que os preferencialistas podem obter, a LSA arrola: 
 
Art. 17. As preferências ou vantagens das ações preferenciais podem 
consistir: 
 
I - em prioridade na distribuição de dividendo, fixo ou mínimo; 
II - em prioridade no reembolso do capital, com prêmio ou sem ele; ou 
III - na acumulação das preferências e vantagens de que tratam os incisos 
I e II. 
 
 
A preferência pode ser a combinação de ambas também. 
 
Ressalte-se que a LSA salienta que o número de ações preferenciais 
sem direito a voto, ou sujeitas a restrição no exercício desse 
direito, não pode ultrapassar 50% do total das ações emitidas 
(LSA, art. 15, §2º). 
 
Portanto. Por exemplo. A companhia ALFA tem 100.000 ações emitidas. O 
número máximo de ações preferenciais poderá ser de 50.000. 
 
Em essência, as ações preferenciais podem ser divididas de acordo com o 
conjunto de direitos e obrigações que conferem a seus titulares. 
 
P
re
fe
rê
n
ci
as
 a
çõ
es
 p
re
f. 
Priori. distr. 
dividendos 
Fixo 
Mínimo 
Prori. reemb. 
capital 
Com prêmio 
Sem prêmio 
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As ações ordinárias não poderiam, em princípio, ser divididas, já que 
conferem tão-somente direitos comuns aos seus proprietários. Contudo, a 
LSA prevê que: 
 
Art. 16. As ações ordinárias de companhia fechada poderão ser de classes 
diversas, em função de: 
 
I - conversibilidade em ações preferenciais; 
II - exigência de nacionalidade brasileira do acionista; ou 
III - direito de voto em separado para o preenchimento de determinados 
cargos de órgãos administrativos. 
 
 
 
Vejam que esta possibilidade está presente apenas nas companhias 
fechadas. Para as companhias abertas é proibida a divisão das 
ações ordinárias em classes. Este é o teor do artigo 15, §1 da LSA. 
 
Art. 15. § 1º As ações ordinárias da companhia fechada e as ações 
preferenciais da companhia aberta e fechada poderão ser de uma ou mais 
classes. 
 
c) Fruição: Segundo a doutrina de Rubens Requião, as ações de fruição 
resultam da amortização das ações comuns ou preferenciais. O artigo 44, 
parágrafo 5º, da Lei das S/A, estabelece que as ações integralmente 
amortizadas poderão ser substituídas por ações de fruição, com as 
restrições fixadas no estatuto da sociedade ou pela assembléia geral que 
poderá deliberar sobre a amortização. 
 
Segundo a LSA: 
 
Art. 15. As ações, conforme a natureza dos direitos ou vantagens que 
confiram a seus titulares, são ordinárias, preferenciais, ou de fruição. 
 
Quanto à classe de ações, faz-se necessário saber o seguinte. 
 
As ações ordinárias da companhia fechada e as ações preferenciais da 
companhia aberta e fechada poderão ser de uma ou mais classes (LSA, 
art. 15, §1º). 
 
Ações ordinárias 
de cia. fechada 
Convers. em 
ações prefer. 
Exig. nacio. 
brasileira 
Direito de voto 
separado 
Classes 
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Vejam novamente, alunos, que as ações ordinárias, em regra, não 
poderiam ser divididas em classes, posto que a ações ordinárias 
caracterizam-se, justamente, por fornecer aos acionistas os mesmos 
direitos e obrigações. Contudo, a lei excepciona a companhia fechada e 
permite que suas ações ordinárias sejam divididas em classe. Tal fato não 
vale para as ordinárias das companhias abertas. 
 
Aceita divisão em classes? 
Sociedade anônima Aberta Fechada 
Ação ordinária Não Sim 
Ação preferencial Sim Sim 
 
Item correto! 
 
b) desde que previsto no estatuto, a sociedade anônima poderá 
participar de outras sociedades, como forma de realizar seu objeto 
social. 
 
Segundo a Lei 6.404/76: 
 
Art. 2º Pode ser objeto da companhia qualquer empresa de fim lucrativo, 
não contrário à lei, à ordem pública e aos bons costumes. 
 
§ 1º Qualquer que seja o objeto, a companhia é mercantil e se regepelas 
leis e usos do comércio. 
§ 2º O estatuto social definirá o objeto de modo preciso e completo. 
§ 3º A companhia pode ter por objeto participar de outras 
sociedades; ainda que não prevista no estatuto, a participação é 
facultada como meio de realizar o objeto social, ou para 
beneficiar-se de incentivos fiscais. 
 
Item, portanto, errado! 
 
c) o estatuto da companhia fixará o valor do capital social, 
expresso em moeda nacional e imutável, salvo por sua correção 
monetária anual. 
 
O item está incorreto. O capital social é uma parte do patrimônio próprio 
da entidade. É o valor que os sócios colocam no empreendimento para dar 
início às atividades. 
 
Segundo a Lei 6.404: 
 
Art. 5º O estatuto da companhia fixará o valor do capital social, expresso 
em moeda nacional. 
 
Parágrafo único. A expressão monetária do valor do capital social 
realizado será corrigida anualmente (artigo 167). 
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Art. 6º O capital social somente poderá ser modificado com observância 
dos preceitos desta Lei e do estatuto social (artigos 166 a 174). 
 
Portanto, ele não é imutável. Isso seria incompatível com o crescimento 
das sociedades brasileiras, já que é interessante que elas aumentem de 
tamanho, uma vez que isso refletirá automaticamente na econômica do 
país. 
 
d) o capital social da sociedade anônima será formado 
necessariamente em pecúnia, somente. 
 
Item errado! 
 
Art. 7º O capital social poderá ser formado com contribuições em dinheiro 
ou em qualquer espécie de bens suscetíveis de avaliação em 
dinheiro. 
 
Capital social: dinheiro + quaisquer espécies de bens suscetíveis 
de avaliação em dinheiro. 
 
Esse artigo é clássico em provas. 
 
Se a entrega para o capital social for feita em bens, estes bens precisam 
passar por uma avaliação. De acordo com o artigo 8º da LSA: 
 
Art. 8º A avaliação dos bens será feita por 3 peritos ou por empresa 
especializada, nomeados em assembléia-geral dos subscritores, 
convocada pela imprensa e presidida por um dos fundadores, instalando-
se em primeira convocação com a presença de subscritores que 
representem metade, pelo menos, do capital social, e em segunda 
convocação com qualquer número. 
 
