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PSICOLOGIA ESCOLAR
Apresentando a Psicologia Escolar na Perspectiva Crítica
Concepções de crianças:
- Criança anormal: concepção de que tem um modelo de crianças que aprendem (criança normal), sendo inverso a criança anormal.
- Criança problema: criança que sai de um padrão esperado, é a criança que questiona.
- Criança carente culturalmente
- Criança com distúrbios de aprendizagem
*Criança padrão: aquela criança que absorve o que escuta e não faz questionamentos, o inverso seria a criança problema.
Por que a criança não aprende?
- Procedimentos diagnósticos tradicionais dos problemas de aprendizagem:
· Testes psicológicos
· Psicodiagnóstico clínico
· Exames neurológicos/imagens/questionários
- Tratamentos oferecidos para as crianças com problemas de aprendizagem:
· Psicoterapia e orientação familiar
· Educação especial
· Medicamentos
· Educação compensatória, estimulação precoce.
Queixa escolar:
- Encaminhamentos que chegam à Psicologia e que são expressão das dificuldades vividas no interior do processo de escolarização.
- Queixa escolar é constituída pelo conjunto de relações e práticas individuais, sociais, institucionais.
- Esta concepção busca romper com modelos clássicos da Psicologia.
- Foco na análise está no processo de escolarização e em como as apropriações do conhecimento, da aprendizagem e do desenvolvimento ocorrem.
Fatores que constituem o processo de escolarização:
- Políticas educacionais
- Relações escolares
- Relações institucionais
- Aspectos pedagógicos
Transformação da pergunta sobre as dificuldades escolares:
	De: “por que a criança não aprende?”
	Para: “o que acontece no processo de escolarização que faz com que esta criança não se beneficie da escola?”
Dois procedimentos em psicologia:
- Perspectiva clássica e tradicional: “aluno problema”.
- Perspectiva crítica: rede de relações que produz a queixa escolar.
Medicalização na Educação
O que é medicalização?
- A indústria farmacêutica investe mais em marketing do que em pesquisa e desenvolvimento.
- Hoje em dia existem medicamentos que lidam com as questões mais diversas do ser humano.
- Será que todas as questões humanas precisam de uma resposta medicamentosa?
- “Processo por meio do qual as questões da vida social – complexas, multifatoriais e marcadas pela cultura e pelo tempo histórico – são reduzidas a um tipo de racionalidade que vincula artificialmente a dificuldade de adaptação as normas sociais a determinismos orgânicos, que se expressariam no adoecimento do indivíduo”
- A definição das dificuldades escolares como “transtornos” acalma o mal-estar de famílias e profissionais de saúde e educação frente a uma série de dilemas sociais.
- Concepções equivocadas sobre doença mental.
- Epidemia de diagnóstico.
- Racionalidade individualista: uma sociedade onde as pessoas pensam mais em si mesmas.
- Reducionismo biológico: a sociedade se organiza a partir do eixo biológico, as pessoas não costumam questionar seus médicos, pois questionar é sair do reducionismo biológico.
- Naturalização dos aspectos sociais: rapidamente traduz determinado comportamento com algum diagnóstico.
A medicalização na educação:
- Ideologia de explicação do fracasso escolar pela via da patoligização dos indivíduos.
- Localiza nele a dificuldade advinda de uma política educacional falha.
Escola – esfera micro:
- Boletins
- Invasão do “discurso do especialista”
- Individualização da queixa e encaminhamentos.
Da educação para a saúde:
- Diagnóstico estigmatizantes
- Ignoram a história do processo de escolarização do sujeito
- Profissionais de saúde reforçam ou deixam de problematizar a situação da escola
- Necessário incremento na formação do profissional de saúde que ampliem o olhar.
Questões relativas às famílias:
- Muitas vezes, problemas familiares aparecem como justificativas de supostos comportamentos sociais desviantes por parte de crianças e adolescentes.
O TDAH;
- Forte presença em âmbito escolar, é um transtorno muito discutido quando se fala em medicalização.
- O TDAH sendo hipoteticamente causado por uma “disfunção cerebral mínima”, depende fortemente de relatos dos pais e professores para ser diagnosticado.
- Não existem exames laboratoriais confiáveis.
O que é judicialização da educação?
Definição:
- Conflitos educacionais que ocorrem no cotidiano da escola que são mediadas pela justiça.
Causas:
- Fragilidade no diálogo dentro da escola entre equipe gestora, professoras, alunos e suas famílias. Fragilidade na busca efetiva de soluções coletivas para os problemas escolares.
