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CRIAÇÃO E PRODUÇÃO PUBLICITÁRIA IMPRESSA Aula 01 Prof. Márcio B. Lacerda 2 CONVERSA INICIAL A criação de peças publicitárias em geral carrega consigo o estigma da capacidade criativa do profissional. Ou seja, o profissional de criação sofre uma forte pressão por resultados “espetaculares” por meio do impacto causado pelo seu trabalho na vida e no cotidiano das pessoas – e ele consegue. No entanto, engana-se quem pensa que esse profissional é um “ser iluminado”, que tem insights mágicos diários e que sua formação genética é responsável pela profusão de suas ideias. Esse profissional trabalhou e estudou muito para alcançar um patamar de excelência em criação. O caminho que começaremos a trilhar a partir de agora vai expor conceitos e ideias que auxiliarão você em sua formação profissional, aumentando seu repertório e criando mais informações no seu “HD interno”, desenvolvendo, assim, a sua capacidade criativa dirigida às peças gráficas. O domínio dos processos de criação e de produção dessas peças é de suma importância na vida do publicitário. Portanto, esperamos que o conteúdo aqui disponibilizado contribua para formar profissionais capazes de enfrentar os desafios diários do universo da propaganda. CONTEXTUALIZANDO O universo da publicidade tem muitas possibilidades, muitas formas e muitos procedimentos, além de muitas teorias e muitos conceitos. Nesse sentido, abordaremos esse tema. Não vamos adentrar na generalidade da publicidade, porém vamos tratar de uma de suas faces: a produção gráfica. Há muito se tem discutido a respeito tanto da importância, como do pseudo- anacronismo de uma peça publicitária impressa. Entretanto, mesmo em dias de internet, é inegável a sua eficiência. Quando bem planejada e inserida no contexto do público a quem se destina, uma peça publicitária impressa cumpre ainda a sua função de impactar e levar o target a uma determinada atitude em relação a marcas, produtos, serviços ou empresas. Assim, no primeiro tema da rota de Criação e Produção Publicitária Impressa, vamos abordar o início do processo, isto é, a criação de um briefing que norteará os trabalhos publicitários e que, em nosso caso, culminará em uma peça impressa. A compreensão de 3 que a formatação do briefing é primordial para a assertividade em termos de criação e de otimização do tempo é um fator essencial na atual publicidade. Em um segundo momento será abordada a importância do texto na mensagem publicitária. A questão que se coloca aqui é: como os elementos e as estruturas textuais que compõem uma peça gráfica podem contribuir para que o público-alvo, além de não a rejeitar, assimile a ideia proposta e tome uma atitude positiva em relação a o que se está anunciando? A publicidade de uma forma geral não é feita de insights: ela tem exatamente como uma das suas características marcantes a técnica embasada em teorias comunicacionais. Logo, o que vamos estudar aqui é justamente o momento da criação publicitária no que tange à sua mensagem. A partir desse tema vamos abordar também o processo de criação das peças gráficas e sua produção respaldados pelo uso de softwares gráficos, ferramentas que hoje são tão imprescindíveis quanto a própria geração de ideias. TEMA 1 – O BRIEFING DE CRIAÇÃO Dar início a um projeto gráfico requer alguns procedimentos que começaremos a ver a partir desse momento. Normalmente, um desses primeiros procedimentos é a realização de um briefing. “A palavra briefing vem do inglês, do verbo to brief que significa ‘resumir, fazer a apresentação sumariada de alguma coisa’” (Freitas, 1997, apud Bertomeu, 2006). Um briefing é a reunião de uma série de dados sobre algo ou situação a fim de se proceder a algum planejamento. O termo briefing é bastante genérico e, por isso, ainda faremos algumas considerações. O termo pode ser aplicado a planejamentos de marketing, de comunicação, de mídia ou de criação, e o que se pretende é que ele abarque uma série de informações que resultarão em um trabalho bem organizado, bem planejado; enfim, bem feito. Claro que cada briefing conterá informações pertinentes ao fim que lhe cabe, porém em comum temos dados sobre a(s) empresa(s) envolvida(s), como o cliente do caso de um briefing de marketing, de comunicação ou publicidade, o produto ou serviço em questão, datas etc. Na realidade do mercado, o briefing vai sendo direcionado para a área responsável por cada etapa do trabalho, ou seja, se partirmos de um briefing de marketing ou mercadológico, em seguida teremos outros, como, por exemplo, o briefing de comunicação. Como a 4 publicidade é uma ferramenta de comunicação das empresas, teremos ainda o briefing de campanha até chegar mais especificamente ao briefing de criação. Um bom briefing é a chave para uma boa criação. Nele devem constar informações que nortearão os trabalhos dos profissionais no processo tanto de criar quanto de produzir boas peças publicitárias. Com isso em mente, vamos nos debruçar nessa questão agora. No entanto, quem é o responsável pela criação desse documento chamado briefing em uma agência de publicidade? Bem, o mais comum é que o briefing seja criado pelo setor de atendimento. Numa agência de propaganda, o atendimento é o profissional que recebe as informações. Com os profissionais de criação, mídia, pesquisa e planejamento desenvolvem, complementam, discutem e focam o briefing de criação. O atendimento é o profissional que representa o cliente na agência de propaganda; é o responsável, juntamente com o profissional de planejamento, pelo documento. Sendo assim, todos esses profissionais citados definem o conteúdo do documento que irá também direcionar todas as outras