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Imunodiagnóstico: Princípios e Aplicações

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IMUNODIAGNÓSTICO 
 
 
 
Está proposto pra gente falar um pouquinho sobre imunodiagnóstico, então eu vou 
tocar aqui em alguns pontos que eu considero importante a gente falar e entender 
como é que funciona. 
Então a primeira coisa: o que que é um teste de imunodiagnóstico? são aqueles que 
se baseiam na especificidade da resposta imune para a detecção de um marcador 
sorológico. Gravem esse nome marcador sorológico. 
Ele vai se basear basicamente em dois princípios: a sensibilidade e a especificidade. 
O que que seria a sensibilidade? É a capacidade de um geste ser POSITIVO em 
indivíduos que estão com a doença. Então quando MAIOR a sensibilidade, MENOR 
a probabilidade de um falso negativo. O que é um falso negativo? É um teste que 
deu negativo em uma pessoa que está com a doença, quando na verdade deveria 
ter dado positivo. 
E a especificidade se refere do teste ser negativo em indivíduos sem a doença. 
Então quanto MAIOR a especificidade, MENOR a possibilidade de um falso positivo. 
 
 
Então para gente entender isso na aplicação clínica, como é que funciona, eu trouxe 
uma situação para gente pensar: Um paciente fez o teste rápido da UBS para HIV o 
resultado foi reagente/positivo. Por não possuir um segundo teste rápido para 
confirmar a doença, o médico então encaminhou o paciente para o Lacen para ser 
feito um teste melhor. 
De acordo com o protocolo da anvisa pessoal, sempre que o resultado de um teste 
rápido da positivo é recomendando que se faça um teste adicional de uma marca 
diferente de um outro lote para ver. 
Pergunta: o ideal é que o próximo teste seja mais sensível ou mais específico que o 
primeiro? O ideal é que ele seja mais específico do que o anterior para eliminar 
qualquer possibilidade de um falso positivo. 
 
Alguns testes de imunodiagnóstico nós vamos abordar aqui nessa aula. Então o 
ELISA, imunocromatografia (teste rápido), imunofluorescencia e hemaglutinação são 
os focos. 
 
 
Bem, quais são as aplicações dos testes rápidos? Eles são uma valiosa ferramenta 
diagnóstica das mais diversas doenças/infecções. São infecções que vão desde as 
infecções bacterianas. Existem testes rápidos em alguns consultórios médicos que o 
médico consegue fazer ali na consulta mesmo para identificar infecções bacterianas 
como a faringoamigdalite. 
 
-São infecções que vão desde as bacterianas, existem em alguns consultórios 
médicos testes rápidos que o médico consegue fazer na consulta para identificar 
infecções bacterianas, como por exemplo, faringoamigdalite causada por 
estreptococos pyogenes. Existem sorologias para a detecção das parasitoses, como 
a Doença de Chagas, para doenças fúngicas, é muito utilizado, também, para o 
diagnóstico e monitoramento de doenças autoimunes, mas dessas funções a 
principal é monitorar, diagnosticar e avaliar o paciente com doença viral, o Sars-
CoV, por exemplo mostra a importância dos testes sorológicos, pelo diagnóstico 
molecular, para fazer diagnóstico precoce e tratar. 
-Quando se olha um pouco da história sobre a ciência e os avanços que ela tem nos 
últimos anos, o momento histórico que se vive hoje (a pandemia), assim como na 
explosão de HIV, é considerado um grande avanço para a ciência. Em 1981, que foi 
quando a epidemia de HIV explodiu no mundo, em menos de 5 anos já se sabia o 
agente etiológico, já se tinha um teste diagnóstico, e já se tinha uma droga para 
tratar a doença, e, naquela época isso foi considerado uma revolução. Com a 
chegada do Sars-CoV, a revolução foi ainda maior, uma vez que, em menos de um 
ano (10 meses), se conseguiu identificar o agente etiológico (no primeiro mês), uma 
semana depois disso, já havia teste rápido para o diagnóstico (teste sorológico) e, 
com 10 meses apareceu a primeira vacina (da Pfizer). Isso mostra a importância da 
evolução tecnológica no controle da pandemia. 
 
