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CINÉTICA E REATORES HETEROGÊNEOS Aula 8 EFEITOS DA DIFUSÃO EXTERNA SOBRE AS REAÇÕES HETEROGÊNEAS Profa. Dra. Leila Maria Aguilera Campos Modelando a difusão com reação Passos da modelagem de sistemas químicos com difusão e reação Passo 1: Defina o problema e enuncie as hipóteses. Passo 2: Defina o sistema sobre o qual o balanço será aplicado. Passo 3: Faça um balanço molar diferencial para uma espécie em particular. Passo 4: Obtenha uma equação diferencial em W! por meio de um arranjo adequado de sua equação de balanço e tome o limite na condição do volume do elemento tendendo a zero. Passo 5: Substitua a expressão adequada para W! envolvendo o gradiente de concentração, para obter uma equação diferencial de segunda ordem na concentração de A. Passo 6: Expresse a velocidade de reação r! (se houver) em termos da concentração e substitua-a na equação diferencial. Modelando a difusão com reação Passos da modelagem de sistemas químicos com difusão e reação Passo 7: Enuncie as condições iniciais e de contorno apropriadas. Passo 7a: Coloque a equação diferencial e as condições de contorno na forma adimensional. Passo 8: Resolva a equação diferencial para obter o perfil de concentração. Passo 9: Diferencie o perfil de concentração para obter uma expressão para o fluxo molar de A. Passo 10: Substitua os símbolos por valores numéricos. Resistência Externa à Transferência de Massa Camada Limite Resistência Externa à Transferência de Massa • Escoamento em torno de uma única partícula esférica de catalisador; • A reação ocorre somente sobre o catalisador; • A velocidade do fluido nas vizinhanças da partícula esférica varia; • A espessura da camada limite de transferência de massa, é definida como a distância a partir do objeto sólido , onde as concentrações das espécies que se difundem alcança 99% da concentração do interior da fase fluida. Perfil de concentração Resistência Externa à Transferência de Massa • Modelo de filme estagnado hipotético, onde está concentrada toda à resistência à transferência de massa externa. • Se a espessura do filme <<< raio da partícula os efeitos da curvatura podem ser desprezados e somente a equação da difusão na forma unidimensional precisa ser resolvida. Perfil para Filme Estagnado Perfil Real • Tem-se então o perfil de concentração para DECC no modelo de filme estagnado • Onde o fluxo de massa numa posição específica sobre a esfera War(P) é: 𝑊#$ 𝑃 = 𝐷#% 𝛿 𝐶#& − 𝐶#' Fluxo numa posição específica sobre a esfera. Resistência Externa à Transferência de Massa Onde: = kc Coeficiente de transferência de massa O coeficiente de transferência de calor, para convecção forçada, é normalmente correlacionado em termos de três números adimensionais: § O número de Reynolds (Re); § O número de Nusselt (Nu); § O número de Prandtl (Pr); 𝑹𝒆 = 𝒇𝒐𝒓ç𝒂𝒔 𝒅𝒆 𝒊𝒏é𝒓𝒄𝒊𝒂 𝒇𝒐𝒓ç𝒂𝒔 𝒗𝒊𝒔𝒄𝒐𝒔𝒂𝒔 𝑵𝒖 = 𝒕𝒂𝒙𝒂 𝒅𝒆 𝒕𝒓𝒂𝒏𝒔𝒑𝒐𝒓𝒕𝒆 𝒄𝒐𝒏𝒗𝒆𝒄𝒕𝒊𝒗𝒐 𝒕𝒂𝒙𝒂 𝒅𝒆 𝒕𝒓𝒂𝒏𝒔𝒑𝒐𝒓𝒕𝒆 𝒅𝒊𝒇𝒖𝒔𝒊𝒗𝒐 𝐏𝐫 = 𝒕𝒂𝒙𝒂 𝒅𝒆 𝒅𝒊𝒇𝒖𝒔ã𝒐 𝒗𝒊𝒔𝒄𝒐𝒔𝒂 𝒕𝒂𝒙𝒂 𝒅𝒆 𝒅𝒊𝒇𝒖𝒔ã𝒐 𝒕é𝒓𝒎𝒊𝒄𝒂 Correlações para o Coeficiente de Transferência de Massa Para o caso de partículas de catalisador isoladas e com geometria esférica, esse números são dados por: 𝑹𝒆 = 𝑼𝟎𝝆𝒅𝑷 𝝁 𝑵𝒖 = 𝒉𝒅𝑷 𝒌𝒕 𝑷𝒓 = 𝝁𝑪𝑷 𝒌𝒕 = 𝝂 𝜶𝒕 Onde: § 𝑈$ é a velocidade da corrente livre (m/s); § 𝜌 é a massa específica do fluido (kg/m³); § 𝑑% é a diâmetro da partícula (m); § 𝜇 é a viscosidade do fluido (kg/m.s); § ℎ é a coeficiente de transferência de calor (W/m².K); § 𝑘& é a condutividade térmica (J/K.m.s); § 𝜈 é a viscosidade cinemática (m²/s); § 𝛼& é a difusividade térmica (m²/s). Correlações para o Coeficiente de Transferência de Massa Para a transferência de calor no escoamento em torno de