atividades que farão parte da campanha de propaganda. (Bertomeu, 2006) Uma vez definido o conceito de briefing, fica uma questão: quais informações devem constar nele? Como dissemos, todas as informações possíveis para se começar um planejamento, mas especificamente podemos citar: a data, os destinatários do briefing, o número do job, o anunciante, o produto ou serviço, o público-alvo, o título ou a identificação preliminar da campanha, os produtos e os serviços agregados (opcionais ou não), os prazos de entrega, as características tangíveis e intangíveis, o histórico de comunicação e do próprio produto. Essas seriam algumas informações imprescindíveis em um briefing. Cabe aqui fazermos uma observação. Conforme o trabalho vai evoluindo e os profissionais envolvidos vão fazendo seus trabalhos de pesquisa ou de planejamento, a tendência é que o briefing “cresça”, ou melhor, é muito importante ter a noção de que o briefing não é um documento estanque, ele pode e deve sofrer adaptações ao longo de sua construção, desde, é claro, que não se mude profundamente seu conteúdo acarretando um retrabalho totalmente desnecessário. Outro ponto importante a destacar é que o briefing é um documento interno da agência e não deve necessariamente ser apresentado para o cliente ou para um fornecedor, por exemplo. E, por ser um documento interno, cada 5 agência ou profissional freelancer, ou estúdio de design gráfico, pode padronizar o seu de acordo com as suas dinâmicas de trabalho. Falando propriamente de um briefing para criação de peças gráficas, nele podem constar ainda as especificações dos materiais a serem criados, como formatos, tipo de papel, indicação de cores, tiragem, acabamentos etc. O mais importante é que o briefing deve ser encarado como um facilitador do trabalho e não uma forma burocrática de reunir informações inúteis. Essa é uma situação, infelizmente, bastante recorrente. Sem o briefing, o trabalho começa já de forma desorganizada e totalmente alheio ao trabalho em equipe que caracteriza uma agência de publicidade. Não produzir um briefingé uma falha profissional muito grande, que resultará, provavelmente, em um trabalho de menor qualidade. Contudo, não é só a falta de um briefing que seria um problema: a burocratização do processo de sua criação também configura um erro. Como dissemos, o briefing é um facilitador do trabalho e não um entrave, ou uma tarefa chata de se produzir; o trabalho de realização do briefing, pelo contrário, é talvez a etapa mais importante do processo todo, resultando em uma campanha ou em uma peça gráfica de qualidade que cumprirá com sua função de levar a mensagem ao cliente da melhor forma possível dentro de objetivos e estratégias previamente concebidos por ele e pela agência. Devemos salientar também que, nas agências de publicidade, o briefing tem modelos e layouts diferentes, ou seja, cada agência desenvolve um modelo de briefing que vá mais ao encontro de sua cultura organizacional, seu fluxograma e até mesmo seu organograma, haja vista as disposições hierárquicas entre as agências de publicidade que mudam com frequência. O que importa na realidade é que o briefing, enquanto documento norteador de uma campanha publicitária, envolva o maior número de informações pertinentes para solucionar o problema de comunicação do cliente e que, se for o caso, contenha um número expressivo de dados para que a criação, especialmente de peças gráficas, desenvolva seu trabalho com maior assertividade. Links <http://flaviowaiteman.com.br/Manual_criacao_publicitaria_op.pdf> <http://www.cenp.com.br/Site/cenp_revista/EDICAO_24.pdf> 6 <http://www.aba.com.br/wp- content/uploads/content/2e1d304f72d3426505737154bac1696e.pdf> Saiba mais No site da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing) você encontra uma série de publicações sobre o tema: publicidade. Leia este artigo: <http://www.espm.br/espm/mailing/arquivos_link/briefing_criativo_prcb.pdf> Curiosidade Leia o texto a seguir que fala sobre a realização de briefing: <https://www.linkedin.com/pulse/o-melhor-e-pior-briefing-que-uma-assessoria- de-imprensa-tais-lobo> Vídeos Veja estes vídeos que falam sobre o briefing de criação e sua importância: <https://www.youtube.com/watch?v=bf5VM50088s> <https://www.youtube.com/watch?v=iI9X-4n-bjc> <https://www.youtube.com/watch?v=rcBHCZc8ocs> Temas de pesquisa Pesquise sobre modelos de briefing na internet. Consulte anuários de criação para saber mais sobre briefing. TEMA 2 – O TEXTO NA MENSAGEM PUBLICITÁRIA Não podemos negar que vivemos cercados de imagens por todos os lados, e isso pode levar algumas pessoas a pensarem erroneamente que o texto publicitário não é tão importante assim, mas se enganam. Mesmo no mundo das imagens, o texto na mensagem publicitária é de fundamental importância para os aspectos persuasivos da propaganda. Há muitas maneiras de se colocar um texto em um anúncio publicitário, cada uma delas respeitando o briefing, o objetivo do anunciante, o repertório do consumidor e até mesmo sua disponibilidade em termos de tempo. Em muitas situações, o texto publicitário em um anúncio é imprescindível para complementar o título e/ou inclusive a imagem da peça dando mais sentido à mensagem geral. 