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Psicologia Desenvolvimento

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.1.David Ausubel: os desafios de uma aprendizagem significativa
David Ausubel tem uma frase clássica que representa como a aprendizagem significativa deve ser entendida:
Se tivesse que reduzir toda a psicologia educacional a um só princípio, diria o seguinte: o fator isolado mais importante que influencia a aprendizagem é aquilo que o aprendiz já sabe.  Averigue isso e ensine-o de acordo. (Ausubel, 1978 apud Moreira, 2006, pg 13).
A interpretação desta frase requer um olhar aprofundado sobre algumas questões:
· O que o aprendiz já sabe?
· Como averiguar este aprendizado?
· Como ensiná-lo de acordo?
· De acordo com o que ele deve ser ensinado?
Diante destas questões vamos conhecer os principais conceitos da Teoria da Aprendizagem Significativa e como utilizá-la em sala de aula. Mas para entender esta teoria existem alguns conceitos fundamentais que precisam ser apresentados: estrutura cognitiva e subsunçor.
Moreira (2006) afirma que o conteúdo total e organização das ideias do indivíduo, ou, no contexto da aprendizagem de determinado assunto é o que constitui a estrutura cognitiva. Podemos entender como uma estrutura hierárquica de conceitos que são abstrações da experiência do indivíduo. Por exemplo, para aprender uma operação de multiplicação o aluno deve, primeiramente, ter conhecimento de como acontece a soma dos números.
Subsunçor é um conceito de algo que já existe e serve de ancoradouro a uma nova informação de modo que esta adquira significado ao indivíduo. Ou seja, um novo conhecimento se forma a partir do momento que o aprendiz relaciona este novo assunto a algum já existente.  Mas não é um conhecimento prévio qualquer e sim de um conhecimento especificamente relevante para a nova informação, o qual interage com ela em um processo que promove a aprendizagem significativa desse novo conhecimento.
Vamos supor que o professor vai ensinar sobre aparelho fonador e como a voz é produzida. Neste contexto, utilizar a relevância do falar e da comunicação pode ser entendido como um subsunçor ao aprendizado.
No decorrer da aprendizagem significativa as novas informações vão se conectando aquelas que já existem na estrutura cognitiva, integrando o novo por meio da percepção e da facilitação da passagem de informações importantes. Os conceitos de estrutura cognitiva e de subsunçor são fundamentais para o processo de aprendizagem significativa, conceito este que será definido melhor no item a seguir.
1.1. Por que aprendizagem significativa?
Com base nesta questão, é fundamental considerar que o aluno encontre sentido no que está aprendendo, para que significativamente possa aprender. O sentido do aprendizado se faz por meio de conexões que acontecem quando há uma interação das informações de forma integrada e acabam por diferenciar, elaborar  e estabilizar as subsunções preexistentes, modificando sua estrutura (Moreira, 2006).
Figura 1 - Brainstorming. Fonte: Pixabay, 2019
Quais as diferenças entre a Teoria da Aprendizagem Significativa para as demais teorias estudadas anteriormente? Veja no quadro abaixo.
Quadro 1 - Comparativo entre Teoria de aprendizagem significativa e as demais teorias
Fonte: Elaborado pelo autor, 2019
Em todos os autores acima percebemos que existe a preocupação com o desenvolvimento e amplitude dos seus conhecimentos, partindo do pressuposto que já existem conteúdos internos apreendidos durante sua história e crescimento. No próximo tópico veremos como se processa o aprendizado em sala de aula, de acordo com a Teoria da Aprendizagem Significativa.
1.2. A aprendizagem significativa e o ensino centrado no aprendiz
Dentro de sala de aula a aprendizagem pode ocorrer de duas maneiras. De acordo com MOREIRA (2006), a mais tradicional é chamada por Ausubel como Aprendizagem Mecânica. Ela ocorre sem uma correlação com aquilo que o aprendiz já traz, não há atribuição a nenhum significado pessoal. Por isso, o novo conhecimento fica acondicionado na mente do sujeito de maneira aleatória. Se necessário e por um certo período de tempo a pessoa reproduz o que aprendeu, mas aquilo não faz sentido para ele. Ou seja, por esta via pode-se dizer que o aprendizado não aconteceu de fato.