§ 1º Os peritos ou a empresa avaliadora deverão apresentar laudo 
fundamentado, com a indicação dos critérios de avaliação e dos elementos 
de comparação adotados e instruído com os documentos relativos aos 
bens avaliados, e estarão presentes à assembléia que conhecer do laudo, 
a fim de prestarem as informações que lhes forem solicitadas. 
§ 2º Se o subscritor aceitar o valor aprovado pela assembléia, os bens 
incorporar-se-ão ao patrimônio da companhia, competindo aos primeiros 
diretores cumprir as formalidades necessárias à respectiva transmissão. 
§ 3º Se a assembléia não aprovar a avaliação, ou o subscritor não aceitar 
a avaliação aprovada, ficará sem efeito o projeto de constituição da 
companhia. 
§ 4º Os bens não poderão ser incorporados ao patrimônio da companhia 
por valor acima do que lhes tiver dado o subscritor. 
 
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Ok? Até aqui tudo certo? Sim! Integralizou em bem? Avaliação por 3 
peritos, aprovando o laudo pela assembléia-geral dos subscritores. 
 
 
 
 
 
e) o subscritor ou acionista não responderá pela solvência do 
devedor quando a entrada para a formação do capital social 
consistir em crédito. 
 
O item está incorreto! 
 
Art. 10. A responsabilidade civil dos subscritores ou acionistas que 
contribuírem com bens para a formação do capital social será idêntica à 
do vendedor. 
 
Parágrafo único. Quando a entrada consistir em crédito, o subscritor ou 
acionista responderá pela solvência do devedor. 
 
Gabarito  A. 
 
 
5) (FCC/Juiz do Trabalho/TRT 1/2016) Relativamente ao direito de 
voto, conforme estabelece a Lei nº 6.404/76, é correto afirmar: 
 
a) É permitido atribuir voto plural às ações escriturais. 
b) Se todos os subscritores forem condôminos do bem com que 
concorreram para a formação do capital social, será dispensada a 
apresentação de laudo de avaliação do bem. 
c) O direito de voto da ação gravada com usufruto, se não for regulado 
no ato de constituição do gravame, somente poderá ser exercido 
mediante prévio acordo entre o proprietário e o usufrutuário. 
Avaliação de bens 
ͻ3 Peritos OU 
ͻEmpresa 
Especializada 
Assembleia Geral 
ͻNomeia os peritos 
ͻÉ convocada pela 
imprensa 
ͻPresidida por 
fundador 
Quórum da AG 
ͻPrimeira 
convocação: 
metade do capital 
social 
ͻSegunda 
convocação: 
qualquer número 
Peritos 
ͻApresentam laudo 
com os valores 
Aceito? 
ͻBens são 
incorporados ao 
patrimônio 
Não aceito? 
ͻFica sem efeito a 
constituição da 
companhia 
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d) O acionista responde pelos danos causados pelo exercício abusivo do 
direito de voto apenas quando o seu voto houver prevalecido. 
e) O credor garantido por alienação fiduciária da ação poderá exercer o 
direito de voto. 
 
Comentários: 
 
Comentemos item a item... 
 
a) É permitido atribuir voto plural às ações escriturais. 
 
O voto não consta entre os direitos essenciais supracitados? Não! Logo, 
grave-se: o voto não faz parte desses direitos garantidos 
amplamente aos acionistas. Este é um primeiro ponto que pode ser 
cobrado em prova. 
 
Assim, nem todas as ações dão direito a voto. As ações ordinárias 
conferem aos titulares o direito a voto. As ações preferenciais podem não 
conferir direito a voto. 
 
Segundo a LSA: 
 
Art. 110. A cada ação ordinária corresponde 1 (um) voto nas 
deliberações da assembléia-geral. 
 
Contudo, pode o estatuto estabelecer limite ao número de votos de 
cada um dos acionistas. 
 
Art. 111. O estatuto poderá deixar de conferir às ações preferenciais 
algum ou alguns dos direitos reconhecidos às ações ordinárias, inclusive 
o de voto, ou conferi-lo com restrições, observado o disposto no artigo 
109. 
 
Indo mais além, a LSA, art. 110, §2º, estabelece que é vedado atribuir 
voto plural a qualquer classe de ações. Por voto plural, entenda-se 
atribuir mais de um voto a uma mesma ação. Assim, haveria voto plural 
se eu, Gabriel Rabelo, acionista ordinário da Petrobrás, com uma única 
ação ordinária da sociedade, tivesse a possibilidade de votar duas ou mais 
vezes matéria em pauta. 
 
Distinga-se, entretanto, o voto plural do voto múltiplo. 
 
O voto múltiplo verifica-se na eleição de membros do denominado 
Conselho de Administração, que cuida da gestão dos negócios da 
Sociedade Anônima. 
 
Voto plural! Vedado. 
Voto múltiplo! Permitido. 
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b) Se todos os subscritores forem condôminos do bem com que 
concorreram para a formação do capital social, será dispensada a 
apresentação de laudo de avaliação do bem. 
 
Art. 115. O acionista deve exercer o direito a voto no interesse da 
companhia; considerar-se-á abusivo o voto exercido com o fim de causar 
dano à companhia ou a outros acionistas, ou de obter, para si ou para 
outrem, vantagem a que não faz jus e de que resulte, ou possa resultar, 
prejuízo para a companhia ou para outros acionistas.(Redação dada pela 
Lei nº 10.303, de 2001) 
 
§ 2º Se todos os subscritores forem condôminos de bem com que 
concorreram para a formação do capital social, poderão aprovar o 
laudo, sem prejuízo da responsabilidade de que trata o § 6º do 
artigo 8º. 
 
Art. 8º § 6º Os avaliadores e o subscritor responderão perante a 
companhia, os acionistas e terceiros, pelos danos que lhes causarem por 
culpa ou dolo na avaliação dos bens, sem prejuízo da responsabilidadepenal em que tenham incorrido; no caso de bens em condomínio, a 
responsabilidade dos subscritores é solidária. 
 
Item errado! 
 
c) O direito de voto da ação gravada com usufruto, se não for 
regulado no ato de constituição do gravame, somente poderá ser 
exercido mediante prévio acordo entre o proprietário e o 
usufrutuário. 
 
Este é o nosso gabarito! 
 
