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ATENDIMENTO INICIAL AO POLITRAUMATIZADO

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Leticia S. Cordeiro | Med 18 | Perda de sangue 
 
 
Atendimento inicial ao politraumatizado 
 
1- ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR 
O atendimento pré-hospitalar diz respeito aos procedimentos que devem ser realizados na cena do acidente 
ou a caminho do hospital. Sendo aquele ofertado a pessoas em situação de urgência (ameaça futura) e 
emergência (ameaça imediata), sendo realizado antes da chegada do paciente ao hospital. 
→ Inclui desde a avaliação da segurança para o atendimento, avaliação da cinemática do trauma, 
acionamento de serviços de emergência (caso feito por pessoas no local do acidente) e, por fim, o 
XABCE e avaliação secundária. Busca-se o transporte imediato ao hospital apropriado mais próximo 
→ De forma geral, tem o objetivo de estabilizar o paciente, dando ao organismo condições de compensar 
os danos até que o tratamento definitivo seja estabelecido 
→ Condutas: 
● Avaliar cena – avaliar os possíveis riscos do atendimento, garantir a segurança e o isolamento do 
local (afastas transeuntes) 
● Atentar-se à cinemática / motivo, bem como demais informações sobre o trauma 
● Entrosamento da equipe: agiliza o tratamento no local do trauma; 
● Notificação do hospital de destino antes de iniciar o transporte: permite que todos os recursos 
humanos e materiais necessários ao atendimento estejam presentes no serviço de emergência à 
chegada do doente. 
● Sinalizar a via pública e verificar a segurança do local: para que os cuidados ao paciente transcorram 
em um ambiente seguro e sem risco para a equipe. 
● Preparação dos profissionais: às situações graves que vão ao encontro de suas experiências 
pessoais e geram uma reação emocional. 
● Triagem: classificação dos doentes no local, escolha do tratamento necessário diante dos recursos 
disponíveis e/ou escolha do hospital adequado para o qual o doente será transportado. Há 2 
situações: 
− Múltiplas vítimas: número de doentes e a gravidade das lesões não excedem a capacidade 
hospitalar, logo, os casos mais graves serão atendidos primeiro. 
− Vítimas em massa: número de doentes e a gravidade das lesões excedem a capacidade 
hospitalar, logo, os casos com maiores possibilidades de sobrevida serão atendidos primeiro. 
Ocorre em desastres 
− Nesse caso, utiliza-se o método START para classificar as vítimas por cores (verde, amarelo, 
vermelho e preto) correspondentes ao nível de gravidade e ordem de atendimento (VERMELHO 
  AMARELO   VERDE   PRETO) 
− Preto: ↓ chance de sobrevida ou óbito 
2- ATENDIMENTO INICIAL AO PACIENTE POLITRAUMATIZADO 
→ O atendimento primário, preconizado pelo ATLS, é organizado de acordo com os ferimentos/lesões que 
representam as ameaças mais imediatas à vida 
→ É dividido em avaliação primária (XABCDE) e avaliação secundária (história e exame físico) 
→ X – Contenção de hemorragias extensas; - atualização 
→ A – Airway 
● Avaliar perviedade das vias aéreas 
● Realizar aspiração, inspeção para presença de corpo estranho, fraturas faciais, mandibulares ou 
traqueolaríngeas 
● Pacientes conscientes e que verbalizam   obstrução de VA não representa risco imediato 
● Pacientes inconscientes – manobras de proteção de VA 
− Elevação do mento (chin lift) ou tração de mandíbula (jaw thrust) 
● Evitar movimentação excessiva da cabeça ou pescoço (hiperflexão, hiperextensão, rotação), 
buscando-se manter o colar cervical/ mecanismo de imobilização   caso seja necessário a remoção 
temporária, imobilização manual por um membro da equipe 
→ B – Breathing 
● Avaliação do pescoço e tórax 
Leticia S. Cordeiro | Med 18 | Perda de sangue 
● Buscar por distensão de veias jugulares, posição da traqueia, movimentação da parede torácica, 
lesões ou fraturas na parede do tórax (tórax instável), movimentos assimétricos ou paradoxais 
● Ausculta  fluxo de ar nos pulmões 
● Percussão buscando-se macicez 
● A ventilação pode ser comprometida gravemente por pneumotórax hipertensivo, tórax instável 
(fratura de arcos costais) com contusão pulmonar, hemotórax maciço e pneumotórax aberto 
● Manejo: administração de O2, ventilação endotraqueal ou por máscara com válvula e balão, caso 
não se tenha estabelecido via aérea definitiva 
→ C – Circulation 
● Reconhecimento e tratamento de hemorragias 
● Uma vez descartado o pneumotórax hipertensivo como causa de choque, a hipotensão em doentes 
traumatizados deve ser considerada hipovolêmica 
● Avaliação precisa e rápida do estado hemodinâmico 
● Nível de consciência - ↓ perfusão cerebral  alteração do nível de consciência | doentes conscientes 
também podem ter perdido quantidade significativa de sangue 
● Cor da pele – coloração acinzentada da face e pele esbranquiçada (palidez) das extremidades são 
sinais evidentes de hipovolemia 
● Pulso – pulso central de fácil acesso deve ser examinado bilateralmente para avaliar sua qualidade, 
frequência e regularidade 
● Avaliação de pulsos periféricos: pulsos rápidos e filiformes  sinal de hipovolemia 
● Ausência de pulsos centraisação imediata de reanimação RCP 
● Hemorragia externa  identificar e controlar com compressão manual direta 
● Hemorragias internas acometem principalmente tórax, abdome, retroperitônio, bacia e ossos longos 
− Fonte de sangramento geralmente identificada no exame físico ou com exames de imagem 
→ D – Disability (neurológico) 
● Nível de consciência, reatividade pupilar, sinal de lateralização e o nível de lesão da medula espinhal 
● Escala de coma de Glasgow 
● Rebaixamento do nível de consciência pode representar diminuição da oxigenação e/ou perfusão 
cerebral ou por resultado de um trauma direto ao cérebro 
● Alteração do nível de consciência implica na necessidade imediata de reavaliação de ventilação, 
oxigenação e perfusão 
● Toda alteração do nível de consciência deve ser considerada de origem de trauma no SNC até eu 
se prove o contrário 
→ E – Exposure (exposição com controle ambiental) 
● Deve-se despir totalmente o doente  exame e avaliação 
● Após a avaliação, cobrir o doente com cobertores aquecidos ou dispositivo de aquecimento externo 
– prevenção de hipotermia 
● Fluidos intravenosos aquecidos antes de administrar 
 
→ AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA 
● Iniciada depois de completar a avaliação primária e quando as medidas indicadas de reanimação 
tiverem sido adotadas e o doente demonstra tendência para normalização das funções vitais 
● Consiste na história clínica e exame físico completo 
● História – AMPLA 
− Alergia; Medicamento; Passado médico/Prenhez; líquidos e alimentos; Ambiente e eventos 
relacionados ao trauma 
− Mecanismo de trauma (Fechado ou penetrante) 
● Exame físico segue a sequência cabeça, estruturas maxilofaciais, pescoço e coluna cervical, tórax, 
abdome, períneo, sistema musculoesquelético e sistema neurológico 
● Cabeça: inspeção da cabeça e couro cabeludo para investigar lesões, lacerações (ruptura da 
integridade dos tecidos, há corte), contusões (lesão sem corte) e fraturas. Avalia-se os olhos, para 
verificar o tamanho da pupila, acuidade visual (quadro de Snellen ou palavras escritas no frasco de 
soro), hemorragias do fundo e conjuntiva, lesões penetrantes, deslocamentos do cristalino e retirar 
lentes de contato antes que ocorra edema. 
● Estruturas maxilofaciais: palpação das estruturas ósseas, exame intraoral e avaliação da oclusão 
dentária e das partes moles. Caso haja lesão maxilofacial sem obstrução das vias aéreas, o 
tratamento ocorre só depois da estabilização do paciente. 
● Coluna cervical e pescoço: mantém a coluna imobilizada até que se prove radiologicamente a 
ausência de lesão da coluna. Faz-se a inspeção, palpação e ausculta do pescoço para verificar se 
há presença de frêmitos e sopros nas artérias carótidas, desvio da traqueia, fratura da laringe e lesão 
Leticia S. Cordeiro | Med 18 | Perda de sangue 
vascular cervical penetrante ou fechada (há a marca do cinto de segurança). O ferimento cervical 
requer cirurgia. 
● Tórax: inspeção verifica lesões como pneumotórax aberto.Palpação identifica locais de dor e 
timpanismo (pneumotórax hipertensivo). Ausculta (difícil em local barulhento, mas necessário) 
identifica pneumotórax (MV na parte anterossuperior) e hemotórax (MV na face posterior das bases). 
Radiografia confirma a presença de hemotórax ou pneumotórax simples. As lesões torácicas se 
manifestam por dispneia, hipóxia e dor. 
● Abdome: inspeção, palpação, ausculta e percussão do abdome. Doentes com hipotensão 
inexplicada, lesões neurológicas e achados abdominais duvidosos devem ser considerados 
candidatos a LPD (Lavado Peritoneal Diagnóstico), FAST (avaliação ultrassonográfica direcionada 
para trauma) e caso, estejam hemodinamicamente normais, TC do abdome. 
● Períneo, reto e vagina: procura-se contusões, hematomas, lacerações e sangramento. Realiza-se o 
exame do toque retal ou vaginal, caso necessário. Deve-se realizar um teste de gravidez em todas 
as mulheres em idade fértil. 
● Sistema musculoesquelético: inspeção de todos os membros, inclusive o dorso, para verificar 
presença de contusões e deformidades, palpação para detectar dor e movimentos anormais e 
fraturas. Fraturas pélvicas e síndrome compartimental são comuns. O exame do pulso periférico 
identifica lesões vasculares. 
● Sistema neurológico: avaliação sensorial e motora das extremidades e reavaliação do nível de 
consciência e da resposta da pupila por meio da escala de coma de Glasgow. Caso haja gravidade, 
é necessária a presença urgente de um neurocirurgião. A escala de coma de Glasgow deve fazer 
parte do exame neurológico nos pacientes com alteração do nível de consciência. Os extremos da 
escala, ou seja, valores próximos de 15 ou 3 pontos, caracterizam a normalidade (15 pontos) ou o 
coma grave (3 pontos). Entre os 2 extremos, encontram-se vários graus, que representam a transição 
entre o estado de consciência normal e o grau máximo de seu comprometimento. Em termos 
práticos, abaixo de 8 ou 7 pontos, corresponde a estado de coma. Sempre reavalie o paciente e 
proteja a coluna

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