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FACULDADE POLITÉCNICA DE CAMPINAS Direito Penal PROFESSOR MS TANNUS Tema Homicídio Culposo e o Instituto do Perdão Judicial Nome: LUCIANA PERONIO RA: 2020424793 3º Semestre (Noturno) Campinas - 3º Semestre – 2020 Os crimes podem ser dolosos (intencionais) ou culposos (não intencionais) .O homicídio culposo encontra-se previsto no Art. 121, §3º do Código Penal Brasileiro e prevê a pena de detenção de um a três anos. Trata-se de crime simples, só existe nos crimes com previsão expressa e representa um tipo aberto, ou seja, depende de um juízo de valoração do magistrado. Este deverá julgar se o crime cometido foi em razão de imprudência, negligência e imperícia. Já o termo perdão judicial encontra-se previsto no Art. 121 , §5º do Código Penal e diz que o juiz poderá deixar de aplicar a pena , se as consequências da infração, atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal torna-se desnecessária. O perdão judicial só existe para o crime de homicídio culposo. O juiz analisa o caso, reconhece o crime assim como a culpabilidade do agente, mas em seguida concede o perdão judicial julgando extinta a punibilidade. Fala-se também em sentença autofágica porque ela admite ter ocorrido o crime, mas ao mesmo tempo extingue a punibilidade do Estado. Não é uma sentença condenatória e sim declaratória de extinção da punibilidade. Para fins penais é como se o agente nunca tivesse sido processado. Por exemplo, um indivíduo mata alguém por imprudência, imperícia ou negligência e as consequências do crime atingem de forma tão grave o agente que a pena pode se tornar desnecessária. O sujeito que comete o crime pode ser atingindo de forma direta ou indireta. Na forma indireta, vamos pensar no exemplo de uma mãe que ao sair da garagem com seu carro, não olha pelo retrovisor e acaba atropelando e matando seu filho de sete anos que estava atrás do veículo e que poderia ter sido visto. Ou seja, a mãe foi negligente ao não praticar os atos corretos para uma direção defensiva olhando os retrovisores. Neste caso, o indivíduo não foi atingido diretamente pelo crime, mas teve uma perda proporcional que entende-se causar um sofrimento que se estenderá por toda vida. Uma pena não se faz necessária, pois a penalidade maior é a perda do filho. Já na forma direta, o indivíduo é negligente e imprudente ao dirigir olhando no celular e acaba provocando um acidente automobilístico, por exemplo. Neste acidente, ele mata uma pessoa e acaba ficando tetraplégico, ou seja, ele foi atingindo diretamente pelo crime. Neste caso, o juiz reconhece o homicídio culposo, mas concede o perdão judicial em razão da consequência do crime gerado ser punitiva para o agente. Vamos relembrar um caso real noticiado pelos veículos de comunicação do comerciante Clovis Perrut que esqueceu sua filha de apenas dez meses dentro do carro em uma estacionamento por quatro horas e essa veio a falecer. O crime aconteceu em Volta Redonda-RJ no ano de 2012. O Juízo da 1ª Vara Criminal de Volta Redonda, acolheu o pedido do Ministério Público do Rio de Janeiro e arquivou o inquérito contra o comerciante, que chegou a ser indiciado pela polícia por homicídio culposo. De acordo com o Ministério Público, o comerciante deveria ser beneficiado com o perdão judicial. Para o promotor Bruno de Faria Bezerra, a vida do indiciado nunca mais será a mesma, pois carregará o fardo da morte de sua filha de apenas dez meses até a sua própria morte.
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