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ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL AULA 1 E 2 – NEUROLOGIA ♥ O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é definido classicamente como um déficit neurológico, geralmente focal, de início súbito ou com rápida evolução, sem outra causa aparente que não vascular. Neste conceito, causas vasculares abrange não somente aspectos estruturais do vaso, mas também funcionais, como o próprio fluxo sanguíneo e o sistema de coagulação. Os tipos de AVC são geralmente divididos com base no aspecto patológico: isquêmicos e hemorrágicos. Estatísticas apontam o AVCi (isquêmico) com responsável de aproximadamente 80-85% dos casos, e o AVCh (hemorrágico) por aproximadamente 15-20%. Esses dois grupos, por sua vez, podem ser divididos com base nos mecanismos determinantes da lesão isquêmica ou da topografia predominante do insulto hemorrágico. De forma ampla, esses dois mecanismos são responsáveis pelas alterações do parênquima cerebral secundarias a doenças vasculares: os processos isquêmicos (com ou sem infarto) e as hemorragias. O AVC focal é convencionalmente definido como déficit neurológico com duração superior a 24h e causado por redução do fluxo sanguíneo numa artéria que irrigue uma parte do cérebro, que resulta no infarto. Quer dizer, interrupção do fluxo sanguíneo cerebral em uma determinada área. O vaso que era previamente saudável, por algum efeito, causa não consegue mais vascularizar aquela região e provoca um infarto – isquemia. Ataque isquêmico transitório (AIT), definido como déficit neurológico isquêmico, cujo sinais e sintomas regridem totalmente em 24h. o AIT, falamos que é o primo do AVC. Os AVCs isquêmicos são diferentes dos hemorrágicos, pela falta de extravasamento de sangue no parênquima cerebral. Há duas classificações principais para os AVCs isquêmicos: → Trombose → Embolia No isquêmico, podemos observar um trombo, interrompendo a passagem de sangue, causando anóxia. No hemorrágico, tem a ruptura do vaso sanguíneo. ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL ISQUÊMICO Alterações estruturais e funcionais começam a ocorrer após a agressão isquêmica. Na qual o dano funcional e estrutural é irreversível, e uma outra região funcional comprometida, porém estruturalmente viável: zona penumbra isquêmica. Essa zona, onde houve a interrupção do fluxo sanguíneo, tem a esperança que ela ainda possa se reabilitar de uma maneira ou de outra. O conceito de zona penumbra é básico para o entendimento das medidas terapêuticas na fase aguda do AVCi. É uma região que concentra neurônios viáveis circundando a zona de infarto, que também está submetido a algum grau de comprometimento celular. Esta região recebe um fluxo sanguíneo reduzido, porem temporariamente suficiente para manter a viabilidade celular. Podemos ver que é de suma importância os sintomas iniciais até quando o paciente chega no pronto socorro – tempo de resposta do AVC. A área de penumbra, representada em azul, é uma área que ainda tem aporte de oxigênio. ETILOGIA E FISIOPATOLOGIA FATORES FUNDAMENTAIS PARA DEFINIÇÃO DA ÁREA DO INFARTO CEREBRAL: → Circulação colateral – suprir o déficit do vaso interrompido para manter o órgão vivo → Variação do fluxo sanguíneo cerebral → Oxigenação → Temperatura corporal. A hipotermia nesse caso, prejudica mais pela colabação → Equilíbrio hidroeletrolítico e metabólico. Manter a troca gasosa, o funcionamento corporal O infarto cerebral deriva principalmente de dois processos fisiopatológicos: → Perda do suprimento de oxigênio e glicose → Interrupção do fluxo sanguíneo → Colapso metabólico – principalmente em pacientes diabéticos → Degeneração e morte celular Os efeitos de uma isquemia cerebral dependem da extensão e da duração do processo. PRINCIPAIS MECANISMOS DO AVCI E DO ATI SÃO TROMBOSE DE GRANDES VASOS OU INFARTO ATEROTROMBOTICO: está relacionado a doença aterosclerótica, ocorre principalmente em individuo com fatores de risco para: → Aterosclerose → Hipertensão arterial, diabetes melittus, dislipidemia → Tabagismo, uso de drogas ilícitas ou derivados de anfetamina → Uso de anticoncepcionais orais e com pré- disposição (principalmente associados ao tabagismo). TROMBOSE DE GRANDES