PERGUNTA (Professor): O que vêm à cabeça de vocês quando se fala em teste 
sorológico? 
RESPOSTAS (Alunos): Eu acredito que é um teste que usa um extrato mais 
específico do sangue, eu vi nas práticas que a amostra é colhida e o soro é 
diferenciado no plasma. 
-Muitos alunos imaginam que teste sorológico é porque se usa soro, mas nem 
sempre é verdade, pode se usar a amostra de sangue completa, mesmo sendo um 
teste sorológico. 
-O conceito é que são testes utilizados para a pesquisa de marcador sorológico, este 
é, ou um antígeno, ou um anticorpo. E quando se fala em anticorpo nós temos 5 
anticorpos diferentes: IgM, IgG, IgD, IgE, IgA. O IgM é considerado um marcador de 
infecção aguda, então se a pessoa for infectada, o primero marcador de anticorpo 
que vai surgir, geralmente é o IgM (de momento) que corrobora infecção recente. 
-O IgG é considerado um anticorpo de memória, geralmente esses anticorpos são 
desenvolvidos com a vacina, pois são de longo prazo, memória imunológica. 
 Quando a gente vai pro IgG, ele é considerado anticorpo de memória. 
Geralmente os anticorpos que vem da vacina são esses anticorpos a longo 
prazo. Ele tem a característica de, por exemplo, atravessar a barreira 
placentária, por exemplo os anticorpos da mãe atravessam a barreira e 
protegem a criança de futuras infecções. É o que chamamos de imunidade 
passiva, a criança nasce com uma série de anticorpos que são anticorpos da 
mãe. No entanto, esses anticorpos tem uma meia-vida, eles não duram para 
sempre. Depois de alguns meses, a criança se torna susceptível, daí a 
importância da criança gerar sua própria memória imunológica, por isso que 
ela precisa fazer todo o calendário vacinal pra ela ter seus próprios 
anticorpos, gerar sua própria memória imunológica. 
 
O IgD é uma incógnita, ninguém sabe realmente a função dele. 
 
O IgE é um anticorpo que medeia as reações de hipersensibilidade, de 
alergias, por exemplo, produzida por alguns leucócitos, como o basófilo. 
 
E o IgA é o anticorpo presente nas secreções, como saliva, leite, lágrima. 
Então, por exemplo, na amamentação, a mãe passa anticorpos pra criança. A saliva 
é muitas vezes usada para o diagnóstico. Há alguns anos a ANVISA autorizou a 
comercialização de testes rápidos pra HIV utilizando saliva. 
 
 
 
Estruturalmente falando, os anticorpos tem formas de apresentação diferente. 
O IgM, por exemplo, é um pentamérico, ele tem 5 possibilidades de ligação. Quando 
a gente fala de IgG, IgD e IgE, ele é monomérico, tem apenas uma possibilidade de 
ligação. E quando a gente fala de IgA, ele pode ser monomérico, dimérico ou 
trimérico. 
 
Quando a gente fala de antígeno, vai variar de acordo com o tipo de 
patógeno. A exemplo, o vírus da Hepatite B, o HBV. Existe antígeno na superfície 
dele que é utilizado pro diagnóstico, o HbsAg. Inclusive a vacina pra Hepatite B 
confere imunidade contra esse antígeno. 
 
A gente pode pensar que o IgM se liga de forma mais específica que o IgG, 
porque ele tem 5 possibilidades de ligação. Essa forma de pensar está ERRADA. 
Toda ligação antígeno anticorpo é uma ligação específica. O que eu posso falar é 
que a ligação promovida pelo IgG tem maior afinidade do que a ligação promovida 
pelo IgM. Então o IgG vem de uma resposta imune, portanto ele é um anticorpo com 
maior afinidade ao antígeno ou receptor que o IgM. 
 
E qual a função dos anticorpos no nosso organismo? 
 
 
O QUE É UM TESTE SOROLÓGICO? E qual a função dos anticorpos no nosso 
organismo, vocês sabem? Pra que servem? Pra defender o corpo? Mas de que 
forma? Os anticorpos têm várias funções, mas as principais são opsonização (ele se 
liga em cima do antígeno e sinaliza para as células de defesa que aquele patógeno 
é o inimigo e que precisa ser destruído) e a inativação de toxinas. 
 