Vamos pensar na seguinte situação: na aula de inglês do 1º ano do ensino fundamental a professora pede para as crianças que repitam a palavra “apple” (maçã) sem correlacionar a um objeto ou a uma imagem e pede para todos repetirem a palavra sucessivamente até conseguirem repetir sozinhas.  Ao chegar em casa a mãe pergunta o que o filho aprendeu na aula de inglês... qual a resposta? Bem provável que a criança não lembrará mais.
Em contrapartida, a Aprendizagem Significativa é determinada quando uma nova ideia ou entendimento adquire significados para o aprendiz através de uma espécie de ancoragem em aspectos relevantes da estrutura cognitiva preexistente do indivíduo seja em conceitos, ideias, proposições já existentes em sua estrutura de conhecimentos com determinado grau de clareza, estabilidade e diferenciação (MOREIRA, 2006).
Usando o mesmo exemplo da aula de inglês, imagine agora que a professora leva maçãs cortadas em pequenos pedaços e dá aos alunos para provar. Depois apresenta uma maçã inteira e pede para eles nomearem a fruta. Por fim faz a correlação da palavra em português com a palavra em inglês.  Nesta situação talvez nem seja necessário a mãe perguntar o que o filho aprendeu. Ele vai responder espontaneamente, pois de alguma forma todo este aprendizado lhe foi significativo.
Os conteúdos que serão abordados em sala serão definidos após uma avaliação daquilo que o aluno previamente já sabe. Incentiva o uso de organizadores prévios que sirvam de âncora para a nova aprendizagem. De acordo com a sua teoria, surgem conflitos cognitivos quando ocorrem contraposição de esquemas prévios e conceitos novos. Não somente a nova informação, mas também o antigo conceito acaba sofrendo modificações pela interação entre ambos.
A utilização de materiais que sejam apresentados antes do conteúdo que será aprendido (como no caso da maçã) são chamados de organizadores prévios e servem para facilitar a aprendizagem, na medida em que funcionam como pontes cognitivas. De acordo com MOREIRA (2006, pg 23) os “organizadores prévios servem para facilitar a aprendizagem, na medida em que funcionam como "pontes cognitivas".
A construção de um organizador depende, sempre, da natureza  do material da aprendizagem, da idade do aprendiz e do grau de familiaridade que este já tem com o assunto a ser aprendido e podem ser apresentados de diferentes formas, como filmes, cartões com ilustrações, textos escritos, etc.
E então, o que achou desta teoria? Bastante interessante não é mesmo?
No próximo tópico falaremos sobre a infância e seus desafios.
2. Infância, uma construção histórica
De acordo com Coll (2007) a infância o período que vai dos 0 aos 12 anos, quando então se dá início a adolescência. Acontece porém que dentro deste período não há unanimidade sobre as fases.  Para nosso estudo vamos considerar 2 estágios: dos 0 aos 6 anos e dos 6 aos 12 anos.
Mas o que é infância?  Para Piletti, Rossato e Rossato (2015) infância não é sinônimo de criança.  É um conceito construído ao longo de um percurso histórico no qual a criança foi significada na sociedade a partir de múltiplas perspectivas políticas, filosóficas e sociais que são vivenciadas em cada cenário e contexto cultural.
Este primeiro momento na vida de um indivíduo é o momento do “tornar-se algo” ou “vir a ser”. Há tanto por aprender e descobrir que as crianças precisam passar do estágio de não conseguir realizar uma atividade ou uma ação para a fase do realizar. Qual a importância da infância para o futuro do ser humano?
2.1. O lugar da infância na história
A maneira como vemos hoje a infância e as relações das crianças com o meio ambiente são relativamente novas. De acordo com Coll (2007), durante muitos séculos a relação entre pais e filhos era pouco social e quase sem nenhum tipo de direito. Bebês eram criados por terceiros e não tinham o significado que tem hoje.
