Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Caso Clínico 1 IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE: HJK; 67 anos; casado; com 3 filhos, sendo que apenas 1 mora com ele; católico, morador de uma área rural no município de Itaboraí. HISTÓRIA DA DOENÇA PREGRESSA: Filha mais velha relata que já fez cirurgia de artroplastia de quadril direito devido à queda da bicicleta por um “apagão” ou síncope; apresentou um Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) em 2016 constatado através de quadro clínico de dor precordial típica e cineangiocoronariografia; fez cirurgia de Revascularização do Miocárdio (RM) em 2018 com Circulação Extracorpórea (CEC) e implantou um marcapasso definitivo um ano após a cirurgia, porém não realizou nenhuma revisão no último ano devido a pandemia pelo Novo Coronavírus. Diabético Tipo II desde 2010 e Hipertenso Resistente descoberto em 2015. Obesidade grau II. HISTÓRICO FAMILIAR: Pai hipertenso e diabético; mãe insuficiente cardíaca e hipertensa. HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL: Paciente foi admitido na Unidade de Pronto Atendimento da cidade onde mora em quadro de Edema Agudo Pulmonar (EAP) hipertensivo, apresentando estertores bolhosos audíveis à ausculta direta; PA 270 x 160 mmHg; FC: 45 bpm; cianose de extremidades e acrocianose; pele fria e pegajosa, além de hipocorada; letargia e agitação psicomotora; taquidispnéia e uso de musculatura acessória. Segundo a filha que o acompanhava, apresenta-se com mal estar há mais de 12 horas e não quis vir à unidade por medo do COVID. EVOLUÇÃO: Paciente gravemente enfermo, foi admitido na sala vermelha da UPA e imediatamente colocado no leito com cabeceira em posição de Fowler, sendo realizado monitorização hemodinâmica não-invasiva; instalado oxigenoterapia sob máscara de Venturi e posteriormente instalado Ventilação Não-Invasiva – VNI ou CPAP; colhido sangue para gasometria arterial que constatou acidose respiratória; administrado medicação conforme protocolo, sendo instalado nitroprussiato de sódio em bomba de infusão contínua (BIC), inicialmente a 5 ml/h; também administrado em bolus atropina 3 ampolas EV; furosemida 2 ampolas EV; captopril 50 mg VO; dobutamina em BIC a 5 ml/h. RESPONDA AS QUESTÕES ABAIXO: A. Defina todos os termos técnicos que encontram-se sublinhados no texto. Resp. Artroplastia: Procedimento cirúrgico para substituição da superfície articular doente por material cirúrgico (prótese). Sincope: Desmaio. Precordial: Dor no peito, na região em frente ao coração. Cineangiocoronariografia: (cateterismo cardíaco) é um procedimento invasivo, geralmente realizado com o objetivo de obter informações anatômicas e funcionais do coração e de suas artérias (artérias coronárias) e valvas. Hipertenso resistente: é definida como valores pressóricos acima das metas desejáveis com o uso adequado de três anti-hipertensivos de classes diferentes. Obesidade: pessoa que acumula uma quantidade excessiva de gordura do organismo, levando ao aumento de peso. Estertores bolhosos: têm frequência menor e maior duração que os finos. Sofrem nítida alteração com a tosse e podem ser ouvidos em todas as regiões do tórax. São audíveis no início da inspiração e durante toda a expiração. Ausculta Direta: colocando os ouvidos no tórax do paciente. Cianose de extremidades: é uma condição caracterizada pela coloração azulada da pele, unhas ou boca. Pegajosa: é descrita como uma sensação de frio e umidade na pele. Hipocorada: pouca coloração da pele. Letargia: é um estado de inconsciência, onde a pessoa aparenta estar em sono profundo e perde totalmente a capacidade de responder aos estímulos externos. Agitação psicomotora: é caracterizada por um estado de excitação mental e atividade motora aumentadas. Taquipneia: respiração acelerada. Musculatura acessória: são músculos auxiliares da respiração, utilizados somente em inspirações forçadas ou quando a pessoa está em sofrimento respiratório. Gravemente Enfermo: Gravemente doente. Fowler: posição semissentada que se obtém com cama articulada ou com auxílio de travesseiros. Oxigenoterapia: é definida como a administração de oxigênio em concentrações superiores aquela encontrada no ar atmosférico. Mascara de Venturi: um sistema de válvulas que possibilita um controle exato da FiO2 a ser fornecida ao paciente. Gasometria arterial: mede o pH e os níveis de oxigênio e gás carbônico no sangue de uma artéria. Acidose respiratória: acúmulo de gás carbônico (CO2) no organismo, que é o gás eliminado pelos pulmões durante a expiração. Bolus: administração de uma medicação, com objetivo de aumentar rapidamente a sua concentração no sangue para um nível eficaz. B. Que tipos de distúrbios hemodinâmicos podemos citar neste caso? Resp. Hipertensão, bradicardia e taquidispneia. C. Que parâmetros hemodinâmicos não invasivos foram verificados neste caso clínico? Justifique sua resposta, considerando a fisiopatologia das doenças trazidas nesse caso clínico e eventos que podem ocorrer. Resp: Pressão arterial, pois o cliente apresenta um quadro hipertensivo (270 x 160 mmHg). Batimentos cardíacos, pois o paciente apresenta