CARACTERÍSTICAS DAS INTERAÇÕES Ag- Ac: Então, com relação a afinidade, 
ela é a capacidade de interação entre um sítio de ligação entre um antígeno e um 
anticorpo. 
Esquematizando como seria uma alta e uma baixa afinidade. Na alta afinidade, 
temos todos os sítios concordantes, um sítiose liga no outro, e na baixa afinidade 
(que geralmente é pelo IgM), nem todos os sítios vão ter correspondência, alguns 
sim outros não, ele se liga, mas não completamente. 
 
TESTE RÁPIDO: Agora, falando sobre o teste rápido. Existem várias variações do 
teste rápido e formas de apresentação também. O teste rápido geralmente é um 
cacete, esse dispositivo, que lembra um sabonete pequeno. Tem uma região para 
colocar como amostra, a região “A”, e tem a parte onde se faz a leitura do resultado. 
Geralmente nessa parte, temos a região do teste, simbolizada pelo “T”, e a região do 
controle, simbolizada pelo “C”. Os testes rápidos são dispositivos de fácil utilização e 
que não precisam, necessariamente, de uma estrutura laboratorial para serem feitos. 
Ele foi pensado para ter praticidade e apresenta excelentes resultados 
principalmente para a triagem de várias doenças infectocontagiosas. 
 
IMUNOCROMATOGRAFIA: Agora, algumas situações para entender como funciona 
o teste rápido. Observando esse dispositivo, a gente não imagina tudo que está por 
trás. 
Resolvi esquematizar como funciona o papel. Primeiro, o teste rápido tem um papel 
de nitrocelulose, que vai permitir que o material corra por essa placa. Temos 
também outra camada de papel, que é a superfície de conjugação, outra membrana 
absorvente e a superfície de contato com a amostra. Basicamente, na região do 
teste, eu resolvi citar como exemplo para vocês um teste rápido para Sars-CoV-2, 
que é o anticorpo contra o Sars-Cov, a covid. Para ficar claro, Sars-CoV-2 é o vírus e 
a Covid-19 é a doença. 
Na zona “T”, de teste, teremos na fase sólida, fixados, anticorpos anti-Sars-Cov-2. 
Então, o anticorpo se liga a um outro anticorpo específico para Sars-CoV-2. E, na 
zona “C”, do controle, nós teremos o anticorpo que se liga à biotina, chamado de 
anti-biotina. Essa é uma forma de fazer teste rápido, existem várias outras formas, 
mas essa é bem comum. Na placa, temos impregnada a biotina ligada a um 
poliestireno que é a bolinha azul e dá a tonalidade equivalente ao teste, e temos 
também proteína S associada também ao poliestireno, que é outro marcador. Então, 
quando adicionamos a amostra do paciente, e essa amostra tem anticorpos, no caso 
aqui o anti-Sars-CoV-2, vai haver a conjugação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- Então, quando a gente adiciona amostra do paciente, essa amostra tem anticorpos, 
no caso aqui o anti-SARS-COV-2, o que vai acontecer? Vai acontecer a conjunção, 
percebam que, a proteína S vai ser conjugada a esse anticorpo e vai formar um 
complexo. Quando chega aqui nessa região do teste, essa proteína S vai se ligar ao 
anti-anticorpo e vai formar uma zona do teste, vai positivar o teste, e na zona do 
controle, ela sempre vai positivar porque é o que vai validar o teste. 
- Então vejam só, a biotina vai chegar aqui e vai se ligar ao anticorpo específico pra 
ela, que é o anti-biotina, e isso vai positivar o teste por exemplo. 
 
 
- O Ministério da Saúde disponibiliza pra todas as unidades básicas do Brasil teste 
rápido para hepatite B, hepatite C, sífilis e HIV. As vezes, dependendo da questão 
epidemiológica, também vem teste de dengue e chikungunya. 
- Vamos interpretar esse teste aqui, apareceu uma linha na zona teste e uma linha 
no controle, como vocês interpretariam esse teste aqui, reagente ou não reagente? 
Reagente. 
 
 
- Nesse aqui linha só apareceu no controle, logo, não reagente. 
 