Art. 114. O direito de voto da ação gravada com usufruto, se não for 
regulado no ato de constituição do gravame, somente poderá ser exercido 
mediante prévio acordo entre o proprietário e o usufrutuário. 
 
d) O acionista responde pelos danos causados pelo exercício 
abusivo do direito de voto apenas quando o seu voto houver 
prevalecido. 
 
Art. 115. O acionista deve exercer o direito a voto no interesse da 
companhia; considerar-se-á abusivo o voto exercido com o fim de causar 
dano à companhia ou a outros acionistas, ou de obter, para si ou para 
outrem, vantagem a que não faz jus e de que resulte, ou possa resultar, 
prejuízo para a companhia ou para outros acionistas.(Redação dada pela 
Lei nº 10.303, de 2001) 
 
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§ 1º o acionista não poderá votar nas deliberações da assembléia-geral 
relativas ao laudo de avaliação de bens com que concorrer para a 
formação do capital social e à aprovação de suas contas como 
administrador, nem em quaisquer outras que puderem beneficiá-lo de 
modo particular, ou em que tiver interesse conflitante com o da 
companhia. 
§ 2º Se todos os subscritores forem condôminos de bem com que 
concorreram para a formação do capital social, poderão aprovar o laudo, 
sem prejuízo da responsabilidade de que trata o § 6º do artigo 8º. 
§ 3º o acionista responde pelos danos causados pelo exercício 
abusivo do direito de voto, ainda que seu voto não haja 
prevalecido. 
 
Item, portanto, incorreto. 
 
e) O credor garantido por alienação fiduciária da ação poderá 
exercer o direito de voto. 
 
Art. 113. O penhor da ação não impede o acionista de exercer o direito de 
voto; será lícito, todavia, estabelecer, no contrato, que o acionista não 
poderá, sem consentimento do credor pignoratício, votar em certas 
deliberações. 
 
Parágrafo único. O credor garantido por alienação fiduciária da ação 
não poderá exercer o direito de voto; o devedor somente poderá 
exercê-lo nos termos do contrato. 
 
Gabarito  C. 
 
 
6) (FCC/Juiz do Trabalho/TRT 1/2016) Segundo o Código Civil 
Brasileiro, são características da sociedade cooperativa, exceto: 
 
a) variabilidade, ou dispensa do capital social. 
b) limitação do valor da soma de quotas do capital social que cada sócio 
poderá tomar. 
c) direito de cada sócio a um só voto nas deliberações, qualquer que seja 
o valor da sua participação. 
d) transferibilidade das quotas do capital a terceiros estranhos à 
sociedade em casos de herança. 
e) indivisibilidade do fundo de reserva entre os sócios, ainda que em caso 
de dissolução da sociedade. 
 
Comentários: 
 
As cooperativas têm seu regramento básico na Lei 5.764/71. Esta lei 
define a política nacional do cooperativismo, instituindo o regime jurídico 
das cooperativas. 
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Os artigos 1.093 a 1.096 do Código Civil trazem lições supletivas para as 
cooperativas. 
 
O primeiro aspecto a se anotar para as cooperativas é que a 
Constituição Federal assegurou o direito ao cooperativismo ao 
estatuir que sua criação independe de autorização estatal, bem 
como vedou que o Estado interferisse em seu funcionamento. 
 
Art. 5º, XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de 
cooperativas independem de autorização, sendo vedada a interferência 
estatal em seu funcionamento; 
 
Ressalte-se também que a sociedade cooperativa será sempre 
considerada sociedade simples, independentemente de seu objeto. 
 
Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a 
sociedade que tem por objeto o exercício de atividade própria de 
empresário sujeito a registro (art. 967); e, simples, as demais. 
 
Parágrafo único. Independentemente de seu objeto, considera-se 
empresária a sociedade por ações; e, simples, a cooperativa. 
 
A cooperativa é, grosso modo, a reunião de pessoas físicas ou jurídicas, 
exercentes do mesmo tipo de atividade econômica. Tal união permite a 
otimização de custos e negociações de forma a permitir melhores 
resultados para seus membros. Muitas vezes os atos cooperativos são 
beneficiados também por legislações tributárias. 
 
Um aspecto interessante e digno de nota é que as cooperativas não 
possuem finalidades lucrativas. O que os cooperados pretendem é 
obter lucro com as suas atividades próprias, pessoais, e não com as 
atividades da cooperativa. 
 
Entre os principais pontos que podem ser cobrados sobre as cooperativas 
em concursos é o fato de serem sociedades simples, de pessoas, não 
sujeitas ao processo falimentar previsto na Lei 11.101/2005. 
 
Podem adotar qualquer objeto, seja serviço, operações com mercadorias 
ou outras atividades. O seu nome deve conter o termo cooperativa, não 
podendo utilizar a palavra “banco”. São exemplos claros de cooperativas 
as agrícolas, as de seguros e as de abastecimento. 
 
O Código Civil também trata do assunto em seus artigos 1.093 a 1.096. 
No caso de omissão da legislação do Código Civil, bem como da Lei 
5.764/71, aplicam-se os dispositivos do Código Civil previstos para as 
sociedades simples. 
 
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Decorem os artigos abaixo, principalmente o artigo 1.094: 
 
Capítulo VII - Da Sociedade Cooperativa 
 
Art. 1.093. A sociedade cooperativa reger-se-á pelo disposto no presente 
Capítulo, ressalvada a legislação especial. 
 
Art. 1.094. São características da sociedade cooperativa: 
 
I - variabilidade, ou dispensa do capital social; 
II - concurso de sócios em número mínimo necessário a compor a 
administração da sociedade, sem limitação de número máximo; 
III - limitação do valor da soma de quotas do capital social que cada sócio 
poderá tomar; 
IV - intransferibilidade das quotas do capital a terceiros estranhos à 
sociedade, ainda que por herança; 
V - quórum, para a assembléia geral funcionar e deliberar, fundado no 
número de sócios presentes à reunião, e não no capital social 
representado; 
VI - direito de cada sócio a um só voto nas deliberações, tenha ou não 
capital a sociedade, e qualquer que seja o valor de sua participação; 
VII - distribuição dos resultados, proporcionalmente ao valor das 
operações efetuadas pelo sócio com a sociedade, podendo ser atribuído 
juro fixo ao capital realizado; 
VIII - indivisibilidade do fundo de reserva entre os sócios, ainda que em 
caso de dissolução da sociedade. 
 
Art. 1.095. Na sociedade cooperativa, a responsabilidade dos sócios pode 
ser limitada ou ilimitada. 
 
