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Pré-clínica 3 RETENTORES INTRARRADICULARES – PINO PRÉ-FABRICADO CLASSIFICAÇÃO EFEITO FÉRULA ❖ Faixa vertical de dente (remanescente coronário) que circunda 360° e que se estende em sentido coronal do término do preparo. ❖ A efetividade da férula tem sido avaliada por uma série de métodos, incluindo teste de fratura,3,13 teste de impacto,14 teste de fadiga15 e análise fotoelástica.16 Vários autores17-19 têm sugerido que um dente deveria ter uma quantidade mínima de 2 mm de estrutura coronal acima da junção cemento-esmalte para garantir uma forma de resistência adequada para o dente. Essa estrutura coronal providenciará um efeito férula com a coroa artificial, que prevenirá o deslocamento do pino e a fratura, a qual pode ser radicular. Pinos pré- fabricados Metálicos Titânio Aço inoxidável Não metálicos Estéticos Fibra de vidro Fibra de quartzo Fibra de carbono com quartzo Dióxido de zircônio Não estéticos Fibra de carbono ❖ Retenção. ❖ Resistência. ❖ Longevidade. ❖ Quando ocorre fratura em ente com férula > padrões são mais favoráveis. ❖ A maioria das fraturas dos dentes SEM férula costumam tornar o remanescente impossível de ser restaurado. ❖ Em alguns casos, é necessário aumento de coroa ou extrusão ortodôntica para uma férula adequada. PINOS PRÉ-FABRICADOS METÁLICOS ❖ uso de sistemas de pinos pré-fabricados simplifica o processo restaurador, pois todos os passos necessários para sua confecção podem ser desenvolvidos em uma única sessão. Alguns autores têm demonstrado que os núcleos metálicos fundidos utilizados na resttauração de dentes tratados endodonticamente provocam um estresse interno significativa mente maior do que os pinos pré-fabricados. ❖ Os pinos pré-fabricados são encontrados em metal: feitos de aço inoxidável, recobertos com uma camada de ouro e confeccionados de titânio. Os pinos metálicos de aço inoxidável recobertos ou não com ouro (Figs. 4.2 e 4.3) foram os primeiros pinos pré-fabricados desenvolvidos e ainda são amplamente utilizados devido a sua biocompatibilidade. ❖ Baixo custo. ❖ Alta resistência a fratura. ❖ Radiopaco. ❖ Fácil remoção. ❖ Interferência em coroas elásticas translucidas. ❖ Alto modulo de elasticidade – induzem estresse na dentina radicular. ❖ Retenção somente mecânica do preenchimento. PINOS PRÉ-FABRICADOS DE FIBRA DE CARBONO ❖ Os pinos de fibra de carbono foram introduzidos por Duret e colaboradores.16 Os autores utilizaram um material não metálico, fibra de carbono, para reforçar o pino.16 Conhecidos como “composipost”, esses pinos foram um dos primeiros a surgir no mercado. Seu módulo de elasticidade é semelhante ao da dentina e são envoltos por uma matriz de Bis-GMA, permitindo aderência do pino ao material de preenchimento e, por consequência, ao dente. ❖ Porém, esses pinos mostravam uma deficiência estética por possuir cor preta (coloração apresentada pelas fibras de carbono), o que forçou o desenvolvimento de fibras translúcidas e da cor do dente. Por isso, a demanda por pinos à base de fibra de carbono diminuiu muito, embora a real implicação estética seja questionável do ponto de vista clínico. ❖ 64% das fibras de carbono unidas paralelamente por 36% de matriz epóxica. ❖ Foi o primeiro dos pinos de fibra a ser desenvolvido. ❖ A proposta era restaurar dentes tratados endodonticamente evitando associação de materiais com características biomecânicas diferentes. ❖ Módulo de elasticidade semelhante ao da dentina. ❖ Resistência e flexibilidade altas. ❖ Podem ser removidos com facilidade do canal. ❖ Modo de falha (fratura) mais favorável a estrutura dentaria remanescente. ❖ Radiolúcido. ❖ Não estético. ❖ Seu uso caiu quando os pinos de fibra estéticos surgiram. ❖ Importante a ferulização da coroa – remanescente 2,0 mm cervical. PINOS PRÉ-FABRICADOS – FIBRA DE QUARTZO ❖ São semelhantes aos de fibra de vidro, porém com uma quantidade maior de sílica 62%. ❖ Tem um módulo de elasticidade maior. ❖ Alto custo – inviabiliza a sua utilização em relação aos de fibra de vidro. ❖ Os pinos de fibras de vidro e de quartzo, além de serem estéticos, podem ser unidos adesi- vamente ao tecido dentinário e apresentam