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Farmacologia do SNA - continuaçao aula 5

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ANTAGONISTAS ADRENÉRGICOS 
SIMPATOLÍTICOS 
Enquanto os agonistas são 
simpatomiméticos, os antagonistas 
são simpatolíticos que bloqueiam a 
transmissão simpática 
ANTAGONISTAS ADRENÉRGICOS 
• Antagonistas α não seletivos 
• Antagonistas α1 adrenérgicos 
• Antagonistas β não seletivos 
• Antagonistas β1 adrenérgicos 
• Antagonistas com ação 
agonista parcial 
• Antagonistas β e α1 
• Antagonistas adrenérgicos 
indiretos 
ANTAGONISTAS COM AÇÃO AGONISTA 
PARCIAL 
Acebutalol, Esmolol 
Sectral® Breviblock® 
Ações: bloqueiam os receptores β, 
mas tem atividade simpatomimética 
intrínseca (ASI) 
 Essa atividade causa um pouco 
de taquicardia 
 Ao bloquear os receptores beta 
1 diminui-se a força cardíaca e 
de contração, tendo portanto 
efeito anti-hipertensivo 
Utilidade clínica: HAS em diabéticos, 
insuficiência cardíaca 
Efeitos adversos: hipotensão postural, 
fadiga, cefaleia, broncoconstrição 
Bloqueio B1: efeito anti-hipertensivo 
Bloqueio B1 – IC 
Bloqueio B2: broncoconstrição 
Hipoglicemia: beta bloqueadores 
podem reduzir a glicemia 
possivelmente devido ao aumento da 
captação periférica de glicose através 
do aumento da sensibilidade à insulina 
ANTAGONISTAS BETA E ALFA-1 
Carvedilol, Labetalol 
Cardilol ® Betalor ® 
Ações: vasodilatadores (α1) e reduzem 
o débito cardíaco (β1) 
Utilidade clínica: hipertensão arterial 
sistêmica, insuficiência cardíaca 
Efeitos adversos: hipotensão postural, 
fadiga, cefaleia, broncoconstrição 
EFEITOS COLATERAIS DOS ANTAGONISTAS 
BETA 1 DIRETOS 
Ao bloquear receptores beta-1, podem 
mascarar quadro de hipoglicemia, 
que é caracterizado por taquicardia 
Hipoglicemia: beta bloqueadores 
podem reduzir a glicemia 
possivelmente devido ao aumento da 
captação periférica de glicose pelo 
aumento da sensibilidade à insulina 
SISTEMA SIMPÁTICO: ANTAGONISTAS 
DIRETOS 
 
ANTAGONISTAS ADRENÉRGICOS INDIRETOS 
Bloqueiam ambas as ações, alfa e 
beta, dos neurotransmissores 
●
 
Diminuem a transmissão simpática e 
aumentam a parassimpática 
Os fármacos simpatolíticos de ação 
indireta podem ser: 
 Fármacos que interferem na 
síntese de noradrenalina; 
exemplo: metil-tirosina e 
carbidopa 
 Fármacos que afetam o 
armazenamento de 
noradrenalina; exemplo: 
reserpina 
 Fármacos que afetam a 
liberação de noradrenalina; 
exemplo: metildopa e 
guanetidina 
FÁRMACOS QUE INTERFEREM NA SÍNTESE 
DE NORADRENALINA: ALFA METIL TIROSINA 
α-metil-tirosina: inibe a 
tirosina hidroxilase – o que 
impede a cascata da 
síntese de noradrenalina 
É utilizada no tratamento da 
hipertensão decorrente 
do feocromocitoma não 
excisado cirurgicamente 
Nestes casos, pode-se 
utilizar alfa e beta 
bloqueadores, mas a 
melhor opção é a α-metil-
tirosina porque reduz a síntese da 
adrenalina 
Se tem menos noradrenalina, tem 
mais acetilcolina – redução da PA, 
frequência cardíaca, diminuição da 
força de contração 
 