§ 1o É limitada a responsabilidade na cooperativa em que o sócio 
responde somente pelo valor de suas quotas e pelo prejuízo verificado nas 
operações sociais, guardada a proporção de sua participação nas mesmas 
operações. 
 
§ 2o É ilimitada a responsabilidade na cooperativa em que o sócio 
responde solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais. 
 
Art. 1.096. No que a lei for omissa, aplicam-se as disposições referentes 
à sociedade simples, resguardadas as características estabelecidas no art. 
1.094. 
 
O primeiro aspecto digno de nota é que elas independem de 
capital social para funcionarem, posto que ele é dispensado ou 
variável (CC, art. 1.094, I). Se existir capital social, não há necessidade 
de alteração no estatuto social para que se proceda ao seu aumento ou 
diminuição. 
 
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Com efeito, uma vez que o capital social é dispensado, podemos dizer que 
os sócios podem perfeitamente contribuir tão-somente com prestação de 
serviços. 
 
Outra regra importante é a insculpida no inciso IV, do artigo 1.094, que 
prega a intransferibilidade das quotas do capital a terceiros 
estranhos à sociedade, ainda que por herança. Tal asserção faz com as 
cooperativas sejam classificadas como sociedades de pessoas. 
 
Outros aspectos importantes que podem ser cobrados em concursos: 
 
- Administração da sociedade em número mínimo de sócios, quais sejam, 
três membros na diretoria e três membros e três suplentes no conselho 
fiscal. 
- Número ilimitado de associados, a não ser que não haja capacidade 
técnica de se prestar serviços a todos. 
- O voto é singular, independentemente do número de votos que o 
cooperado possua. 
 
A distribuição dos resultados é proporcional às operações feitas 
pelo associado, salvo deliberação em sentido contrário da 
assembleia geral. 
 
Cumpre, por fim, salientar, que, nas cooperativas a responsabilidade dos 
sócios pode ser limitada ou ilimitada. 
 
Atenção! Sobre o registro das cooperativas, temos o seguinte: as 
cooperativas são sociedades simples. Este tipo societário (a sociedade 
simples) é registrado no Registro Civil de Pessoas Jurídicas. 
 
Todavia, a Lei das Cooperativas (5.764/71) prega que: 
 
Art. 18. Verificada, no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, a contar da 
data de entrada em seu protocolo, pelo respectivo órgão executivo federal 
de controle ou órgão local para isso credenciado, a existência de 
condições de funcionamento da cooperativa em constituição, bem como a 
regularidade da documentação apresentada, o órgão controlador 
devolverá, devidamente autenticadas, 2 (duas) vias à cooperativa, 
acompanhadas de documento dirigido à Junta Comercial do 
Estado, onde a entidade estiver sediada, comunicando a aprovação do 
ato constitutivo da requerente. 
 
Portanto, há uma óbvia contradição! De um lado, as sociedades simples 
são registradas no Registro Civil. Contudo, a Lei das Cooperativas ordena 
que os atos sejam registrados na Junta. 
 
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Alguns tribunais, como o TRF 3ª região, vêm entendendo que as 
cooperativas devem se registrar na Junta. A Lei 5.764/1971 vem sendo 
aplicada em detrimento do Novo Código Civil, por conta da especialidade. 
 
E nesse sentido decidiu a I Jornada de Direito Civil, que, através de 
Enunciado, propôs: 
 
69. Artigo 1.093. As sociedades cooperativas são sociedades simples 
sujeitas à inscrição nas juntas comerciais. 
 
Vamos resolver nossa questão (ela quer o que não é característica da 
cooperativa): 
 
a) variabilidade, ou dispensa do capital social. 
 
Errado! É sim uma característica. 
 
Art. 1.094. São características da sociedade cooperativa: 
 
I - variabilidade, ou dispensa do capital social; 
 
b) limitação do valor da soma de quotas do capital social que cada 
sócio poderá tomar. 
 
Errado! É sim uma característica. 
 
Art. 1.094. São características da sociedade cooperativa: 
 
III - limitação do valor da soma de quotas do capital social que cada sócio 
poderá tomar; 
 
c) direito de cada sócio a um só voto nas deliberações, qualquer 
que seja o valor da sua participação. 
 
Art. 1.094. São características da sociedade cooperativa: 
 
VI - direito de cada sócio a um só voto nas deliberações, tenha ou não 
capital a sociedade, e qualquer que seja o valor de sua participação; 
 
Errado! É sim uma característica. 
 
d) transferibilidade das quotas do capital a terceiros estranhos à 
sociedade em casos de herança. 
 
Art. 1.094. São características da sociedade cooperativa: 
 
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IV - intransferibilidade das quotas do capital a terceiros estranhos à 
sociedade, ainda que por herança; 
 
Correto! Esse é o nosso gabarito, justamente por que não é uma 
característica das cooperativas. 
 
e) indivisibilidade do fundo de reserva entre os sócios, ainda que 
em caso de dissolução da sociedade. 
 
Art. 1.094. São características da sociedade cooperativa: 
 
VIII - indivisibilidade do fundo de reserva entre os sócios, ainda que em 
caso de dissolução da sociedade. 
 
Errado! É sim uma característica. 
 
Gabarito  D. 
 
 
7) (FCC/Direito/Eletrosul/2016) Quanto aos títulos de crédito, é 
correto afirmar que 
 
a) fica validamente desonerado o devedor que paga título de crédito ao 
legítimo portador, no vencimento, sem oposição, independentemente de 
boa-fé. 
b) a omissão de qualquer requisito legal, que tire ao escrito a sua 
validade como título de crédito, implica a invalidade do negócio jurídico 
que lhe deu origem. 
c) dar-se-á em 30 dias o vencimento do título que não contenha 
indicação a respeito. 
d) o título incompleto ao tempo de sua emissão não poderá ser 
preenchido posteriormente, pois ao tempo da emissão todos os dados 
devem estar indicados. 
e) seu pagamento, que contenha obrigação de pagar uma soma 
determinada, pode ser garantido por aval, que deve ser dado no verso ou 
anverso do próprio título. 
 
Comentários: 
 
Pessoal, no que diz respeito aos títulos de crédito, a Fundação Carlos 
Chagas gosta muito de explorar os dispositivos do Código Civil. 
 
Vamos conferir? 
 
Os principais títulos de crédito hoje existentes são: cheque, duplicata, 
nota promissória e letra de câmbio. Esses configuram os chamados 
títulos de crédito próprios. 
 