 
- Nesse aqui, a linha apareceu somente na zona teste, então será inválido. 
- Se não aparece a linha na região do controle, ele invalida o teste. É obrigatório 
sempre aparecer a linha controle, porque é ela que vai validar o teste, se não 
apareceu é porque o kit tá com algum problema. 
 
 
- Nesse teste, a linha no teste fica bem fraquinha e no controle fica forte, isso aqui é 
positivo, reagente. 
- O que vai determinar a tonalidade da zona do teste é a quantidade de antígenos ou 
anticorpo que o paciente tem. Então as vezes ele tem anticorpo mas a quantidade tá 
pouca, então a tonalidade fica um pouquinho leve mas não deixa de ser reagente. 
 
 
- Dentro do banco de sangue, também são utilizados o imunodiagnóstico. Pra poder 
receber um sangue hoje em dia, passa por todo o processamento de triagem clínica, 
triagem sorológica também. Então o paciente precisa ter pré-requisitos pra poder 
fazer a doação, e uma vez que faz a doação é feito uma série de testagens. A gente 
faz aqui no Piauí, por exemplo, HIV, hepatite B, hepatite C, sífilis, HTLV 1 e 2 e 
chagas, isso é obrigatório pra todo o Brasil. Pode modificar de acordo com a questão 
epidemiológica de alguns locais, por exemplo, lá em Manaus, o HEMOAM, que é o 
hemocentro de lá, eles testam também para malária, e tudo isso é regido pela 
portaria do Ministério da Saúde de número 158, de 2016, que ela define o 
regulamento técnico para procedimentos hemoterápicos. 
 
Aqui eu trouxe algumas formas de fazer esses testes utilizando reações com 
hemácias, nós temos a hemaglutinação que pode ser direta ou indireta, que ela 
pode ser para avaliar de forma quantitativa ou qualitativa algum achado. 
Então por exemplo é usado muito qualitativa para fazer a classificação sanguínea e 
a semi quatitativa pra fazer titulações de infeções. 
 
Dentro da classificação sanguínea eu trouxe aqui alguns exemplos pra discutirmos 
como ela é feita, então eu trouxe 4 situações com hemácias diferentes. 
Basicamente na superfície das hamácias nos temos o antígeno H, o antígeno H é 
obrigatório, ele é o que vai ancorar a tipagem sanguínea. Alguns indivíduos por uma 
questão genética não apresentam esse antígeno H, é o que chamamos de 
Bombaim. 
Esse tipo de paciente não possui esse antígeno H e portanto só ode receber doação 
de outro Bombaim, mas não vamos nos adentrar nisso que já é outro rumo. 
Então temos aqui o paciente 1, ele possui o antígeno H e em cima desse antígeno H 
ele tem o antígeno A, que na verdade não é um antígeno, é um açúcar, o N-
acetilgalactosamina. Então lá no soro desse paciente ele tem o anti B ou seja na 
hemácia dele tem antígenos A e no soro, o anti B. 
Também tem expresso na superfície da hemácia dele o antígeno D que infere a 
positividade do Rh então nesse caso aqui, a tipagem desse paciente em específico 
seria um A+, porque ele tem o antígeno A, tem o antígeno D que vai positivar o Rh e 
tem o anti B presente no soro. 
Vamos interpretar o paciente 2, ele tem o antígeno B, que é um açúcar, D-galactose, 
ele tem a presença do anti A e também tem presença do antígeno D, qual é a 
tipagem sanguínea? Resposta: B+ 
 
 
 Então, a tipagem sanguínea do paciente dois é B positivo. Já o paciente 3 possui 
tanto antígeno A como antígeno B, não tem antígeno D e não tem anti A e nem anti 
B , então, esse sangue é AB negativo. Já o paciente quatro não tem antígeno A e 
nem antígeno B e no soro dele tem anti A e anti B,então esse sangue é O positivo 
(OBS: se não tivesse antígeno D seria sangue O negativo,que é o doador 
universal). 
Os dois tipos de sangue mais comum é o sangue O positivo e A positivo. O A 
negativo dentro do banco de sangue funciona como coringa porque a gente pode 
utilizar para 
todo paciente. 
 
