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CINÉTICA E REATORES II Aula 6 EFEITOS DA DIFUSÃO EXTERNA SOBRE AS REAÇÕES HETEROGÊNEAS Profa. Dra. Leila Maria Aguilera Campos INTRODUÇÃO • Efeitos da resistência difusional (transferência de massa) sobre a velocidade global da reação, em processos que incluam a reação química e a transferência de massa. • Tipos de Resistência Difusional: a) Resistência Externa: - Difusão de reagentes e produtos entre o interior da fase fluida e a superfície catalítica. b) Resistência Interna: - Difusão de reagentes e produtos da superfície externa da partícula (entrada dos poros) ao interior da partícula. DEFINIÇÕES TRANSFERÊNCIA DE MASSA É um fenômeno ocasionado pela diferença de concentração, maior para menor, de uma determinada espécie em um certo meio. !" = $!"% + '!"( + )!"* mol/ m2 . s DEFINIÇÕES DIFUSÃO Mistura espontânea de átomos ou moléculas, causada por movimento térmico aleatório. DEFINIÇÕES TRANSFERÊNCIA DE MASSA DIFUSÃO INTRODUÇÃO u O fluxo molar de A, WA, é o resultado de duas contribuições: JA: fluxo de difusão molecular relativo ao movimento da maior parte do fluido, produzido por um gradiente de concentração; BA: fluxo resultante do movimento da maior parte do fluido. !" = $" + &" Ø FLUXO MOLAR: FLUXO TOTAL = DIFUSÃO + MOVIMENTO DA MAIOR PARTE DO FLUIDO BA : Fluxo molar da espécie A, correspondente ao escoamento do fluido. ∑ Wi : fluxo total de todas as moléculas, relativo a um sistema de coordenadas fixas. yA : Fração molar de A. CA : Concentração de A. V : Velocidade molar média Vi : Velocidade de partícula da espécie i. yi : Fração molar da espécie i. B! = y!. ∑%& B! = '!( mol/m3 . m/s = mol/m2.s ( = ∑)&(& FLUXO MOLAR ! = yAV& + ()!)*& = +&!& FLUXO MOLAR ØMisturas Binárias de A e B JA: fluxo de difusão molecular VA e VB : Velocidades de partículas das espécies A e B. WA : Fluxo molar total de A em relação a um sistema de coordenadas fixo. CA : Concentração de A. VA : velocidade de partícula de A. V: velocidade média para um sistema binário *& = ,& + +&! *& = ,& + (&(*& +*)) SISTEMA BINÁRIO A e B 1ª. LEI DE FICK A taxa de reação, industrialmente falando, é determinada pela difusão na camada limite. Determina como o fluxo difusivo de uma espécie, JA, está relacionado com o seu gradiente de concentração DIFUSÃO Movimento aleatório de partículas a partir de uma região de maior concentração para uma região de baixa concentração. As partículas movem-se independentemente uma das outras, colidem com frequência com as moléculas do fluido no qual estão imersas, mas raramente colidem entre si JA= fluxo difusional resultante de uma diferença de concentração [mol/dm2.s] c = Concentração total [mol/dm3] DAB = Coeficiente de difusão (ou difusividade) da espécie química A em B ou coeficiente de difusão do soluto A em B [dm2/s]. yA = Fração molar de A J" = −%&"'∇yA 1ª. LEI DE FICK Duas situações de Difusão: O fluido circundante pode estar em repouso. Neste caso, a difusão é o único mecanismo para transporte do soluto. O fluido pode estar fluindo. Neste caso, ele carrega o soluto junto com ele (solvente drag) 1ª. LEI DE FICK – DIFUSÃO NO ESTADO ESTACIONÁRIO J" = −%&"'∇yA +" = −%&"'∇y" + -"(+" ++') + +" = 0" + -"(+" ++') EQUAÇÃO DO FLUXO MOLAR 1ª. LEI DE FICK – DIFUSÃO NO ESTADO ESTACIONÁRIO E PERFIL DE CONCENTRAÇÃO FICK'S FIRST LAW OF DIFFUSION Molécula FLUXO MOLAR V = 100% V = 0 V = 100% Catalisador Zona de Baixa Pressão FLUXO MOLAR Catalisador Zona de Baixa Pressão FLUXO MOLAR CAMADA LIMITANTE V = 100 % CATALISADOR V = 99 % V = 0 % CA = 0 % CA = 100 % Estas malhas finas de Pt são trançadas e cada fio tem uma camada limite. FLUXO MOLAR EXEMPLOS: REATOR HCN/HNO3 - UNIGEL CATALISADOR Tecidos de Pt fininhos, com 200 mesh O ar tem que atravessar a camada limite, que depende do volume da esfera. É a camada limite que controla a reação, mesmo sendo pequena (é onde ocorre a transferência de massa) CALCULANDO O FLUXO MOLAR OBJETIVO: AVALIAR O TERMO DE ESCOAMENTO PRINCIPAL DO FLUIDO Todo A que chega se transforma em B CONSIDERAÇÕESESCOAMENTO (+IMPORTANTE) DIFUSÃO (TEM QUE ESPERAR) Utiliza um compressor para dar a velocidade que se deseja. CALCULANDO O FLUXO MOLAR - CONDIÇÕES TÍPICAS DIFUSÃO EQUIMOLECULAR CONTRA CORRENTE ( DECC) CONCENTRAÇÕES DILUÍDAS DIFUSÃO ATRAVÉS DE UM GÁS ESTAGNADO CONVECÇÃO FORÇADA 1 2 3 4 DIFUSÃO EQUIMOLECULAR CONTRA CORRENTE ( DECC) A B A B !" = −!