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Ameloblastoma: Tumor Odontogênico

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AMELOBLASTOMA 
 
 O ameloblastoma é o tumor odontogênico clinicamente significativo mais 
comum 
 
 Sua frequência relativa se iguala à frequência combinada de todos os outros 
tumores odontogênicos, excluindo os odontomas 
 
 Os ameloblastomas são tumores de origem epitelial odontogênica 
 
 Teoricamente, eles podem surgir dos restos da lâmina dentária, de um órgão 
do esmalte em desenvolvimento, do revestimento epitelial de um cisto 
odontogênico, ou das células basais da mucosa oral 
 
 Os ameloblastomas são tumores de crescimento lento, localmente invasivos, 
que apresentam um curso benigno na maior parte dos casos 
 
 Eles ocorrem em três diferentes situações clinicorradiográficas, que merecem 
ser consideradas separadamente devido às considerações terapêuticas e ao 
prognóstico diferentes. 
 
1. Sólido convencional ou multicístico (cerca de 86% de todos os casos) 
2. Unicístico (cerca de 13% de todos os casos) 
3. Periférico (extraósseo) (cerca de 1% de todos os casos) 
 
AMELOBLASTOMA SÓLIDO 
 
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS 
 
 O ameloblastoma sólido convencional ou multicístico intraósseo é encontrado 
em pacientes com ampla variação etária 
 
 É raro em crianças com menos de 10 anos e relativamente incomum no grupo 
de 10 a 19 anos. 
 
 O tumor mostra prevalência aproximadamente igual na terceira e sétima 
décadas de vida 
 
 Não há predileção significativa por gênero 
 
 Alguns estudos indicam uma maior frequência em negros; outros não mostram 
predileção racial 
 
 Cerca de 80% a 85% dos ameloblastomas convencionais ocorrem na 
mandíbula, mais frequentemente na região de ramo e corpo de mandíbula 
 
 Cerca de 15% a 20% dos ameloblastomas ocorrem na maxila, geralmente nas 
regiões posteriores 
 
 O tumor frequentemente é assintomático e lesões menores são detectadas 
somente durante o exame radiográfico 
 
 A apresentação clínica usual é de uma tumefação indolor ou expansão dos 
ossos gnáticos 
 
 Se não for tratada, então a lesão pode crescer lentamente até atingir 
proporções grandes ou grotescas 
 
 A dor e a parestesia são incomuns, mesmo nos tumores grandes. 
 
 
 
CARACTERÍSTICAS RADIOGRÁFICAS 
 
 
 A característica radiográfica mais típica é aquela de uma lesão radiolúcida 
multilocular 
 
 O aspecto radiográfico da lesão é frequentemente descrito como em “bolhas 
de sabão” (quando as loculações radiolúcidas são grandes) ou como “em favos 
de mel” (quando as loculações são pequenas) 
 
 A expansão vestibular e lingual das corticais geralmente está presente 
 
 A reabsorção das raízes dos dentes adjacentes ao tumor é comum 
 
 Em muitos casos, um dente não erupcionado, mais frequentemente um 
terceiro molar inferior, está associado ao defeito radiolúcido 
PADRÕES HISTOLÓGICOS 
 
 Os padrões folicular e plexiforme são os mais comuns. Padrões 
histopatológicos menos comuns incluem os tipos acantomatoso, de células 
granulares, desmoplásico e de células basais. 
 
PADRÃO FOLICULAR 
 
 Ninhos e ilhas tumorais que lembram o órgão do esmalte 
 Células colunares com polaridade invertida (periférica) 
 Células frouxamento dispostas reticulo estrelado (Centro) 
 Degeneração cística 
 
 
 
 
 
PADRÃO PLEXIFORME 
 
 Longos cordões, anastomosados 
 Raras formações císticas e quando presentes, no 
estroma 
 Estroma arranjado frouxamente 
 
 
 
PADRÃO ACANTOMATOSO 
 
 Metaplasia escamosa extensiva 
 Frequente formação de ceratina na região central do 
padrão folicular 
 Pode confundir com CEC 
 
 
 
PADRÃO DESMOPLÁSICO 
 
 
 Pequenas ilhas e cordões do epitélio odontogênico 
 Estroma densamente colageinizado 
 Associado a grande expressão de fatores de crescimento 
 Clinicamente, predileção pela região anterior da maxila 
 
 
 
TRATAMENTO 
 
 O tratamento varia desde uma simples enucleação seguida por curetagem até a 
ressecção em bloco 
 Enucleação + Osteoctomia – Ressecção em bloco 
 Localmente invasivos – Necessita de margem 
 Recidiva até 15% 
 
AMELOBLASTOMA UNICISTICO 
 
 
EPIDEMIOLOGIA 
 
 Prevalência: 10-46% de todos os ameloblastomas 
 Pacientes jovens: 2° década de vida 
 Crescimento lento e assintomático 
 Região mais comum: Posterior da mandíbula 
 A lesão é frequentemente assintomática, apesar de grandes lesões poderem 
causar um aumento de volume indolor nos ossos gnáticos. 
 Diagnóstico diferencial: cisto dentígero 
 
CARACTERÍSTICAS RADIOGRÁFICAS 
 
 Em muitos pacientes, essa lesão aparece tipicamente como uma imagem 
radiolúcida circunscrita que envolve a coroa de um terceiro molar inferior não 
erupcionado, lembrando, clinicamente, um cisto dentígero 
 
 Outros tumores se apresentam simplesmente como uma área radiolúcida bem 
demarcada e são geralmente considerados como sendo um cisto primordial, 
radicular ou residual 
 
 Em alguns casos, a área radiolúcida pode apresentar margens festonadas, mas 
ainda assim é um ameloblastoma unicístico 
 
 É discutível se um ameloblastoma unicístico pode se apresentar 
radiograficamente como uma lesão verdadeiramente multilocular 
 
 O aspecto cirúrgico pode também sugerir que a lesão em questão seja um 
cisto, e o diagnóstico de ameloblastoma somente será feito após estudo 
microscópico do espécime. 
 
 
Características Histológicas 
 
 
 
*Mais agressivo 
 
PADRÃO LUMINAL 
 
 Parede cística fibrosa 
 Revestida com epitélio ameloblastico 
 Camada basal com células colunares/cúbicas com núcleo hipercromatico, com 
polaridade reversa e vacuolização citoplástica basilar 
 Células epiteliais sobrejacentes semelhantes ao reticulo estrelado 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PADRÃO INTRALUMINAL 
 
 Projeção de nódulos de ameloblastoma em direção ao lúmen cístico 
 Associado a inflamação 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PADRÃO MURAL 
 
 Infiltração pode variar em extensão e profundidade 
 Padrão mais agressivo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TRATAMENTO 
 
 Excisão cirúrgica simples – Chance de recidiva 
 Enucleação + osteotomia 
 Marsupialização + enucleação e osteotomia 
 
AMELOBLASTOMA PERIFÉRICO 
 Prevalência: Lesão rara 
 Localização: gengiva 
 Indistinguível de um granuloma piogênico/ LPCG 
 Pacientes de meia idade: 50 anos de idade 
 Crescimento lento e assintomático 
 Erosão do osso subjacente 
 Histopatológico: Semelhante ao ameloblastomas sólido folicular ou plexiforme 
 
TRATAMENTO 
 
 Excisão cirúrgica simples 
 Recidiva 25-20%

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