VASOS OU INFARTO ATEROTROMBÓTICO: placas de ateroma pode se formar em qualquer ponto da circulação cerebral, sendo a maior incidência na bifurcação da artéria carótida comum, na origem das artérias cerebral media e cerebral anterior e na artéria vertebral, a partir das artérias subclávias. Como os vasos são menores quando vamos chegando na parte encefálica, as chances de trombose são maiores. A isquemia ocorre em decorrência da insuficiência da perfusão distal a estenose/oclusão do vaso acometido. O sitio do infarto pode variar dependendo da viabilidade da circulação colateral, incidindo frequentemente nos campos distais ou em zonas limítrofes. – onde os vasos vão se estreitando. AVC acontece quando os vasos que levam sangue ao cérebro entopem ou se rompem, provocando a paralisia da área cerebral que ficou sem circulação sanguínea. É necessário depois de diagnosticar um AVC, pedir ajuda de um cardiologista. CARDIOEMBOLISMOS OU INFARTO EMBÓLICO: é uma forma mais comum de AVC, descrito como déficit neurológico súbito. O embolo origina-se de um trombo intracardíaco (cardioembolia). O paciente já tem um problema cardíaco, o trombo ta lá dentro e as vezes com o aumento da pressão arterial, faz com que o coração bata mais forte, soltando o trombo que está la dentro pra a corrente sanguínea, vai percorrer o corpo e as partes mais distais e finas o trombo vai impactar, provocando assim, o AVC. A formação do trombo e a liberação do êmbolo do coração são promovidos por: miocardiopatias, valvopatias e arritmias, causando uma oclusão vascular súbita por embolia. Sendo mais frequente a fibrilação atrial. Fibrilação – perguntar para o paciente se ele sente palpitações, batedeira. Se sim, é provável então que o AVC foi causado por cardioembolia. TROMBOSE DE PEQUENAS ARTÉRIAS OU INFARTOS LACUNARES: relaciona-se a pequenos infartos na profundidade dos hemisférios cerebrais ou do tronco encefálico, causados por oclusão de uma pequena artéria. Esses infartos produzem síndrome clinicas típicas. Tem maior incidência em hipertensos e diabéticos. OUTROS MECANISMOS: neste grupo encpntram-se os menos frequentes como as arterites, anóxia cerebral pós- parada cardorrespiratoria, estados hipercoaguláveis (ou trombofilias), as dissecções arteriais cervicais e outros. São difíceis, mas não é incomum. Ex: pacientes reumatologicos que apresentam as Arterites apresentam esse tipo de problema. Anóxia cerebral pós-parada cardiorrespiratória: comum no paciente no pronto socorro, sofre parada, reanima o paciente, mas o tempo que ele fica parado, é o tempo que ele entra com insuficiência de oxigênio no cérebro, então pode acontecer dele ter um AVC por conta disso. ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL HEMORRÁGICO – ETIOLOGIA E PATOLOGIA HEMORRAGIA INTRAPARENQUIMATOSA (HIP): A hipertensão arterial é sua causa mais comum. A hipertensão arterial provoca alterações patológicas crônicas na parede de pequenos vasos. A HIP resulta da degeneração progressiva das paredes das artérias e arteríolas cerebrais com excessivo espiralamento, conhecida como ‘aneurismas’ de Charcot-Bouchard. A ruptura destes aneurismas determina o aparecimento da HIP, os locais mais frequentes são: região dos núcleos da base (principalmente no nível do putame e tálamo). Ponte, cerebelo, substancia branca dos diversos lobos cerebrais – hemorragia lobar. No exame de imagem, tomografia, o que está preto está normal. A mancha branca representa a hemorragia. Após a hemorragia, ocorre o edema em torno da lesão, organização do coágulos e compressão dos tecidos adjacentes. Provoca um processo inflamatório, é necessário um cirurgião para descompressão. Quandopróxima dos ventrículos cerebrais, pode haver rompimento para o seu interior, provocando dilatação ventricular. Quando mais próxima do córtex, maior a chance de aflorar ao espaço subaracnóideo. Mas profundo a hemorragia, pior o quadro clinico do paciente. Outras causas da HIP incluem: Malformações vasculares, aneurismas, distúrbios de coagulação, discrasias sanguíneas, tumores cerebrais, traumas, angiomas cavernosos e abuso de drogas ilícitas e outros. A angiopatia amiloide é apontada como causa de HIP, principalmente em idosos não hipertensos, com hemorragias