 
 
Dentro do laboratório a gente faz a classificação sanguínea utilizando os sulcos para 
a classificação ABO. A gente pega a amostra do paciente, faz uma suspensão 
dessas hemácias, coloca no tubo e adiciona os reagentes que são o anti A o anti B e 
o anti D, centrifuga esse material e observa a formação de uma aglutinação. 
 
 
 
Nessa imagem podemos observar que não aglutinou no A, aglutinou no B e não 
aglutinou no D. 
Como eu interpretaria esse resultado? Quando não aglutina é negativo e quando 
aglutina é positivo, então podemos concluir segundo a imagem que o sangue é A 
positivo porque ele aglutinou no A e não aglutinou no B, então ele é A. Caso ele 
aglutinasse nos dois ele era ABe se não aglutinasse em nenhum era O. No D ele 
aglutinou então ele tem a presença do antígeno D, significando que ele é positivo. 
 
 
 
 Se eu desse um zoom aqui nessas hemácias no microscópio eu iria observar um 
grumo me Hemácias e os anticorpos aglutinando essas hemácias. 
 
 
 
Dentro do banco de sangue geralmente nós usamos essas cartelinhas para essa 
classificação ABO porque elas são mais seguras, mais práticas, da uma agilidade e 
faz uma identificação melhor. 
 
 
 
Agora nós vamos falar sobre outros exames que são muito utilizados para fazer 
sorologias, que o ELIZA ( Enzimaimunoensaio). Vamos iniciar falando um pouco da 
história. 
Essa metodologia ela foi proposta inicialmente em 1960 por Rosalyn Sussaman e 
Solomon Berson que inventaram o radioimunoensário que é equivalente ao ELIZA 
só que nessa época eles utilizavam radioisótopos, que são radioativos. Essa 
descoberta foi muito aclamada porque conseguiram dosar dentro da bioquímica 
clinica varias coisas importantes que até então não conseguia de forma precisa. 
A técnica deles foi dez anos depois aprimorada pelos cientistas Peter Perlmann e 
Eva Engvall que inventaram o ELIZA e utilizaram a técnica inicial descoberta pela 
Rosalyn e o Solomon como base e modificaram um pouco a técnica utilizando uma 
enzima e um substrato. Até hoje essa técnica é muito utilizada para fazer 
diagnóstico. 
Eles sim inventaram o ELISA. Utilizaram a técnica inicial descoberta por Rosalyn e 
Solomon, modificaram a técnica, usando uma enzima e um substrato. Até hoje é 
uma técnica muito utilizada para fazer o diagnóstico e a dosagem de uma série de 
marcadores. 
 
É usado tanto para pesquisa de antígeno, quanto para pesquisa de anticorpo (ou 
ambos). Um dos componentes é fixado na fase sólida e a detecção dos 
componentes é realizada pelo conjugado com a enzima. 
 
Então existem variações do mesmo exame. 
Geralmente o ELISA é feito nessas plaquinhas com 96 “pocinhos” (cada um é um 
paciente diferente, por exemplo), e são feitas várias dosagens seriadas. 
Na fase fixa, utiliza-se um anticorpo específico; é feita uma lavagem para retirar o 
excesso de anticorpo que não se ligou na fase fixa/sólida. Em seguida, adiciona a 
amostra do paciente que tem a presença dos antígenos, os quais vão se ligar a 
esses anticorpos. Em seguida, faz a lavagem novamente para retirar o excesso de 
antígeno que não se ligou e depois usa um anticorpo associado à enzima; adiciona o 
substrato e a tonalidade desse substrato vai ser dosada por espectro fotometria. 
Nesse caso, a mudança de cor vai ser proporcional à quantidade de antígeno que 
está presente na amostra analisada. Esse é o ELISA sanduíche. 
 
Existe o ELISA de competição, quando utiliza um anticorpo na fase sólida, faz a 
lavagem, depois adiciona simultaneamente a amostra do paciente e o antígeno 
marcado com a enzima. Sempre faz a lavagem para retirar tudo que não se ligou, 
adiciona o substrato e, nessa situação, a mudança de cor é inversamente 
proporcional à quantidade de antígeno na amostra. Quanto mais escura ficar a 
tonalidade, menos antígeno tem na amostra do paciente. 
 