FÁRMACOS QUE INTERFEREM NA SÍNTESE 
DE NORADRENALINA: CARBIDOPA 
Carbidopa (parkidopa®) 
Ações: inibe a dopa-descarboxilase, 
reduzindo a formação de dopamina 
 Não atravessa a barreira 
hematoencefálica 
Utilidade clínica: antiparkinsoniano 
associado a Levodopa 
Carbidopa tem efeito anti-hipertensivo 
FÁRMACOS QUE AFETAM O 
ARMAZENAMENTO DA NORADRENALINA: 
RESERPINA 
Afeta o armazenamento da 
noradrenalina 
A reserpina inibe a captação de 
noradrenalina pelas vesículas 
presentes nas terminações nervosas, 
o que provoca a destruição de 
noradrenalina pela MAO e COMT 
A COMT degrada noradrenalina, 
serotonina, dopamina e diminui a 
transmissão simpática 
A reserpina interfere não só com a 
noradrenalina mas também das outras 
monoaminas (dopamina, adrenalina e 
serotonina) 
A reserpina reduz a pressão arterial, 
porém causa depressão profunda 
que pode levar ao suicídio 
Sem uso clínico 
FÁRMACOS QUE AFETAM A LIBERAÇÃO DE 
NORADRENALINA: METILDOPA 
A metildopa é um fármaco que ainda é 
usado na hipertensão durante a 
gravidez 
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É captada pelos neurônios e então 
convertido no falso transmissor α-
metilnoradrenalina 
A α-metilnoradrenalina não sofre 
degradação pela MAO, se acumulando 
nos terminais sinápticos e deslocando 
a NA das vesículas. Quando liberada, 
a α-metilnoradrenalina atua sobre 
receptores alfa-2 adrenérgicos pré-
sinápticos, inibindo a liberação de 
noradrenalina 
Ambos os efeitos contribuem para 
redução da ativação de receptores 
alfa-1-adrenérgicos e o efeito 
hipotensor 
FÁRMACOS QUE AFETAM A LIBERAÇÃO DE 
NORADRENALINA: GUANETIDINA 
A guanetidina inibe a liberação de 
noradrenalina pelas terminações 
nervosas simpáticas, mas não alteram 
a liberação de catecolaminas na 
circulação 
Tem poucas ações sobre a medula 
suprarrenal (adrenalina) e outras 
terminações nervosas 
Eles são captados pela NET e VMAT e 
se acumulam nas terminações 
sinápticas e dentro das vesículas. Uma 
vez liberados nas sinapses, não atuam 
como neurotransmissor 
Tem efeito anti-hipertensivo, porém 
causa degeneração dos neurônios 
sinápticos. Tem como efeitos 
colaterais a hipotensão postural, 
diarreia, congestão nasal e disfunção 
ejaculatória 
São confundidas com os 
neurotransmissores 
Sem uso clínico 
REVISÃO DO SISTEMA SIMPÁTICO: 
ANTAGONISTAS INDIRETOS 
 
TRANSMISSÃO PARASSIMPÁTICA OU 
COLINÉRGICA 
Envolvido na transmissão da 
acetilcolina 
Os fármacos atuam imitando 
(agonista) ou bloqueando 
(antagonista) a ação da acetilcolina 
RECEPTORES DO SISTEMA PARASSIMPÁTICO 
Os receptores muscarínicos (M1, 
M2, M3, M4 e M5) são receptores 
acoplados à proteína G 
(metabotrópicos) 
Os mAChR medeiam os efeitos da 
acetilcolina em sinapses pós-
ganglionares parassimpáticas 
(principalmente o coração, musculo 
liso e glândulas) 
M1 está presente no sistema entérico 
e neuronal;M3 no sistema glandular e 
vascular; M5 presente no sistema 
nervoso central; M2 no cardíaco e M4 
no sistema nervoso central 
A ação da acetilcolina desencadeia a 
atividade colinérgica, a atividade 
parassimpática, mediante receptores 
muscarínicos 
●
 
