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Obs: Apenas material de auxilio. Este roteiro não dispensa o estudo da doutrina especializada já indicada aos alunos e não limita o conteúdo da prova. PROBLEMA PEÇA 1 – ENTREGA 28/08/2021 Ed Sheeran é um metalúrgico britânico que reside em Carapicuíba, SP e trabalha na sociedade empresária Cachos Ruivos S.A com sede em Suzano. Desde 01/02/2020 exercia o cargo já citado com funções padrões da profissão. Recebia salário mensal de R$ 1.200,00 (hum mil e duzentos reais). Ocorre que, no dia 12 de julho de 2021, Ed, inconformado com a derrota da seleção inglesa na final da Eurocopa, resolveu afogar sua mágoa na bebida e apresentou-se completamente embriagado para o trabalho. Mesmo sem qualquer desabono durante o contrato de trabalho, Ed foi chamado ao RH da empresa, tendo sido informado que seria dispensado por justa causa em virtude deste fato isolado. Em virtude da justa causa, Ed recebeu apenas o saldo de salário à título de verba rescisória. Ed não pretende receber danos morais da sua empregadora. Diante da situação, você, como advogado (a) de Ed Sheeran, deve elaborar a peça processual adequada aos interesses de seu cliente. EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DO TRABALHO DA VARA DO TRABALHO DE SUZANO – SP. 10 (linhas) ED SHEERAN, britânico, estado civil, metalúrgico, portador da cédula de identidade RG/RNE nº, e do CPF nº, residente e domiciliado na Rua, nº, Bairro, CEP, Carapicuíba, SP, por seus procuradores infra-assinado, mandato anexo (doc.1), vem respeitosamente, com fundamento no artigo 840, parágrafo 1º, da Consolidação Leis Trabalhista presença de Vossa Excelência propor RECLAMAÇÃO TRABALHISTA. Em face da SOCIEDADE EMPRESÁRIA CACHOS RUIVOS S.A, pessoa jurídica de direito privado, cnpj nº, sediada na Rua, nº, Bairro, CEP, Suzano, SP, pelos fatos e fundamentos que a seguir expõe: I - DOS FATOS Ed Sheeran é um metalúrgico britânico que reside em Carapicuíba, SP e trabalha na sociedade empresária Cachos Ruivos S.A com sede em Suzano. Desde 01/02/2020, exercia o cargo já citado com funções padrões da profissão. Recebia o salário mensal de R$ 1.200,00 (um mil e duzentos reais). Ocorre que, no dia 12 de julho de 2021, Ed Sheeran, inconformado com a derrota da seleção inglesa na final da Eurocopa, resolveu afogar sua mágoa na bebida e apresentou-se completamente embriagado para o trabalho. Mesmo sem qualquer desabono durante o contrato de trabalho, Ed foi chamado ao RH da empresa, tendo sido informado que seria dispensado por justa causa em virtude deste fato isolado. Em virtude da justa causa, Ed recebeu apenas o saldo de salário à título de verba rescisória. Ed Sheeran não pretende receber danos morais da sua empregadora. Tal injustiça deve ser reparada pelo Poder Judiciário. I I – DO DIREITO a) DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA O requerente não possuí condições de arcar com as custas processuais e com os honorários advocatícios, sem que o mesmo possa prejudicar o sustento de sua família, razão pela qual faz jus ao benefício da justiça gratuita, com fulcro nos termos da Lei 1.060/50. Vale ressaltar que, a Reforma Trabalhista ao alterar o Art. 790 da CLT, trouxe expressamente no § 4o deste mesmo artigo, cabimento do benefício à gratuidade de justiça ao dispor: Art. 790 (...) § 4o O benefício da justiça gratuita será concedido à parte que comprovar insuficiência de recursos para o pagamento das custas do processo. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017). b) DA JUSTA CAUSA É de grande importância destacar, que, antes de ter a ciência da demissão por justa causa, o Reclamante não sofreu nenhuma advertência por parte da Reclamada. O Reclamante foi surpreendido pela demissão por justa causa, pois durante a relação empregatícia, sempre exerceu sua função com zelo, jamais provocando qualquer ato que desabonasse sua pessoa ou atividade laborativa. A demissão, que se deu por justa causa, foi arbitrária, dado que desprovida de justificativa e sem qualquer fundamentação legal, principalmente pelo longo período em que o Reclamante trabalhou para a Reclamada. O reclamante, até a presente data, não entende porque foi demitida por justa causa, principalmente porque não houve nenhuma justificativa por parte da Reclamada que justificasse a demissão por justa causa, já que sempre exerceu suas funções com normalidade. De acordo com Sérgio Pinto Martins, in Direito do Trabalho, 21ª ed. - São Paulo: Atlas, 2005 pág. 376, verbis: “Deve haver proporcionalidade entre o ato faltoso e a punição. O poder de aplicar penalidade ao empregado é decorrente do poder de direção ou mais especificamente do poder disciplinar do empregador. Esse poder admite que o empregado seja advertido verbalmente, por escrito, suspenso e dispensado... O empregador, porém, não poderá usar arbitrária ou abusivamente o poder que lhe é conferido. Deve, assim, o empregador punir as faltas mais leves com penas mais brandas, e as faltas mais graves com penas mais severas. O despedimento deve ficar reservado para a última falta ou para a mais grave”. No mesmo sentido, o Relator: RICARDO APOSTOLICO SILVA, 1ª Turma TRT- 2 10008972820195020466 SP, - Cadeira 2, Data de Publicação: 12/02/2020, decide: JUSTA CAUSA. EMBRIAGUEZ. FRAGILIDADE DA PROVA E EPISÓDIO ISOLADO. AUSÊNCIA DE GRADAÇÃO DA PENA. Para o correto exercício do poder disciplinar do empregador, deve-se observar o preenchimento de certos requisitos, entre eles a proporcionalidade entre o ato faltoso e a pena aplicada. Contudo, diante da comprovação do excesso na aplicação da punição, resulta escorreita a anulação da justa causa. Nego provimento ao apelo. c) DAS VERBAS RESCISÓRIAS Com a reversão da demissão sem justa causa que aqui se busca, há que se regularizar a situação do Reclamante, tendo em vista que seus direitos vêm sendo desprezados pela Reclamada, que não pagou integralmente as verbas rescisórias devidas ao Reclamante, em razão da suposta demissão por justa causa. Por ocasião de sua dispensa, o Reclamante não recebeu as verbas rescisórias devidas quais sejam: Aviso Prévio, 13º salário proporcional, férias proporcionais acrescidas de 1/3, FGTS + 40%, o que deve ser realizado perante este r. Juízo. d) DO FGTS INDENIZAÇÃO DE 40% A Reclamada deve comprovar o recolhimento do FGTS sobre aviso prévio, 13º. Salário proporcional, férias proporcionais e demais parcelas; além da multa de 40% sobre todo o FGTS. Sendo assim, o Reclamante requer que a Empresa comprove os recolhimentos e libere as guias. Caso não comprove, que seja condenada a pagar indenização com a devida liberação dos seus saldos do FGTS, acrescido da multa pelo atraso no recolhimento, juros e correção monetária, da multa de 40%. e) DO AVISO PRÉVIO INDENIZADO Tendo em vista a inexistência de justa causa para a rescisão do contrato de trabalho, surge para o RECLAMANTE o direito ao Aviso Prévio indenizado, uma vez que o § 1º do art. 487, da CLT, estabelece que a não concessão de aviso prévio pelo empregador dá direito ao pagamento dos salários do respectivo período, integrando-se ao seu tempo de serviço para todos os fins legais. Dessa forma, o período do aviso prévio indenizado, corresponde a mais 36 dias de tempo de serviço para efeitos de cálculo do 13º salário, férias + 40%. O RECLAMANTE faz jus, portanto, ao recebimento do Aviso Prévio indenizado. f) 13º SALÁRIO PROPORCIONAL A reclamada não pagou o 13º salário proporcional (06/12 avos) referente ao ano da sua demissão, que ocorreu em 12 de julho de 2021. Requer assim, o pagamento do 13º salário proporcional do ano de 2021. g) DAS FÉRIAS PROPORCIONAIS + 1/3 O Reclamante possuí o direito tem direito a receber o período incompleto de férias, acrescido do terço constitucional, em conformidade com o art. 146, parágrafo único da CLT e art. 7º, XVII da CF/88. O parágrafo único doart. 