Existe o ELISA de competição de anticorpo marcado, onde na fase sólida utiliza o 
antígeno. Faz a lavagem, adiciona simultaneamente a mostra do paciente e o 
anticorpo conjugado a uma enzima, vão se ligar na fase sólida. Faz a lavagem 
novamente e adiciona o substrato. Aqui a mudança de cor é inversamente 
proporcional à quantidade de antígeno na amostra analisada. 
 
O ELISA indireto, também antígeno na fase sólida. Depois adiciona um anticorpo 
do paciente e um anti-anticorpo associado à enzima, para formar um complexo. 
Logo em seguida adiciona o substrato. Nessa situação, a mudança de cor é 
diretamente proporcional a quantidade de anticorpo na amostra analisada. 
 
Temos o anticorpo para pesquisa de IgM. Basicamente, o que vai mudar é o 
anticorpo utilizado. No caso, na fase sólida usou um Anti- IgM; adiciona a amostra 
do paciente e, logo em seguida, adiciona um antígeno marcado com uma enzima; 
adiciona substrato; a mudança de cor vai ser diretamente proporcional a quantidade 
de IgM na amostra analisada. 
 
 
 
Bem, chegando na parte do HIV e da Elisa, dois pontos importantes a serem falados: 
Na época da epidemia de HIV no mundo, não chega a ser uma pandemia porque nem todo 
mundo pegou mas vários países foram afetados. Quando surgiu, o único exame que tinha 
para saber a existência ou não do HIV era o Elisa e aqui no Brasil por exemplo, as pessoas 
faziam e o exame ia para os Estados Unidos, demorava um mês para chegar o resultado 
para poder ter um diagnóstico. Então, esperar um mês para saber se está ou não com HIV 
era desesperador, hoje os testes se tornaram bem mais acessíveis e em uma Unidade 
Básica de Saúde você consegue fazer o teste do HIV. Na UBS, você vai ao CTE que são 
específicos para fazer testes rápidos em qualquer pessoa. 
Então, a primeira geração do Elisa, o Elisa indireto utilizava-se antígenos de origem natural, 
ou seja, eles cultivavam o vírus e o utilizavam esses vírus para fazerem esses testes. A 
segunda geração do Elisa passou a ser utilizados antígenos sintéticos, a terceira geração do 
Elisa passou a ser utilizado antígeno na fase solida e antígeno como revelador permitindo a 
detecção de diferentes isótopos e a quarta geração é o mais moderno que eles detectam 
simultaneamente o anticorpo e o antígeno, por exemplo no anticorpo é detectado o ANTI-
HIV e a proteína P24, que é o antígeno do vírus do HIV. 
 
PROFESSOR: Já ouviram falar no termo “Janela Imunológica”? O que significa esse termo? 
ALUNO: Professor, eu entendo como o tempo em que a doença demora para se manifestar, 
por exemplo, se você for infectado hoje por HIV vai demorar pelo menos dois meses para 
você ser testado como positivo. 
PROFESSOR: Exatamente isso, então é o tempo em que os testes sorológicos não vão 
identificar a presença da infecção. 
 
Vale lembrar que o termo DST mudou, antes era chamado doenças sexualmente 
transmissíveis e hoje é mais correto o termo IST, infecções sexualmente transmissíveis. Por 
que mudou? Pois nem todo mundo infectado vai ter a manifestação clínica da doença. 
Então, IST é o termo mais correto hoje. Para HIV, a janela imunológica é um pouco menor 
do que a colega disse, pode variar até dois meses? Pode, mas em média é em torno de um 
mês. Dessa maneira, você se infecta hoje com um mês você tem o exame positivo mas até 
lá você pode transmitir a doença para alguém, então por exemplo tinham pessoas que eram 
mal intencionadas que iam para o banco de sangue para ter acesso a esses testes e ai 
doava sangue para poder ter acesso a esses testes. Dessa forma, dependendo do período 
em que a pessoa fosse doar sangue teria a probabilidade da pessoa passar o sangue HIV 
positivo porque os testes antigamente feitos no banco de sangue eram os Elisa, que detecta 
marcador sorológico e o sorológico do HIV só vai reagir com um mês de infecção. Então, se 
a pessoa vai com 20 dias de infecção ela tem o vírus, mas não tem o marcador sorológico 
viável. Pensando nisso, desde 2013 se tornou obrigatório dentro dos bancos de sangue a 
utilização dos testes de ácido nucléico, NAT. Aqui no Piauí ainda não há esses testes, então 
é mandado para o Ceará e depois é devolvido o resultado do teste. 
Isso ajuda e diminui bastante a janela imunológica. Na verdade, isso já não é 
nem mais janela imunológica, pois não estamos mais utilizando o marcador 
sorológico para fazer esse diagnóstico. Fazemos agora por biologia molecular, a 
gente vai atrás do material genético do vírus e, então, essa janela diagnóstica que 
era de um mês, passou a ser de 10-12 dias, aumentando a segurança do 
hemocomponente. 
 