Alternativas:
- Gestores escolares conheçam a legislação e promovam formação deste assunto, objetivando lembrar que o ensino democrático deve ser constitutivo do projeto político/pedagógico da escola.
Avaliação Psicológica na Escola em uma Perspectiva Crítica
Avaliação psicológica tradicional na escola:
- No módulo clássico tradicional o objeto de análise é a criança, nesse sentido busca-se compreender o que ela tem, o problema está na criança, nas suas relações familiares, no seu mundo interno.
- Os procedimentos diagnósticos em psicologia seguem usualmente uma perspectiva tradicional na avaliação psicológica e o resultado é a atribuição de um laudo que apresenta uma deficiência, distúrbio, patologia no aluno e suas consequências podem variar, de acordo com a “classe social” do aluno.
- A produção de laudos psicológicos apresenta diagnósticos reducionistas, com uma avaliação no plano do indivíduo e de sua família – produzem estigmas e justificam a exclusão escolar, reduzindo os alunos a “portadores” de direitos, anormalidades.
- Os testes psicológicos resultam em um “psicologismo” que pressupõe que a dificuldade de aprendizagem e de adaptação escolar decorrem de distúrbios físicos ou psíquicos encerrados no próprio aluno. São instrumentos ideológicos criados como forma de controle social e patologização social.
Avaliação psicológica em uma perspectiva crítica:
- É importante ao fazer a avaliação psicológica, incluir todos os elementos ampliando assim o espectro de causas para aquilo que pretendemos avaliar. Investigar a rede de relação e de práticas cotidianas produtoras do fracasso escolar – relações institucionais, relação professor aluno, procedimentos didáticos, relacionamento entre os alunos, a história escolar do aluno, professora sobrecarregada e mal remuneradas etc.
- Na perspectiva crítica o objeto de análise passa a ser o contexto das relações que produzem o fenômeno (não aprender) o objeto do nosso trabalho será intervir no processo de produção da queixa escolar para rompê-lo.
- Devemos ter cuidado com a avaliação, cuidado em não estigmatizar, compromisso ético-político, olhar não reducionista, olhar não patologizante, humanizar o humano, não classificação do aluno, cuidado ao medicalizar para cuidar da diferença, cuidado ao compreender as características de personalidade como transtorno.
- Necessária a reinvenção da avaliação psicológica.
Atendimento Psicológico a Queixa:
Lacunas:
- É preciso desenvolver abordagem que superasse as dificuldades das práticas tradicionais, que se fundam numa concepção de indivíduo abstrato-genérico, desconsiderando seus pertencimentos sociais para além do grupo familiar.
- É preciso incluir a escola na investigação e na intervenção.
- É preciso, ainda, ter um olhar para as pertenças sociais (camada socioeconômica, grupo étnico e religioso, por exemplo) dos envolvidos e os desdobramentos disto na vida e trajetória escolar da criança ou adolescente atendido.
Alguns funcionamentos do sistema escola que produzem dificuldades e sofrimentos:
Dos órgãos centrais:
- Burocracia criando rupturas no vínculo professor-classe.
- Políticas públicas implantadas de maneira autoritária e desorganizada.
Das unidades escolares:
- Ausência de espaços sistemáticos e organizados de reflexão.
- Ausência de projeto político-pedagógico da escola.
- Falta de apoio e orientação.
- Saber desconsiderado.
Da relação escola-pais:
- Exclusão de decisão sobre seus filhos.
- Alvo de mitos e preconceitos.
- Tratados como usuários de favores X sujeitos de direitos.Da sala de aula:
- Homogeneidade como princípio de trabalho pedagógico.
- Pedagogia repetitiva e desinteressante.
- Encaminhamentos e especialistas.
O que é orientação a queixa escolar:
- Trata-se de uma abordagem que parte de uma determinada concepção da natureza e da gênese da queixa escolar, ou seja, aquela que tem, em seu centro, o processo de escolarização.
- Trata—se de construir/fortalecer a rede de relações que tem como personagens principais, via de regra, a criança/adolescente, sua escola e sua família.
Objetivo da orientação à queixa escolar:
- O objetivo é conquistar uma movimentação nesta rede dinâmica que se direcione no sentido do desenvolvimento de todos os seus participantes – dai a contraposição às práticas adaptacionistas, que entendem a superação da queixa escolar como uma mudança apenas da criança/adolescente “portadora da queixa”, abrangendo também sua família, mas deixando intocada a Escola.
- Nessa concepção, uma criança que se rebela contra aulas sem sentido, autoritarismo e atos de humilhação, mostrando-se agressiva e aprendendo pouco os conteúdos pedagógicos que lhe são impostos nestas condições, é frequentemente considerada responsável por suas atitudes de recusa e meta de seus atendimentos é sua adaptação/submissão.