7 “Ninguém lê o texto”. Quem nunca ouviu falar essa tolice? Essa inverdade vem sendo repetida por tanto tempo e por tanta gente que, hoje em dia, muitos acreditam nela. Como diria Goebles, o homem de comunicação de Hitler, uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade. Por essa razão tem muita gente inteligente e bem informada que acredita que o texto é uma inutilidade, que só polui o anúncio já que, afinal, ninguém lê. (Figueiredo, 2005) Um texto informa. Uma imagem traz muita mensagem, muito conteúdo para o leitor, mas o texto em um anúncio é o elemento que lapida a mensagem, complementando-a e lhe dando sentido. Em geral, não basta apenas um título instigante e uma imagem interessante: o texto deve estar presente em um anúncio, inclusive para que o leitor tenha mais confiança no produto ou serviço oferecido pelo anunciante. Em outras palavras, um texto publicitário também confere credibilidade a uma peça publicitária. Esse aspecto da credibilidade, assim como vários outros, deve estar previsto, ou pelo menos definido, a partir do problema de comunicação que a agência de propaganda deve trabalhar para o cliente. Leva-se em consideração também o tipo de produto ou serviço a ser anunciado para que o texto publicitário seja redigido. Porém não só em função das informações prestadas a respeito, mas também em relação a seus aspectos persuasivos, seu conteúdo, seu sentido e todos os outros aspectos semânticos envolvidos na redação publicitária. Um texto com uma mensagem clara, reafirmando uma marca, bem como posicionando essa marca na mente do consumidor, é essencial para os objetivos publicitários de um anunciante e é por meio dele que o publicitário aproxima o produto do seu público-alvo. Além disso, é com ele que o profissional estabelece uma relação com o mundo e com o mercado de consumo. “Na realidade, o texto é a grande chance de aumentar o contato do consumidor com a marca” (Figueiredo, 2005). Ao passo que um texto publicitário escrito para a televisão, o rádio ou a internet, por exemplo, é lido em um tempo determinado, haja vista que se compra tempo de exposição da mensagem, em peças gráficas o anunciante compra espaço e essa pequena peculiaridade faz toda a diferença quando se vão escrever textos para anúncios impressos. Em um contexto geral e normal, o tempo médio em que o leitor está exposto à mensagem é maior em um anúncio 8 impresso do que em uma peça eletrônica. A velocidade da mídia eletrônica retira a possibilidade de o consumidor “se debruçar” sobre um texto publicitário. Acontece que, quando escrevemos para revistas, jornal, mala-direta, enfim, qualquer meio assíncrono (meio de comunicação em que o momento no qual a mensagem foi emitida não coincide com aquele em que a mensagem foi recebida), o tempo de contato do consumidor com nosso anúncio varia de acordo com vários elementos, entre eles, a nossa capacidade de escrever textos cativantes. (Figueiredo, 2005) Daí a importância do texto da mensagem publicitária. A sua capacidade de fixar a atenção do leitor/consumidor no produto ou serviço do anunciante: esse é o verdadeiro sentido do trabalho do redator publicitário. E não basta apenas dominar a escrita do texto, mas também se deve ser capaz de empregar um sentido que faça parte do universo do público-alvo e que ainda o convença a decidir sobre a compra do produto em questão. É necessário, além do domínio da língua, saber a forma correta de escrever, para que o profissional de publicidade desenvolva textos capazes de chamar a atenção, despertar desejos, causar o interesse e motivar uma atitude em relação a um determinado produto ou serviço. Criar textos não é apenas recorrer a frases de efeito, mas sentir, por meio de técnicas e pesquisas o que o consumidor quer ler e também lhe dar voz, na melhor acepção dialógica possível. Segundo Celso Figueiredo (2005), temos pelo menos dois tipos de consumidor: aquele que corresponde ao modelo de processamento do consumidor e o modelo experimental hedonista. O primeiro é aquele consumidor que já está interessado no produto ou serviço, talvez não especificamente de uma determinada marca, porém ele já sabe o que quer e por meio da propaganda busca mais informações sobre marcas, modelo, preços, condições de pagamento e serviços agregados. Geralmente, esse consumidor busca anúncios mais técnicos com mais informações sobre o que está sendo anunciado, pois ele já decidiu sobre a categoria do produto e apenas deve ser persuadido a escolher por uma marca ou um modelo. Um exemplo bem claro são os compradores corporativos que buscam informações técnicas sobre os produtosque necessitam. O segundo, por sua vez, é aquele consumidor que não está interessado no produto ou serviço anunciado, todavia pode desejar o 9 produto se o anúncio o cativar suficientemente. Neste caso, não só as características técnicas do produto devem ser informadas, mas também há que se ter um texto com apelos mais emocionais para que ele se torne um potencial comprador do produto. Este consumidor quer e deve ser seduzido para que tenha a atitude de compra, objetivo final do anunciante, e para isso o redator publicitário deve redigir textos divertidos, instigantes, chocantes ou mais arrojados, com o intuito de fazê-lo comprar o produto. Tudo isso tendo como pano de fundo a persuasão da percepção do público-alvo, afinal esta percepção e a imagem de uma marca, um produto, um serviço ou uma empresa ficam marcadas pelos textos que lhes são atribuídos, e isso aumenta ainda mais a responsabilidade do profissional no exigente mercado publicitário. Links <http://celsofigueiredodr.blogspot.com.br/> <https://pt.scribd.com/doc/289659107/Livro-Celso-Figueiredo-Redacao- Publicitaria-Seducao-Pela-Palavra> <http://www.insite.pro.br/2012/dezembro/resenha_redacao_publicitaria.pdf> Saiba mais Leia o texto disponível no site a seguir: <http://insite.pro.br/2009/Janeiro%20para%20PDF/Resenha_Publicidade_Brun a.pdf> Curiosidade A questão da leitura de textos publicitários em anúncios pode gerar tanta polêmica que dois profissionais da área, Javier Talavera e Ruy Lindenberg, que na época trabalhavam na W/Brasil, escreveram e publicaram o