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DIREITO PROCESSUAL CIVIL – EXECUÇÃO E CUMPRIMENTO DE SENTENÇA U1- DA EXECUÇÃO EM GERAL U1S1 ÉTTORE DE LIMA Doutrinas • ASSIS, Araken. Processo Civil brasileiro. São Paulo: Revista dos Tribunais; • BEDAQUE, José Roberto dos Santos. Poderes instrutórios do Juiz. São Paulo: Revista dos Tribunais; • BUENO, Cassio Scarpinella. Curso sistematizado de direito processual civil. São Paulo: Saraiva; • DIDIER JUNIOR, Fredie. Curso de direito processual civil. Salvador: Juspodivm. • DINAMARCO, Candido Rangel. Instituições de direito processual civil. São Paulo: Atlas. • Outros: Fernando da Fonseca GAJARDONI; Ada Pellegrini GRINOVER; Luiz Guilherme MARINONI. Estrutura do curso Unidade 1. DA EXECUÇÃO EM GERAL Unidade 2. DA EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA Unidade 3. DA LIQUIDAÇÃO DA SENTENÇA Unidade 4. DO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA Calendário Rotina de estudo. O que é o processo de execução? Relembrando o processo de conhecimento... O Processo de conhecimento é aquele em que a tutela jurisdicional se exerce a mais genuína das missões: a de dizer o direito (ius dicere), a do poder de julgar. [...] O processo de conhecimento se desenvolve por atos de postulação e atos instrutórios, ficando os primeiros com encargo de fixar e descrever o litígio e os interesses em conflito e, as controvérsias daí originadas; já os atos instrutórios se materializam através das provas, e vão demonstrar os fatos articulados e as controvérsias. (LEITE, Gisele. Processo de conhecimento, definições e reformas do CPC. 2007. Disponível em: https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-processual- civil/processo-de-conhecimento-definicoes-e-reformas-do-cpc/. Acesso em 25/28/2020). https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-processual-civil/processo-de-conhecimento-definicoes-e-reformas-do-cpc/ Revisão • Lide • Jurisdição • Ação • Processo • Direito material x Direito processual. O processo de conhecimento C O N H E C I M E N T O O processo de conhecimento Procedimento comum: fase postulatória; fase ordinatória; fase instrutória; fase decisória. O processo de execução O processo de execução Existe a possibilidade de que o autor entre diretamente na fase de execução, nem precisar passar pela fase cognitiva. Isso ocorre quando já se sabe quem tem razão na lide. Se João já sabe que Pedro deve uma quantia a ele, pois porta um título de crédito em seu desfavor, por exemplo, qual seria o sentido de iniciar o processo pela fase de conhecimento? Nenhum. O processo de execução Assim, o Poder Judiciário pode ser provocado em duas situações distintas: quando há a necessidade de que o juiz (ou árbitro) resolva a lide ou quando há apenas a demanda de uma efetivação do direito que cabe ao autor. Panorama histórico do cumprimento de sentença Um dos temas que mais desperta o interesse dos estudiosos do Direito está relacionado à execução cível, seja por via autônoma (por meio de processo de execução específico), ou por via sincrética (como fase de cumprimento de sentença). Isso se justifica porque, nesse momento, será buscada a satisfação do direito subjetivo do exequente. Desse modo, a execução permite que o credor alcance sua pretensão, dispondo, para tanto, dos meios coercitivos legais. Neste contexto, revela-se necessário o estudo da origem e evolução da execução cível, a fim de possibilitar uma melhor compreensão acerca das recentes alterações ocorridas na execução das decisões judiciais do Direito brasileiro. É necessário, em especial, verificar também a influência do Direito comparado dos países europeus no Direito Processual Civil brasileiro. Panorama histórico do cumprimento de sentença Iniciando a cadeia história, o Direito Romano passou gradualmente da fase da autotutela ao monopólio estatal da jurisdição. No início, o devedor respondia pela dívida com seu próprio corpo, isto é, o devedor entregava-se como escravo, até que a sua dívida fosse quitada com o credor. No transcorrer do tempo, a execução forçada passou por um processo de humanização, no sentido de que seria o patrimônio do devedor o responsabilizado e não mais a pessoa deste. Ademais, no Direito Romano, somente se o devedor não cumprisse voluntariamente a sua obrigação, o credor poderia pleitear ajuda ao Império por meio de outra ação. Mesmo assim, no período histórico retrocitado inexistia estrutura de um Poder Judiciário dentro do “Estado”. Panorama histórico do cumprimento de sentença Com o advento da Era Cristã e a instituição de uma Justiça Pública, ocorreu a perda da individualidade e da autonomia da execução e a sentença emanada do poder público já trazia a força do imperium. Existia a ideia de que o título executivo é condição necessária e suficiente para fundamentar a execução. Panorama histórico do cumprimento de sentença Após o Império Romano e a Era Cristã, com a tomada de poder na Europa pelos povos germânicos, considerados como bárbaros, houve o retorno da execução privada sobre a pessoa do devedor, por eles considerada como o método mais correto. Conforme afirma Humberto Theodoro Júnior, após a execução forçada realizada pelo credor, o devedor poderia reivindicar eventuais reclamações perante o Judiciário: “A atividade cognitiva, portanto, era posterior à atividade executiva, a qual, por sua vez, não dependia de procedimento judicial para legitimar-se”.