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Pois bem. O Código Civil apenas traz normas gerais sobre o assunto, não 
tratando pormenorizadamente de qualquer deles. 
 
Assim dispôs o artigo 903: 
 
Art. 903. Salvo disposição diversa em lei especial, regem-se os títulos de 
crédito pelo disposto neste Código. 
 
Com efeito, não havendo previsão na lei que rege o título, devemos 
aplicar as normas do Código Civil. 
 
Art. 888. A omissão de qualquer requisito legal, que tire ao escrito a sua 
validade como título de crédito, não implica a invalidade do negócio 
jurídico que lhe deu origem. 
 
Negócio jurídico, segundo a doutrina, é toda ação ou omissão humana 
cujos efeitos jurídicos - criação, modificação, conservação ou extinção de 
direitos - derivam essencialmente da manifestação de vontade. Exemplos 
de negócio jurídico são os contratos e os testamentos. 
 
Os títulos de crédito são NEGÓCIOS JURÍDICOS ABSTRATOS, pois 
produzem efeito independentemente da causa que lhes deu origem. 
 
O artigo 888 determina que se faltar algum requisito legal para a validade 
do documento como título de crédito, ele não anulará o negócio como um 
todo. Perderá o documento tão-somente sua validade como título de 
crédito. 
 
Perde o título o seu caráter cambiário, mas continua vigendo conforme o 
direito civil. 
 
Art. 889. Deve o título de crédito conter a data da emissão, a indicação 
precisa dos direitos que confere, e a assinatura do emitente. 
 
O título de crédito deve conter como REQUISITOS ESSENCIAIS: 
 
- DATA DA EMISSÃO: composta por ano, dia e mês. 
- INDICAÇÃO DOS DIREITOS QUE CONFERE: Trata-se da importância 
a ser paga. Por exemplo, uma duplicata que tenha por objeto a venda de 
100 mercadorias a R$ 10,00, deverá narrar esta quantia. O valor deve ser 
certo. Não podendo ser indeterminado. 
 
Ademais, devem ser indicados também a pessoa do devedor e do credor. 
 
- ASSINATURA DO EMITENTE. 
 
Art. 889 (...) 
 
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§ 1o É à vista o título de crédito que não contenha indicação de 
vencimento. 
 
§ 2o Considera-selugar de emissão e de pagamento, quando não indicado 
no título, o domicílio do emitente. 
 
§ 3o O título poderá ser emitido a partir dos caracteres criados em 
computador ou meio técnico equivalente e que constem da escrituração 
do emitente, observados os requisitos mínimos previstos neste artigo. 
 
A data de vencimento do título não é requisito obrigatório. Porém, 
se o título não contiver a data em que a obrigação vence, será 
considerado à vista (parágrafo primeiro). 
 
O parágrafo segundo traz, outrossim, outro requisito não essencial, a 
saber, o lugar de emissão e de pagamento do título de crédito. Quando o 
local não estiver circunstanciado no documento considerar-se-á como tal o 
DOMICÍLIO DO EMITENTE. 
 
Sobre o parágrafo terceiro, apenas legitima a possibilidade de emissão de 
títulos de maneira informatizada. 
 
Art. 890. Consideram-se não escritas no título a cláusula de juros, a 
proibitiva de endosso, a excludente de responsabilidade pelo pagamento 
ou por despesas, a que dispense a observância de termos e formalidade 
prescritas, e a que, além dos limites fixados em lei, exclua ou restrinja 
direitos e obrigações. 
 
Assim, são consideradas não escritas: 
 
- Cláusulas de juros; 
- Cláusula que proíba endosso; 
- Cláusula que exclua a responsabilidade pelo pagamento ou despesas; 
- Cláusula que dispense a observância de termos e formalidades 
prescritas; 
- Cláusula que exclua, restrinja direitos ou obrigações. 
 
Lembre-se de que se houver lei prevendo em sentido contrário, é ela 
quem prevalecerá. Lei especial prevalece sobre a lei geral. Por exemplo, a 
Lei Uniforme de Genebra, que regula as notas promissórias e letra de 
câmbio prevê: 
 
Art. 49 – A pessoa que pagou uma letra pode reclamar dos seus 
garantes: 
1 – A soma integral que pagou; 
2 – Os juros da dita soma, calculados a taxa de 6 por cento, desde a 
data em que a pagou; 
3 – As despesas que tiver feito. 
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Art. 891. O título de crédito, incompleto ao tempo da emissão, deve ser 
preenchido de conformidade com os ajustes realizados. 
 
Parágrafo único. O descumprimento dos ajustes previstos neste artigo 
pelos que deles participaram, não constitui motivo de oposição ao terceiro 
portador, salvo se este, ao adquirir o título, tiver agido de má-fé. 
 
Expliquemos o artigo 891. Se duas pessoas, ao emitirem determinado 
título de crédito, acordam que a cláusula X ou Y será preenchida 
posteriormente, estão formando o chamado pacto adjeto. 
 
Pacto adjeto ou acessório é a denominação dada a toda cláusula 
inserida em acordo, formando uma convenção acessória dentro de uma 
convenção principal, com a finalidade de garantir seu adimplemento ou 
modificar seus efeitos. 
 
Por exemplo, um pacto no sentido de o portador preencher corretamente 
o título do qual é beneficiário, de acordo com o que fora acordado. 
 
Assim, se ao receber o título, agir em desacordo com a avença poderá o 
portador ser acionado judicialmente pelo emitente do título. Todavia, se 
posteriormente esse título de crédito preenchido com má-fé pelo portador 
é repassado a terceiro, este terceiro terá direito a receber o crédito da 
forma como consta no título, salvo se este último beneficiário também 
agir de má-fé. 
 
Ademais, se o título for preenchido em branco ou com omissão, deverá 
ser preenchido antes da execução ou do protesto. Este é o exato teor da 
Súmula 387 do STF, que propõe: 
 
Súmula 387/STF: A cambial emitida ou aceita com omissões, ou em 
branco, pode ser completada pelo credor de boa-fé antes da cobrança ou 
do protesto. 
 
Essa súmula 387, vez ou outro, assola os concursos que cobram direito 
empresarial. 
 
Art. 892. Aquele que, sem ter poderes, ou excedendo os que tem, lança a 
sua assinatura em título de crédito, como mandatário ou representante de 
outrem, fica pessoalmente obrigado, e, pagando o título, tem ele os 
mesmos direitos que teria o suposto mandante ou representado. 
 