seguinte anúncio: 10 Figura 1: O texto polêmico de Talavera e Lindenberg Fonte: http://www.clubedecriacao.com.br/pecas/tem-gente-achando-que-voce-e- analfabeto-e-voce-nem-desconfia-3/ 11 Vídeos Veja estes vídeos que reforçam a importância do texto na mensagem publicitária: <https://www.youtube.com/watch?v=sA0XG4AfnN4> <https://www.youtube.com/watch?v=_n-2XYGdXyA> <https://www.youtube.com/watch?v=tsppZ_ZFY5E> <https://www.youtube.com/watch?v=-szxr7c9-4Y> Temas de pesquisa Como redigir textos publicitários em tempos de internet? Redigir para peças impressas e para a internet. Quais são as diferenças? O processo criativo do redator publicitário. TEMA 3 – ELEMENTOS E ESTRUTURAS TEXTUAIS DE UMA PEÇA GRÁFICA Qualquer texto escrito tem como peculiaridade a atemporalidade, ou seja, o texto permanece no tempo e pode ser lido e relido por várias pessoas durante muito tempo. Isso reforça a relevância da redação. Mesmo em se tratando de peças publicitárias que em geral, depois de certo tempo, “perdem seu efeito”, é essencial que o redator observe algumas questões em sua estrutura, planejando o texto muito bem antes de escrevê-lo. O planejamento na construção de textos publicitários é tão importante quanto o próprio desenvolvimento da ideia criativa. Assim, devemos ter bem claro que em uma peça gráfica existem alguns elementos e estruturas que são fundamentais para sua eficiência. Em uma perspectiva básica, um anúncio publicitário é composto pelo título da peça, por uma imagem (salvo quando se trata de um anúncio All Type), pelo texto publicitário e pela assinatura, isto é, o fechamento ou encerramento da mensagem publicitária com a identificação do anunciante. Se o título e a imagem são responsáveis por chamar a atenção do consumidor, o texto em si é responsável por informar sobre o que está sendo anunciado e conduzir o leitor à assinatura da peça. Esse é um ponto importante: a condução, não só do olhar do leitor/consumidor, mas também de sua atenção, para que o sentido persuasivo da peça se faça mais eficiente. Como já dito anteriormente, ainda que muitas pessoas leiam apenas o título e olhem somente para a imagem, o texto faz parte do conjunto da ideia criativa e, sem dúvida, se o título e a imagem forem suficientemente atrativos, as pessoas vão se interessar 12 em ler o texto também e aí talvez depois dessa leitura tenham mais certeza em adquirir o que está sendo anunciado. Portanto, no texto publicitário, é necessário prestar atenção a alguns elementos, como a contextualização, ou seja, a ligação entre informações e ideias que norteiam e preparam o leitor, para uma melhor compreensão da peça. Quando a equipe de uma agência ou sua direção de criação pensa uma campanha, provavelmente o contexto que será trabalhado já surja junto com o mote dessa campanha, isto é, com a ideia principal ou ainda com o conceito criativo. A contextualização é de suma importância, pois é ela que vai dar a inteligibilidade à peça em questão, ligando o consumidor a ela de forma que ele a perceba e a valorize. Destarte, a contextualização é: “[...] o encadeamento de informações e de ideias que situam o público-alvo/leitor quanto aos aspectos externos e internos do texto. A contextualização prepara o leitor para a decodificação eficaz do texto” (Hoff, 2004). Outro elemento nos textos publicitários são as referências, as informações necessárias para que o leitor compreenda o texto. Não é exatamente como o lead do jornalismo, mas situa o leitor a partir de uma série de informações que muitas vezes estão intrínsecas ao texto. As referências dizem ao leitor quem é o agente ativo da mensagem, ou o “quem?” do texto: o sujeito, que pode ser alguém ou o produto/serviço sobre o qual se fala; ou ainda, o texto se refere a qual espaço de tempo? Ainda temos no texto o “o quê?”, quer dizer, o que se fala do produto, ou sobre qual categoria de produto estamos falando. Ademais, precisamos ter atenção ao “como?”: onde comprar, quais as formas de pagamento etc., e também temos no texto o “por quê?”, que se refere ao texto persuasivo em si, neste caso a parte do texto que sugere usos, aplicações ou benefícios do produto anunciado de forma a causar o interesse no consumidor. Portanto, as referências: “[...] são informações que o leitor/público-alvo necessita para compreender as ideias que se apresentam no texto: quem; quando; o quê; como e por quê” (Hoff, 2004). Igualmente relevante é a estrutura do texto, que é a responsável pela organização das ideias, e cada texto pode apresentar uma determinada estrutura. “[...] cada tipo de texto tem uma estrutura adequada aos seus objetivos de comunicação. A estrutura organiza as ideias no nível macro do texto” (Hoff, 2004). 13 Também é preciso lembrar dos aspectos estéticos, muito importantes para que o leitor decodifique a mensagem. Assim, elementos como a folha de papel, o tipo e a cor da letra, o espaçamento entre linhas, as margens utilizadas, o alinhamento do texto etc. são aspectos que “dão a cara” da peça, e essa cara vai determinar o tipo de percepção que o leitor terá dela (Hoff, 2004). Ainda vamos voltar a falar de papel, o suporte, como o chamamos, que é de máxima importância em projeto gráfico. Além disso, como um dos aspectos estéticos, deve ser levado em consideração de maneira especial. Existem vários tipos de papel que são utilizados em peças publicitárias e cada um deles tem uma especificidade que o pessoal da criação deve saber. Essas especificidades não dizem respeito apenas à sua impressão (como veremos a seguir), mas também ao seu aspecto estético. Papéis texturizados, lisos e com gramaturas maiores ou menores criam um efeito muito perceptível por parte dos leitores/consumidores. O