módulo de elasticidade similar ao da dentina, distribuindo os estresses à estrutura dental de forma mais favorável e diminuindo, assim, o risco de fratura radicular. Possuem também uma redução da incidência de fraturas, não são corrosivos, são biocompatíveis e de fácil remoção, caso haja necessidade. Além disso, apresentam elevada resistência mecânica e translucidez, portanto, são fototransmissores, permitindo não só a transmissão da luz durante a fotopolimerização, mas também não interferindo na refração da luz ambiente da restauração final. PINOS PRÉ-FABRICADOS – DIÓXIDO DE ZIRCÔNIO ❖ 94,9% de dióxido de zircônio estabilizado por óxido de ítrio (YPSZ). ❖ Alia as propriedades positivas dos pinos metálicos com as vantagens de um material mais estético e inerte aos tecidos vivos. ❖ Vantagens: ➢ Alta resistência a fratura. ➢ Excelente estética. ➢ Radiopacidade. ❖ Desvantagens: ➢ Alto custo. ➢ Módulo de elasticidade maior que os metálicos. ➢ Retenção do preenchimento puramente mecânica. PINOS PRÉ-FABRICADOS – FIBRA DE VIDRO ❖ Não desgastar os pinos de fibra de vidro! ❖ Vantagens: ➢ Única sessão clínica. ➢ Menor custo. ➢ Economia de tempo do dentista e paciente. ➢ Estético (branco ou translúcido). ➢ Modo de fratura favorável. ➢ Módulo de elasticidade semelhante ao do dente. ➢ “Fácil remoção”. ❖ Desvantagens: ➢ Radiolúcidos. ➢ Menor adaptação as paredes do conduto. ➢ Maior remoção de dentina intrarradicular. ➢ Flexibilidade > maior risco de deslocamento do conjunto pino-núcleo. ❖ Importante a ferulização da coroa – remanescente 2 mm cervical. ❖ Passo a passo: ➢ Realizar exame radiográfico para observar o remanescente coronário, a qualidade do tratamento endodôntico, o comprimento (a ser desobturado), a forma da raiz e a inclinação mésio-distal, saúde dos tecidos periapicais. ➢ É ideal que o procedimento seja realizado sob isolamento absoluto. ➢ Realizar o preparo da estrutura coronária remanescente, regularizando a estrutura dentária e removendo tecidos cariados ou amolecidos, preservando o máximo de estrutura remanescente sadia, o que ajuda a diminuir a concentração de tensão na margem gengival, minimizando a possibilidade de fraturas. Requer no mínimo 2 mm de remanescente coronário em todas as paredes circundantes. ➢ A preparação do canal protético propriamente dita deve seguir alguns critérios: ▪ o estabelecimento do comprimento do pino (nova tomada radiográfica após o preparo do remanescente coronal). Deve-se notar que a profundidade do preparo do canal protético só é estabelecida após a remoção de cárie e o preparo coronário. ▪ Seleção do pino intrarradicular de acordo com o caso a ser restaurado. ▪ Desobturação do conduto realizada com pontas Rhein aquecidas, de calibre menor ou ligeiramente mais estreito, aumentando gradualmente com diâmetros escalonados, até que o orifício obtido seja compatível com a morfologia e o diâmetro que apresenta o conduto. Dessa maneira, obtém-se a melhor forma de resistência, até atingir o comprimento preestabelecido. Quando não for possível remover todo o material com esses instrumentos, devem ser usadas brocas específicas do kit de pinos utilizado ou ainda brocas Gates ou Largo de diâmetro apropriado ao conduto, com guia de penetração. O alargamento do conduto radicular precisa coincidir com sua anatomia, não devendo exceder mais de um ou dois tamanhos da lima utilizada para o tratamento endodôntico. Além disso, seu diâmetro deve ser suficiente para permitir a retenção do pino. ▪ Avaliação,na prova do pino selecionado, da quantidade dematerial obturador remanescente no conduto e do comprimento do preparo do canal protético, que não deve ser menor que 4 mm para garantir um selamento apical efetivo. Para isso, torna-se necessária outra tomada radiográfica. ➢ Cimentação do pino: ▪ Após a prova, corta-se a parte excedente do pino pré-fabricado com uma broca dia- mantada em alta rotação ou com um disco diamantado. Deve-se manter coronalmente a quantidade de pino suficiente para acomodar o núcleo de preenchimento, ou seja, aproximadamente 2 mm menor do que o tamanho da coroa prótética. ▪ O campo operatório é isolado de forma absoluta sempre que possível, e a limpeza do