uma taquiacardia. D. Como vocês procederiam a monitorização hemodinâmica não-invasiva neste paciente e quais os parâmetros vitais que você iria monitorizar? Justifique o porquê. Resp: Além do controle da pressão arterial e batimentos cardíacos, monitorizaria a saturação do cliente, pois o mesmo apresenta uma taquidispneia. Monitorizaria também a temperatura, pois o mesmo pode estar apresentando hipotermia, pois encontra-se com cianose, pele fria, pegajosa e hipocorada. Caso Clínico 2 IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE: TYG, 34 anos, gênero feminino, solteira, possui um filho de 4 anos, encarregada de limpeza de um hospital público. HISTÓRIA DA DOENÇA PREGRESSA: Diabética tipo I em uso de insulina regular e NPH; hipertensa controlada há 2 anos em uso de hidroclorotiazida 12, 5 mg com valsartana 80 mg; trombose venosa profunda em MID – veia femoral há aproximadamente 3 anos. HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL: Iniciou sintomas de coriza, espirro, ardência na nasofaringe, febre baixa, cefaléia, náusea e vômito, há aproximadamente 7 dias. EVOLUÇÃO: foi atendida no centro de triagem para COVID-19 há aproximadamente 4 dias atrás, com sintoma gripal leve. Retornou à unidade chocada, PA: 80 x 40 mmHg; FC: 120 bmp com dispnéia, cianose de extremidades, batendo asa de nariz, febril (Temp Trans-dérmica: 38,2°C); oligúrica; ao ser monitorizada, verificou-se queda da saturação sendo necessário realizar a intubação orotraqueal – IOT e posteriormente adaptado à VM com PEEP incial de 17; Realizado monitorização hemodinâmica invasiva e não-invasiva. Colocado o paciente em pronação com melhora na mecânica respiratória. Em uso de noradrenalina 3 ml/h em bomba de infusão contínua, dipirona 1 ampola EV de 6/6h; controle hídrico rigoroso. Realizado sondagem vesical de demora; punção de acesso venoso profundo em veia subclávia direita; Teste rápido para COVID-19 com resultado de IgM positivo e IgG negativo; RT-PCR (Swab) reagente para SARSCOV2. RESPONDA AS QUESTÕES ABAIXO: A. Defina todos os termos técnicos que se encontram sublinhados no texto. Resp. Cefaleia: termo para dor de cabeça. Náusea: é uma sensação desagradável e difusa de desconforto e mal- estar, que em muitos casos se manifesta por vontade em vomitar. PEEP: significa pressão positiva expiratória final. Oliguria: é uma sensação desagradável e difusa de desconforto e mal- estar, que em muitos casos se manifesta por vontade em vomitar. Pronação: movimento que gere ou que seja uma "torção" ou "rotação". Controle Hídrico: é a monitoração detalhada de volume de líquidos que são administrados e eliminados do organismo do paciente em 24horas. Sondagem Vesical: é o termo utilizado para a técnica que introduz uma sonda foley através da uretra, ate a bexiga para esvaziamento da mesma. IgM: é o primeiro anticorpo a ser produzido quando há uma infecção, sendo considerado um marcador de fase aguda da infecção. IgG: paciente teve infecção anterior, com pelo menos 3 semanas, e está possivelmente imunizado Ig é a sigla para imunoglobulina. RT-PCR: Este processo nos permite saber quanto um gene ou o material genético de um vírus ou patógeno dentro da célula está sendo produzido. SARSCOV2: Coronavírus é uma família de vírus que causam infecções respiratórias. Atualmente, seu nome está sendo associado à pandemia de um novo coronavírus, chamado pelas autoridades de SARS-CoV-2, que causa a doença COVID-19. B. Que tipos de distúrbios hemodinâmicos podemos citar neste caso? Resp: Hipotensão, taquicardia e febre. C. Que parâmetros hemodinâmicos não invasivos foram verificados neste caso clínico? Justifique sua resposta, considerando a fisiopatologia das doenças trazidas nesse caso clínico e eventos que podem ocorrer. Resp: Pressão arterial, devido a constatação de hipotensão, batimentos cardíacos, pois o cliente apresenta uma taquicardia. Temperatura, pois o cliente apresenta hipertermia. Através desse parâmetros o cliente pode apresentar uma PCR ou um quadro convulsivo, caso não seja revertido e monitorizados esses sinais. D. Como vocês procederiam a monitorização hemodinâmica não-invasiva e invasiva (se realmente for indicada) neste paciente e quais os parâmetros vitais que você iria monitorizar? Resp.: Na minha opinião o cliente necessita da instalação de um cateter de PAI, para melhor controle da pressão arterial, além de apresentar hipotensão, ele também está fazendo uso de noradrenalina para aumento dessa pressão, então se faz de grande importância a instalação de um cateter para monitorização da pressão arterial. Monitorização da saturação, temperatura e batimentos por minuto. E. Informe por que a posição de prona é considerada benéfica para esses pacientes com COVID-19 e como deve ser realizada a monitorização hemodinâmica deles. Resp: Melhora os parâmetros respiratórios, devido a facilitação de abertura dos alvéolos pulmonares. Na posição supina no cliente acometido pela covid- 19 o cliente não consegue ter essa abertura alveolar. A monitorização se dá com a cardioscopia sendo instala na região dorsal do paciente e os outros sinais são avaliados de forma normal.
Compartilhar