lobares. HEMORRAGIA SUBARACNÓIDE (HSA): ruptura de aneurismas saculares intracranianos é a principal causa dos quadros espontâneos de HSA. É uma situação extremamente grave, levando a morte em 32% a 67% dos casos. ACHADOS CLÍNICOS A viabilidade e eficácia do tratamento dos pacientes com AVC depende diretamente do conhecimento dos sinais e sintomas pela população, da agilidade dos serviços de emergências e da necessidade de identificação e tratamento rápidos. O quadro clinico é muito variável e a sintomatologia depende da etiologia, extensão e tempo de duração da doença. AVC deve ser considerado nos casos em que ocorra déficit neurológico, principalmente focal, de instalação súbita ou de rápida progressão. A apresentação clinica depende da região cerebral acometida. O tempo de evolução do déficit neurológico é informação fundamental para algumas decisões terapêuticas. Sendo o dado mais preciso e confiável possível, obtido a partir de informações do próprio doente ou de um acompanhante que tenha observado o início do quadro. O exame físico deve ser minucioso: estado de hidratação, oxigenação, frequência, ritmo e ausculta cardíaca e frequência respiratória. O nível de consciência deve ser observado e periodicamente reavaliado. Se diminuído, sugere além de hemorragias, infartos hemisféricos extensos ou de tronco encefálico e sinalizar a necessidade de medidas de suporte mais agressivas (intubação orotraqueal) para proteger as vias aéreas, por exemplo. A pressão arterial deve ser avaliada periodicamente, pois seus níveis podem variar de forma rápida e espontânea, O exame do fundo do olho, ele pode auxiliar no diagnóstico de quadros hemorrágicos. Palidez retiniana pode ser observada em alguns casos de perda visual monocular de causa isquêmica secundaria a doença aterosclerótica carotídea. Palpação de pulsos carotídeos, temporais e periféricos e a ausculta carotídea auxilia no diagnóstico de estenoses arteriais, comumente associada à doença aterosclerótica. O examine neurológico em geral indica a localização e o ponto do AVC. Estado mental depressivo, sugere-se lesões cerebrais bilaterais ou lesão do tronco cerebral. A fala geralmente é afetada, com vários padrões afásicos apontando o local da lesão. Teste de força, sensibilidade e os reflexos profundos dão informações sobre ou padrões dos déficits e sugerem local da lesão vascular. Apertar a mão por exemplo. AVC ISQUÊMICO Identificar os fatores de risco para o AVC é importante na determinação do provável mecanismo que determinou a sua ocorrência como: hipertensão arterial, diabetes mellitus, dislipidemias, cardiopatias, tabagismo, uso de anticoncepcionais orais ou uso de droga como cocaína e anfetaminas, trauma craniano ou cirurgias recentes, sangramentos, doenças hepáticas e renais, isso de anticoagulantes e ocorrência de neoplasias. As manifestações neurológicas, correlacionam-se com o território vascular acometido, determinado sinais e sintomas que permitem essa caracterização topográfica. Os dois grandes territórios são: TERRITÓRIO CAROTÍDEO: relacionado as artérias carótidas interna, cerebral media e cerebral anterior. Podem ocorrer déficit motor, déficit sensitivo, dificuldade na articulação da palavra, déficit de linguagem, outros distúrbios de função nervosa superior e alterações visuais. TERRITÓRIO VERTEBROBASILAR: relacionado as artérias vertebral, basilar, cerebelares e cerebrais posteriores. Podem ocorrer déficit motor, déficit sensitivo, dificuldade na articulação da palavra, alterações visuais, alterações de coordenação e alterações de nervos cranianos localizados no tronco encefálico (diplopia, ptose palpebral, anisocoria, paralisia facial periférica, nistagmo, vertigem, disartria e disfagia). Síndromes vasculares segundo territórios arteriais: TERRITÓRIO CARÓTIDEO: Carotida interna: cegueira ipslateral, hemiparesia e hemianestesia contralaterias, hemianopsia, afasia ou negação e hemigligência. Cerebral anterior: hemiparesia e perda sensitiva de predomínio crural. Capacidade de resposta alterada. Apraxia ideomotora ou anomia tátil esquerda. Tronco principal: hemiplegia, hemianestesia, hemianopsia, afasia ou negação e hemiegligência. Divisão superior: hemiparesia e perda sensitiva (predomínio braquiofacial), afasia