Princípios para o trabalho em orientação à queixa escola:
- Colher e problematizar as versões de cada participante da rede (criança, família e escola).
- Promover a circulação de informações e reflexões pertinentes e integração ou confronto das mesmas dentro desta rede, propiciando releituras e buscando soluções conjuntamente;
- Identificar, mobilizar e fortalecer as potências contidas nesta rede, de modo a que esta passe a movimentar-se no sentido da superação da situação produtora da queixa.
- Cuidar/potencializar as relações entre os participantes da rede.
- Atenção à singularidadem não há procedimentos padronizados.
- Breve, porque o objetivo não é passar a integrar a rede de apoio da criança, mas sim até a superação da configuração na qual a queixa emergiu.
- É foca, porque si centra na queixa escolar. Isto não significa que nos restrinjamos apenas àquilo que diz respeito diretamente a ela, mesmo porque uma abordagem assim restrita, não daria conta do objeto.
- Consideramos um campo bastante amplo de investigação/intervenção, porém com o olhar voltado principalmente para as relações dos conteúdos emergentes com tal queixa, a partir da busca pela compreensão da mensagem que a queixa comunica.
Postura profissional: orientação à queixa escolar:
- Pretende buscar a autonomia, permitindo que os participantes sejam capazes de assumirem sua própria história.
Estrutura geral da orientação à queixa escolar:
1º Triagem de orientação;
2º Encontro com as crianças ou adolescentes;
3º Interlocução com a escola;
4º Entrevista de fechamento;
5º Acompanhamento
Atuação do Psicólogo nas Dificuldades de Comportamento e as Políticas Públicas em Educação
As referências técnicas para a atuação de psicólogas na educação básica:
- Não se pode compreender a Educação sem inseri-la no contexto das políticas econômicas, das políticas públicas, e das políticas sociais, que lhe dão suporte, sendo fundamental um cuidado especial para que essas terminologias não sejam incorporadas ao cotidiano de trabalho profissional, em diferentes campos, sem serem bem compreendidos, analisadas e debatidas.
- A construção de um projeto político-pedagógico emancipador com a comunidade e todos os profissionais da escola é um desafio do trabalho que se inicia pela construção de um campo de escolhas compartilhado, A prática participativa deve ser gradativamente apropriada pelos profissionais da escola, pela comunidade, pelas famílias e crianças.
Pontos de atenção:
1.Almejamos a construção de um conhecimento científico crítico, cuja relação teoria e prática seja indissociável e que se comprometa e se responsabilize, social e politicamente, com a democratização da sociedade, visando a responder às questões que afetam diariamente a vida das pessoas: exclusão social, violências, discriminação, intolerância, desigualdade, dentre outras.
2.Almejamos um projeto educacional que vise a coletivizar práticas de formação e de qualidade para todos; que lute pela valorização do trabalho do professor e constitua relações escolares democráticas, que enfrente os processos de medicalização, patologização e judicialização da cida de educadores e estudantes; que lute por políticas públicas que possibilitem o desenvolvimento de todos e todas, trabalhando na direção da superação dos processos de exclusão e estigmatização social.
3.Na perspectiva ético-política, se faz necessário demarcar posicionamento em defesa da não neutralidade da educação, da valorização e autonomia docente, sore relações de gênero, sexualidade e relações étnico-raciais, afirmando as contribuições do trabalho de violências, tais como o machismo, a LGBTfobia, o racismo, sexismo.
4.É necessário que as/os profissionais da psicologia se envolvam também no controle social das políticas públicas de educação como, participando dos conselhos municipais e estaduais, visando a garantia dos recursos fundamentais para o direito a uma educação de qualidade.
- Pesquisas tem mostrado algumas dificuldades que precisam ser enfrentadas principalmente à implantação de políticas públicas em educação, tais como:
a) Manutenção de formas hierarquizadas e pouco democráticas de implementação das políticas educacionais;
b) Desconsideração da história profissional e política daqueles que fazem o dia a dia da escola;
c) Implantação de políticas educacionais sem a necessária articulação com a devida infraestrutura para sua real efetivação;
d) Manutenção de concepções preconceituosas a respeito de estudantes e suas famílias, oriundos das classes populares;
e) Dificuldades de serem criados espaços de debates sobre as reais finalidades das políticas educacionais implementadas;
f) Implantação tecnicista da política leva à alienação do trabalho pedagógico.
Possibilidades de atuação do psicólogo na educação básica:
- O psicólogo no contexto educativo, ao conhecer as múltiplas determinações da atividade educacional, pode focar mais adequadamente determinadas áreas de intervenção e desenvolver um trabalho envolvendo toda a comunidade escolar (professores, pais, funcionários, estudantes).