uma esfera, o número de Nusselt é correlacionado aos números de Prandtl e Reynolds pela seguinte correlação: 𝑁𝑢 = 2 + 0,6𝑅𝑒 ' (𝑃𝑟 ' ) Esta correlação é simplificada para as seguintes situações: § Esfera imersa em um líquido estagnado: § Números de Reynolds elevados com escoamento laminar na camada-limite: 𝑁𝑢 = 2 𝑁𝑢 = 0,6𝑅𝑒 ' (𝑃𝑟 ' ) Correlações para o Coeficiente de Transferência de Massa • Correlação para transferência de calor → Correlação para transferência de massa. • Para isto, • Os coeficientes de transferência de calor e massa são análogos, assim os fluxos correspondentes são: 𝑁𝑢 → 𝑆ℎ 𝑃𝑟 → 𝑆𝑐 𝑞* = ℎ 𝑇 − 𝑇+ 𝑊,* = 𝑘- 𝐶, − 𝐶,+ Correlações para o Coeficiente de Transferência de Massa • Substituindo-se ℎ por 𝑘- e 𝑘& por 𝐷,., na equação de definição do número de Nusselt para um partícula esférica, obtém-se o número de Sherwood. 𝑺𝒉 = 𝒌𝒄𝒅𝑷 𝑫𝑨𝑩 𝑺𝒄 = 𝝂 𝑫𝑨𝑩 Correlações para o Coeficiente de Transferência de Massa 𝑵𝒖 = 𝒉𝒅𝑷 𝒌𝒕 𝑷𝒓 = 𝝁𝑪𝑷 𝒌𝒕 = 𝝂 𝜶𝒕 • O número de Schmidt é análogo ao número de Prandtl e é dado pela razão entre a difusividade de momento, 𝜈, e a difusividade de massa, 𝐷,.. § Correlação para transferência de calor para escoamento em torno de uma partícula esférica: § Correlação para transferência de massa para escoamento em torno de uma partícula esférica (Correlação de Frössling): 𝑁𝑢 = 2 + 0,6𝑅𝑒 ' (𝑃𝑟 ' ) 𝑆ℎ = 2 + 0,6𝑅𝑒 ' (𝑆𝑐 ' ) Correlações para o Coeficiente de Transferência de Massa § No estudo da transferência de massa para uma partícula isolada de catalisador, são considerados dois casos limites de difusão e reação. § Reação rápida. § Reação lenta. § Primeiro caso: a reação é tão rápida que a taxa de difusão do reagente para a superfície é a etapa limitante da reação. § Segundo caso: a reação é tão lenta que praticamente não existe gradiente de concentração na fase gasosa (difusão rápida em relação à reação na superfície). Transferência de Massa para uma Partícula Isolada Exemplo: Uma reação de isomerização de um reagente A transformando-se num produto B, ocorrendo sobre uma superfície de esfera sólida de catalisador. Transferência de Massa para uma Partícula Isolada § Considerando-se que a reação na superfície segue um mecanismo do tipo Langmuir-Hinshelwood com sítio único, a lei de velocidade para a reação é dada por: § Para uma reação com temperatura suficientemente alta → considerar uma adsorção muito fraca de A e B (baixa cobertura da superfície do catalisador), tem-se: § Portanto, −𝑟,2"= 𝑘4𝐶,2 1 + 𝐾,𝐶,2 + 𝐾.𝐶.2 𝐾.𝐶. + 𝐾,𝐶,2 ≪ 1 −𝑟,2"= 𝑘4𝐶,2 Há duas possibilidades: q A transferência de massa através do filme é fácil à A taxa global da reação será determinada pela velocidade da reação química na superfície do catalisadorà A reação química será a etapa limitante do processo. q A transferência de massa através do filme é lenta, sendo , portanto a etapa limitante à Há uma barreira difusional provocada pelo filme ao redor da superfície do catalisador Situação indesejável ! Transferência de Massa § Usando como condições de contorno: § Fluxo molar para a superfície igual à velocidade de reação na superfície: § Fluxo molar na fronteira é igual ao transporte convectivo através da camada- limite: § Resolvendo a equação acima para 𝐶,2, tem-se: 𝑊, 𝑠𝑢𝑝𝑒𝑟𝑓í𝑐𝑖𝑒 = −𝑟,2" 𝑠𝑢𝑝𝑒𝑟𝑓í𝑐𝑖𝑒 𝑊, 𝑓𝑟𝑜𝑛𝑡𝑒𝑖𝑟𝑎 = 𝑘- 𝐶, − 𝐶,2 = 𝑘4 𝐶,2 𝐶,2 = 𝑘-𝐶, 𝑘4 + 𝑘- Transferência de Massa para uma Partícula Isolada § A velocidade de reação torna-se então: Frequentemente o termo 5!5" 5"65! é expresso como um coeficiente efetivo, 𝑘78. 