Exemplifique-se. Sabemos que o mandato é o instrumento que dá a uma 
pessoa poderes para praticar atos em nome de outra. 
 
Com fulcro no Código Civil: 
 
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Art. 653. Opera-se o mandato quando alguém recebe de outrem poderes 
para, em seu nome, praticar atos ou administrar interesses. A procuração 
é o instrumento do mandato. 
 
Deste modo, imagine-se que João confere a Pedro procuração para que 
assine título de crédito em seu nome, no período de 01.01.2011 a 
05.01.2011. De má-fé, Pedro emite determinado título em 07.06.2011, 
quando a procuração já não era mais válida, para realizar a compra de 
determinadas mercadorias para a empresa. Como Pedro não tem mais 
poderes para proceder à emissão, responderá pessoalmente pela emissão. 
 
Se Pedro promover, no entanto, a quitação do título, terá a dívida extinta 
e, também o direito a receber as mercadorias já que “pagando o título, 
tem ele os mesmos direitos que teria o suposto mandante ou 
representado”. 
 
Art. 893. A transferência do título de crédito implica a de todos os direitos 
que lhe são inerentes. 
 
É o caso típico do endosso. Se A emite cheque a B, como pagamento de 
determinada obrigação que possui, e B resolve endossar este cheque para 
C, por possuir dívida com C no mesmo valor, transmite-se o direito a ele 
não só de receber o título de crédito, originário de A, mas também o 
direito de cobrar em juízo, por exemplo, caso o título não seja quitado. 
 
Com efeito, diz-se que a transferência do título implica a transferência 
igualmente de todos os direitos que lhe são inerentes. Se C quisesse 
endossar novamente o título, poderia fazê-lo. E assim por diante. 
 
Art. 894. O portador de título representativo de mercadoria tem o direito 
de transferi-lo, de conformidade com as normas que regulam a sua 
circulação, ou de receber aquela independentemente de quaisquer 
formalidades, além da entrega do título devidamente quitado. 
 
Para explicar este artigo, precisaremos conhecer um pouco sobre dois 
títulos de créditos ditos impróprios, quais sejam, o conhecimento de 
depósito e o warrant. 
 
O warrant e conhecimento de depósito são títulos de financiamento da 
atividade econômica. Fábio Ulhoa Coelho os define como títulos de 
créditos impróprios (para o autor não se tratam, na verdade, de títulos de 
crédito, apenas se aproximando do regime jurídico cambial), mais 
especificamente, na categoria de títulos representativos. 
 
Títulos representativos são aqueles que representam mercadorias 
custodiadas (esta é a palavra chave!) e possibilitam, em algumas 
condições, a negociação, pelo proprietário, do valor que elas têm. 
 
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O warrant e conhecimento de depósito são regidos pelo Decreto 
1.102/1.903. 
Quem emite esses títulos é o armazém geral. Se o depositante solicitar, o 
armazém os emitirá, em substituição ao recibo de depósito. 
 
Os títulos são emitidos conjuntamente. O portador só terá direito à 
entrega da mercadoria depositada se apresentar os documentos juntos, 
devidamente quitados. Em síntese, é isso o que quer dizer o artigo 894 do 
Código Civil. 
 
Art. 895. Enquanto o título de crédito estiver em circulação, só ele poderá 
ser dado em garantia, ou ser objeto de medidas judiciais, e não, 
separadamente, os direitos ou mercadorias que representa. 
 
O artigo 895 trata exatamente de um princípio que dissemos no início do 
estudo dos títulos de crédito, qual seja, o princípio da autonomia. 
Exemplifiquemos. 
 
Imagine-se que A compre um bem a prazo de B, no valor de R$ 1.000,00, 
para pagamento em 30 dias, mediante a emissão de uma nota 
promissória (quem emite a nota promissória é o devedor, A, pois se tratade uma promessa de pagamento). B é o legítimo portador dessa nota 
promissória (beneficiário). 
 
B, por sua vez, necessita fazer compra de matéria-prima com o 
fornecedor C, e, não possuindo recursos, procede ao endosso da nota 
promissória para C, que passa a ser o legítimo portador do título, tendo 
direito a receber, na data certa, a quantia estipulada no título emitido por 
A. 
 
Assim, no vencimento, não poderá A, por exemplo, dizer que não pagará 
C, por estar o bem que comprou de B eivado de vício. Deve, em virtude 
do princípio da autonomia, A proceder ao pagamento e, em seguida, exigir 
o ressarcimento por parte de B. 
 
Imaginemos a mesma situação. A compra um bem de B, emitindo (A) 
uma nota promissória em favor de B (que é o portador do título). B tem 
uma dívida perante C, mas não endossa o título. Ele, simplesmente, diz: 
C, tenho um bem que vendi para A, e vou deixá-lo como garantia. 
 
Poderá C fazer isso?! Não, é claro! Pois as mercadorias já se 
desvincularam do título de crédito, não mais pertencendo a B, uma vez 
que houve a tradição (entrega da mercadoria). Em síntese, é isto o que 
diz o artigo 895: a garantia deve ser instituída sob o título e não sobre as 
mercadorias que dele são objeto. 
 
 
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Art. 896. O título de crédito não pode ser reivindicado do portador que o 
adquiriu de boa-fé e na conformidade das normas que disciplinam a sua 
circulação. 
 
O que este artigo quer, em síntese, dizer é que, se uma pessoa é legítima 
portadora de um título, tendo agido de boa-fé para receber os direitos que 
lhe são inerentes, não poderá ter seu direito prejudicado por relações 
travadas anteriormente. 
 
 
Art. 901. Fica validamente desonerado o devedor que paga título de 
crédito ao legítimo portador, no vencimento, sem oposição, salvo se agiu 
de má-fé. 
 
Parágrafo único. Pagando, pode o devedor exigir do credor, além da 
entrega do título, quitação regular. 
 
O título que configura venda a prazo pode, tão-logo vença, ser exigido. O 
pagamento quando efetuado implica a extinção da obrigação que o título 
carrega consigo. 
 
Assim, o pagamento pelo devedor desobriga todos aqueles que da relação 
cambial tiveram parte. A exceção é a existência de má-fé por parte de 
quem paga. 
 
E mais, uma vez efetuado o pagamento do título, pode o devedor exigir 
que o credor lhe entregue o título de volta. 
 