- Qualquer trabalho realizado com um desses segmentos deve ter como princípio a coletividade, visando ao bem de todos e todas.
- O documento apresenta as principais áreas em que os profissionais centram suas práticas, a saber:
	1. O psicólogo e o projeto político-pedagógico;
	2. A intervenção no processo de ensino-aprendizagem;
	3. O trabalho na formação de educadores;
	4. Na educação inclusiva, e
	5. Com grupos de alunos.
Desafios para a prática da psicóloga:
- São 9 desafios:
- Compor com a equipe escolar, a elaboração implementação e avaliação do Projeto Político Pedagógico da Escola e, a partir dele, construir seu projeto de atuação, como um profissional inserido e implicado no campo educacional;
- Problematizar o cotidiano escolar, colaborando na construção coletiva do projeto de formação em serviço, no qual professores possam planejar e compor ações continuadas;
- Construir, com a equipe da escola, estratégias de ensino aprendizagem, considerando os desafios da contemporaneidade e as necessidades da comunidade onde a escola está inserida;
- Considerar a dimensão de produção da subjetividade, sem reduzi-la a uma perspectiva individualizante, afastando-se do modelo clínico-assistêncial;
- Valorizar a potencializar a construção de saberes, nos diferentes espações educacionais, considerando a diversidade cultural das instituições e seu entorno para subsidiar a prática profissional;
- Buscar conhecimentos técnico-científico da Psicologia e da Educação, em sua dimensão ética para sustentar uma atuação potencializadora;
- Produzir deslocamento do lugar tradicional da psicóloga no sentido de desenvolver práticas coletivas que possam acolher as tensões, buscando novas saídas para os deságios da formação entreeducadores e educandos;
- Romper com a patoligização, medicalização e judicialização das práticas educacionais nas situações me que as demandas por diagnósticos fortalecem a produção do distúrbio/transtorno, da criminalização e da exclusão.
- Formar profissionais críticos para se dedicarem a este campo de atuação.
Alguns aspectos importantes para as intervenções em psicologia escolar:
- Compreensão das práticas cotidianas que constroem a rotina escolar;
- Consideração da escola como um lugar privilegiado de convivência e inserção social;
- Atenção à complexidade social, pedagógica e institucional em que são produzidas as problemáticas;
- Valorização dos professores como agentes principais no processo educacional;
- Ênfase da produção inventiva dos estudantes e dos professores;
- Participação nas análises e construção das estratégias ético-políticas-pedagógicas que são utilizadas nas escolas;
- Construir conhecimentos e práticas que venham acolher a diversidade, as expressões do humano, dos jovens, crianças e adultos.
- A finalidade da atuação do psicólogo na educação deve se pautar no compromisso com a luta por uma escola democrática, de qualidade, que garanta os direitos de cidadania a crianças, jovens e profissionais da Educação.
- Esse compromisso é político e envolve a construção de uma escola participativa que possa se apropriar dos conflitos nela existentes por meio da implicação de todos os seus atores.
Atuação Diante das Dificuldades de Aquisição da Língua Escrita e Plíticas Públicas em Educação
Dificuldades de aprendizagem:
- Estrategicamente desvia-se a atenção dos problemas político-sociais que estão por trás das dificuldades no aprender apresentadas pelos alunos, reduzindo-as a um problema individual, do aluno e de sua família, e, pior, alimentam a ilusão de que com remédios comprados na farmácia poder-se-iam resolver esses problemas.
- Aprender realmente a ler e escrever continua a ser privilégio de alguns alunos e não de outros.
- Ainda que se observem avanços, as dificuldades historicamente construídas que emperram o sistema de ensino brasileiro decorrem de políticas públicas insuficientes para dar o suporte que possibilitasse à população suprir séculos de analfabetismo.
O que estaria dificultando ou impedindo a aprendizagem escolar?
Com relação as condições sociais fora da escola:
- São causas possíveis os conflitos familiares que desestabilizam emocionalmente a criança; seus pais trabalhadores, que chegam exaustos em casa e não tem forças par ver suas lições; a criança ficar na rua todo o tempo em que não está na escola, não fazer a lição e ninguém estar disponível para conferir; a criança estar em uma família que subsiste por meio do tráfico de drogas e/ou furtos ou roubos e que não valoriza o estudo; na medida em que sobrevive prescindindo de um emprego oficial; os pais serem extremamente rígidos, não reconhecerem o que a criança faz; ou omissos, deixando-a fazer o que quiser. Ou, ainda, os pais serem até preocupados, mas não saberem como lidar com essa criança que quer tudo e acha que pode tudo, faltando-lhes firmeza, a qual talvez decorrente da segurança de saberem que estão agindo como deveriam; ou a miséria é tão grande que os problemas na escola são vividos como mínimos, frente às grandes tragédias do cotidiano: filhos presos, falta de comida à mesa...
