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ANTIPARASITÁRIOS - Resumo

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ANTIPARASITÁRIOS 
VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C 
Anti-helmínticos 
 Os helmintos constituem um grupo muito numeroso de animais, que inclui espécies de vida livre e de vida 
parasitária. 
 Cerca de 350 espécies encontradas em humanos, maioria colonizando o TGI. 
 A ocorrência de parasitoses por helmintos no homem é muito comum; estima-se que cerca de 20% da 
população humana esteja parasitada por algum helminto. 
 Principais doenças causadas por helmintos, que afetam a saúde humana: Esquistossomose; Ascaridíase; 
Teníase/Cisticercose; Ancilostomíase; Enterobiose/Oxiurose; Filariose (elefantíase); Oncocercose 
(cegueira dos rios). 
 
 
 
 As doenças causadas por helmintos relacionam-se com condições precárias de higiene e saneamento 
básico, consumo de água e alimentos contaminados ou carnes malcozidas. 
 Nematelmintos  Vermes redondos. 
- Ascaris, Ancylostoma, Enterobius: intestino. 
- Filárias: vasos linfáticos, tecidos conjuntivos ou mesentério. 
 Platelmintos  Vermes achatados ou planos. 
VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C 
- Schistosoma (fascíola): veias ou vênulas da parede intestinal ou bexiga. 
- Taenia (cestódeo): intestino (teníase) ou tecidos (cisticercose). 
 
Fármacos anti-helmínticos 
Alterações de transporte Benzimidazóis 
Paralisação do parasita Ivermectina e Praziquantel 
Alterações no metabolismo Dietilcarbamazina e Levamisol 
 
1) Benzimidazois 
 Mecanismo de ação: Inibem polimerização da β-tubulina  inibem a síntese de microtúbulos (alteram 
o processo de transporte). 
- inibem captação de glicose. 
- alterações degenerativas em células tegumentares e intestinais dos helmintos. 
 Efeito mais seletivo para tecido helmíntico. 
 
 Tiabendazol: Protótipo do grupo; provoca náuseas significativas, vômitos e anorexia em doses 
terapêuticas. 
 Mebendazol e Albendazol: São mais bem tolerados; biodisponibilidade aumentada pela presença de 
alimentos (sobretudo gordurosos). 
 Rapidamente metabolizados, eliminados na urina. 
 
 Usos clínicos: Largo espectro anti-helmíntico (Ascaridíase, Enterobiose/Oxiurose, Ancilostomíase, 
Estrongiloidíase, Tricuríase, Larva migrans cutânea, Teníase, Neurocisticercose). Também tem atividade 
antiprotozoária. 
 
 Efeitos colaterais e precauções: Desconforto epigástrico leve e transitório, diarreia, cefaleia, náuseas, 
tontura, mal-estar. 
- As contagens sanguíneas e as provas de função hepática devem ser monitoradas durante a terapia em 
longo prazo. 
 Resistência: Superexpressão glicoproteína P (bomba de efluxo) e alteração na taxa de ligação com a 
β-tubulina. 
 
2) Ivermectina 
 Mecanismo de ação: Potencializa canais de cloreto regulados por glutamato em membranas celulares 
de nematódeos e intensifica transmissão do GABA nos nervos periféricos  hiperpolarização de células 
neuromusculares  paralisia muscular. 
- Ligação a receptores nicotínicos  paralisia muscular. 
 
VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C 
 Usos clínicos: Tratamento de primeira linha para muitas infecções causadas por filárias. 
- Filariose linfática (elefantíase). 
- Oncocercose (cegueira do rio), mas não destrói as filárias adultas. 
- Ascaridíase e Estrongiloidíase. 
 
 Farmacocinética: Via oral, rapidamente absorvida, ampla distribuição tecidual, meia-vida é de cerca de 16 
horas e excreção é quase exclusivamente por via fecal. 
 
 Efeitos colaterais: Diarreia, vômito, sonolência, tremores, urticária. 
- Respostas inflamatórias ou alérgicas às microfilárias que estão morrendo (“reação do tipo Mazzotti”), 
incluindo prurido, febre, tontura, cefaleia. 
 
 Contra-indicações: 
- Pacientes com meningite ou outras afecções do SNC que possam afetar a BHE, devido a seus efeitos 
nos receptores GABA. 
- Hipersensibilidade ao fármaco. 
- Crianças com menos de 15 Kg ou menores de 5 anos. 
 
3) Praziquantel 
 Fármaco de escolha para todas as formas de esquistossomíase e também para tratamento de 
cisticercose. 
 Mecanismo de ação: Ligam-se a canais de cálcio controlado por voltagem nas membranas celulares 
de platelmintos  aumento da permeabilidade ao cálcio  contrações prolongadas que resultam em 
paralisia muscular. 
 Alterações do tegumento  exposição de novos antígenos para reconhecimento das células de defesa. 
 
 Efeitos colaterais: Cefaleia, tontura, sonolência e mal-estar; náuseas, vômitos, dor abdominal, fezes 
amolecidas, prurido, urticária, eosinofilia, febre baixa, artralgia e mialgia. 
 