Art. 902. Não é o credor obrigado a receber o pagamento antes do 
vencimento do título, e aquele que o paga, antes do vencimento, fica 
responsável pela validade do pagamento. 
 
§ 1o No vencimento, não pode o credor recusar pagamento, ainda que 
parcial. 
 
§ 2o No caso de pagamento parcial, em que se não opera a tradição do 
título, além da quitação em separado, outra deverá ser firmada no próprio 
título. 
 
Antes do vencimento, não precisa o credor aceitar o pagamento. Se o 
devedor o fizer, e o fizer incorretamente, fica responsável pela validade do 
pagamento. Afinal, como diz o brocardo jurídico, quem paga mal paga 
duas vezes. 
 
Todavia, no vencimento, querendo o devedor fazer pagamento, ainda que 
parcial, não pode o credor recusar. 
 
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Se o pagamento for parcial, o título não é entregue ao devedor. Nesta 
hipótese, deve ser feita uma quitação em separado, para ficar de posse do 
devedor, e, também, uma no próprio título, provando a quitação. 
 
Agora, vamos para as nossas assertivas. 
 
 
a) fica validamente desonerado o devedor que paga título de 
crédito ao legítimo portador, no vencimento, sem oposição, 
independentemente de boa-fé. 
 
Art. 901. Fica validamente desonerado o devedor que paga título de 
crédito ao legítimo portador, no vencimento, sem oposição, salvo se agiu 
de má-fé. 
 
Parágrafo único. Pagando, pode o devedor exigir do credor, além da 
entrega do título, quitação regular. 
 
Item errado! A regra não se aplica caso o devedor tenha ágio de má-fé. 
 
b) a omissão de qualquer requisito legal, que tire ao escrito a sua 
validade como título de crédito, implica a invalidade do negócio 
jurídico que lhe deu origem. 
 
Segundo o Código Civil: 
 
Art. 888. A omissão de qualquer requisito legal, que tire ao escrito a sua 
validade como título de crédito, não implica a invalidade do negócio 
jurídico que lhe deu origem. 
 
c) dar-se-á em 30 dias o vencimento do título que não contenha 
indicação a respeito. 
 
O título que não contenha nada a respeito considera-se à vista. 
 
Art. 889 (...) 
 
§ 1o É à vista o título de crédito que não contenha indicação de 
vencimento. 
 
 
Item errado! 
 
d) o título incompleto ao tempo de sua emissão não poderá ser 
preenchido posteriormente, pois ao tempo da emissão todos os 
dados devem estar indicados. 
 
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Art. 891. O título de crédito, incompleto ao tempo da emissão, deve ser 
preenchido de conformidade com os ajustes realizados. 
 
Parágrafo único. O descumprimento dos ajustes previstos neste artigo 
pelos que deles participaram, não constitui motivo de oposição ao terceiro 
portador, salvo se este, ao adquirir o título, tiver agido de má-fé. 
 
Item, portanto, incorreto. 
 
e) seu pagamento, que contenha obrigação de pagar uma soma 
determinada, pode ser garantido por aval, que deve ser dado no 
verso ou anverso do próprio título. 
 
Falemos agora sobre o instituto do aval. Não raramente, vocês, quando já 
houverem passado nos certames que desejam, cheios de dinheiro, 
deverão se deparar com o seguinte pedido de um amigo: “Fulano, seja 
meu avalista na compra de tal coisa?”. 
 
Mas o que vem a ser o aval? Pois bem, Fábio Ulhoa Coelho o define como 
“ato cambiário pelo qual uma pessoa (avalista) se compromete a 
pagar titulo de crédito, nas mesmas condições do devedor deste 
titulo (avalizado)”. Vejamos também a explicação do Código Civil: 
 
Art. 897. O pagamento de título de crédito, que contenha obrigação de 
pagar soma determinada, pode ser garantido por aval. 
 
Parágrafo único. É vedado o aval parcial. 
 
Um aspecto importantíssimo para a prova é também o seguinte: o 
avalista responde solidariamente (ou seja, sem benefício de 
ordem) com o devedor principal. Assim, se o título não for pago no 
vencimento, o credor poderá cobrar diretamente do avalista, se quiser. 
 
Aval  Responsabilidade Solidária. 
 
Veja-se, ainda, que, segundo o Código Civil, é vedado o aval parcial. 
Atente-se, contudo, para o fato de que a regra que veda o aval parcial 
não vale para os títulos que contenham legislação específica prevendo de 
forma contrária. E, de fato, as legislações especiais dos mais diversos 
títulos de crédito prevêem a possibilidade do aval parcial. 
 
Ainda, caso se dê o aval posteriormente ao vencimento do título a 
produção de efeitos se dará tal como tivesse sido prolatado antes de seu 
vencimento. Assim prevê o CC: 
 
Art. 900. O aval posterior ao vencimento produz os mesmos efeitos do 
anteriormente dado. 
 
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Ao avalizar determinado título, o avalista passar a ser devedor 
solidário. O 
aval, como dito, não é garantia acessória, posto que, como já 
propagado em diversos julgados do STJ, é autônomo e independente. 
 
O aval, em regra, deve ser feito na frente do título (anverso) – CC, art. 
898. Se for feito no anverso, basta que o avalista assine. Se for feito no 
verso, contudo, deverá ser indicado expressamente que se trata de aval, 
junto da assinatura. É o que se extrai da leitura dos artigos seguintes do 
Código Civil: 
 
Art. 898. O aval deve ser dado no verso ou noanverso do próprio título. 
§ 1o Para a validade do aval, dado no anverso do título, é suficiente a 
simples assinatura do avalista. 
 
Aval 
 
Se feito no anverso (frente): basta assinatura! 
Se feito no verso: deve se indicar expressamente tratar-se de aval. 
 
Gabarito  E. 
 
 
8) (FCC/Juiz do Trabalho/TRT 1/2016) Segundo a Lei nº 
11.101/2005, constituem meios de recuperação judicial, observada a 
legislação pertinente a cada caso, as seguintes hipóteses, EXCETO: 
 
a) emissão de valores imobiliários. 
b) trespasse de estabelecimento, inclusive à sociedade constituída pelos 
próprios empregados. 
c) alienação do controle societário. 
d) constituição de sociedade de credores. 
e) usufruto da empresa. 
 
Comentários: 
 
A recuperação judicial é instituto que veio substituir a figura da 
concordata, já fadada ao fracasso. 
 