Com relação às condições na escola:
- Entre os fatores que dificultam a aprendizagem podem-se citar: instalações inadequadas, mudanças frequentes de professores, professores desmotivados, com baixos salários, desatualizados, que dão aula por falta de opção profissional.
- A busca por possíveis causas fora da escola para explicar a não aprendizagem, isto é, a dificuldade do professor e a escola se autoavaliarem, indagando o que poderiam fazer para ajudar essa criança.
Com relação à criança:
- Podem-se observar doenças frequentes e consequente falta às aulas, desinteresse, agitação excessiva, incidentes disciplinares, defasagem no processo de escolarização.
- Deficiência mental ou em algum órgão de sentido, não corrigida (visão ou audição), situações de violência escolar, embora esses casos tecnicamente não se classifiquem como dificuldade de aprendizagem.
- Apesar da hipótese de qualquer um ou mais de um desses fatores estar acarretando a dificuldade de aprendizagem, geralmente, na escola, ao invés de refletir sobre esse conjunto e, além dele, sobre as ações que se “insiram em um movimento mais amplo de luta pela transformação da sociedade”, essas possíveis causas são restringidas a uma: a culpa é atribuída a criança.
- As pesquisas revelam que, quando convenientemente ensinas, todas as crianças podem aprender. Entretanto, além do empenho em ensinar, algumas precisarão de mais tempo para isso.
Então, qual é o caminho?
- Ao professor buscar maneiras de ensinar, lutar por menos alunos em sala de aula, melhores condições para o desenvolvimento do trabalho docente, por políticas públicas que possibilitem à escola cumprir com sua função social, no sentido de garantir que as crianças que ela acolhe de fato se apropriem dos conhecimentos historicamente acumulados.
- É o momento de uma revisão estrutural do sistema educacional para compreendermos tantos casos de crianças que permanecem anos na escola e permanecem analfabetas.
- Ter as crianças na escola foi um avanço. Agora, a luta é mantê-las e ensiná-las, e provavelmente todas não vão aprender os mesmos conteúdos ao mesmo tempo.
- Portanto, é necessário que se reflita como a escola pode dar ao aluno, o tempo e as demais condições que ele necessita aprender.
Psicologia escolar e dificuldades de aquisição da língua escrita:
- Dificuldades na analfabetização é a queixa escolar com maior incidência que chega aos psicólogos, porque está associada a um problema psicológico.
- A má alfabetização é produzida nas relações escolares. O atendimento psicológico não pode estar a serviço da ocultação de funcionamentos escolares insatisfatórios ou danosos, por meio de psicologização das dificuldades de alfabetização e outras de origem escolar.
- O analfabetismo é um fator de exclusão social, limita a inserção no mercado de trabalho, ao acesso a informações, pode levar a risco e vulnerabilidade social. Pode levar ao sofrimento psíquico.
Trabalhando com crianças e jovens:
- Acompanhá-las e oferecer-lhes um ambiente acolhedor e de confiança, para a retomada de um desenvolvimento de que a própria criança é um dos agentes.
- É fundamental ao psicólogo ter noções básicas sobre a natureza da escrita enquanto objeto de conhecimento, assim como noções sobre o processo cognitivo do sujeito em contato com o conhecimento da escrita. 
- Estudar a Psicogênese da Língua Escrita, assim como vimos estudando a aquisição das noções de número, velocidade e massa, a evolução da figura humana e outros processos de desenvolvimento do universo cognitivo, impõe-se como parte da formação do(a) psicólogo(a) que hoje atende crianças e jovens com queixas escolares. (Souza, 2019, p. 142).
Emilia Ferreiro:
- Emilia Ferreiro desvendou os mecanismos pelos quais as crianças aprendem a ler e escrever, o que levou os educadores a rever radicalmente os seus métodos.
- Emilia Ferreiro não apresenta um método pedagógico, descreve os processos de aprendizado de crianças na alfabetização, levando a conclusões que puseram em questão os métodos tradicionais de ensino da leitura e da escrita – a cartilha (aprendizagem pela imagem). 
- É questionada a prontidão para a alfabetização, por meio de avaliações de percepção (capacidade de discriminar sons e sinais, por exemplo) e de motricidade (coordenação, orientação espacial etc.).

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