4) Dietilcarbamazina 
 Fármaco preferido para o tratamento e controle da Filariose linfática (elefantíase) e Filariose subcutânea. 
 Mecanismo de ação: 
- Danos nas organelas. 
- Interferência no processamento e transporte de macromoléculas para a membrana plasmática. 
- Interferência no metabolismo do ácido araquidônico. 
- Alterações no tegumento que aumentam a susceptibilidade às defesas do hospedeiro. 
 
 Efeitos colaterais: cefaleia, mal-estar, anorexia, fraqueza, náuseas, vômitos e tontura. 
VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C 
- Eventos adversos alérgicos em consequência da liberação de proteínas de microfilárias ou vermes 
adultos mortos. 
 
5) Levamisol 
 Terapêutica específica para ascaridíase (mas não tem ação sobre os ovos). 
 
 Mecanismos de ação: 
- Impede a conversão do fumarato em succinato na musculatura  paralisia. 
- Bloqueio neuromuscular. 
 
 Efeitos colaterais leves, mas pode causar agranulocitose. 
 
Antiprotozoários 
 
 
 Principais doenças causadas por protozoários que afetam a saúde humana: Malária, Giardíase, 
Amebíase, Tricomoníase, Toxoplasmose, Leishmaniose e Doença de Chagas. 
 
I) Antimaláricos 
 No Brasil, três espécies de Plasmodium causam Malária em seres humanos: P. malariae, P. vivax e 
P. falciparum. 
 A Malária por P. ovale ocorre apenas no continente africano, porém, ocasionalmente, casos importados 
podem ser diagnosticados no Brasil. 
 O quadro clínico típico é caracterizado por febre alta, acompanhada de calafrios, mialgia, sudorese 
profusa e cefaleia, que ocorrem em padrões cíclicos, dependendo da espécie de plasmódio. 
 P. falciparum pode causar quadros mais graves, podendo ser fatal. 
 
 Ciclo de vida dos parasitas da malária: Apenas o estágio eritrocitário assexuado da infecção 
causa malária clínica. 
 
VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C 
 
Tratamento da Malária visa a atingir o parasita em pontos-chave de seu ciclo evolutivo: 
 Interrupção do esquizonte sanguíneo, responsável pela patogenia e manifestações clínicas da 
infecção. 
 Destruição de formas latentes do parasito no ciclo tecidual (hipnozoítos) das espécies P. vivax 
e P. ovale, evitando assim as recaídas tardias. 
 Interrupção da transmissão do parasito pela interrupção do desenvolvimento das formas 
sexuadas (gametócitos). 
 
Alvos farmacológicos 
Metabolismo do grupo heme Cloroquina, Quinina, Artesunato e Artemeter, 
Lumefantrina e Mefloquina. 
Transporte de elétrons Primaquina. 
Tradução de proteínas Doxiciclina e Clindamicina. 
Metabolismo do folato Sulfadoxina-pirimetamina e Proguanil. 
 
 
A) Cloroquina 
 Esquizonticida sanguíneo potente, ativa contra as 4 espécies de plasmódios. 
- P. falciparum é resistente na maior parte do mundo. 
 
 Mecanismo de ação: Difunde-se livremente para o lisossomo parasitário; forma protonada  
aprisionado no parasita. 
- Ação: inibe a heme-polimerase. 
- Para proteger-se no interior dos eritrócitos, o parasita polimeriza o grupo heme em hemozoína que não é 
tóxica  A Cloroquina previne a polimerização da hemozoína  O acúmulo de heme resulta em lise do 
parasita e do eritrócito. 
VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C 
 
 Indicações: 
- Profilaxia e tratamento de ataques agudos de malária devido ao P. vivax, P. malariae, P. ovale; 
tratamento radical em cepas sensíveis de P. falciparum. 
- Amebíase hepática, giardíase, lúpus eritematoso discorde e artrite reumatoide. 
 
 Farmacocinética: Ativa por via oral; Extensamente distribuída, concentrando-senos eritrócitos 
parasitados; Tem meia-vida de 50 horas. 
 Efeitos adversos: Alterações gastrointestinais, tonturas, urticária, prolongamento do intervalo QT, 
cardiomiopatia, visão turva, convulsões, agranulocitose, dermatite, etc. 
 
B) Quinina 
 Esquizonticida sanguíneo, ativa contra as 4 espécies de plasmódios. 
 Certo grau de resistência. 
 Mecanismo de ação: Semelhante a cloroquina (interrompe polimerização de heme a hemozoína) e 
intercala-se ao DNA. 
 Efeitos adversos: Cinchonismo (zumbido, surdez, cefaleias, náuseas, vômitos e distúrbios visuais). 
 
C) Derivados da artemisina 
 Análogos da artemisina: Artesunato e Artemeter. 
 Esquizonticidas sanguíneos de ação muito rápida, ativos contra todas as espécies de plasmódios. 
 São os fármacos mais eficazes no tratamento de P. falciparum, incluindo os parasitas 
resistentes a cloroquina. 
 Poucos efeitos adversos. 
 