Aqui é só esquematizando como é que funciona o ELISA de quarta geração, 
onde eu detecto antígeno e anticorpo – eles têm o antígeno e o anticorpo na fase 
sólida, fixados; adiciona-sea amostra do paciente; logo em seguida, a enzima e o 
anticorpo. Coloca-se o substrato e aí, a mudança de cor vai ser proporcional a 
quantidade de anticorpos e antígenos presentes na amostra. 
 
Então, outro teste que eu queria falar pra vocês é o da imunofluorescência. 
Para poder fazer este teste, precisa de um microscópio específico, que é o 
microscópio de fluorescência. Ele é um teste que está muito em desuso, porque ele 
é um teste bem trabalhoso e o resultado é bom, mas existem técnicas que o 
substituem. Então, basicamente, você vai utilizar essa reação antígeno-anticorpo e 
vai marcar esse anticorpo com fluorocromo O fluorocromo é uma substância química 
que vai fazer uma reação química visível na luz ou comprimento de onda. 
 
Existem diferentes fluorocromos, com distintos intervalos de comprimento de 
onda. Então, existem diferentes comprimentos de ondas em que eles vão emitir a 
sua luz. Os dois mais utilizados são o FITC e o FE (ficoeritrina), que apresentam, 
respectivamente, a cor verde e vermelha. 
 
Existem variações da técnica. Existe a imunofluorescência direta e indireta. A 
indireta, até um tempo atrás, era considerada teste ouro para o diagnóstico de HIV, 
mas hoje em dia, não. Basicamente, na direta, você vai utilizar diretamente o 
anticorpo marcado em cima do tecido ou do antígeno que você quer pesquisar. 
Então ele pesquisa diretamente no microrganismo, que pode estar presente, em 
uma secreção, na urina, no corte histológico. 
ALUNO: Qual seria o conceito de teste ouro? 
PROFESSOR: Teste ouro é um teste que é recomendado como sendo teste 
de referência para o diagnóstico de uma doença. Por exemplo, hoje, o de HIV, a 
recomendação é fazer o Imunoblot ou o Western blot, que são teste ouro para fazer 
o diagnóstico da doença. 
PROFESSRORA (CARLA): Lembrando que cada doença tem um teste ouro 
para ela. 
 
Existe também a imunofluorescência indireta. A diferença é que ao invés de 
se utilizar apenas um anticorpo, utilizam-se dois: um anticorpo e, depois, um anti-
anticorpo, o que aumenta a especificidade do teste. Então, detecção de anticorpos 
específicos contra diversos microrganismos e também é utilizado para diagnósticos 
de doenças autoimunes. Aqui, por exemplo, nessas imagens – cursor aponta para 
as imagens inferiores no slide, ela fica com as imagens lindas. Realmente ela gera, 
essa microscopia de imunofluorescência, imagens de catálogo de livro de publicação 
científica. Aqui (imagem do canto inferior direito), nós temos a pesquisa do anticorpo 
antinuclear, que é usado, por exemplo, para o diagnóstico de lúpus; nós temos 
também (imagem do canto inferior esquerdo) a detecção do Trypanosoma cruzi, 
você usa um anticorpo específico para este parasita e ele se fixa e dá essa 
coloração ao redor do parasita.

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