tipo de letra, ou a família tipográfica, é outro aspecto estético que redunda em uma maior ou menor eficiência da peça. Letras com serifas – pequenas linhas no final dos traços das letras que facilitam a leitura, ou os tipos sem serifas, mais alongados ou mais baixos; as fontes manuscritas que imitam a escrita manual; fontes figuratizadas que contêm algum tipo de desenho em seu formato, todos eles formam a visualidade do texto, que, por sua vez, carrega uma mensagem.Portanto, devem ser pensados de acordo com os objetivos da peça publicitária. Os espaçamentos utilizados, assim como suas margens, têm um efeito no texto, indo ao encontro também da ideia de organização das ideias, porque esses elementos estéticos delimitam o campo visual do leitor fazendo com que ele, por exemplo, fixe melhor os conceitos ou as ideias ali contidas. Enfim, tudo que se refere aos aspectos estéticos do texto em uma peça publicitária deve ser muito bem planejado para que esse texto cumpra a sua função de comunicar algo da melhor maneira possível, de forma breve e assertiva. Links <http://portalintercom.org.br/anais/nacional2016/expocom/EX51-0108-1.pdf> <http://celsofigueiredodr.blogspot.com.br/p/livros.html> 14 Saiba mais Leia o artigo disponível neste link: <http://www.scielo.br/pdf/rbla/v11n3/05.pdf> Curiosidade Leia este texto de Vinicius Santos, no blog Dino, um site direcionado aos profissionais e não profissionais da área de comunicação: <http://blog.dino.com.br/diferencas-basicas-entre-textos-jornalisticos-e- publicitarios/> Vídeos Veja estes vídeos sobre o tema que desenvolvido acima: <https://www.youtube.com/watch?v=ovm17kzEy7c> <https://www.youtube.com/watch?v=-9Zo8vi7_ek> Temas de pesquisa A estrutura de textos publicitários com o olhar da semiótica. Elementos textuais da publicidade: existem diferenças regionais? TEMA 4 – A CRIAÇÃO DO TEXTO PARA PEÇAS GRÁFICAS Quando criamos um texto para uma peça gráfica é muito importante que prestemos atenção ao que chamamos de fatores de textualidade. A importância desses fatores reside no fato de serem eles que influenciam tanto o processo de produção do texto como também o processo de recepção desse mesmo texto. De uma forma geral, eles têm como objetivo organizar e ligar as ideias contidas no texto por meio de aspectos internos e externos a ele. Portanto, nos cabe verificar a intencionalidade, a aceitabilidade, a situacionalidade, a informatividade, a intertextualidade, a coesão e a coerência sempre que precisamos redigir um texto, principalmente um texto publicitário. A seguir veremos cada um deles de maneira mais apurada. A intencionalidade é o conjunto de objetivos do redator ao utilizar os elementos de textualidade. De fato, não há texto neutro, pois sempre teremos a intenção do redator de forma explícita ou implícita no texto. Inclusive, essa é uma questão muito discutida na academia, pois é o que difere a publicidade da arte. Muitas vezes ouvimos a expressão a arte da publicidade ou a arte publicitária, todavia, na realidade publicidade não é arte: ela se utiliza da arte para divulgar 15 ou promover um produto, um serviço, uma marca ou uma organização. Assim, a intencionalidade: “[...] na mensagem publicitária, refere-se ao objetivo da comunicação, em função dos quais o redator mobilizará os outros mecanismos de textualidade e, também, mecanismos de argumentação. Não há texto neutro: todo texto tem uma intenção, embora nem sempre ela esteja explícita” (Hoff, 2004). Quando se escreve um texto, deve-se levar em consideração a sua aceitabilidade, ou seja, como esse texto é produzido conforme quem o produz e quem o recebe. Nesse sentido, a aceitabilidade se apresenta sob dois aspectos: a forma com que o redator produz o texto para dar credibilidade a ele e a forma como o leitor interpreta e dá sentido ao texto segundo seu repertório. Se pudéssemos falar em uma situação ideal, poderíamos dizer que quando o repertório de quem produz o texto se iguala ao de quem lê o texto ou vice-versa, é criado um elo mais forte entre quem emite e quem recebe a mensagem, especialmente na publicidade. Nas palavras de Tania Hoff (2004): “[...] Há dois ângulos a considerar: a) como o redator produz o texto, de modo a conferir-lhe credibilidade e veracidade; b) como o público-alvo/leitor atribui sentido ao texto, interpretando-o conforme seu repertório”. Temos também o fator da situacionalidade, que se refere às condições em que o texto é produzido e recebido, ou seja, dependendo de fatores externos, como o briefing de criação e o conhecimento do redator sobre o produto, o texto pode ser escrito de uma forma. No que tange à recepção, dependendo das experiências anteriores do leitor ou de sua percepção sobre a marca, haverá interferência na atribuição de sentido. Em suma, a situacionalidade: [...] refere-se ao lugar e ao momento da comunicação, pois todos os dados situacionais influem na produção e também na recepção do texto. Na produção da mensagem publicitária, por exemplo, as informações contidas no briefing de criação e o conhecimento que o redator e diretor de arte têm do produto, serviço ou marca, bem como o tempo de realização da campanha ou da peça, interferem na construção do texto. (Hoff, 2004) O nível de informatividade é outro fator importante. Trata-se do grau de previsibilidade da informação que é apresentada ao leitor. Normalmente, quanto maior a informatividade, menor a previsibilidade e maior a dificuldade de leitura; 16 ao passo que, quanto menor a informatividade, maior a previsibilidade e menor a dificuldade de leitura. Figura 2 – Informatividade Fonte: Adaptado de Hoff, 2004. Por seu turno, a intertextualidade se refere ao diálogo entre textos, assim