 Mecanismo de ação: Se concentram nos eritrócitos infectados, atuando no vacúolo digestivo do 
parasita. 
- Formam radicais livres que alquilam macromoléculas. 
- Adutos que bloqueiam bombas de cálcio do parasita. 
VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C 
 
 
 
 
D) Lumefantrina 
 Esquizonticida sanguíneo. 
 Mecanismo de ação: interrompe polimerização de heme a hemozoína. 
 
 Uso em associação com Arteméter: tratamento de primeira linha da infecção aguda não complicada por 
P. falciparum em muitos países; tratamento de infecções mistas com P. falciparum. 
 
 Combinação bem tolerada. 
 Absorção aumenta com alimentos gordurosos. 
 
E) Mefloquina 
 Esquizonticida sanguíneo, ativa em P. falciparum resistente a cloroquina. 
 Mecanismo de ação: interrompe polimerização de heme a hemozoína. 
 
 Início de ação lento. 
 Usada em associação com Artesunato no tratamento de infecção aguda não complicada por P. 
falciparum e infecções mistas com P. vivax. 
 
F) Primaquina 
 Esquizonticida tecidual, ativa contra hipnozoítos hepáticos e contra gametócitos. 
 
 Mecanismo de ação: Interrompe o metabolismo mitocondrial dos plasmódios, provavelmente por meio 
de inibição da ubiquinona e lesão oxidativa inespecífica. 
 
 Efeitos adversos: Desconforto intestinal e, com doses maiores, metemoglobinemia. 
- Hemólise eritrocítica nos indivíduos com deficiência genética de glicose-6-fosfato desidrogenase. 
 
Esquemas de tratamento da malária no Brasil 
 
Malária não complicada - P. vivax ou P. 
ovale 
Cloroquina + Primaquina 
- Primaquina não é indicada para gestantes e crianças 
com menos de 6 meses. Nesses casos, o tratamento é 
apenas com cloroquina. 
Artemisinina e seus derivados formam radicais livres após ativação pelo ferro. O mecanismo pode envolver 
alquilação de macromoléculas, como heme e proteínas, resultando na formação de adutos artemisinina-
heme e artemisinina-proteína que são tóxicos para os plasmódios. 
Malária por P. falciparum Artemeter + Lumefantrina 
Artesunato + Mefloquina 
Infecção mista P. falciparum + P. vivax Artemeter + Lumefantrina + Primaquina 
Artesunato + Mefloquina + Primaquina 
 
Infecção complicada por P. falciparum 
Artesunato + Clindamicina 
Artemeter + Clindamicina 
- Clindamicina: Inibe síntese proteica no apicoplasto 
Infecção por P. falciparum Primeiro trimestre de gestação ou crianças de 6 meses: 
Quinina + Clindamicina 
 
VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C 
II) Amebicidas 
 A Entamoeba histolytica é o agente etiológico da amebíase, um importante problema de saúde pública. 
 Ingestão de água ou alimentos contaminados com cistos  Perda do encistamento no intestino grosso  
Trofozoíto pode gerar: colonização assintomática, amebíase intestinal ou perfuração intestinal que evolui 
para abcesso hepático. 
 
A) Metronidazol, Tinidazol e Secnidazol 
 Ativos contra trofozoítos de E. histolytica nos tecidos. 
 Tinidazol  segunda geração; mais bem tolerado e exige menor duração de tratamento (eliminado mais 
lentamente). 
 Secnidazol Amebíase intestinal sob todas as formas (primeira opção), Amebíase hepática, Giardíase, 
Tricomoníase. 
 
 Mecanismo de ação: Ativado por enzimas oxidativas presentes em parasitos e bactérias anaeróbias 
 compostos citotóxicos reduzidos que provocam lesão de proteínas, membranas e DNA. 
- afeta vias anaeróbias. 
 
 
 Indicações: Amebíase invasiva do intestino ou do fígado, Giardíase e Tricomoníase urogenital. 
- Metronidazol e Tinidazol: tratamento de algumas infecções causadas por bactérias anaeróbias (ex: 
Bacteroides sp., Clostridium sp.). 
 
VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C 
 Efeitos adversos: Alterações gastrointestinais, Sintomas do SNC (tonturas, cefaleia, neuropatias 
sensitivas), Rubor, prurido e urticária. 
B) Nitazoxanida 
 Estruturalmente relacionada com Metronidazol. 
 Amplo espectro de ação, incluindo atividade contra protozoários, bactérias anaeróbias e helmintos. 
 
 Mecanismo de ação: Inibe a enzima piruvato-ferredoxina óxido redutase (PFOR), que converte 
piruvato em acetil-CoA em protozoários e bactérias anaeróbias  redução da síntese de etanol e acetato 
utilizados no metabolismo anaeróbio dos protozoários  comprometimento da síntese de energia. 
 
 Indicações: Amebíase intestinal aguda, Giardíase, Helmintíases (efetivo contra nematódeos, cestódeos e 
trematódeos), Gastroenterites virais causadas por rotavírus e norovírus. 
 
 Efeitos adversos: Dor abdominal do tipo cólica, diarreia, náusea, vômito e dor de cabeça.

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