[6] No Direito Germânico, cabia ao devedor, discordando dos atos executivos privados do credor, recorrer ao Poder Público para formular sua impugnação: primeiro se executava, para depois se discutir em juízo o direito das partes. No entanto, embora a dominação germânica na Europa tenha feito o Direito retroceder à execução forçada, com a preservação do sistema romano pela Igreja Católica, por volta dos anos 1.000 d.C., a execução privada foi novamente sendo deixada de lado e se formou um meio termo entre o sistema germânico e o romano quanto ao procedimento de execução. Panorama histórico do cumprimento de sentença No Direito Medieval, a execução constituía mero prosseguimento da cognição, sendo esse período marcado pelo monopólio da jurisdição estatal e, novamente, pela restrição da execução pessoal como método de pagamento, isto é, procedimento executivo da obrigação. Foi nesse momento que surgiu a execução por título executivo extrajudicial. A execução direta das obrigações assumidas por particulares foi se desenvolvendo e, com ela, a distinção entre os procedimentos cabíveis para os títulos judiciais e extrajudiciais, com o retorno do método romano de propositura de nova ação executiva. Panorama histórico do cumprimento de sentença Assim, na Idade Moderna, após o surgimento dos títulos de crédito, houve a necessidade de reutilização da via executiva autônoma, advinda do Império Romano. Com o Código de Napoleão, tomou-se a iniciativa de unificar a execução. Como, em volume, as execuções de títulos de crédito eram mais numerosas e frequentes do que as execuções de sentença, a unificação se deu pela prevalência do procedimento próprio dos títulos extrajudiciais. No século XX, entendia-se não ser mais benéfica ou apropriada a separação da atividade jurisdicional de cognição da de execução, em compartimentos estanques, e se tentou eliminar a desnecessária figura da ação autônoma de execução de sentença (a velha actio iudicati do Direito Romano). Panorama histórico do cumprimento de sentença Passando à análise do Direito Processual Civil brasileiro, em sua sequência histórica, houve uma separação das influências vindas da Europa, sobretudo quanto ao Direito Processual Civil português. A legislação portuguesa teve inicialmente influência romana, existindo nesse sentido a dicotomia entre execução de sentença e títulos negociais pelas Ordenações Filipinas, vigentes, no Brasil, até 1850. No entanto, embora Portugal tenha perdido tal influência no século XVIII, o Brasil manteve a distinção entre a execução e a ação executiva, a primeira para sentenças condenatórias e a segunda para os títulos executivos extrajudiciais. Cabe esclarecerque o Código de Processo Civil brasileiro de 1939, lei de caráter federal, adotou o conceito unitário, ou seja, um processo de execução autônomo para qualquer título executivo (judicial ou extrajudicial). Esse Código foi um marco na história do Direito Processual Civil brasileiro, já que antes de 1939 cada Estado do país tinha seu próprio Código de Processo Civil. Dessa forma, com o CPC/1939, o Brasil passou a ter um Direito Processual Civil brasileiro unificado. No Código de Processo Civil de 1973, houve a equiparação dos títulos executivos judiciais aos extrajudiciais, a introdução da falência civil e a abolição da actio iudicati em relação aos títulos executivos judiciais. Panorama histórico do cumprimento de sentença Hoje, no Direito Processual Civil brasileiro há várias formas de execução, quais sejam: a execução dos títulos executivos extrajudiciais, o cumprimento de sentença, além dos procedimentos especiais autônomos de execução, tais como a execução por quantia certa contra devedor insolvente, execução contra a fazenda pública e execução fiscal. O sistema executivo no atual Código de Processo Civil O regime jurídico do cumprimento de sentença incide sobre toda e qualquer sentença que necessite de cumprimento forçado de pagamento em dinheiro. O conflito foi resolvido e que agora o autor possui um título, ou seja, um direito de cobrança em desfavor do réu. sse título é judicial, ou seja: foi produzido dentro do processo de conhecimento. ssim, o processo de Cumprimento de Sentença é desenvolvido nos mesmos autos do processo, pois se configura como uma mera “continuação” do processo judicial, que teve início na fase de conhecimento. Dessa forma, não há necessidade de promover uma nova citação do executado, pois ele já faz parte do processo. O sistema executivo no atual Código de Processo Civil O regime jurídico da execução (Processo de Execução), o conflito já está resolvido, uma vez que não há necessidade de termos a fase de conhecimento. Dizemos, então, que o credor (aquele que tem o direito de cobrança sobre outro) porta um título extrajudicial. O título extrajudicial é aquele que foi produzido fora do processo. Temos, então, um processo novo, pois o título extrajudicial não advém de um processo judicial anterior. Ou seja, como