Logo muitocedo já precisavam ajudar nas atividades produtivas que muitas vezes exigiam grande esforço físico. A partir do século XX a educação começou a se tornar obrigatória e as transformações a favor das crianças foram acontecendo, principalmente depois da segunda guerra mundial. A partir de então as teorias do desenvolvimento humano foram sendo estabelecidas por diferentes teóricos, alguns dos quais já falamos anteriormente.
A criança, percebida como frágil desde os primórdios vai ganhando um novo olhar.  Com a contínua mudança nas concepções desta fase, a criança torna-se o ponto central para estudos acadêmicos, pedagógicos e familiares constituídos na modernidade.  Como parte desta nova consideração está a  percepção da maneira como a criança se socializa e como isto determina o seu papel de adulto na sociedade.
Outra visão importante é que as crianças contribuem ativamente para a preservação e para a mudança social, visto que já desde muito cedo compartilham e criam cultura com os adultos e com outras crianças. Assim, contribuem ativamente para uma mudança cultural.  Em contrapartida são impactadas pela sociedade e cultura em que vivem. Basta pensar em uma criança que nasce em uma região rural e outra que nasce em uma região urbana. Mesmo com a globalização e fácil acesso às tecnologias, uma realidade é totalmente diversa da outra.  (CORSARO, 2011).
Condições demográficas, formação de povos e mudanças sociais e econômicas contribuem para as construções sociais produzidas tanto pelos interesses adultos quanto pelo que representam as crianças.
As brincadeiras infantis, que durante muito tempo foram considerados apenas como “passatempo”, passam a ser estudados e compreendidos como instrumento de desenvolvimento. Adultos também se utilizam de atividades lúdicas para aprender competências como trabalho em equipe, relacionamento interpessoal e comunicação.
2.2. Infância e a Psicologia do Desenvolvimento
O desenvolvimento é um processo vitalício que acontece durante todo o tempo que estamos vivos e envolve ganhos, perdas e mudanças na maneira como o ser mobiliza seus recursos pessoais de forma a se adaptar ao longo da vida.  Tais mudanças são decorrentes das interações do indivíduo com sua história e contexto particulares. De acordo com Corrêa (2016) a evolução infantil está relacionada dentro do contexto biológico e psicológico determinando a construção das estruturas do conhecimento.
Pilleti (2015) ressalta a influência de dois importantes paradigmas científicos na constituição do pensamento psicológico em relação ao desenvolvimento humano: o empirismo e o inatismo. Decorrentes de visões dicotômicas, respectivamente estes modelos atribuem ao ambiente e a hereditariedade a responsabilidade por comportamentos e atitudes. Delval (2013) considera que o desenvolvimento humano é um processo de extrema importância, pois é o que permite que o indivíduo construa sua natureza social superando suas características mais primitivas e instintivas.
2.2.1. Desenvolvimento dos 0 aos 6 anos
Descrever as características dos diversos aspectos do desenvolvimento na infância é tema para um livro, mas vamos aqui conhecer as principais particularidades desta evolução. O desenvolvimento infantil acontece de forma progressiva. Veja no quadro abaixo o avanço nos diferentes aspectos.
Quadro 2 - Desenvolvimento infantil
Fonte: Elaborado pelo autor, 2019
2.2.2 - Desenvolvimento dos 6 aos 12 anos
Dos 6 aos 12 anos, etapa denominada 3ª infância, as crianças vão em busca da sua identidade, por meio da sua autoimagem e dos relacionamentos que vivem. O desenvolvimento é mais lento em comparação aos estágios anteriores e proporciona o avanço das habilidades cognitivas. As atividades propostas devem estimular a autonomia e os comportamentos devem ser observados considerando que os relacionamentos afetivos desenvolvidos neste período estarão constituindo a  personalidade da criança.
