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Ana Luísa Pereira | @aventuras_medicina Esquistossomose · É doença transmitida pelo verme trematódeo Schistossoma mansoni. Ataca principalmente o fígado e intestino · Chamado de xistose, barriga d’água, mal do caramujo · É conhecida desde a antiguidade · Espécies que causam esquitossomose ao homem: S. mansoni, S. haematobium, S. japonicum, S. intercalarum, S. meckongi – no Brasil encontramos apenas o mansoni · A doença veio junto com os escravos, devido à presença dos caramujos nos navios · No Brasil, a doença foi detectada nas faixas litorâneas da região nordeste, mas hoje espalha-se por quase todo o país · Nos estados da Bahia, Sergipe, Alagoas e Pernambuco existem áreas em que a população infectada alcança índices de 60% Morfologia · Verme adulto macho: ventosa oral, ventral e canal ginecóforo · Verme adulto fêmea: ventosa oral ou acetábulo, não possui canal ginecóforo · Dimorfismo sexual · Vivem no interior de vasos sanguíneos (intestino ou reto) de mamíferos · As cercarias não precisam chegar no estômago, podendo penetrar na mucosa do esôfago · Ovo: · Cor amarelo-amarronzado · Casca transparente – miracídio · Espícula voltada para trás · Ovo maduro → miracídio (larva intermediária, precisa infectar primeiro o caramujo) · Miracídio: · Encontra-se dento do ovo · Recoberto de cílios, que fazem com que ela seja capaz de se mover no meio aquoso. · Dão origem às cercarias · Vida livre natante e não se alimenta · Corpo: divide-se em cauda bifurcada e corpo · É a forma infectante para o caramujo · Cercária · Após a penetração no hospedeiro · Perda da cauda · Formação do esquistossômulo · No sistema intra-hepático, desenvolvendo-se · Fase de vermes adultos de ambos os sexos · Ciclo heteroxênico · Hospedeiro definitivo – homem · Hospedeiro intermediário – caramujo · Requer água parada Ciclo biológico · Heterôxênico: ovos eliminados – fezes · Liberação do miracídio → penetração no caramujo · Cada miracídio libera 1000 cercárias, caramujo pode liberar cercarias por 1 ano · Cercarias eliminadas na água → cercaria entra na pele · Transformação de macho e fêmea adulto · Fêmeas pões ovos na submucosa do plexo hemorroidal, 8 a 10 dias com miracídio formado · Postura de ovos: fêmea põe cerca de 200-400 ovos/dia, postos na submucosa intestinal · Mecanismos levam o ovo até a luz intestinal: resposta inflamatória, pressão dos novos ovos (bombeamento), enzimas proteolíticas Habitat · Vermes adultos: vivem no sistema porta · Migrando para os ramos terminais da veia mesentérica inferior, na altura do plexo hemorroidário · Ovos: submucosa, outros órgãos e fezes · O homem infectado elimina ovos viáveis de S. mansoni após 5 semanas podendo chegar a 10 anos · Transmissão ocorre por pessoas com a doença evacuando próximo a lagoas, rios e represas. Além de fossas sépticas próximas a lençóis freáticos · Penetração ativa faz cercarias pela pele em água contaminada · Se manifesta por forma aguda e crônica · Forma aguda: Assintomáticos, dermatite cercariana, sensação de estômago cheio, náuseas e vômitos, fraqueza, diareia, constipação, emagrecimento. Formas clínicas · Formas agudas: forma assintomática, dermatite cercariana, forma intestinal aguda Patogenia · Cercária: dermatite cercariana ou dermatite do nadador · Sensação de comichão, erupção, eritema, edema, pequenas pápulas e dor (quadro inflamatório) Fase crônica · Forma grave da esquistossomose · É menos frequente · Aumento do baço e do fígado · Sinais e sintomas: vômitos com sangue, sangue nas fezes · Formas crônicas: assintomática, pulmonar, intestinal, hepato-esplênica · Forma pulmonar: granulomas no pulmão → má oxigenação sanguínea → cianose · Forma intestinal: granulomas em torno dos ovos, dores abdominais e constipação, diarreia mucossanguinolenta e hemorragia · Forma hepática: hepatomegalia que leva a fibrose hepática. Obstrução dos ramos intra-hepáticos que leva a necrose hepática, esplenomegalia, varizes, ascite · Esquistossômulos: cercarias penetram → esquistossômulos → pulmões. Após duas semanas podem ser encontrados nos vasos do fígado e no sistema porta intra-hepático · Espoliação do hospedeiro (ferro e glicose) · Ovos: causadores das lesões mais importantes · Dependentes da quantidade dos ovos que tingem a luz intestinal: hemorragias, edemas de submucosa (degenerações), formações ulcerativas · Antígeno solúvel secretado pelos ovos: reações granulomatosas Diagnóstico · Clínico · Laboratorial: pesquisa de ovos nas fezes (método de Kato-Kaz) · Testes imunológicos · Protoparasitológco com três amostras · Biópsia retal Epidemiologia · Endemia mundial (52 países) – América do Sul, Caribe, África, leste do mediterrânio · No Brasil, a transmissçao ocorre em 19 estados, numa faixa contínua, ao longo do litoral, desde o RN até BA e região NE, ES, MG · Atualmente, as prevalências mais elevadas são encontradas nos Estados de AL, PE, SE, MG, BA, PB e ES · A distribuição dos caramujos mostram estreita relação em áreas de média e alta endemicidade · Espécies envolvidas: · Biomphalaria glabrata. · Biomphalaria straminea (CE, PA, GO). · Biomphalaria tenogophila (RJ, SP, SC, MG). Tratamento · Oxamniquina ou Praziquantel · Adultos: dose oral única (15 mg/kg) · Crianças: dose oral única (20 mg/Kg) · Bloqueia sua síntese de ácidos nucléicos. Profilaxia e controle · Evitar nadar em lagos. · Certifique-se que a água que bebe é segura. · Tratamento da população: · Tratamento em massa da população jovem · Evitar formas crônicas da doença · Saneamento básico. · Combate aos caramujos transmissores. · Educação sanitária a população.
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