% !" = JA = − ("%)*" !" = +" + -" [WA + (-WA)] = JA = -cDAB∇yA 0 Para concentração total constante EQUAÇÃO DO FLUXO PARA DECC DIFUSÃO EQUIMOLECULAR CONTRA CORRENTE ( DECC) EXEMPLO ØConsidere uma espécie A que está se difundindo do interior da fase fluida para uma superfície catalítica, onde a substância isomeriza-se formando B. ØPara cada mol de A que difunde para a superfície, um mol do isômero B se difunde para longe da superfície. REAÇÃO DE ISOMERIZAÇÃO DIFUSÃO EQUIMOLECULAR CONTRA CORRENTE ( DECC) EXEMPLO v Fenômeno que ocorre na simultaneidade da condensação e evaporação de espécies químicas distintas, mas de características físico químicas semelhantes, como por exemplo, benzeno e tolueno. v Para cada mol de tolueno condensado, um mol de benzeno evapora. DIFUSÃO EQUIMOLECULAR CONTRA CORRENTE ( DECC) EXEMPLO v Dois reservatórios reservatórios interligados por um tubo. Nesses reservatórios estão contidas misturas binárias de A e B. v No reservatório 1, yA>>yB ; situação inversa para o reservatório 2. v Ao provocarmos o contato entre os reservatórios, teremos para cada mol de A que migra de (1) para (2), um mol de B virá de (2) para (1). CONCENTRAÇÕES DILUÍDAS Quando a fração molar do soluto que difunde e o escoamento do fluido na direção da difusão são ambos muito pequenos. !" = −%&"'∇y" + +"(!" +!') 0Logo: !" = JA = − &"'01" FLUXO PARA CONCENTRAÇÕES DILUÍDAS Esta aproximação geralmente é utilizada para moléculas que se difundem no interior de sistemas aquosos em que o movimento convectivo é pequeno. CONCENTRAÇÕES DILUÍDAS DIFUSÃO DE KNUDSEN A molécula colide mais frequentemente com as paredes dos poros do que entre si e moléculas de diferentes espécies não afetam umas às outras. Ocorre quando o livre percurso médio da molécula é maior que o diâmetro do poro do catalisador. !" = $" = − &'()" Nas condições em que se utilizam catalisadores porosos cujo raio dos poros é muito pequeno, a difusão é denominada: DK à Difusividade de Knudsen DIFUSÃO ATRAVÉS DE UM GÁS ESTAGNADO Ø Ocorre, frequentemente, em sistemas nos quais estão presentes duas fases. Ø Exemplo: Evaporação e absorção de gás. Ø Se o gás B está estagnado, não há fluxo resultante de B com relação a uma coordenada fixa. !" = $ %& = −()&*∇y& + .&%& %& = −( 1 1 − .&)&*∇y& %& = ()&*∇01 (1 − y&) = ()&*∇01 y* FLUXO ATRAVÉS DE UM GÁS ESTAGNADO CONVECÇÃO FORÇADA JAX JAZ Ø A difusão na direção do escoamento (e.g. direção), JAZ, é pequena em comparação com a contribuição do escoamento principal do fluido naquela direção BAZ. Ø A difusão na região do escoamento <<<< escoamento principal. !", $ = & "' CA JAZ = 0 AC = área da seção transversal à direção do escoamento. υ = vazão volumétrica. CONVECÇÃO FORÇADA Ø Quando o escoamento é uniforme desprezando os efeitos difusivos: !" = $ CA Ø Quando o escoamento é uniforme considerando os efeitos difusivos: !"' = ("'AC onde: WAZ = fluxo médio molar Dependência de DAB em relação à Temperatura e à Pressão Fonte: FOGLER, Engenharia das reações químicas , 3 Ed., 1999. Dependência de DAB em relação à Temperatura e à Pressão Fonte: FOGLER, Engenharia das reações químicas , 3 Ed., 1999. REFERÊNCIAS • FOGLER, H. Scott. Elements of Chemical Reaction Engineering, 3rd Edition, Prentice Hall, New Jersey • LEVENSPIEL, Octave. Engenharia de reações químicas. 3ª ed. Editora Edgard Blücher. São Paulo, 2000. • HILL, C. G. Na Introduction to Chemical Engineering Kinetici& Reactor Design. Editora John Wiley & Soni. New York, 1977. • Perry & Chilton, Manual de Engenharia Química, 5a edição, Guanabara Dois, 1973.