 
EFEITOS DO SISTEMA PARASSIMPÁTICOS 
 
Efeito ao contrário do que a adrenalina 
faz 
Enquanto a adrenalina aumenta, a 
acetilcolina diminui 
FÁRMACOS DO SISTEMA PARASSIMPÁTICO 
São os: 
• Agonistas diretos (o fármaco 
apresenta uma estrutura 
parecida com a acetilcolina, 
então ele vai lá e ativa os 
receptores M1,M2,M3,M4 ou 
M5) 
• Agonistas indiretos (os 
fármacos aumentam a 
acetilcolina para que ela atue 
sobre os receptores M1-M5) 
• Antagonistas diretos (o 
fármaco bloqueia os receptores 
da acetilcolina) 
• Antagonistas indiretos 
(bloqueiam a liberação da 
acetilcolina) 
• Bloqueadores neuromusculares 
2 agonistas que atuam como 
acetilcolina e 3 antagonistas 
AGONISTAS COLINÉRGICOS 
COLINOMIMÉTICOS E 
PARASSIMPATOMIMÉTICOS 
Existem dois tipos de agonistas 
colinérgicos 
1. Agonistas colinérgicos: 
imitam a ação do 
neurotransmissor acetilcolina 
(colinomiméticos) 
2. Fármacos 
anticolinesterásicos: agem 
inibindo a enzima colinesterase, 
responsável pela metabolização 
da acetilcolina nos locais onde 
se encontram os receptores 
colinérgicos (efeito indireto) 
AGONISTAS COLINÉRGICOS DIRETOS 
Ativam diretamente receptores 
muscarínicos 
 
Carbacol e Pilocarpina são fármacos 
em formato de colírios que servem 
para glaucoma; 
Betanecol é de ação sistêmica em 
pacientes de hipotonia 
Cevimetina é muito utilizado na 
síndrome de Jogren que causa a 
interrupção na produção de saliva e 
lagrimas 
●
 
EFEITOS COLATERAIS DOS AGONISTAS 
DIRETOS 
• Náusea e vomito 
• Acidez e dor estomacal 
• Diarreia 
• Incontinência urinária 
• Corrimento nasal 
• Broncoconstrição 
• Rubor, sudorese e salivação 
• Dor de cabeça 
AGONISTAS COLINÉRGICOS INDIRETOS 
Anticolinesterásicos 
Inibem a acetilcolinesterase 
(AchE) e a butirilcolinesterase 
(BuchE), e com issoaumentam 
a concentração de Ach para 
que ela atue sobre os 
receptores muscarínicos 
 
A acetilcolina é degradada pela 
enzima acetilcolinesterase; então os 
fármacos anticolinesterásicos agem 
inibindo essa enzima 
MIASTEMIA GRAVE/ MIASTENIA GRAVIS 
Doenças crônicas que envolvem a 
paralisia de vários grupos musculares, 
e que era associada a mulheres e 
jovens, afeta hoje em dia 
majoritariamente homens acima dos 
65 anos 
Mais de 50% dos pacientes 
apresentam sintomas oculares e 
destes, a metade permanece com 
manifestações oculares – ptose 
palpebral 
Há casos em que as manifestações 
são generalizadas com fadiga após 
exercício ou movimentos repetitivos 
ANTICOLINESTERÁSICOS 
Esses fármacos são capazes de 
melhorar a cognição de pacientes com 
Doença de Alzheimer, porém não 
retardam o desenvolvimento da 
doença 
 
EFEITOS COLATERAIS DOS 
ANTICOLINESTERÁSICOS 
• Bradicardia 
• Hipotensão 
• Broncoconstrição 
• Excesso de secreções 
• Hipemotilidade gastrintestinal 
Tratamento da intoxicação: atropina 
(antagonista dos receptores 
muscarínico) e pralidoxima (reativador 
de colinesterase) 
ANTICOLINESTERÁSICOS IRREVERSÍVEIS 
• Inseticidas 
• Agrotóxicos 
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ANTAGONISTAS MUSCARÍNICOS 
ANTICOLINÉRGICOS E 
PARASSIMPATOLÍTICOS 
Antagonistas muscarínicos ou 
anticolinérgicos/parassimpatolícitos: 
bloqueiam a acetilcolina e ativam a 
adrenalina 
 