146 da CLT, prevê o direito do empregado ao período de férias na proporção de 1/12 por mês trabalhado ou fração superior a 14 dias. No mesmo diapasão, é, pois, necessário citar que não foram pagas, de forma proporcional as férias de 2021. h) DA MULTA DO ART. 477 DA CLT O Reclamante recebeu apenas o saldo de salário a título de valores rescisórios, não recebendo nenhuma outra verba que lhe era de direito. No mesmo sentido, cumpre citar o art. 477, § 6º, b c/c § 8º, que dispõe: “as parcelas constantes do instrumento de rescisão devem ser efetuadas até o décimo dia útil a partir da notificação da demissão, quando da ausência do aviso-prévio, indenização do mesmo ou dispensa de seu cumprimento”. i) DA MULTA DO ART. 467 DA CLT O Reclamado deverá pagar ao RECLAMANTE, no ato da audiência, todas as verbas incontroversas, sob pena de acréscimo de 50%, conforme art. 467 da CLT, transcrito a seguir: “Em caso de rescisão de contrato de trabalho, havendo controvérsia sobre o montante das verbas rescisórias, o empregador é obrigado a pagar ao trabalhador, à data do comparecimento a Justiça do Trabalho, a parte incontroversa dessas verbas, sob pena de pagá-las acrescidas de cinquenta por cento”. Dessa forma, protesta o RECLAMANTE pelo pagamento de todas as parcelas incontroversas na primeira audiência. j) SEGURO-DESEMPREGO Nos termos das Leis 7.998/90 e 8.900/94, na rescisão contratual de trabalho, o empregado faz jus da verba de seguro desemprego, entretanto, o reclamante não recebeu, devido o mesmo ter sido despedido por justa causa. Sendo assim, pede-se a devida expedição das guias do seguro-desemprego por este Juízo. DOS PEDIDOS a) Diante do exposto, requer seja presente reclamação trabalhista JULGADA TOTALMENTE PROCEDENTE, com a condenação da reclamada ao pagamento das verbas trabalhistas e demais pedidos pleiteados nos termos da inicial; b) Que seja deferido o benefício da assistência judiciária gratuita, devida à difícil situação econômica do autor, que não possui condições de custear o processo, sem prejuízo próprio; c) A notificação do RECLAMADO para comparecer em audiência a ser designada para querendo apresentar defesa a presente reclamação e acompanha-la em todos os seus termos, sob as penas da lei. d) 13º salário proporcional do ano base de 2021. e) Requer o pagamento do aviso prévio indenizado. f) Férias proporcionais + 1/3. g) FGTS 40%; h) Multa do art. 477 da CLT; i) Multa do art. 467 da CLT; j) Seguro-Desemprego l) Devendo ainda, estas verbas serem devidamente compensadas com os devidos juros de mora e correção monetária. m) Ante o exposto, requer seja o Reclamado notificado, para que, querendo, respondam aos termos da presente ação, sob pena de não o fazendo, ser-lhe aplicada a pena de revelia, bem como os efeitos da confissão, e que, ao final, seja a demanda julgada procedente, condenando nos termos do pedido. IV- PROVAS O Reclamante protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidas, especialmente pelo depoimento pessoal do representante legal do Reclamado, oitiva de testemunhas, juntada de novos documentos e de todas as provas que se fizerem necessárias à instrução do feito. V- VALOR DA CAUSA Dá-se a causa, o valor R$ salários mínimos. Termos em que, Pede deferimento. Local e Data. Advogado, OAB.
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