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HORMÔNIOS DO CÓRTEX DA GLÂNDULA SUPRA RENAL As suprarrenais são pequenas e se localizam acima dos rins. É dividida entre córtex e medula. O córtex sintetiza os hormônios esteroides denominados glicocorticoides, mineralocorticoides e androgênio, estimulado pelo hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) ou pela angiotensina II. A medula sintetiza as catecolaminas (epinefrina e norepinefrina) em resposta à estimulação simpática direta. Alguns desses hormônios podem ser liberados de maneira aguda para uma resposta imediata. A síntese dos glicocorticoides, em situações estressantes, e a de aldosterona, para regular a pressão arterial, são exemplos nessa situação. A glândula suprarrenal é fundamental para a hemostasia devido a sua atividade na regulação da resposta adaptativa do organismo ao estresse, na manutenção do equilíbrio da água corporal, do controle do sódio e potássio, assim como no controle da pressão arterial. Anatomia e funcionalidade Glicocorticoides Também chamado de cortisol, é liberado de maneira pulsátil e diretamente estimulado pelo ACTH. A liberação do ACTH também é pulsátil e feita em cerca de 7 a 15 vezes por dia. Alguns fatores internos e externos podem mediar a liberação de cortisol durante o dia como luz, sono, estresse, doença e longo período sem se alimentar. O pico de liberação é durante as primeiras horas do dia e declina no seu decorrer. Na circulação, cerca de 20% a 50% do cortisol estão ligados, inespecíficamente, à albumina plasmática. Cerca de 10% do cortisol plasmático circula na sua forma não ligada (fração livre) sua forma biologicamente ativa. O fígado e o rim são os principais locais em que o cortisol é inativado, a sua meia vida é de 70 a 90 minutos. O excesso de glicocorticoides pode ser proveniente de um tumor suprarrenal o qual produz em excesso o hormônio, um tumor hipofisário que produz em excesso o ACTH, ou pode ser pela produção de ACTH de maneira ectópica; também há a situação onde, receitado pelo médico, o paciente faz uso de cortisol sintético em quantidade elevada. O excesso de cortisol é conhecido como síndrome de Cushing. A síndrome de Cushing pode ser dependente de ACTH ou independente, nesse caso diminuirá os níveis de ACTH no plasma. Os principais sintomas clínicos são: ganho de peso, espessamentos dos traços faciais, aumento do coxim adiposo sorsocervical (giba de búfalo) e aumento do gordura acima da fossa supraventricular. Os achados incluem hipertensão, intolerância à glicose, diminuição do fluxo menstrual em mulheres pré-menopáusicas, diminuição da libido nos homens e equimoses espontâneas, além de depressão e insônia. A deficiência de glicocorticoides é conhecida como doença de Addison e é resultante da disfunção da suprarrenal. A hipofunção da glândula pode resultar em uma destruição autoimune. Mineralocorticoide Aldosterona é o principal hormônio deste grupo. A síntese e liberação desse hormônio é controlado pela angiotensina II, pelo K+ extracelular e, em pequena parte, pelo ACTH. A aldosterona é responsável por manter a homeostasia circulatória, fazendo parte do sistema renina-angiotensina-aldosterona. O principal motivo pela liberação de aldosterona consiste em uma redução do volume sanguíneo. A diminuição da pressão da arteríola aferente renal é percebida pelo barorreceptor, deflagrando a liberação de renina. A renina catalisa a conversão de angiotensinogênio em angiotensina I. A angiotensina I é convertida em angiotensina II pela enzima conversora de angiotensina (ECA). A angiotensina II produz vasoconstricção arteriolar direta, estimula a liberação de vasopressina (ADH) além de estimular a produção e liberação de aldosterona. A aldosterona, por sua vez, aumenta a excreção de íon potássio na urina, fezes, suor e saliva. A produção excessiva de aldosterona é classificada em primária, secundária, terciária ou pseudo-hiperaldosteronismo. O primário, conhecido como síndrome de Conn, é uma produção elevada causada por tumores benignos. Causa hipertensão, devido a retenção de Na+ e H2O. Esses pacientes apresentam hipopotassemia e liberação reduzida de renina. O secundário se caracteriza por uma produção elevada de aldoserona pelo aumento do sistema renina-angiotensina-aldosterona. Essa elevação pode ser decorrente de outras doença que reduzem a pressão arterial (como ascite e insuficiência cardíaca). A terciária está ligada a perda excessiva de NaCl, fazendo o rim aumentar a produção de renina estimulando a angiotensinaII-aldosterona. Essa perda de NaCl pode ser decorrente de síndromes genéticas, como a de Bartter e de Gitelman, que multa transportadores de íons no rim, resultando em perda excessiva de sódio. Além disso pode está relacionado a produção aumentada de prostaglandina E2. O pseudo-hiperaldosteronismo é quando substâncias, que são diferentes da aldosterona, se liga nos receptores de aldosterona, ou seja, essas substância fazem a função da aldosterona. Isso resulta em uma superprodução de 11-desoxicorticosterona, conversão inadequada do cortisol em cortisona pela 11β-hidroxiesteroide-desidrogenase tipo II, deficiência dos receptores de glicocorticoides e ativação inadequada dos canais de sódio renais. A deficiência da produção de aldosterona também é classificada em primária, secundária e pseudo-hipoaldosteronismo. A deficiência primária está relacionada com a doença de Addison (destruição da glândula em decorrente de processos imunes ou autoimunes). A deficiência secundária está relacionada com a insuficiência da estimulação pela angiotensina II, geralmente causada por insuficiência renal. O pseudo-hipoaldosteronismo é causada pela ausência da resposta ao hormônios mineralocorticoides. Andrógenos Também conhecido como DHEA e DHEAS, é uma das três classes de esteroides. Seus efeitos no organismo não está totalmente elucidados. Em mulheres estão relacionados com a libido e seu baixo nível está associado com doença cardiovascular. A principal causa do aumento dos androgênio está relacionada com com defeito da produção do cortisol, levando um acúmulo de precursores de cortisol e de aldosterona desviando a produção de androgênio. A diminuição de andrógenos está relacionada com o envelhecimento e à menopausa. O tratamento com fármacos com glicocorticoides orais resulta em supressão do ACTH, resultando na diminuição na produção de androgênio. MOLINA, Patrícia E. Fisiologia Endócrina. 5º Edição. Porto Alegre: editora artmed. 2021. Referência
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