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Lisandra Farias 1 TRAUMA PEDIÁTRICO v 80 % das mortes podem ser evitadas ⟶ estratégias efetivas de prevenção e cuidados adequados na fase aguda da lesão Dados demográficos do trauma pediátrico • Trauma penetrante ⟶ ferimentos em um sistema corporal • Trauma contuso ⟶ maior propensão a lesões multissistêmicas • Incidência de trauma contuso é mais elevada que o penetrante • Causas mais comuns de trauma ⟶ quedas, atropelamento e vítimas de colisões automobilísticas Cinemática do Trauma Pediátrico • Amortecimento mínimo ⟶ pequena quantidade de gordura corporal • Aumento da elasticidade do tecido conjuntivo • Proximidade das vísceras ⟶ limitam capacidade de dissipar forças, a energia é mais rapidamente transmitida aos órgãos subjacentes • O esqueleto da criança é incompletamente calcificado ⟶ é mais flexível Padrões comuns de lesões associadas ao trauma pediátrico Tipo de trauma Padrões da lesão Acidentes com veículos motorizados (criança é o passageiro) Sem cinto segurança: trauma multissistêmico (incluindo tórax e abdômen), lesões na cabeça e pescoço, lacerações no couro cabeludo e face. Com cinto segurança: lesões no tórax e abdômen, fraturas na coluna lombar. Queda de altura Baixa: fraturas nas extremidades superiores Média: lesões na cabeça/pescoço, fraturas nas extremidades superiores e inferiores Alta: trauma multissistêmico (tórax e abdômen), lesões na cabeça e pescoço e fratura extremidades inferiores Queda de bicicleta Sem capacete: lacerações na cabeça/pescoço, lacerações couro cabeludo e face, fraturas nas extremidades superiores. Com capacete: fraturas nas extremidades superiores Colisão com o guidão: Lesões abdominais internas Fisiopatologia ⟶ as 3 maiores causas de morte imediata na criança são ⟶ hipóxia, hemorragias maciças e traumas significativos no SNC Hipóxia • Prioridade do APH ⟶ manter a permeabilidade da via aérea • Confirmação da via aérea aberta e funcionando não exclui a necessidade de oxigênio • Frequência e profundidade da ventilação devem ser cuidadosamente avaliadas ⟶ confirmar ventilação adequada • Pacientes pediátricos que exigem tratamento agressivo da via aérea devem ser pré-oxigenados antes da tentativa de colocação de dispositivos avançados via aérea Lisandra Farias 2 • Período de hipóxia durantes tentativas múltiplas ou prolongadas de colocação de dispositivos avançados via aérea pode ser mais prejudicial do que a simples ventilação com dispositivo de balão e máscara + transporte rápido Hemorragia • Maior parte das lesões pediátricas não causa exsanguinação imediata • Fatalidades resultam de múltiplos ferimentos de órgãos internos, com pelo menos um ferimento significativo causando a perda aguda de sangue Lesão SNC • Alterações fisiopatológicas após trauma no SNC iniciam dentro de minutos • Reanimação precoce e adequada é fundamental para o aumento da sobrevida das crianças com trauma no SNC ⟶ esforços coordenados podem evitar lesão secundária • Ventilação + oxigenação adequada são tão essenciais no tratamento das LTC quanto a preservação da hipotensão • Alteração no nível de consciência (período de inconsciência não testemunhadas) ⟶ amnésia do evento é comumente utilizada como substituta para a perda de consciência • Documentar estado neurológico basal ⟶ Glasgow (modificada para pediatria), reação pupilar, resposta ao estímulo sensitivo e função motora Via Aérea • Crianças tem occipício e língua relativamente maiores e via aérea anteriorizada ⟶ maior risco de obstrução anatômica da via aérea em comparação com adultos • Estabilização manual da coluna cervical é feita durante o tratamento da via aérea e mantida até imobilização adequada ⟶ dispositivo adequado ou toalhas enroladas ⟶ colocação de almofada/cobertor sobre o tronco da criança pode diminuir a flexão aguda do pescoço e ajudar a manter a via aérea pérvia Respiração • Ventilação com máscara e bolsa com fluxo alto (15 litros/minutos) de oxigênio a 100% ⟶ melhor escolha quando a criança traumatizada necessita de ventilação assistida • Avaliação da ventilação + reconhecimento precoce de sinais de desconforto + assistência ventilatória, fundamentais no tratamento de ⟶ taquipneia + aumento do esforço/dificuldade pode ser a primeira manisfação da IRA e choque ⟶ respiração superficial ou movimento mínimo do tórax ⟶ murmúrio vesicular diminuído ou irregular ⟶ passagem do ar pelo nariz/boca pode estar reduzida • O esforço ventilatório aumenta e pode incluir ⟶ tiragem supraesternal, supraclavicular, subcostal ou intercostal, uso de musculatura acessória além de distensão do abdômen com retração torácica • Avaliar efetividade da ventilação a partir dos seguintes indicadores ⟶ frequência e profundidade ⟶ pele rosada (ventilação adequada) ⟶ pele escura, cinzenta e cianótica indica oxigenação e perfusão inadequada ⟶ ansiedade, inquietação ou combatividade são sinais precoces de hipóxia ⟶ letargia, rebaixamento do NC ou inconsciência são sinais avançados de hipóxia ⟶ murmúrios vesiculares equivalem a profundidade das trocas ⟶ chiados, estertores ou roncos indicam oxigenação ineficiente ⟶ oximetria decrescente e/ou capnografia descrescente indicam falência respiratória Circulação • Hemorragia externa deve ser rapidamente identificada e controlada pela compressão manual direta durante avaliação primária • Medida única da frequência cardíaca ou pressão arterial não reflete a estabilidade fisiológica Lisandra Farias 3 • Medições em série + observações das tendências de variação dos SV são essenciais para avaliar a evolução do estado hemodinâmico da criança na fase aguda do trauma • Criança com lesão hemorrágia pode manter o volume circulante adequado ao aumentar a resistência vascular periférica para manter a PA média, evidência clínicas desse mecanismo compensatório incluem → Aumento do tempo de enchimento capilar → Palidez ou manchas periféricas → Temperatura cutânea periférica fria → Diminuição da intensidade as pulsações periféricas Incapacidade • Após avaliação da via aérea, respiração e circulação com a avaliação primária ⟶ realizar avaliação do estado neurológico → AVDI (Alerta, Responde ao estímulo Verbal, responde ao estímulo de Dor, Inconsciência) → Escala de Coma de Glasgow + exame cuidadoso das pupilas Exposição/Ambiente • Buscar por outras lesões potencialmente fatais nas crianças ⟶ uma vez que o exame para identificar lesões esteja completo, o doente pediátrico deve ser coberto para preservar a temperatura corporal e evitar maiores perdas de calor, e hipotermia Avaliação secundária • Exame físico detalhado ⟶ deve seguir a avaliação primária somente após as condições de risco á vida terem sido identificadas e tratadas Tratamento • Pontos chaves para a sobrevida da criança traumatizada ⟶ avaliação cardiopulmonar rápida, tratamento agressivo e transporte para um hospital pediátrico • Via aérea ⟶ o objetivo da reanimação inicial da criança traumatizada é estabelecer oxigenação adequada a tecidos o mais rápido possível ⟶ aspiração, manobras manuais e dispositivos auxiliares de via aérea • Respiração ⟶ devido ao potencial da rápida deterioração e parada respiratória, a ventilação deve ser assistida no caso de dispneia e aumento do esforço ventilatório → Deve-se utilizar o dispositivo de bolsa e máscara de tamanho adequado com oxigênio reserva e de alto fluxo para fornecer uma concentração de oxigênio entre 85% e 100% → Oximetria de pulso ⟶ manter SatO2 com níveis superiores a 95% • Circulação → Controle da hemorragia externa → Sistema vascular pediátrico consegue manter uma PA normal até o colapso grave, quando não há resposta à reanimação Lisandra Farias 4 → Nos sinais de choque hemorrágico os elementoschave para sobrevida são ⟶ reanimação volêmica adequada + início rápido de transporte para hospital adequado → Transporte não deve ser retardado para obter acesso vascular ou para se administrar fluido IV → Acesso vascular ⟶ fossa antecubital (região anterior do antebraço na altura do cotovelo), veia safena na altura do tornozelo e punção intraóssea
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