muitos textos publicitários dialogam com textos científicos, jornalísticos, literários, cinematográficos etc. Devemos também considerar que a revolução nas comunicações trazida pela internet faz com que cada vez mais textos dialoguem entre si, criando, desse modo, uma espécie de texto único que pode trazer benefícios para as marcas, podendo, inclusive, tornar a mensagem redundante. Mas fato é que a intertextualidade: “[...] refere-se ao diálogo entre textos, pois todo texto contém referência a outros textos. A mensagem publicitária, por exemplo, dialoga com outros discursos quando utiliza um texto jornalístico ou científico para construir a argumentação a respeito do produto” (Hoff, 2004). Além do mais, a coesão é outro fator importante de textualidade, pois o que liga as ideias em um texto é justamente a capacidade do redator de aglutinar palavras que façam sentido para o leitor em uma ordem em que ele as decodifique da maneira mais agradável, atraente e eficiente possível. Assim, a coesão: “[...] refere-se às ligações ou às articulações que se estabelecem entre os elementos que constituem a superfície textual. Manifesta-se na organização das frases, períodos e parágrafos do texto, interferindo na organização das ideias” (Hoff, 2004). Por fim, devemos também observar a coerência colocada nos textos, sobretudo os publicitários, uma vez que ela apresenta o sentido do texto, ou seja, é por meio da coerência textual que o leitor atribui sentido ao que está lendo. O desafio de um bom redator é justamente dar uma coerência a um texto que visa a persuadir o leitor para que este tenha uma determinada atitude com relação ao que se está anunciando. A coerência, então: “[...] refere-se ao sentido do texto, 17 ou seja, faz com que o texto faça sentido para o público-alvo/leitor. Manifesta- se, pois, na construção de sentido da unidade textual e implica uma continuidade de sentidos entre as ideias nele presentes” (Hoff, 2004). Além das considerações feitas até aqui, é necessário enfatizar alguns outros pontos. A clareza do texto é fundamental, ou seja, devemos observar se o texto é inteligível no sentido de ser decodificado. A adequação do texto ao repertório do consumidor/leitor é muito importante também, pois, como já dissemos, o texto é o que faz a ligação entre a mensagem e o público-alvo. Um texto publicitário deve apresentar, inclusive, o poder de síntese do seu redator. Ser conciso sem perder informações e ser completo sem ser prolixo: entenda-se não ser longo em demasia.Igualmente fundamental é a originalidade, que é a tônica do texto publicitário, visto que ele acaba se sobressaindo dos demais justamente por apresentar um conteúdo não usual, para não dizer inédito. Ademais, uma das coisas que mais chama a atenção em texto publicitário é o exercício da correta língua portuguesa, ou seja, a correção do texto. Mas não apenas ser correto: o texto deve ser adequado em termos de linguagem ao público-alvo. Para isso, devemos pensar no estilo que vai ser aplicado no texto, pois esse estilo marcará o leitor e o fará, por vezes, reconhecer o autor. Finalmente, devemos focar na unidade do texto que, mesmo sendo fruto do trabalho da coesão e da coerência, apresenta um conjunto que reflete a função e a inter-relação entre todos os elementos. Links <http://www.filologia.org.br/revista/40suple/a_construcao_de_texto.pdf> <http://www.scielo.br/pdf/tla/v52n2/a03v52n2.pdf> <http://www.dle.uem.br/conali2013/trabalhos/12t.pdf> Saiba mais <http://www.filologia.org.br/vicnlf/anais/caderno02-02.html> Curiosidade <http://adnews.com.br/publicidade/20-curiosidades-sobre-comerciais- classicos.html> Vídeo 18 Assista a este vídeo, do site Ateliê de Letras (http://www.ateliedeletras.com.br/), sobre o que é redação publicitária: <https://www.youtube.com/watch?v=HIdKntWzno4> Tema de pesquisa <http://www.seer.ufrgs.br/index.php/intexto/article/view/3626/4341> TEMA 5 – A PRODUÇÃO DE PEÇAS GRÁFICAS (E O USO DE SOFTWARES) Em publicidade dizemos que a criação é um exercício mental e a produção é operacional, ou seja, criamos em nossa mente, fazemos esboços, escrevemos textos, aplicamos técnicas de criatividade para aí então passarmos nossas ideias para o computador e darmos forma à peça. Claro que neste contexto a diagramação é muito importante: ela é o resultado do esforço mental que a dupla de criação (diretor de arte e redator) teve anteriormente. A diagramação é a etapa em que tudo se encaixa na peça e, por isso, devemos ter em mente que a disposição dos elementos gráficos é muito relevante em termos de construção da mensagem publicitária. Esse é o domínio do diretor de arte. A diagramação é tarefa do diretor de arte. Contudo, um bom redator, além de dominar o vocabulário, deve ter a compreensão de que tudo em uma página significa algo. Ou seja, não apenas as palavras, as ilustrações e as imagens têm sentido em anúncio, mas toda a disposição das informações na página possui significado e influencia no modo como o observador vai apreender a mensagem. (Figueiredo, 2005) Essa apreensão da mensagem também deve ser “calculada”. O diretor de arte deve eleger as informações e demais elementos gráficos de modo a direcionar o olhar do observador. Essa é uma tarefa importante principalmente na publicidade, pois quando um anunciante oferece seu produto ao mercado, na maioria das vezes é exigido o destaque de algum atributo desse produto, seja uma nova característica, seja alguma já consolidada na mente do consumidor. Depois de feito um rough, parte-se então para a execução em algum software gráfico. É claro que o domínio de softwares é essencial, mas um projeto gráfico requer antes de tudo planejamento, objetivos, eficiência