 
ANTAGONISTAS MUSCARINICOS INDIRETOS 
Inibem a liberação de acetilcolina 
TOXINA BOTULÍNICA 
A toxina botulínica e a β-
bungarotoxina, atuam especificamente 
inibindo a liberação de acetilcolina 
A toxina botulínica contém vários 
componentes (A-G), que são 
peptidases que clivam proteínas 
envolvidas no processo de exocitose 
(sinaptobrevinas, sintaxinas etc.) 
A toxina botulínica, administrada por 
injeção local, tem inúmeros usos 
clínicos e cosméticos: 
• Blefarospasmo e Espasticidade 
• Incontinência urinaria, 
associada à hiperatividade da 
bexiga (uso intravesical) 
• Estrabismo (através de injeções 
nos músculos extraoculares) 
• Hiperidrose (através de injeções 
intradérmicas na pele da zona 
axilar), no tratamento da 
sudorese excessiva resistente a 
outros tratamentos 
• Profilaxia das dores de cabeça 
(nos adultos com enxaqueca 
crônica e dores de cabeça 
frequentes) 
• Rugas da fronte (quando 
injetada por via intradérmica, 
remove as rugas de expressão 
ao paralisar os músculos 
superficiais que franzem a pele) 
BLOQUEADORES NEUROMUSCULARES 
Consistem em bloqueadores da 
transmissão colinérgica no sistema 
somático na placa motora 
neuromuscular da musculatura 
esquelética. Assim, combinam-se com 
os receptores nicotínicos bloqueando 
a ação da acetilcolina 
Tem sido utilizado principalmente na 
anestesia para produzir relaxamento 
muscular, sem a necessidade de 
doses anestésicas mais elevadas 
(benzodiazepínicos, opioides) 
São bloqueadores neuromusculares 
que promovem o relaxamento 
muscular e são divididos em dois 
grupos: 
●
 
 Agentes despolarizantes 
 Succinilcolina (Succitrat®) 
 Decametônio 
Os despolarizantes ativam 
receptores nicotínicos juntamente 
com a acetilcolina 
Início de ação e latência ultracurtos 
Associado a bom relaxamento 
neuromuscular e boas condições 
para intubação 
Reação alérgica 
Hipercalemia (alta concentração de 
potássio) 
Reversão da hipertermia maligna: 
Dantrolene – relaxante muscular 
 Agentes não despolarizantes 
 Tubocurarina 
 Pancurônio 
 Atracúrio 
 Galamina 
 Rocurônio 
 Cisatracúrio 
Os não despolarizantes bloqueiam 
os receptores de acetilcolina, logo 
não tem relaxamento (são mais seguros) 
Antagonistas competitivos do 
receptor de acetilcolina na placa 
terminal motora 
 
Reversão do bloqueio dos 
receptores: Anticolinesterásicos 
e Sugamadex (Bridion®) – alto 
custo 
No Brasil, os principais BNMs 
utilizados em procedimentos cirúrgicos 
eletivos são o rocurônio, atracúrio e 
cisatracúrio 
No caso das cirurgias de emergências, 
os mais utilizados são succinilcolina 
e rocurônio 
BLOQUEADORES NEUROMUSCULARES E 
INTUBAÇÃO 
Máscara com reservatório O2 10l//min 
+ SO2 <94% de Esforço Respiratório 
 
 
 
 
 
 
Reversão do bloqueio: 
Anticolinesterásicos e SUGAMADEX 
para o ROCURÔNIO (encapsula o 
rocurônio, resultando em maior 
estabilidade hemodinâmica e 
autonômica comparativamente aos 
agentes tradicionais de reversão 
●

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