No campo emocional, a criança aprende a ter maior controle dos sentimentos negativos, cria empatia por pessoas do seu círculo de contato e passa a perceber melhor seus próprios sentimentos bem como o das outras pessoas. Ao final desta fase a criança inicia um novo ciclo com desafios ainda mais significativos para a vida do indivíduo.
Diante de tantas transformações, a escola e o processo educativo se tornam co-responsáveis em ensinar as habilidades características de cada estágio da criança. Transmitir o saber de maneira organizada e intencional, de geração em geração com o objetivo de preservar a cultura. Para isto os educadores devem conhecer profundamente a maneira como uma criança se desenvolve em todos os campos.
No próximo tópico veremos como a linguagem tem papel de destaque no desenvolvimento do ser humano, pois é a partir do compartilhamento de ideais e pensamentos que as relações se fortalecem.
3. Linguagem: a revolução da palavra
Parece trivial falar que a finalidade da linguagem é a comunicação, não é mesmo? Mas durante muito tempo este assunto foi tratado apenas como uma função primária e fundamental do desenvolvimento humano.  Progressos feitos nos estudos da linguística e teorias da comunicação e da fala acabaram contribuindo para o entendimento mais amplo deste assunto.
Vygotsky (2010), dentro da sua teoria histórico-cultural, afirma que o desenvolvimento da linguagem só é possível se houver o desenvolvimento do pensamento. O pensamento só se torna “vivo” pelas palavras. Como base para a teoria histórico-cultural precisamos compreender que histórico representam as abordagens e instrumentos utilizados ao longo do avanço deste assunto. Já cultural significa a organização que uma coletividade estabelece para solucionar problemas e tarefas. Vygostky apresenta uma série de ideias de como o desenvolvimento de determinados aspectos (biológicos e sociais) são relevantes para a comunicação.
Ao estudar a relação entre o pensamento e a linguagem Vygostky apresenta a ideia de que a verdadeira trajetória de desenvolvimento do pensamento não vai no sentido do pensamento individual para o socializado, mas do pensamento socializado para o individual. A compreensão de que o pensamento não é formado de forma autônoma e independente mostrou que existem determinadas condições mediadas por símbolos e sinais que representam a realidade.
OLIVEIRA (1997) afirma que os “sistemas de representação da realidade” são socialmente estabelecidos, entre eles a linguagem, sistema simbólico básico que conecta todos os seres humanos, gerando um código utilizado para a construção do sistema de signos comuns a uma comunidade.
A linguagem é ferramenta básica para a construção de conhecimentos e atua de forma concreta na estrutura do pensamento. Mas de que forma isto acontece? Veja abaixo as principais ideias de Vygostky sobre a maneira de como a linguagem se desenvolve:
Relação indivíduo e sociedade: existe uma interação dialética do homem com o seu meio sociocultural, pois ao mesmo tempo em que o ser humano transforma o seu meio para atender suas necessidades básicas, transforma a si mesmo.
Origem cultural das funções psíquicas: a cultura faz parte da construção da natureza humana. Assim, as funções psicológicas humanas se originam nas relações do indivíduo e seu contexto cultural e social.
Base biológica do funcionamento psicológico: o cérebro como principal órgão da atividade mental.
Mediação: existem mediadores necessários para que a relação entre pessoas aconteça. A linguagem é um signo mediador pois traz em si os conceitos generalizados e elaborados pela cultura humana.
Processos psicológicos: processos complexos e puramente humanos.
A linguagem, formada por sistemas simbólicos, fornece os conceitos e as formas de organização do real que constituem a mediação entre o sujeito e o objeto de conhecimento. Por meio dos sistemas simbólicos se estabelece os significados que são compartilhados entre as pessoas de um grupo. A linguagem representou um salto qualitativo na evolução da espécie e se tornou responsável pela transmissão da cultura formada em determinada sociedade, mantendoassim sua perenidade. A cultura provê a representação e a interpretação do mundo real, criando e recriando as informações, os conceitos e os significados.
