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Contestação Trabalhista

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA ___ª VARA DO TRABALHO DE SANTA CRUZ DO SUL, da 4 ª REGIÃO. 
Processo n.º ___
Instituição Filantrópica Instituto Meninos da Vila, inscrita no CNPJ sob n.º___, cuja sede se localiza na Avenida dos Fortes, Bairro Cruzeiro, na cidade de Venâncio Aires, RS, vem, por sua advogada que esta subscreve, conforme Procuração Anexa (documento 01), respeitosamente perante Vossa Excelência, com fundamento no artigo 847 da Consolidação das Leis do Trabalho c/c artigo 335 e seguintes do Código de Processo Civil, apresentar sua resposta em forma de CONTESTAÇÃO na Reclamação Trabalhista que lhe move o Reclamante Francisco, já qualificado na inicial, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas e deduzidas:
DO MÉRITO 
	A reclamada impugna os fatos alegados na inicial, esperando a IMPRODEDÊNCIA DA RECLAMAÇÃO PROPOSTA, pelos seguintes motivos:
I - DA INEXISTÊNCIA DO VÍNCULO EMPREGATÍCIO
Em sua reclamação trabalhista o reclamante formulou pedido de reconhecimento de vínculo empregatício. O Instituto Meninos da Vila foi fundado em outubro de 2013 com o objetivo de auxiliar crianças carentes. O reclamante, também fundador do Instituto, foi designado como presidente da entidade no ato de fundação, tendo permanecido na mesma função até o seu afastamento do Instituto, que ocorreu em agosto de 2019.
O pedido de reconhecimento de vínculo empregatício alegado na inicial não deve prosperar, tendo em vista que o reclamante era o Presidente do instituto reclamado, na qualidade de Presidente do Instituto, o reclamante tinha como funções buscar doadores na comunidade, controlando as finanças, com poderes de definir a forma de aplicação dos recursos e ingerência total na contratação e dispensa de empregados da entidade, inclusive fixando o horário de trabalho dos funcionários. Dessa forma comprova-se que o reclamante jamais foi empregado do Instituto demandado, estando ausentes os requisitos caracterizadores da relação de emprego, em especial a denominada subordinação jurídica.
Conforme previsto no art. 3.º da CLT, “considera-se empregada toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário”.
Está previsto na súmula 269 do TST, que “O empregado eleito para ocupar cargo de diretor tem o respectivo contrato de trabalho suspenso, não se computando o tempo de serviço desse período, salvo se permanecer a subordinação jurídica inerente à relação de emprego”.
O reclamante, como já exposto, era Presidente do Instituto, tendo o poder de gerência, de comando da Instituição, administrando as finanças e exercendo o poder diretivo em relação aos empregados, admitindo e dispensando obreiros e controlando a jornada dos funcionários. O entendimento do TST impossibilita a pessoa, na mesma empresa ou entidade, ser empregadora e empregada simultaneamente. Restando comprovadamente indiscutível que o reclamante não era subordinado, pois era o Presidente da Instituição, bem como não se computou-se o seu tempo de serviço nesse período.
Além do reclamante, todos os diretores recebiam além de uma ajuda de custo, um pró-labore por mês. No caso em tela, o reclamante jamais foi empregado, mas sim sócio fundador da Entidade, eleito desde então Presidente do Instituto e gerenciando a reclamada, inexistindo, por consequência, a subordinação jurídica necessária à configuração da relação de emprego, desse modo não há que se falar em pagamento de verbas decorrentes do reconhecimento do vínculo, pois o mesmo não merece prosperar.
II – DO RECONHECIMENTO DA DISPENSA POR JUSTA CAUSA
O reclamante na inicial requereu o pagamento de todas as verbas decorrentes do reconhecimento do vínculo, sendo sobre aviso prévio, férias integrais e proporcionais, 13º salário fracional e integral, Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, multa rescisória do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço e multa prevista no artigo 477 da Consolidação das Leis do Trabalho. No entanto o pagamento dessas verbas não merece prosperar tendo em vista a dispensa do reclamante por justa causa, de modo que ele foi afastado da presidência e excluído do rol de sócios do Instituto em agosto de 2019, após ter sido flagrado desviando dinheiro da instituição pelos diretores da mesma, conforme comprovado em anexo (documento 02).
Conforme previsto no artigo 482, “a” da CLT Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo empregador ato de improbidade. 
Nesse sentido, caso seja reconhecido o vínculo de emprego, deve ser reconhecida a justa causa do reclamante não sendo devido o pagamento do aviso prévio, férias integrais e proporcionais, 13º salário fracional e integral, fundo de garantia por tempo de serviço, multa rescisória do fundo de garantia por tempo de serviço e multa prevista no artigo 477 da Consolidação das Leis do Trabalho.
III – DO AVISO PRÉVIO
O pedido de indenização por falta do aviso prévio não dá ao empregado o direito correspondentes aos salários do prazo do aviso prévio, conforme estipula o artigo 487, §1º da CLT, diante do reconhecimento da dispensa por justa causa, nos moldes do artigo 482, “a” da CLT, sendo assim não há que se falar em verbas correspondente ao prazo do aviso prévio, considerando que o reclamante foi afastado da presidência e excluído do rol de sócios do Instituto em agosto de 2019, após ter sido flagrado desviando dinheiro instituição, ato que constitui o reconhecimento da dispensa por justa causa. 
