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Resposta à acusação

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DA CIDADE COQUEIROS ESTADO DE DOURADOS
Antônio Carlos Cardoso, brasileiro, casado, RG nº 1223344567, inscrito no CPF nº 000.000.123-12, residente e domiciliado na cidade de Coqueiros, Estado de Dourados, conforme certidão de casamento, RG e CPF anexados, vem respeitosamente a presença de Vossa Excelência, por sua procuradora signatária oferecer:
RESPOSTA À ACUSAÇÃO evidenciando fundamentos defensivos em razão da presente Ação Penal agitada em desfavor de Antônio Carlos Cardoso, pelos fundamentos a seguir:
I - BREVE HISTÓRICO DA ACUSAÇÃO:
O réu está sendo acusado pelo Parquet, por supostamente estar incorrendo no crime disposto no artigo 217-A, “caput”, combinado com o artigo 226, inciso II, na forma do artigo 71, ambos do Código Penal.
A acusação se dá por suposto estupro de vulnerável, que de modo hipotético foi praticado em data não precisamente esclarecida, no final do mês de dezembro de 2019, na cidade de Coqueiros, Estado de Dourados, o denunciado, em diversas oportunidades, ato libidinoso com Marilúcia Peres, sua sobrinha, criança com sete anos de idade à época dos fatos.
Nas diversas ocasiões, o denunciado, para satisfazer sua lascívia, aproveitando-se dos momentos em que a vítima ia a sua casa e que ficavam a sós, praticou atos libidinosos diversos da conjunção carnal com Marilúcia, consistentes em colocar a mão dentro de sua calça e em sua vagina.
Segundo à acusação a vítima foi submetida a exame pericial, foram constatados sinais de ato libidinoso recente devido à placa de hiperemia da mucosa vulvar, conforme laudo pericial da fl. 08/09, do Inquérito Policial.
II - PRELIMINARMENTE: DA ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA – INSUFICIÊNCIA DE PROVAS E A APLICAÇÃO DO “INDUBIO PRO REO”
O réu é tio da vítima, e conforme relatado no Inquérito Policial, no termo de declarações do Sr. José Peres, pai da vítima, esclarece que deixava a filha na casa da tia, esposa do acusado, pois quando ia para o trabalho a menina ficava lá com os parentes e ela sempre gostou. Nunca desconfiou que a filha era abusada e conhece bem Antônio Carlos.
Conforme relatado pelo Réu em seu depoimento junto a delegacia de polícia de Coqueiros, a vítima é sobrinha de sua esposa e raramente frequentava a sua casa. Disse que quando ela visitava, raramente estava em casa, ainda afirmou que sempre teve bom relacionamento com toda a família. 
O simples fato de uma criança de sete anos alegar que tenha sido molestada pelo seu tio, o réu, não comprova que de fato ele tenha cometido os fatos narrados na denúncia. De fato foram juntados aos autos o laudo de verificação de violência sexual, realizado pelo Instituto Geral de Perícia - IGP, o qual descreve placas de vermelhão na mucosa vulvar, compatíveis com sinais de conjunção carnal recente ou de ato libidinoso diverso de conjunção carnal, entretanto há insuficiência de provas materiais de que foi realmente o réu quem consumou os atos tipificados. 
Nada disso ocorreu! O réu sempre tratou a sobrinha com afago e acato, conforme fotos da família em anexo. Não se pode jamais admitir que uma pessoa seja condenada pela prática de um crime através de deduções. Cabe ressaltar que o réu não faz consumo de bebidas alcoólicas, conforme relatado na ocorrência pela vítima. Ainda há de se ressaltar que a vítima na data do fato teria apenas sete anos, e nessa idade poderia ser facilmente confundida. Neste sentindo o presente julgado do Distrito Federal. 
PENAL E PROCESSO PENAL ESTUPRO DE VULNERÁVEL. PROVA INSUFICIENTE ABSOLVIÇÃO MANTIDA. RECURSO MINISTERIAL CONHECIDO E IMPROVIDO. 1. Em crimes contra a dignidade sexual, normalmente praticados às ocultas, deve-se conferir especial relevância à palavra da vítima. 2. No caso, as declarações da vítima apresentam graves contradições, especialmente no que diz respeito à autoria dos supostos abusos, atribuída pela criança a pessoas diversas em cada oitiva. Além disso, os elementos colhidos revelam um ambiente familiar conflituoso envolvendo diversos membros, o que pode indicar a influência de parentes na versão narrada pela vítima. E se assim é, dúvida que se resolve em favor do acusado. 4. Apelação Ministerial conhecida e improvida. (Apelação Criminal Processo Nº 0003261-77.2014.8.07.0012, 2ª Turma Criminal, Tribunal de Justiça do DF, Relator: Maria Ivatônia, Julgado em 13/12/2018).
Ademais o Código de Processo Penal, em seu artigo 386, VII, traz a seguinte redação: 
Art. 386.  O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, desde que reconheça:
VII – não existir prova suficiente para a condenação.
Diante o exposto, há de se considerar que o réu não é responsável pelos fatos alegados na denúncia, o que restará provado no decorrer da lide, caso não aceita a absolvição sumária por Vossa Excelência. 
Ante a insuficiência de provas no que se refere a autoria do suposto crime praticado pelo Réu, requer-se a ABSOLIVIÇÃO DO RÉU. 
III – DOS PEDIDOS:
Ante o exposto requer: 
a) Sejam aceitas as preliminares de falta de provas, absolvendo sumariamente o réu com base no princípio do in dubio pro reo, vez que faltam provas que possam imputar a autoria do crime ao réu. 
b) Em não sendo Vosso entendimento da absolvição sumária, que seja realizado o depoimento especial da vítima, bem como realização de perícia psicológica, afim de comprovar o responsável pelos fatos narrados na denúncia. 
c) A produção de todos os meios de prova em direito admitidos, documental, depoimentos de testemunhas, bem como novas provas, que eventualmente venham a surgir.
d) A improcedência dos pedidos do Ministério Público, no que se refere ao réu Antônio Carlos Cardoso.
e) Ao final, a devida ABSOLVIÇÃO do réu Antônio Carlos Cardoso.
Nestes termos
Pede Deferimento.
Coqueiros, 11 de Abril, 2020
Larissa de Vargas Brandão
OAB/RS 113119
PROCURAÇÃO
OUTORGANTES: Antônio Carlos Cardoso, brasileiro, casado, RG nº 1223344567, inscrito no CPF nº 000.000.123-12, residente e domiciliado na cidade de Coqueiros, Estado de Dourados.
OUTORGADA: Larissa de Vargas Brandão, brasileira, solteira, advogada, inscrita na OAB/RS 113119, com endereço profissional na rua Albertino Saraiva, nº 713, Bairro Centro, de Vale Amarelo/RS, CEP 13135-321.
PODERES: Para o fim especial de defendê-lo no Processo Criminal sob n.º 001/2.20.0000001-0, em trâmite na Comarca de Coqueiros/Dourados, que lhe move a Justiça Pública, dando-o como incurso nas penas do artigo 217-A, “caput”, combinado com o artigo 226, inciso II, na forma do artigo 71, ambos do Código Penal. Podendo, para tanto, em qualquer instancia ou tribunal, usar de todos os meios de recursos em direito admitidos, podendo ainda, requerer revogação de prisão preventiva, relaxamento de prisão, impetrar hábeas corpus, apresentar defesa previa, alegações finais, produzir provas e tudo o mais que for necessário ao fiel desempenho deste mandato, inclusive, substabelecer com ou sem reserva de poderes. 
 
 
__________________________________________________________
Antônio Carlos Cardoso

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