O surgimento da linguagem imprime três mudanças essenciais: o aprendizado em lidar com os objetos do mundo exterior mesmo quando eles estão ausentes; a abstração e generalização de características dos objetos, eventos e situações presentes na realidade ajudando na ordenação dos objetos reais em categorias conceituais. A terceira mudança é a função da comunicação, assegurando a transmissão e entendimento das informações pelas pessoas.
De acordo com Vygotsky, existem três estágios do desenvolvimento da linguagem:
1° Estágio – Linguagem social é a primeira que surge e tem como objetivo denominar e comunicar.
2° Estágio – Linguagem egocêntrica falar para si mesmo em voz alta, quando está concentrada em alguma atividade dando sentido a ação. De acordo com RIBEIRO (2005) além de acompanhar a atividade infantil, esta fala é um instrumento para pensar em sentido estrito.
3° Estágio – Linguagem interna capacidade de “pensar as palavras”, sem precisar verbalizá-las.
A linguagem tem um papel central no desenvolvimento mental e se faz necessária para o exercício do pensamento. Como intercâmbio social contribui para a demonstração de sentimentos e necessidades. Vygostky (2010) apresenta um experimento feito com crianças feito por Levina, um estudioso que realizou experiências sobre o papel organizador da fala. Ele pediu a crianças de três e quatro anos que tentassem alcançar um objeto desejado que estava fora de alcance - um torrão de açúcar e deixou próximo uma vara. Uma das crianças se comportou da seguinte forma (pg 30):
"Este doce está tão alto" (neste momento, a criança sobe no sofá e pula para cima e para baixo). "Eu tenho de chamar mamãe para que ela o pegue para mim" (pula mais algumas vezes). "Não há maneira de alcançá-lo, ele está tão alto" (neste momento, a criança pega a vara e olha para o doce). "O papai também tem um armário alto e às vezes ele não consegue alcançar as coisas. Não, eu não posso alcançá-lo com a mão, eu ainda sou muito pequeno. E melhor subir no banco" (sobe no banco, agita a vara em círculo, a qual atinge o armário). "Pam, pam" (neste momento, a criança começa a rir. Dá uma olhada no doce, pega a vara e atira o doce para fora do armário). "Aí está! A vara o alcançou. Tenho de levar esta vara para casa comigo."
A linguagem como pensamento generalizante gera a imagem no pensamento quando se ouve uma palavra mesmo que não conheça tal objeto. Nesta ocasião há a formação de conceitos e eles vão se transformando ao longo do desenvolvimento. São os significados que o sujeito dá ao pensamento que faz com que ele compreenda o mundo. De acordo com Taille (2019, pg 41) “uma palavra sem significado é um som vazio; o significado portanto é um critério da palavra”.
4. Infância escolarizada
Existe um tempo ideal a criança ingressar na escola? O mundo moderno transformou esta relação em decorrência da necessidade de pais e mães que precisam trabalhar fora de casa. Atualmente o ingresso das crianças no ambiente escolar ocorre cada vez mais cedo. A partir do 4º mês de vida já é possível deixar um bebê em uma instituição.
A Educação Infantil se transformou em um espaço de aprendizagem que deve contribuir com o futuro do educando, deixando de ser apenas um local onde as crianças eram cuidadas sem receber estímulos educacionais. Mas o que é possível ensinar a um bebê que traga reflexos positivos em um horizonte a longo prazo?
No Brasil, desde a época da colonização se impôs uma educação por valores – naquele tempo valores religiosos. O Estado torna-se responsável por assumir a educação, conforme estabelece o artigo 205 da Constituição Brasileira
A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Outras leis foram criadas pensando em crianças de até seis anos de idade, além da formação específica dos profissionais dedicados a esta faixa etária.
Mas a que se propõe a Educação Infantil - educar, cuidar ou brincar?
4.1. O processo de desenvolvimento da criança na educação infantil
Quando brincam as crianças manifestam sua singularidade demonstrando como pensam e agem nas relações internas e externas. Já vimos em estudos anteriores que o brincar é uma atividade fundamental para o desenvolvimento infantil. Este processo natural e involuntário representa uma maneira para a criança se apropriar do mundo a sua volta.