e otimização de tempo. Ir direto para o computador em muitos casos é perda de tempo, haja vista que a 19 infinidade de recursos de que essas ferramentas dispõem acaba por interferir no processo. Um exemplo dessa situação é muitas vezes protagonizado por alunos dos períodos iniciais dos cursos de Publicidade e Propaganda quando, sem ainda a orientação necessária, não deixam espaços em “branco” ao distribuir os elementos gráficos pela peça. Esses espaços servem para, além de descansar o olhar do observador, dar uma espacialidade à peça que organiza a mensagem e auxilia na sua compreensão ou apreensão. O exemplo dado acima é característico quando há a ansiedade de distribuir os elementos de forma que eles sejam vistos. Pois é justamente aí que muitos se enganam, tendo em vista que, além dos espaços entre os elementos, o contraste de tamanho ou de cor ou família tipográfica, dentre outros, é de suma importância para a eficiência da peça. Claro que cada um tem seu processo de criação, porém para aqueles que estão iniciando na área é importante se ater às etapas mais básicas. Há que se ter certa cautela no uso de softwares, uma cautela necessária para o aprendizado e a formação de know-how. Existem no mercado vários softwares gráficos utilizados na publicidade para a criação de peças gráficas. Falaremos brevemente de alguns deles a seguir. O CorelDRAW é um dos softwares gráficos mais antigos que ainda é usado para se criar peças gráficas. Desde sua primeira versão, em 1989, esta ferramenta vem se atualizando e se adaptando às novas demandas do setor de produção gráfica e, apesar de sofrer a concorrência de seus similares, ainda sobrevive por ser uma ferramenta relativamente fácil, com recursos muito razoáveis. O problema enfatizado pelos seus críticos é por se tratar de um programa pesado e que frequentemente “trava”, fazendo com que o dinâmico trabalho de um designer se torne mais lento. O CorelDRAW tomou o mundo da computação gráfica de assalto em 1989 com a introdução de um programa de layout e ilustração vetorial totalmente colorida, o primeiro do gênero. Dois anos depois, a Corel revolucionou o setor novamente com a introdução da primeira suíte completa de aplicativos gráficos, a versão 3, que combinava ilustração vetorial, layout de página, edição de fotos e muito mais em um único pacote. (www.coreldraw.com.br) 20 Já o Illustrator, da conhecida empresa Adobe, faz parte de um pacote de softwares que têm como finalidade a realização, codificação e otimização de projetos gráficos. Podemos afirmar que atualmente é o software preferido dos designers por ser leve, “amigável” e com bastantes recursos, além do fato de ser compatível com outros programas da mesma marca e, por isso, tornar os projetos mais confiáveis, seguros e rápidos. O Adobe Illustrator é o mais conhecido software de desenho vetorial da atualidade, sendo utilizado por amadores, estudantes e profissionais. [...] A primeira versão do Illustrator foi realizada em 1987 e foi o primeiro software de ilustração da empresa, que até então tinha foco unicamente no Adobe Postscript. Esse lançamento não mudou somente o rumo da Adobe como também alterou o modo como as pessoas desenham e o design gráfico, para sempre”. (www.design24horas.com) Por sua vez, o Photoshop é uma ferramenta eminentemente utilizada para tratar imagens, podendo até mesmo ser utilizada para criar layouts de peças publicitárias gráficas. Esse software tem inúmeros recursos e, por conta disso, é muito utilizado em propaganda. Ferramenta essencial para fotógrafos, o Photoshop também faz parte do pacote Adobe, o que o torna mais atraente, tendo em vista a compatibilidade com o Illustrator, por exemplo. Sem dúvidas, o Photoshop é o aplicativo de maior destaque no mundo da fotografia e do design gráfico. Distribuído em todo o mundo e disponível em mais de 25 idiomas e com versões online, para tablets e smartphones o programa recebe destaque por criar manipulações incríveis, ampliando as possibilidades [...]. Ele foi desenvolvido em 1987, por Thomas Knoll, na Califórnia, Estados Unidos. Knoll estava em casa trabalhando em sua tese de doutorado, quando criou um código em seu computador que exibia imagens em tons de cinza em um monitor de bitmap preto e branco. (www.portalmidiacriativa.com) Por fim, mas não menos importante, temos o InDesign, que é hoje em dia o software preferido quando se trata de diagramação de páginas de livros, revistas, jornais ou materiais eletrônicos. Há alguns anos, seu predecessor, o Page Maker, era líder desse mercado, porém acabou sendosubstituído pelo InDesign principalmente pelo fato de este ser mais confiável e compatível com o restante do pacote da Adobe. Apesar de esse software ser mais utilizado por editores e não por designers ou publicitários, ele também pode ser aplicado à 21 criação de peças publicitárias, sobretudo daquelas em que é verificado muito texto, ou seja, peças mais técnicas ou informativas. O InDesign é um dos mais poderosos diagramadores de páginas da atualidade. Lançado em 1999, o programa prometia fazer uma revolução no modo de trabalhar com diagramação de páginas e finalização de arquivos para equipamentos de saída digital. [...] Além dos recursos para desenvolvimento de materiais para impressão, o InDesign possui recursos de edição para web, podendo criar desde livros a formulários interativos, e possui integração com o Adobe Flash para criação de layouts animados. Isto garante possibilidades de estruturação de informação e distribuição de conteúdo de maneira fácil e flexível. (www.clubedodesign.com) Como podemos notar, todos esses softwares têm suas vantagens e desvantagens, mas os do “pacote Adobe” são os preferidos