Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Amaríntia Rezende – Clínica Médica de Pequenos Animais 2 SISTEMA URINÁRIO Trato urinário superior: rim e ureter Trato urinário inferior: bexiga e uretra RIM Órgão par, formato de feijão, coloração vermelho-acastanhada Localização retroperitoneal, o rim direito é mais cranial que o rim esquerdo. Nos felinos é menos cranial. NÉFRON Unidade morfofuncional Composição: cápsula de Bowman, glomérulo, túbulos contorcidos e alça de Henle. Cão – 400 mil néfrons por rim Gato – 200 mil néfrons por rim Glomérulo: rede de capilares paralelos, ramificados evolvidos por uma cápsula (cápsula de Bowman). Glomérulo + cápsula: corpúsculo renal (ou corpúsculo de Malpighi). Após passar pelo glomérulo é chamado de ultrafiltrado. Túbulos: contorcido proximal e distal (presença do aparelho justaglomerular). Sangue glomérulo cápsula glomerular túbulo contorcido proximal alça de Henle túbulo contorcido distal URETER Leva a urina dos rins para a bexiga BEXIGA Órgão de armazenamento Parcialmente na cavidade pélvica (quando está repleta, pode ser palpada na região abdominal) Divisão: ápice, corpo e colo. URETRA A uretra da fêmea é mais curta e mais larga, tem maior predisposição de ter infecção urinária. O macho tem a uretra mais longa e mais estreita, tem maior predisposição a obstruções uretrais. DOENÇA RENAL CRÔNICA ETIOLOGIA É definida como qualquer anormalidade estrutural e/ou funciona de um ou ambos os rins que esteja continuamente presente por três meses ou mais. Não tem cura. Consequência de lesões irreversíveis Origem: má formação congênita, hereditária ou adquirida. É irreversível e progressiva. 2 Amaríntia Rezende – Clínica Médica de Pequenos Animais 2 FISIOPATOLOGIA DA DRC A doença renal altera as funções renais: Regulação do equilíbrio hídrico-eletrolítico. Excreção de restos metabólicos. Regulação da pressão sanguínea arterial. Regulação da produção de células do sangue. Regulação da produção de vida. Com o tempo, tende a perder massa funcional e atrofiar. A creatinina só aumenta quando há perda de 75% da função renal. COMO DIAGNOSTICAR? Azotemia renal persistente por mais de 3 meses Exclusão de causas pré-renais (desidratação, hemorragia, hipotensão, cardiopatia, catabolismo, hemorragia intestinal) Exclusão de causas pós-renais (obstrução das vias urinárias ou ruptura de vias urinárias) ESTADIAMENTO ESTÁGIO 1 Não azomêmico Creatinina <1,4 (c) e <1,6 (g) SDMA > 18ug/dL Incapacidade de concentrar urina, proteinúria de origem renal Alterações morfológicas renais, biópsia renal anormal Cão: isostenúria e posterior azotemia Gato: azotemia e posterior isostenúria ESTÁGIO 2 Azotemia leve Creatinina 1,4 – 2,8 (c) e 1,6 – 2,8 (g) SDMA – 18 – 35 (c) e 18-25 (g) Sinais clínicos ausentes ou presentas PU/PD, perda de peso, incapacidade de concentrar urina, preteinúria de origem renal, alterações morfológicas renais. ESTÁGIO 3 Azotemia moderada Sinais clínicos mais evidentes Sinais extrarrenais (vomito/diarreia) Incapacidade de concentrar urina PU/PD Creatinina 2,9 – 5 (c) e 2,9 – 5 (g) SDMA 36 – 54 (c) e 26 – 38 (g) ESTÁGIO 4 Azotemia severa Aumento do risco de sinais clínicos sistêmicos e crise urêmica Encefalopatia urêmica, hiperparatireoidismo secundário, desidrata mais fácil Creatinina > 5 (c e g) SDMA >54 (c) e > 38 (g) SDMA Dimetilarginina simétrica (SDMA) Quando utilizar? Biomarcador da função renal Detecção 17 meses mais precoce da lesão Não sofre interferência muscular Para diagnóstico e estadiamento da DRC DIAGNÓSTICO DRC Predisposição Monitoração de terapias: oncologia, cardiopatias, endocrinopatias, nefrotoxicidade medicamentosa. Monitoramento do doente renal APRESENTAÇÃO CLÍNICA Considerar idade Informações adicionais do histórico do animal Avaliar: histórico de uso de medicamentos, exposição a toxinas e dietas, assintomáticos em estágios iniciais, avanço da doença. 3 Amaríntia Rezende – Clínica Médica de Pequenos Animais 2 PROTEINÚRIA RENAL Cão e gato <0,2 – não proteinúrico Cão 0,2 – 0,5 / Gato 0,2 – 0,4 – proteinúria limítrofe Cães >0,5 / Gatos >0,4 – proteinúrico EXAME FÍSICO Anormalidades palpáveis nos rins Perda de peso, desidratação, mucosas pálidas Ulcerações urêmicas Evidências de hipertensão – deslocamento de retina (cegueira súbita) FUNÇÃO E ESTRUTURA RENAL Urinálise, exames de imagem (cistos, perda de definição corticomedular) e biópsia renal. Bioquimicos séricos Uréia e creatinina (perda de 75% da função renal). TRATAMENTO Minimizar os efeitos relacionados a perda funcional dos rins Tratamento de suporte Retardar a progressão da doença Controle da PA Inibidores da ECA (pacientes com PA >170) – 0,25 – 0,5 mg/kg SID ex; enalapril, benazepril Amlodipina (para pacientes com PA >170) – associar com iECA. o Gatos: 0,062 a 0,25mg/kg SID o Cães: 0,1 a 0,5mg/kg SID Para proteinúria: Semintra 1mg/kg SID HIPERFOSFATEMIA Causa hiperparatireoidismo secundário renal. Rim perde capacidade de excretar fósforo, causando acúmulo de fósforo no sangue. Esse fósforo se liga ao cálcio circulante, e geral diminuição do cálcio. Ativando paratormônio. Retira cálcio dos ossos. Tratamento: quelante de fósforo (hidróxido de alumínio) e dieta renal. Estágio 2: até 4,5mg/dL Estágio 3: até 5,0mg/dL Estágio 4: até 6,0mg/dL HIPOCALEMIA Baixo potássio sérico, acontece mais em gatos Acontece nos estágios de DRC 3 e 4 Anorexia, êmese, perda de peso, letargia, arritmias, constipação, ventroflexão cervical. Reposição < 3,5mEq/L 4 Amaríntia Rezende – Clínica Médica de Pequenos Animais 2 ANEMIA Anemia arregenerativa Estágio 3 e 4 – menos produção de eritropoietina Diminuição do tempo de vida das hemácias Hemorragias Interferências de toxinas urêmicas. Causa: letargia, disorexia, redução da qualidade de vida. ACIDOSE METABÓLICA Rim perde a capacidade de reter bicarbonato PH vai diminuindo – acidemia
Compartilhar