O mundo da imaginação e do faz de conta refletem a maneira como ela entende o contexto social e cultural que está inserida.  Ao imitar um adulto não significa um processo para se constituir precocemente enquanto tal e isso porque no instante da brincadeira, ela apenas representa aquele contexto, sem qualquer preocupação com o resultado final.
Quando as crianças são privadas da função do brincar e vivem com atribuição de passar demasiadamente por atividades cognitivas, a educação pode ficar prejudicada. De acordo com Holt (2006, p. 171) “crianças são apaixonadamente ávidas por aprender, para extrair tanto sentido do mundo a seu redor quanto lhes seja possível”.  Perguntam e por meio da observação e das descobertas encontram as respostas. O aprendizado ocorre o tempo todo e o brincar torna esta aquisição mais fácil.
Já no Ensino Fundamental, quando a criança tem entre 6 a 10 anos,, o que acontece?
4.2. A Psicologia histórico-cultural e a atividade de estudo no ensino fundamental
Na fase do ensino fundamental as crianças começam a buscar significado do motivo de acordar cedo, colocar o uniforme e ir para a escola. De acordo com o que encontram no ambiente escolar, nem sempre a resposta é simples de entender. A visão dos pais, no sentido de que é preciso ir para aprender algo e se tornar alguém na vida não é a mesma que o aluno tem, até porque nos anos iniciais a criança ainda não possui claramente o entendimento de futuro.
Não bastasse a escola e seus deveres, com o objetivo de instruir a criança para o futuro, atividades extraclasses como línguas, esportes, música acabam reduzindo cada vez mais o tempo do brincar.
De acordo com Vygotsky (2010), o primeiro ano na escola imprime uma referência para o resto da vida do aprendiz, podendo até modificar de forma radical sua personalidade. Diante da família, dos amigos e da sociedade em geral ela passa a ser considerada alguém que começa a ter responsabilidades.
O desenvolvimento das capacidades intelectuais e cognitivas se tornam mais evidentes pelas atividades de estudo. Mas há outras relações que se criam no ambiente escolar – ter novos amigos, brincar com os colegas, valorizar e ser valorizada pelas conquistas e se sentir parte de um grupo. Participar das decisões e da coletividade é importante para a vida de todo ser humano.
Mas o aprender e o ensinar devem estar no centro desta relação, assim como a forma e o conteúdo do ensino, que deve mostrar além da utilidade do conhecimento e sim a aprender por saber que o conhecimento trará a amplitude e a descoberta de situações que até então não faziam parte da existência do aprendiz.
Descobrir que determinado objeto possui mais de uma função e que uma palavra pode representar dois objetos são exemplos de que o aprender oportuniza novos significados. Ampliar o repertório de ideias e saber utilizá-las em seu dia a dia gera ao ser humano a possibilidade de compreender que o mundo é repleto de perspectivas e probabilidades.
Síntese
Chegamos ao fim de mais uma unidade de ensino, que possibilitou conhecer e compreender diferentes assuntos:
· David Ausubel e sua Teoria da Aprendizagem Significativa, fazendo reflexões importantes sobre como aprendemos baseados naquilo que já temos como referência interna;
· A necessidade de encontrar um significado ao novo conhecimento para que ele se torne aprendizado e tenha relevância na vida do aprendiz;
· As principais diferenças entreo conceito de aprendizagem mecânica e aprendizagem significativa;
· A importância do período da infância, sua construção, experiências, relações e cultura na vida do indivíduo;
· As características mais marcantes em cada faixa etária na infância nos campos físico, intelectual, social, emocional e moral;
· A relação da linguagem e da comunicação com o desenvolvimento infantil por meio da expressão dos seus pensamentos e sentimentos;
· As mudanças essenciais geradas pela linguagem: lidar com objetos do mundo exterior mesmo quando estão ausentes, abstração e generalização de objetos reais e se fazer entender por meio da comunicação.
· A criança no ambiente escolar e a função da escola na educação infantil e na educação fundamental.