da maioria dos publicitários e designers. Se o CorelDRAW ainda é utilizado, mesmo sendo mais pesado, pelos entusiastas da marca, o Illustrator em conjunto com seus “irmãos” Photoshop e InDesign formam plataformas interessantes dentro da produção gráfica impressa em publicidade, uma vez que o primeiro se coaduna mais com o layout, o segundo com as imagens e o terceiro com a diagramação de textos. “Existem vários softwares comerciais que permitem o desenho de páginas com qualidade profissional. A maioria tem recursos que permitem ao designer exercer sua criatividade sem comprometer a técnica inerente à produção editorial” (Collaro, 2012). Portanto, o profissional de publicidade que deseja efetivamente levar adiante uma carreira na criação de peças publicitárias, deve procurar dominar esses softwares citados aqui e, mesmo que a criação em si aconteça de forma subjetiva como um processo mental, a utilização dessas ferramentas no momento da execução da ideia gerada é de suma importância para ditar o ritmo que os projetos gráficos demandam. Links <http://www.portalseer.ufba.br/index.php/rcvisual/article/view/3397/2681> <www.periodicos.unifacef.com.br/index.php/rec/article/download/428/41> Saiba mais 22 Leia o artigo disponível no site a seguir: <http://www.revistatecnologiagrafica.com.br/index.php?option=com_content&vi ew=article&id=5847:eden-ferraz-nossa-prioridade-e-superar- expectativas&catid=99:entrevistas&Itemid=182> Curiosidade Veja no site abaixo um texto sobre os softwares dos publicitários: <http://blogcitario.blog.br/2012/02/os-softwares-dos-publicitarios/> Vídeo Assista a este vídeo com uma entrevista realizada com a produtora gráfica Amanda Rodrigues, realizada pelos alunos de Publicidade e Propaganda da faculdade UVV-ES: <https://www.youtube.com/watch?v=d5Sh-dLDoas> Temas de pesquisa O aluno pode pesquisar sobre os seguintes temas: A criação publicitária e os elementos textuais da peça impressa. O uso da intertextualidade na propaganda. Formatos e tipos de papéis: o que muda na mensagem? Como apoio, leia: <http://www.bocc.ubi.pt/pag/bocc-kraemer-criacao.pdf> TROCANDO IDEIAS Fórum 1 Na prática do mercado, em seu dia a dia o profissional de publicidade se envolve na produção gráfica das peças que criou, ou passa essa função para o contato comercial da gráfica contratada? Fórum 2 Criar no computador é completamente errado? 23 NA PRÁTICA Protocolo de resolução: conforme vimos no tema 3 desta aula, apresente os elementos da peça e sua estrutura e estabeleça os fatores de textualidade envolvidos. Protocolo de resposta: os elementos da peça e sua estrutura são: Título: Está na hora de mudar para a CTBC. Imagem: Sem imagem. Texto: JÁ REP ROU O Q ANTO É R IM QU NDO LGUMA C ISA ATR PALHA O QU VOC GOST RIA DE DIZ R? Assinatura: Qualidade de sinal de verdade e a ligação mais barata do Brasil. Contextualização: O sinal das operadoras de telefonia é percebido como de má qualidade. Referências: balão que sugere uma conversa com a forma que se assemelha a uma seta. Estrutura: 02 cores, mas predomina o azul; elementos em contraste de tamanho e cor. Aspectos estéticos: All Type, com fonte sem serifa e com elementos suspensos para dar destaque especial. Análise de: intencionalidade; coerência; situacionalidade; informatividade; intertextualidade; coesão; e aceitabilidade. Figura 3: Anúncio CTBC Fonte: CTBC/http://www.cafecomgalo.com.br/ inspire-se-com-20-anuncios-all-type/ SÍNTESE Como pudemos observar, o tema da criação e produção publicitária impressa contém algumas características que, se bem conduzidas, redundarão 24 em um trabalho mais adequado às necessidades dos anunciantes. Portanto, é muito importante que o profissional tenha o cuidado de criar ou ler um bom briefing, que é o início de um bom trabalho, assim como deve ter muita atenção ao criar mensagens publicitárias, haja vista que os elementos textuais e a própria estrutura do texto são essenciais para a eficiência da peça. As questões abordadas nesta primeira aula nos remetem a outros temas que discutiremos logo adiante. Um deles é que, respeitadas as características, os elementos, a estrutura e os processos de criação impressa, como escolher o suporte? Ou seja, o papel é um elemento primordial para que a peça seja bem recebida pelo consumidor/leitor e que tenha o resultado esperado. Logo, dentro de uma infinidade de possibilidades, o publicitário deve ter o conhecimento necessário para escolher o melhor papel diante do “problema” de oferecer a melhor opção de peça possível prevendo um investimento justo: este será o tema de nossa próxima aula. REFERÊNCIAS BERTOMEU, J. V. C. Criação na propaganda impressa. 3. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2006. COLLARO, A. C. Produção gráfica: arte e técnica na direção de arte. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012. CORELDRAW. Texto institucional. Disponível em: <http://www.coreldraw.com/br/pages/history/>. Acesso em: 05 out. 2016. CRISTIAN, L. A história do InDesign. Clube do Design. Disponível em: <http://clubedodesign.com/2013/03/a-historia-do-indesign/>. Acesso em: 05 out. 2016. A HISTÓRIA do Adobe Illustrator. Design 24 Horas. Disponível em: <http://design24horas.com/arte-e-design/a-historia-do-adobe-illustrator/>. Acesso em: 05 out. 2016. FIGUEIREDO, C. Redação publicitária: sedução pela palavra. São Paulo: Cengage Learning, 2005. HOFF, T. Redação publicitária. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. 25 REGINALDO, J. A fantástica história do Photoshop. Portal Mídia Criativa. Disponível em: <http://portalmidiacriativa.com/a-fantastica-historia-do- photoshop/>. Acesso em: 05 out. 2016.
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