Buscar

Cirurgia Urológica

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 Marceli Bernardon TXIX Medicina FAG 
 
 
1.0 Acessos de cirurgia urológica 
Cirurgia aberta 
• Incisão – abertura de planos – visualização direta das estruturas 
• Prostatectomia transvesical 
• Citolitotomia: abertura do abdome para retirada do cálculo de bexiga. 
Cirurgia endoscópica 
• feitas através de orifícios naturais 
• Uretra: introdução do aparelho e faz-se cirurgia uretral, de bexiga, de ureter e renal. Uretroscopia, pode ser duro ou flexível, o flexível chega ate 
o rim 
o RTU: ressecção transuretral de próstata 
o Ureterorrenoscopia: acessar o rim pela uretra para destruir um cálculo renal. 
• Exceção: nefro toracotomia percutânea: é feito um pequeno orifício (não natural) e é feito um túnel para passar um tubo até o rim. 
Cirurgia videolaparoscópica 
• através de pneumoperitônio ou pneumoretroperitônio. 
• Prostectomia transvesical 
• Nefrectomia total ou parcial 
• Prostectomia radical 
• Pieloplastia: paciente tem JUP – junção ureteropiélica, ou seja, junção do ureter com a pelve renal → seccionar a estenose e fazer anastomose. 
 
2.0 Características específicas 
Suturas 
• Fios absorvíveis: são mais indicados pois a urina em contato com corpo estranho forma cálculo, o que acontece com os materiais inabsorvíveis. 
Usar nos órgãos geniturinários, desde o rim até a uretra 
• “Watertight”: sutura apertada, bem próxima, que impede o vazamento de urina. Ex sutura continua ancorada, em 2 planos uma sutura em 
cima da outra 
• Calculo de bexiga em mulher: suspeitar de alguma cirurgia ginecológica anterior, como cesárea, histerectomia → formação do cálculo devido 
algum ponto que atravessou a bexiga com fio inabsorvível. 
Stenting: 
• são sondas utilizadas para permitir que o fluxo de urina não desvie para a sutura, evitando a formação de fístulas. 
• Sonda vesical (bexiga): sempre tem que ser trocada pois estimula a formação de cálculo, para não acumular urina na bexiga e ela não 
extravasar pelos pontos 
• Nefrostomia: cirurgia percutânea, em que é feito um furo ou um trajeto e com a aparelhagem nefroscopica é efetuada a cirurgia dentro do 
rim e após deixa-se uma Nefrostomia, que é uma sonda vesical até ocorrer a cicatrização. 
• Duplo J: muito utilizado, enrolado na pelve renal e na bexiga, multiperfurado e oco → urina passa até a bexiga sem escapar → não forma fístula. 
Permite que a urina desça do rim até a bexiga, sem forçar a parede do ureter que está cicatrizando 
Drenagem 
• Urina: dreno sentinela perto da sutura, para o risco de a sutura romper, é uma forma de monitorar 
• Sangue, em cavidade abdominal da febre, precisa drenar 
• Linfa: mais comum na prostectomia radical. 
• Linfático não é cauterizado → linfa não coagula → deve-se ligar com fio tudo que for dissecado 
 
3.0 Patologias – situações – Trauma geniturinário 
Fratura de pênis 
• Ocorre durante a relação sexual um barulho tipo um estalo, pênis fica inchado, vermelhidão, pode haver presença de sangue ao urinar, uma 
dor muito forte e perda da ereção. 
• Túnica albugínea tecido conjuntivo bem denso, que reveste o corpo cavernoso → essa túnica sofre um rasgo que se assemelha a uma fratura. 
• Em 30% dos casos tem ruptura de uretra associada 
• É feito uma incisão igual de fimose → desluvamento do pênis → arranca toda a pele até na junção penoscrotal → sutura onde houve a ruptura. 
 
Trauma renal: 
• Pacientes com Politrauma: 3 a 10% com lesão no trato geniturinário 
• Frequência: Rim > bexiga > uretra > ureter 
• Rim é o 3º órgão mais lesado no trauma abdominal, perde para o fígado e baço. 
• 80 a 95% lesões traumáticas de rim – trauma fechado 
• Traumas renais - 90% são lesões menores. 
• Estágios: 
o Grau I: somente trauma capsular, hematoma sub capsular, após o sangramento a capsula renal segura o sangue 
o Grau II: laceração da parede, menos de 1cm e não pega sistema coletor 
o Grau III: laceração maior que 1cm mas ainda não pega sistema coletor e onde tem urina 
o Grau IV: laceração atinge o cálice e a pelve, comunicação com sistema coletor, extravasa sangue e urina 
o Grau V: rim despedaça, rompimento de pedículo – se chama Shattered Kidney – tem que tirar o rim 
• Tratamento: 
o Tratamento conservador em 98% dos casos (sem retirada do rim) 
o Grau IV – 87% resolução espontânea 
→ As vezes o próprio hematoma faz conteção → devido ao pequeno espaço 
→ Faz abertura só quando tem indicação absoluta 
o Indicações absolutas de exploração cirúrgica em casos de trauma renal: instabilidade hemodinâmica (choque), hematoma 
perirrenal pulsátil ou em expansão e sangramento persistente. 
o Via de acesso 
→ Lombotomia: nefrectomia eletiva (Usada quando não há trauma), abre direto, viola o retroperitônio 
→ Laparotomia: nefrectomia por trauma → só viola o retroperitônio (local onde estão os rins) depois do controle do pedículo 
→ campleamento dos vasos renais., pero da aorta abdominal e mesentérica. Laça os vasos renais para interromper o fluxo, 
empurra o colón e perfura o espaço retroperitoneal 
Trauma de bexiga 
• Presente em 1,6% dos traumas abdominais fechados. 
• Bexiga é extraperitoneal, não fica dentro do envelope peritoneal, mas uma parte que é a cúpula fica em contato com o peritônio, dependendo 
de onde rompa a bexiga a urina pode vazar para fora ou para dentro do peritônio 
• Trauma: Extraperitoneal (55%), intraperitoneal (38%) ou mistas (5 a 8%) 
o Extraperitoneal: ocorre com fratura de ossos da pelve → fratura e rasga a bexiga → vazamento de urina para o espaço virtual → 
retroperitônio. 
Cirurgia Urológica 
 