𝑊" = −𝑟"#"= 𝑘%𝑘&𝐶" 𝑘& + 𝑘% 𝑘/0 = 1!1" 1"21! § Segundo Fogler (1999), considera-se que: “... a velocidade global de reação pode ser aumentada quando a velocidade de transferência de massa para a superfície limita a velocidade global de reação. Nestas circunstâncias, a velocidade específica de reação é muito maior do que o coeficiente de transferência de massa...”: −𝑟,"= 𝑘-𝐶, 1 + 𝑘-𝑘4 ≈ 𝑘-𝐶,𝑘4 ≫ 𝑘- 𝑘- 𝑘4 ≪ 1 Transferência de Massa para uma Partícula Isolada REAÇÃO RÁPIDAv Para se obter maiores taxas de reação por unidade de área da superfície do catalisador deve-se: § Aumentar 𝑘-; § Aumentar 𝐶,; § Aumentar 𝑘- e 𝐶,; v Para as condições deste exemplo, o número de Schmidt é suficientemente elevado, permitindo desconsiderar o número “2” da equação de Sherwood em relação ao segundo termo quando o número de Reynolds for maior que 25, de modo que a correlação para a transferência de massa por ser considerada como: 𝑆𝑐 = 0,6𝑅𝑒 ' (𝑆𝑐 ' ) Transferência de Massa para uma Partícula Isolada REAÇÃO RÁPIDA § Substituindo-se as equações de definição dos número de Schmidt, Reynolds e Sherwood e resolvendo-se para 𝑘-: § O termo 1: função apenas da pressão e temperatura do sistema. § Difusividade: § Aumenta com a elevação da temperatura tanto para líquidos quanto para gases. § Viscosidade cinemática: § Aumenta com o aumento de temperatura para gases § Decresce exponencialmente, com a elevação da temperatura para líquidos. 𝑘- = 0,6 𝐷,.(/) 𝜈'/: 𝑈$'/( 𝑑; '/( Transferência de Massa para uma Partícula Isolada REAÇÃO RÁPIDA § Substituindo-se as equações de definição dos número de Schmidt, Reynolds e Sherwood e resolvendo-se para 𝑘%: § O termo 2: função das condições de escoamento e tamanho da partícula. § Segundo a relação acima, para se aumentar a velocidade global de reação por unidade de área, pode-se: § Diminuir o tamanho da partícula (𝑑'); § Aumentar a velocidade do fluido escoando em torno da partícula (𝑈(); 𝑘- = 0,6 𝐷,.(/) 𝜈'/: 𝑈$'/( 𝑑; '/( Transferência de Massa para uma Partícula Isolada REAÇÃO RÁPIDA Nesta situação, a velocidade específica de reação é muito pequena se comparada ao coeficiente de transferência de massa, logo: § Segundo Fogler (1999): “A velocidade específica de reação é independente da velocidade do fluido e, para a esfera sólida em consideração, é independente do tamanho da partícula. Entretanto, para partículas porosas de catalisador, 𝑘4 , pode depender do tamanho de partícula para certas situações, ...”. −𝑟""= 𝑘&𝐶" 1 + 𝑘&𝑘% ≈ 𝑘&𝐶"𝑘& ⋘ 𝑘% Transferência de Massa para uma Partícula Isolada REAÇÃO LENTA Transferência de Massa para uma Partícula Isolada REAÇÃO LENTA Regiões limitadas pela transferência de massa e pela reação. A planta de amoxidação do metano da Unigel, localizada em Camaçari produz, entre outros químicos, o ácido cianídrico, sobre telas de platina e ródio. Verificou-se que a taxa da reação é controlada pela difusão na camada limite em volta do pellet de catalisador. Considere as figuras abaixo e explique: a) Qual seria a concentração máxima de CA sobre a superfície do catalisador (maior, menor ou igual a CAo). Explique por quê? O que você faria para aumentar a conversão deste processo? b) Explique, para esta situação, qual seria a influencia do diâmetro da partícula (dp) e da velocidade superficial sobre a taxa de reação (-rA). Caso aumentássemos o diâmetro da partícula o que aconteceria com a taxa de reação? Exercício REFERÊNCIAS • FOGLER, H. Scott. Elements of Chemical Reaction Engineering, 3rd Edition, Prentice Hall, New Jersey • LEVENSPIEL, Octave. Engenharia de reações químicas. 3ª ed. Editora Edgard Blücher. São Paulo, 2000. • HILL, C. G. Na Introduction to Chemical Engineering Kinetici & Reactor Design. Editora John Wiley & Soni. New York, 1977. • Perry & Chilton, Manual de Engenharia Química, 5a edição, Guanabara Dois, 1973.
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