de broca ou negação e heminegligência. Divisão inferior: afasia de Wernicke ou alteração comportamental não dominante sem déficit motores. Arteria penetrante: hemiparesia. Cerebral posteriol: cortical unilateral, hemianopsia isolada, quadrantopsia, alexia ou anomia para cores. Talâmico: déficit sensitivo puro, pode ocorrer anestesia dolorosa com dor espontânea. Núcleo subtalamico: hemibalismo. Lobo temporal inferior bilateral: amnesia. Mesencéfalo: oculomotora e outras alterações da motricidade ocular. AVC HEMORRÁGICO (HIP E HSA) A HIP apresenta-se como déficit neurológico focal súbito, dependente da topografia da hemorragia, muitas vezes acompanhado de cefaleia, náuseas, vômitos, redução do nível de consciência e níveis pressóricos bastante elevados, rigidez de nuca e crises convulsivas focais. ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL HEMORRAGICO A HIP apresenta-se como déficit neurológico focal súbito, dependente da hemorragia, muitas vezes acompanhado de cefaleia, náuseas, vômitos, redução do nível de consciência e níveis pressóricos bastante elevados: rigidez de nuca e crises convulsivas focais. Na HSA, apresenta cefaleia súbita intensa e halocraniana que são sintomas iniciais e muito frequentes. Outros sintomas são: náuseas, vômitos, tonturas e sinais de irritação meníngea. Pode ocorrer perda de consciente e ouras manifestações neurológicas como déficits motores, sensitivos, distúrbios de linguagem, crises convulsivas e alteração de nervos cranianos. Distúrbios autonômicos como: bradicardia, taquicardia, alterações eletrocardiográficas, alterações da pressão arterial, sudorese profusa, hipertermia e alteração do ritmo respiratório podem ocorrer. Da mesma forma, em decorrência da ruptura do aneurisma, complicações podem ocorrer como ressangramento, vasoespasmo hidrocefalia e crises convulsivas. AVALIAÇÃO DO PACIENTE: Todo paciente com suspeita de AVC, independente da gravidade dos déficits, seve ser triado com a mesma prioridade que os pacientes com síndrome coronariana e trauma grave. A avaliação inicial deve ser precedida da mesma forma para todos os pacientes graves, utilizando o ABC do ACLS. Realizar a avaliação segundaria e de possíveis comorbidades, com objetivo de um possível AVC, como também excluir possíveis diagnósticos diferenciais (como encefalopatia hipertensiva, hipoglicemia e crises convulsivas.). DIAGNÓSTICO: a história de indícios iniciais quanto ao local e a gravidade de um AVC, e o exame físico ajuda a elaborar uma hipótese quanta localização da lesão. Com base nas informações e exames laboratoriais definitivos podem prosseguir com eficiência. História: o AVC geralmente é identificável logo no início. Sendo esta informação de suma importância para o diagnóstico, saber precisamente o momento inicial dos sintomas. Quando começou até a hora que chegou ao hospital. Se passou a janela de trombolise, já não tem eficácia mais fazer medicação. Exame físico: o exame neurológico é método eficaz deiniciar uma avaliação diagnostica e que geralmente ajuda a localizar o ponto da lesão. O exame cardiovascular, com ênfase os níveis pressóricos de ambos os membros superiores, para valar possibilidade de dissecção aórtica ou anormalidades vasculares que resultem em redução do fluxo sanguíneo para o cérebro. Sendo, a hipertensão preexistente o maior fator de risco para AVC. Também diabetes mellitus, uso de cigarro, álcool e droga ilícitas. Exames laboratoriais: Testes hematológicos: hemograma completo, contagem de plaqueta (pesquisar policitemia, trombocitose, endocardite bacteriana e anemia grave), hemossidementação, glicemia, tempo de protrombina e tempo de tromboplastina parcial, dosagem de proteína C, de proteína S, de Antitrombina III, teste de Hemocisteinúria, Amiloidose. Descartar outras doenças. Testes cardiovasculares: ecocardiograma dopller transtorácico e, particularmente, o transeofagico: podem revelar alterações que favoreçam uma causa cardioembólica. Todas as vezes que falamos de AVC, temos que investigar as causas. Eletrocardiograma de 24h (Holter): pode demostrar a presença de arritmias paroxísticas. Ecodopller de artérias carótidas, vertebrais, dopller transcraniano e angiorresonancia pode trazer informações sobre