IV – DAS FÉRIAS INTEGRAIS E PROPORCIONAIS
O pedido de férias integrais e proporcionais não merece prosperar, diante do reconhecimento da demissão por justa causa do reclamante, conforme estipula os moldes do artigo 147 da CLT, sendo assim não há que se falar em pagamento de verba relacionadas as férias. 
V - 13º SALÁRIO FRACIONAL E INTEGRAL 
O pedido de verbas relacionadas a 13º não merece prosperar, devido ao reconhecimento da demissão por justa causa do reclamante, nos moldes do artigo 146, parágrafo único da CLT, considerando a disposição de que havendo demissão por justa causa não dá ao reclamante o direito à remuneração relativa ao período de férias.
VI - FUNDO DE GARANTIA POR TEMPO DE SERVIÇO
O pedido de verbas sobre o fundo de garantia por tempo de serviço não merece prosperar, tendo em vista que está previsto na súmula 269 do TST, que “O empregado eleito para ocupar cargo de diretor tem o respectivo contrato de trabalho suspenso, não se computando o tempo de serviço desse período, salvo se permanecer a subordinação jurídica inerente à relação de emprego”. Desse modo não há que se falar em fundo de garantia por tempo de serviço, devido a suspensão do contrato de trabalho do reclamante, o que ocorreu durante todo o período que o mesmo laborou no instituto como sócio e presidente. Alternativamente caso não haja o reconhecimento da suspensão do contrato de trabalho, o reclamante não possui direito ao fundo de garantia por tempo de serviço diante da demissão por justa causa, conforme dispõe o artigo 482, “a” da CLT.
VII - MULTA RESCISÓRIA DO FUNDO DE GARANTIA POR TEMPO DE SERVIÇO
O pedido de verbas em relação a multa rescisória do fundo de garantia por tempo de serviço não merece prosperar, tendo em vista que está previsto na súmula 269 do TST, que “O empregado eleito para ocupar cargo de diretor tem o respectivo contrato de trabalho suspenso, não se computando o tempo de serviço desse período, salvo se permanecer a subordinação jurídica inerente à relação de emprego”. Desse modo não há que se falar em multa rescisória do fundo de garantia por tempo de serviço, devido a suspensão do contrato de trabalho do reclamante, o que ocorreu durante todo o período que o mesmo laborou no instituto como sócio e presidente. Subsidiariamente caso não haja o reconhecimento da suspensão do contrato de trabalho, o pedido de verbas em relação a multa rescisória do fundo de garantia por tempo de serviço não merece prosperar, tendo em vista a dispensa do reclamante por justa causa, conforme dispõe o artigo 482, “a” da CLT, bem como tambémdispõe a lei nº 8.036, de 11 de maio de 1990, em seu artigo 18, §1º, que dispõe que não há necessidade do depósito na conta vinculada do trabalhador no FGTS, importância igual a quarenta por cento do montante de todos os depósitos realizados na conta vinculada durante a vigência do contrato de trabalho, atualizados monetariamente e acrescidos dos respectivos juros, devido a dispensa por justa causa. 
VIII - MULTA PREVISTA NO ARTIGO 477
A multa prevista no artigo 477 da CLT é devida somente quando há atraso na quitação das verbas rescisórias, o que não é o que aconteceu, tendo em vista que não há falta de pagamento de verbas rescisórias diante da dispensa por justa causa, conforme os moldes do artigo 482, “a” da CLT. Conforme já citado a despedida do reclamante deu-se por justa causa, tal fato, por si só obstaculiza a paga da aludida verba.
IX– DO PEDIDO 
Diante de tudo ora exposto, requer a Vossa Excelência o acolhimento da presente contestação, para no final JULGAR TOTALMENTE IMPROCEDENTE A RECLAMATÓRIA AJUIZADA PELO RECLAMANTE, requer seja declarada, por sentença, a inexistência de vínculo de emprego entre as partes, extinguindo o processo com resolução do mérito e julgando, por consequência, improcedentes todos os pedidos elencados pelo autor na peça inaugural (aviso-prévio, férias integrais e proporcionais, 13.º salário fracional e integral, FGTS, multa rescisória do FGTS e multa prevista no art. 477 da CLT).
Outrossim, caso seja reconhecido o vínculo de emprego perseguido pelo autor, o que sinceramente não acredita, espera e confia a reclamada que este juízo, reconhecendo a dispensa por justa causa do reclamante, visto que este foi afastado da presidência e excluído do rol de sócios do Instituto em agosto de 2019, após ter sido flagrado desviando dinheiro da Instituição, ensejando a prática de ato de improbidade capitulado no art. 482, alínea a, da CLT.
Postula pela condenação do demandante ao pagamento de custas processuais e demais cominações legais, conforme previsto no art. 789, II, da CLT. Outrossim, requer a juntada de todos os documentos anexos. 
X – DAS PROVAS 
Protesta provar o alegado, por todos os meios de provas em direito admitidas, especialmente pelo depoimento pessoal do Reclamante, que fica desde já requerido, sob pena de sofrer os efeitos da confissão, juntada de novos documentos, oitiva de testemunhas, periciais e o que mais se fizer necessário para a elucidação dos fatos. 
Termos em que, pede deferimento. 
Venâncio Aires, 24 de março de 2021
Larissa de Vargas Brandão
OAB...

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