o título é concebido fora do processo, são necessários novos autos (um novo processo) para que ocorra a ação de execução (cobrança) da dívida. Como há o surgimento de um novo processo, o executado deve ser citado, ou seja, chamado para ingressar na relação processual. Aqui temos uma diferença em relação ao processo de Cumprimento de Sentença, no qual não há a necessidade de citação, pois não há um novo processo e, portanto, o executado já integra a relação processual. O sistema executivo no atual Código de Processo Civil Atenção à nomenclatura: exequente e executado(a)/exequido(a). Qual o motivo desta mudança ? Cumprimento de sentença • Cumprimento de sentença é a fase do processo civil que satisfaz o título de execução judicial. É o procedimento que concretiza a decisão do juiz feita ao fim do processo de conhecimento. O cumprimento de sentença está fundamentado entre os artigos 566 e 795 do Novo Código de Processo Civil (CPC/2015). Sentenças Classificação das sentenças: as sentenças que têm a mesma natureza da ação em que são proferidas → podem ser condenatórias, declaratórias e constitutivas. Sentenças declaratórias cíveis A ação puramente declaratória, e, portanto, a sentença que nela vier a ser proferida, tem por objeto, segundo o artigo 4º do CPC, a declaração "da existência ou inexistência de relação jurídica" ou "da autenticidade ou falsidade de documento". Segundo os padrões tradicionais, não compõe seu objeto o juízo a respeito da violação da norma individualizada ou da sanção correspondente. A declaração de certeza, nestas ações, refere-se, como ensinava Calamandrei, ao preceito primário ("no transgredido todavia, pero incierto") e não ao mandado sancionatório. Sentenças condenatórias cíveis Sentença condenatória: "condena" o réu à prestação de uma obrigação. A ex: Imposição do dever de pagamento de perdas e danos, decorrentes da mora contratual. Pode ser, também, uma sentença mandamental: contém uma ordem expedida para que alguma das partes cumpra um fazer ou um não fazer. Sentença condenatória Em que consiste, afinal, a declaração capaz de proporcionar à parte vencedora título hábil para a execução forçada? R: A declaração da aplicabilidade da sanção. Execução • O processo executivo restringe-se a atos necessários à satisfação do direito do credor e, consequentemente, a compelir o devedor a adimplir a obrigação, seja de pagar quantia, entregar coisa, fazer ou não fazer. ❑ Frisa-se: várias espécies de execução! As ações de execução de sentença no CPC/1973 Ao alterar substancialmente o CPC no que se refere ao cumprimento de sentença,. a lei 11.232/05 teve o intuito de eliminar a dicotomia entre processos de conhecimento e execução, criando assim um processo uno por meio de cujo fluxo a parte seria capaz de obter, por meio de um único processo, a condenação e a satisfação de uma obrigação. O sistema executivo no atual Código de Processo Civil O Código de Processo Civil é dividido em cinco livros: Livro I (Parte Geral); Livro II (Do Processo de Conhecimento); Livro III (Do Processo de Execução); Livro IV (Dos Processos nos Tribunais e dos meios de impugnação das decisões judiciais) e Livro V (Das Disposições Finais e Transitórias). Assim, a execução do título judicial é regulamentada no Processo de Conhecimento, no título II que trata do cumprimento de sentença. Já o processo de execução está previsto no Livro III, isto é, o Processo de Execução, que trata da execução em geral. O sistema executivo no atual Código de Processo Civil • Panorama Geral. A tutela executiva A tutela executiva busca a satisfação ou realização de um direito já acertado ou definido em título judicial ou extrajudicial, com vistas à eliminação de um inadimplemento. Essa espécie de tutela jurisdicional exercida mediante execução forçada atua unicamente em favor do credor. Quanto à fundamentação jurídica, os títulos executivos estão preconizados no artigo 475N do Código de Processo Civil – rol numerus clausus, ou seja, o rol é taxativo. Somente a lei possui competência para instituir os títulos executivos judiciais. As mudanças no CPC Com essas mudanças, os tribunais serão obrigados a criar centros de conciliação e mediação (JUSTIÇA MULTIPORTAS), contratando profissionais adequados na busca de acordos. A proposta também irá fazer com que os governos criem câmaras de conciliação para processos administrativos. O acordo judicial dá uma solução mais rápida para os cidadãos e também desafoga as prateleiras do Judiciário, já que cada acordo é uma ação a menos. O projeto também irá permitir que as partes mudem os atos na tramitação da ação para ajustá-la às especificidades da causa, como, por exemplo, a definição do calendário dos trabalhos (NEGÓCIO PROCESSUAL). É o chamado acordo de procedimento, uma novidade do novo Código de Processo Civil que tem como parâmetro os códigos europeus, tornando o processo bem mais colaborativo. O novo código elimina formalidades que atrasam os processos e da mais importância na resolução dos conflitos judiciais. As mudanças no CPC Existem diversas outras mudanças do CPC de 73 para o CPC de 2015. Pesquise para saber mais!
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