possíveis estenoses arteriais extra e intracranianas. Tudo isso faz parte da investigação. Encaminhar para o cardiologista depois desses exames, Na tomografia computadorizada, o AVC isquêmico é mais preto e no hemorrágico branco. Punção lombar: quando a tomografia de crânio é normal, se suspeita, faz a punção lombar – hemorragia subaracnoide. Liquido cefalorraquidiano (ler): no diagnóstico do AVC, sua indicação restringe-se as suspeitas clinicas de hemorragia subaracnoide, quando a tomografia de crânio é normal. Nesses casos, costuma ser fortemente hemorrágico e hipertenso, mostrando xantocromia após a centrifugação. Exame de liquor: pode contribuir para o diagnóstico de algumas causas, menos frequentes de de AVCi, como as arterites infecciosas não infecciosas. Angiografia cerebral digital: é o exame de referência para identificar o mecanismo de HSA, trazendo maior sensibilidade e especificidade ao diagnóstico de aneurismas cerebrais saculares, dando informação precisão quanto a sua localização morfológica e tamanho. TRATAMENTO: do ponto de vista prático, é difícil diferenciar, em seu princípio, um AIT de um AVCi. De fato, o diagnóstico de AIT é sempre retrospectivo, a partir da regressão completa de sintomas e sinais, associada a normalidade do exame de neuroimagem, espacialmente a ressonância magnética. A recomendação é que a conduta inicial seja uniformizada a fim de definir o diagnóstico e estabelecer a conduta mais apropriada, sendo estas, instruídas rapidamente com o objetivo de se evitar, ao máximo, lesão cerebral irreversível. Falta de oxigenação cerebral pode levar sequelas. Atendimento incial: é uma emergência médica, atrasos no inicio das medidas podem determinar prejuízo no prognostico a esses pacientes. É fundamental, aos pacientes a prioridade no atendimento inicial, na realização de exames laboratoriais e de imagem para a definição das medidas terapêuticas e no rápido cumprimento das prescrições e monitoramento necessário. Os objetivos do tratamento na fase aguda do AVCi: → Suporte clinico: medidas universais de suporte de vida avançado. O atendimento inicial deve avaliar a função respiratória e cardiovascular. → Tratamento especifico: como a recanalização do vaso ocluído com o uso de trombolíticos (quando houver indicação). → Prevenção e tratamento de complicações neurológicas (edema, transformações hemorrágica e convulsões) e não neurológicas (aspiração, pneumonia, escaras, trombose venosa profunda e tromboembolismo pulmonar). Suporte clinico: Ventilação: garantir a permeabilidade das vias aéreas (inclusive com intubação e ventilação assistida quando necessário). Oxigênio suplementar deve ser usado nos doentes com hipoxemia (com saturação de O2 abaixo de 95% na oximetria de pulso) Hidratação adequada, correção de distúrbios metabólicos: especialmente hiperglicemia ou hipoglicemia e correção de hipertermia. Alimentação: é prudente prescrever jejum oral ns primeiras 24h, em razão da possibilidade de vômitos, e possível se aspiração traqueal. Profilaxia de complicações não neurológicas: infecções urinaria, pulmonar e ulceras de cúbito. Trombose venosa profunda e tromboembolismo pulmonar também são potencias complicações na evolução do AVCi. Fisioterapia motora e respiratória: deve ser iniciada o mais rapidamente possível, após a estabilização clínica do doente. Medidas de suporte e tratamento de complicações: → Suporte respiratório → Temperatura corporal → Pressão arterial → Controle glicêmico → Agentes antiplaquetários → Anticoagulantes – sendo recomendado em: indicações absolutas: AVCi cardioembolico sem transformação hemorrágica. Indicações relativas: AVCi em progressão, AVCi em território posterior, trombose de artéria basilar, ataques isquêmicos transitórios de repetição. Complicações: → Edema cerebral – irritação → Transformação hemorrágica → Crises convulsivas → Tratamento tromboelitico. TRATAMENTO DE HEMORRAGIA INTRAPARENQUIMATOSA (HIP) OU AVCh A abordagem inicial da HIP é semelhante a AVCi. Entretanto, há uma preferecia pelo uso de medidas não medicamentosas para a profilaxia de trombose venosa profunda (pelo menos nos primeiros 45 dias). Os mesmos cuidados quanto a pressão arterial no manejo do AVCi se aplica também na HIP. Pacientes