Nos termos da Lei 11.101/2005: 
 
Art. 47. A recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a 
superação da situação de crise econômico-financeira do devedor, a 
fim de permitir a manutenção da fonte produtora, do emprego dos 
trabalhadores e dos interesses dos credores, promovendo, assim, 
a preservação da empresa, sua função social e o estímulo à 
atividade econômica. 
 
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Então, grave-se, este é o objetivo da recuperação judicial: viabilizar a 
superação da situação da crise econômico-financeira do devedor, a 
fim de permitir a manutenção da fonte produtora, do emprego dos 
trabalhadores e dos interesses dos credores, promovendo, assim, 
a preservação da empresa, sua função social e o estímulo à 
atividade econômica. 
 
A recuperação judicial é, pois, uma via alternativa, evitando-se que a 
empresa caia em processo falimentar, havendo prejuízo irreversível. 
Obviamente, considerando o escopo da fonte de renda para o Estado, 
manutenção de empregos e crescimento da economia, é muito mais viável 
que se mantenha a empresa em funcionamento. 
 
Sujeito Ativo Da Recuperação Judicial 
 
O artigo 48 da Lei de Falência e Recuperação Judicial impõe alguns 
requisitos para que seja feito o pedido de recuperação judicial. Vejamos: 
 
Art. 48. Poderá requerer recuperação judicial o devedor que, no momento 
do pedido, exerça regularmente suas atividades há mais de 2 (dois) 
anos e que atenda aos seguintes requisitos, cumulativamente: 
 
I – não ser falido e, se o foi, estejam declaradas extintas, por sentença 
transitada em julgado, as responsabilidades daí decorrentes; 
II – não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de 
recuperação judicial; 
III - não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de 
recuperação judicial com base no plano especial de que trata a Seção V 
deste Capítulo; (Redação dada pela Lei Complementar nº 147, 
de 2014) 
IV – não ter sido condenado ou não ter, como administrador ou sócio 
controlador, pessoa condenada por qualquer dos crimes previstos nesta 
Lei. 
 
Observe-se, assim, que o pedido deve ser feito pelo próprio devedor. O 
devedor, como já dito, é a figura do empresário ou sociedade 
empresária. 
 
Ademais, deve comprovar que exerce regularmente suas atividades há 
mais de 2 (dois) anos. Assim, a atividade deve ser regular. 
 
Condições para requerer recuperação judicial 
Exercer regularmente as atividades há mais de 2 anos 
Não ser falido (se foi, os efeitos devem estar extintos) 
Não ter obtido recuperação judicial nos últimos 5 anos 
Não ter sido condenado por crime falimentar 
Não ter administrador ou sócio condenado por crime falimentar 
 
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A forma como pode se dar a recuperação judicial está prevista no artigo 
50 da Lei de Falências e Recuperação Judicial, que trouxe uma lista 
exemplificativa sobre o tema: 
 
Art. 50. Constituem meios de recuperação judicial, observada a legislação 
pertinente a cada caso, dentre outros: 
 
I – concessão de prazos e condições especiais para pagamento das 
obrigações vencidas ou vincendas; 
II – cisão, incorporação, fusão ou transformação de sociedade, 
constituição de subsidiária integral, ou cessão de cotas ou ações, 
respeitados os direitos dos sócios, nos termos da legislação vigente; 
III – alteração do controle societário; 
IV – substituição total ou parcial dos administradores do devedor ou 
modificação de seus órgãos administrativos; 
V – concessão aos credores de direito de eleição em separado de 
administradores e de poder de veto em relação às matérias que o plano 
especificar; 
VI – aumento de capital social; 
VII – trespasse ou arrendamento de estabelecimento, inclusive à 
sociedade constituída pelos próprios empregados; 
VIII – redução salarial, compensação de horários e redução da jornada, 
mediante acordo ou convenção coletiva; 
IX – dação em pagamento ou novação de dívidas do passivo, com ou sem 
constituição de garantia própria ou de terceiro; 
X – constituição de sociedade de credores; 
XI – venda parcial dos bens; 
XII – equalização de encargos financeiros relativos a débitos de qualquer 
natureza, tendo como termo inicial a data da distribuição do pedido de 
recuperação judicial, aplicando-se inclusive aos contratos de crédito rural, 
sem prejuízo do disposto em legislação específica; 
XIII – usufruto da empresa; 
XIV – administração compartilhada; 
XV – emissão de valores mobiliários; 
XVI – constituição de sociedade de propósito específico para adjudicar, em 
pagamento dos créditos, os ativos do devedor. 
 
Gabarito  A. 
 
 
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QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA 
 
1) (FCC/Direito/Eletrosul/2016) Analise os seguintes enunciados 
em relação à atividade empresarial: 
 
I. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade 
econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de 
serviços. 
II. Considera-se empresário quem exerce profissão intelectual, de 
natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de 
auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir 
elemento de empresa. 
III. É facultativa a inscrição do empresário no Registro Público de 
Empresas Mercantis da respectiva sede, antes do início de sua atividade. 
IV. Faculta-se aos cônjuges contratar sociedade, entre si ou com 
terceiros, desde que não sejam casados sob o regime da comunhão 
universal de bens, ou no da separação obrigatória. 
 
Está correto o que se afirma APENAS em 
 
a) II, III e IV. 
b) I, III e IV. 
c) II e III. 
d) I e IV. 
e) I e II. 
 
2) (FCC/Juiz do Trabalho/TRT 1/2016) Segundo o Código Civil 
Brasileiro, relativamente às sociedades limitadas, as deliberações dos 
sócios serão tomadas pelos votos correspondentes, no mínimo, a 
 
a) dois terços do capital social, nos casos de modificação do contrato 
social. 
b) dois terços do capital social, nos casos de pedido de concordata. 
c) dois terços dos presentes, nos casos de destituição dos 
administradores. 
d) três quartos do capital social, nos casos de incorporação ou fusão da 
sociedade. 
e) três quartos do capital social, nos casos de pedido de concordata. 
 
3) (FCC/Direito/Eletrosul/2016) Em relação à sociedade limitada, é 
correto afirmar: 
 
a) Seu contrato social só poderá prever sua regência supletiva pelas 
normas da sociedade em nome coletivo. 
b) O uso da firma ou denominação social é privativo dos administradores 
que tenham os necessários poderes. 
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c) O valor da quota do sócio pode ser estabelecido em prestação de 
serviços de sua especialidade, desde que condizente com a finalidade da 
sociedade. 
d) Seus administradores necessariamente

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