canal protético é realizada. O agente para limpeza será selecionado de acordo com o cimento a ser utilizado, sendo que para o resinoso a limpeza deverá ser feita com ácido fosfórico a 37% por 15 segundos; no caso de cimento ionomérico convencional, a limpeza será feita com o ácido poliacrílico. O agente de limpeza deverá ser aplicado no canal protético com auxílio de uma seringa; a remoção é realizada com jato de água, utilizando- se uma seringa com agulha que possa alcançar toda a extensão do canal protético. Deve-se lavar abundantemente por 30 segundos e remover os excessos com cones de papel absorvente. Se for aplicado ácido fosfórico, o uso do digluconato de clorexidina a 2% auxiliará na fixação das fibras colágenas que, eventualmente, não sejam hibridizadas pelo sistema adesivo, prevenindo a degradação do colágeno em longo prazo. O excesso desse material deve ser removido com cones de papel absorvente. Para aplicação do agente adesivo é fundamental o uso de um micropincel que possa atingir a região apical do canal protético. No caso do uso de um agente adesivo de três passos, deve-se permitir a evaporação do solvente do primer (em torno de 1 minuto). Obviamente, todos os materiais utilizados nos procedimentos requerem a observância das recomendações dos fabricantes. ▪ O cimento a ser utilizado deve ser compatível com o sistema adesivo adotado. O pino intrarradicular escolhido pode precisar de tratamento superficial, conforme o cimento a ser utilizado e as recomendações do fabricante do pino. Esses tratamentos superficiais são mais relevantes nos casos de cimentação resinosa, cuja adesão pode ser aumentada com uso de mecanismos de união mecânica (por exemplo, o jateamento com partículas de alumina) e de união química (como a aplicação de Silano). Sabe-se, no entanto, que a interface adesiva mais crítica é a dentina- adesivo-cimento, e não a interface cimento- -pino. Cimento resinoso dual autocondicionante e autoadesivo: preparo do dente: Não há necessidade de realização das etapas de condicionamento ácido, aplicação de primer e adesivo no dente. ▪ O cimento deve ser preparado segundo as especificações do fabricante, pincelado sobre o pino e aplicado no interior do canal protético com seringa ou Lentulo. ➢ Confecção do núcleo de preenchimento e finalização do tratamento: • Após a presa ou polimerização final, os excessos de cimento são removidos. Faz-se o condicionamento ácido do remanescente dental com ácido fosfórico, de acordo com as orientações do fabricante, eliminando completamente o ácido com jatos de água por 30 segundos e o excesso de água com um papel absorvente, para a aplicação do sistema adesivo. Concluída a aplicação, a porção coronária será preenchida com resina composta (núcleo de preenchimento), utilizando a técnica incremental, de forma a obter um adequado preparo coronário. • Após a finalização do preparo da parte coronal, confecciona-se a coroa provisória e observa-se a sequência dos passos protéticos necessários para a conclusão do tratamento. PINO ANATÔMICO ❖ É uma personalização do pino de fibra de vidro. ❖ Reembasamento do pino no conduto com resina composta. ❖ Propriedades físicas próximas a estrutura dentaria. ❖ Intima adaptação. ❖ Fina e uniforme película de cimento resinoso. ❖ Boa retenção. ❖ Estética excelente. ❖ Indicados para raízes fragilizadas. ❖ Indicação: ➢ Raízes fragilizadas, muito alargadas ou ovaladas. Pois a personalização do pino aumenta a sua adaptação as paredes do canal e reduz a espessura de cimento resinoso. A delgada película de cimentação é importante para melhorar a retenção friccional. ❖ Passo a passo: ➢ Desobstrui e testa o pino de fibra de vidro. ➢ Lubrifica o conduto com lubrificante hidrossolúvel (não usar a vaselina). ➢ Preparação do pino. ➢ Cimentação: ▪ Depende do cimento que será utilizado. ▪ Ácido fosfórico no conduto e pino. ▪ Aplica o adesivo. ▪ Aplica o cimento no conduto. ▪ Posiciona e fotopolimeriza. A maior adaptação do pino nas paredes do canal → melhoram o contato entre o conjunto pino, cimento e dentina → diminuem a contração de polimerização e a formação de bolhas no cimento.
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