previamente hipertensos, a pressão arterial média deve ser mantida abaixo de 130 mmHg. Monitoramento da pressão intracraniana, da pressão de perfusão cerebral deve ser mantida acima de 70 mmHg. Após drenagem cirúrgica, a PAM não deve ficar acima de mmHg. A escolha da medicação anti-hipertensiva depende da intensidade dos níveis pressóricos e de eventuais restrições a alguns medicamentos. Agentes vasoativos podem ser indicados a pressão sistólica por menos que 90 mmHg. Hipertensão intracraniana é uma importante causa de mortalidade, justificando assim o seu controle. É definida como uma pressão intracraniana > ou igual 20 mmHg por mais cinco minutos. Qualquer das atividades terapêuticas nesse caso tem objetivo principal mantê-la abaixo de 20 mmHg e a pressão de perfusão cerebral acima de 70 mmHg. Principais medidas de controle são: Manitol a 20% dose de 0,5 a 1,0, via intravenosa, em cinco a trinta minutos. Seu efeito começa em aproximadamente trinta minutos. Hiperventilação: o objetivo é reduzir a PaCO2 para níveis entre 30 a 35 mmHg, determinando vasoconstrição cerebral quase imediata. Ocasiona uma redução de 25% a 30% na pressão intracraniana, com efeito máximo em aproximadamente trinta minutos. Sedação e/ou bloqueio neuromuscular: benzodiazepínicos, barbabitúarios ou propofol, associado ou não a bloqueadores neuromusculares não despolarizantes. Corticosteroides: atualmente, não tem sido recomendados pelo seus efeitos colaterais e pela falta de benefício clinico evidenciada nos estudos previamente realizados. Tratamento cirúrgico: a derivação ventricular e efetiva na redução de PIC, principalmente quando há hidrocefalia associada. Os principais riscos desse procedimento são hemorragias e infecção. HEMORRAGIA SUBARACNOIDE (HSA) tratamento: Suporte clinico. Tratamento das complicações neurológicas (ressangramento, vasoespasmos, hidrocefalia, convulsões) Tratamento do aneurisma roto propriamente dito (neurocirúrgico x vascular): a escolha do método terapêutico depende de vários aspectos como: o estado clinico do paciente, a localização e características anatômicas do aneurisma roto, a experiência do médico assistente. Ressangramento: é uma das complicações mais temidas na HSA por ruptura de aneurisma cerebral, com índice de mortalidade de até 70%,e é mais frequente nas primeiras 24h. Quando há pressão arterial elevada, as chances de ressangramento é muito grande. Sua prevenção baseia-se em medidas gerais (repouso absoluto, ansiolíticos, analgesia, laxantes), tratamento de pressão arterial muito elevada, além do tratamento do próprio aneurisma roto (cirúrgico ou endovascular). Vasoespasmos: é uma importante causa de sequelas neurológicas (documentado através de angiografia) clinicamente, ele se apresenta em cerca de 40% deles, determinando piora da cefaleia, rebaixamento do nível de consciência e sinais localizatorios, nem sempre na topografia do aneurisma roto. Sua prevenção e tratamento incluem: hipertensão arterial farmacologicamente induzida, hipovolemia e hemodiluição. O uso oral de um bloqueador de canal de cálcio, a nimodipina, indica melhora no prognostico do vasoespamos sem modificar sua indecência. A dose é de 60 mg VO 4/4h durante 21 dias. Outros tratamentos incluem técnicas endovasculares, como angioplastia. Hidrocefalia: pode ocorrer de forma aguda, subaguda ou tardia. Relaciona-se a quantidade de sangue no espaço subaracnoide e a dificuldade de transito e a reabsorção do liquido cefalorraquidiano. Para prevenção, são utilizados corticosteroides para diminuir o processo inflamatório no espaço subaracnoide. Em mais graves, pode ser necessária derivação ventricular. – coloca um valva para derivar o liquido para o peritoneo. Convulsoes: podem ocorrer em até 25% dos casos, especialmente nas primeiras 24h. Sua prevenção é controversos, e estudos mostram piora do prognostico com fenitoína, de modo que outros anticonvulsivantes são preferidos. acidente vascular cerebral isquêmico etilogia e fisiopatologia PRINCIPAIS MECANISMOS DO AVCi e do ATI SÃO acidente vascular cerebral hemorrágico – etiologia e patologia achados clínicos AVC ISQUÊMICO AVC HEMORRÁGICO (HIP E HSA) acidente vascular cerebral hemorragico
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