 
2 Marceli Bernardon TXIX Medicina FAG 
→ Abordagem cirúrgica desnecessária (maioria dos casos) → sondagem já consegue cicatrizar. Tratamento conservador 
o Intraperitoneal: cúpula da bexiga está em contato com o peritônio → trauma rápido e forte → bexiga cheia → urina vaza para o 
peritônio. Ocorre em trauma com pressão na bexiga cheia, o lado mais fraco é a cúpula, ex pessoa com a bexiga cheia e bate o 
carro. 
→ É necessário abordabem cirúrgica (por menor que seja a perfuração) → sutura. 
→ Vai estufando a barriga, causa peritonite 
• Principais sinais: fratura de bacia + hematúria macroscópica → Pensar em lesão de bexiga 
o Hematúria: presença do sangue ao urinar 
o Uretrorragia: paciente não está urinando e está saindo sangue 
• Outros sinais: dor supra-púbica, incapacidade de urinar, coágulos intra-vesicais devido o trauma, baixo volume urinário, se o paciente não está 
em choque esse baixo volume é porque a urina está indo para outro lugar. 
• Exame: uretrocistografia miccional, com contraste. Poe sonda, larga contraste e faz raio x 
• Há maior risco de lesão de bexiga quando ela está cheia → geralmente rompe no local mais frágil, que é a cúpula, causando trauma 
intraperitoneal. 
 
Trauma de uretra 
• Uretra anterior: “queda a cavaleiro” é a mais comum, pessoa cai sentada e com a perna aberta em cima de alguma coisa 
• Uretra posterior: em fraturas de bacia 
• Pacientes com lesão de uretra posterior e fratura de bacia: 10 a 20% têm lesão de bexiga associada, porque pode perfurá-la. Poder ser por 
alguma infecção também 
• Lesão de uretra em mulheres: extremamente raras 
• Sinais: 
o Sangue no meato uretral (uretrorragia – sinal mais importante) fica escorrendo sangue pela uretra 
o Hematoma escrotal ou perineal, devido o sangramento 
o Próstata elevada ou descolada (não palpável ao toque retal) da uretra 
o R.U.A. (retenção urinária aguda) com globo vesical palpável, paciente não consegue urinar porque não tem para onde ir a urina 
→ Quando há trauma a bexiga geralmente está cheia 
o Urgência miccional com incapacidade de esvaziar a bexiga. 
 
Trauma de ureter 
• Raro, geralmente iatrogênico. 
• Sutura em espatulação e na diagonal → na horizontal pode causar uma compressão – estenose. 
• Usar o cateter duplo J → evitar que a urina vaze para a cúpula vaginal e forme fístula 
 
Trauma testicular 
• Maioria de resolução espontânea• O espermatozoide não é reconhecido pelo sistema imunológico → testículo é isolado do sistema 
imunológico 
• Trauma com rompimento da túnica albugínea → contato do conteúdo testicular com o sistema sanguíneo 
→ desenvolvimento de uma infertilidade imunológica 
o Procedimento cirúrgico rápido para evitar o contato → 24-48h 
 
Escroto agudo 
• Dor escrotal aguda com ou sem inchaço ou eritema 
• Condição clinica que se instala em curto período de tempo comprometendo o escroto e/ou estruturas de seu interior, através de manifestações 
locais: dor, edema, aumento de volume e elevação da temperatura que podem ser acompanhados de febre, náusea e vômitos. 
• Diferenciar torção testicular x epididimite 
• Diagnostico diferencial de suma importância 
o 6 horas: tempo que o testículo consegue suportar sem oxigênio, tem 6 horas para operar uma torção testicular 
• Diagnóstico: ultrassom com doppler 
o Em caso de suspeita e não há ultrassom → é preferível que se faça a cirurgia de orquite. 
• Torção: tratamento cirúrgico (fixação contralateral) 
o Maior probabilidade de acontecer no outro testículo – prevenção 
• Epididimite: Antibiótico e suspensão escrotal 
 
 
 SINTOMAS SINAIS Tratamento 
Tensão testicular • Dor repentina 
• Dor severa 
• Associado a náusea e vomito de 
tanta dor 
• Pode estar associada a trauma 
• Possível dor abdominal 
• O cordão fica torcido 
• Assimetria: testículo torcido mais alto 
• Não há reflexo cremasterico (testículo 
não se eleva ao passar o dedo na parte 
medial da coxa) 
• Sinal de Prehn’s negativo: elevação do 
testículo do paciente sem alivio da dor, 
se tiver alivio da dor o sinal é positivo 
• Fixação contralateral 
• Abre -distorce – espera 
para ver se ele se recupera, 
dá ponto no septo para ele 
no torcer mais 
Epididimite • Dor insidiosa 
• Infecciosa 
• Febre e calafrios 
• Sintomas do trato urinário 
inferior: disúria e polaciúria 
• História sexual 
• Testículo mais tensionado 
• Há reflexo cremasterico 
• Sinal de Prehn’s positivo: elevação 
do testículo há alivio da dor. 
• ATB (antibiótico) 
• Suspensão escrotal

Outros materiais