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Patologia bucal Tumores odontogênicos Tumores odontogênicos O que são? Os tumores odontogênicos compreendem um grupo complexo de lesões de diversos tipos histopatológicos e comportamentos clínicos que apresentam uma origem histológica em comum, os tecidos odontogênicos. Tumor odontogênico Adenomatóide O que é? Tumor relativamente pequeno, raramente mede mais que 3cm em seu maior diâmetro, representa 3 a 7% dos tumores odontogênicos, sendo em grande parte limitados aos pacientes jovens (10 e 19 anos). Duas vezes mais encontrado em maxila do que mandíbula, tendo uma maior predileção por mulheres. Clinicamente Pode se apresentar como pequenos aumentos de volume sésseis na gengiva vestibular da maxila, não podendo ser clinicamente diferenciada de lesões fibrosas comuns na gengiva. São frequentemente assintomáticos Radiograficamente apresenta-se como uma lesão radiolúcida circunscrita, unilocular, que envolve a coroa de um dente não erupcionado (mais frquentemente o canino). A lesão pode ainda apresentar calcificações delicadas, chamadas calcificações em flocos de neve. (o que pode ser útil para diferenciá-lo de um cisto dentígero) Histopatológico é uma lesão bem definida, pois normalmente está envolvida por uma espessa cápsula fibrosa. Quando seccionado pode mostrar-se essencialmente sólida ou com alterações císticas. Envolvida por espessa cápsula fibrosa Células epiteliais fusiformes formando lençóis, cordões a aumentos de volume Células epiteliais semelhantes a rosetas ao redor de um espaço central Pequenos focos de calcificações podem ser visíveis TUMORES MAXILARES DE EPITÉLIO ODONTOGÊNICO AMELOBLASTOMA TUMOR ODONTOGÊNICO ADENOMATÓIDE MISTOS (EPITÉLIO ODONTOGÊNICO E ECTOMESENQUIMA) ODONTOMAS FIBROSSARCOMA AMELOBLÁSTICO ECTOMESENQUIMA MIXOMA CEMENTOBLASTOMA Tumores de epitélio odontogênico O que são? São tumores compostos por epitélio odontogênico sem a participação do ectomesênquima. Ameloblastoma O que é? É o tumor odontogênico clinicamente significativo mais comum, são tumores de origem epitelial. São tumores de origem epitelial odontogênica, em teoria surgem de restos da lâmina dentária, de um órgão do esmalte em desenvolvimento, do revestimento epitelial de um cisto odontogênico ou das células basais da mucosa oral. Clinicamente Apresenta crescimento lento, sendo localmente invasivos, apresentando curso benigno. O ameloblastoma está associado à diferentes padrões clínicos e radiográficos, que devem ser considerados separadamente por seus prognósticos e tratamentos. Ameloblastoma sólido Também chamado de ameloblastoma convencional ou multicístico intraósseo, sendo o tipo mais comum. Sólido 86% Unilocular ou unicístico 13% Periférico 1% Pode se apresentar unilocular Alguns estudos mostram predileção por pardos e negros. Ampla variação etária, sendo raro em crianças com menos de 10 anos e incomum entre os 10 e 19 anos. Lesão radiolúcida multilocular EPIDEMIOLOGIA Mais comum na terceira década de vida Sem predileção por sexo Feminino = Masculino 80 a 85% dos ameloblastomas convencionais ocorrem em mandíbula Mais prevalentes que em brancos 15 a 20% dos ameloblastomas convencionais ocorrem em maxila CLINICAMENTE ASSINTOMÁTICO TUMEFAÇÃO CLÍNICA INDOLOR EXPANSÃO DE OSSO GNÁTICOS QUANDO NÃO TRATADAS PODEM CRESCER LENTAMENTE E ATINGIR GRANDES DIMENSÕES RADIOGRAFICAMENTE Bolha de sabão– Grandes loculações ou Favos de mel- Pequenas loculações Expansão vestibular ou lingual das corticais ósseas Reabsorção da raiz de dentes adjacentes ao tumor UNILOCULAR ≠ UNICÍSTICO MULTILOCULAR ≠ MULTICÍSTICO FOLICULAR • Ninhos e ilhas epiteliais que lembram o órgão do esmalte • Células colunares com polaridade invertida (periferia) • Células frouxamente arranjadas (centro), semelhante ao retículo estrelado • Degneração cística PLEXIFORME • Cordões longos e anastomoses ou lençóis maiores de epitélio • Células colunares ou cubicas semelhantes a ameloblastos circundando células epiteliais frouxas • Formação cística é incomum nessa variante mas pode ocorrer por degeneração do estroma ACANTOMATOSO • Metaplasia escamosa extensiva, associada à formação de ceratina nas no centro das ilhas epiteliais. • Pode ser confundida histopatologicamente como CEC ou tumor odontogênico escamoso Ameloblastomas sólidos e multicísticos podem apresentar notáveis alterações císticas, podendo muitas vezes apresentar combinações destes dois Bolha de sabão Favos de mel Reabsorção da raiz em Lâmina de faca Apresentação Unilocular Desmoplásico predileção pela região anterior dos ossos gnáticos (principalmente em maxila) Aspecto radiográfico misto por metaplasia óssea PADRÕES ACANTOMATOSO C. GRANULARES DESMOPLÁSICO C. BASAIS Mais comuns FOLICULAR PLEXIFORME Folicular HISTOPATOLÓGICO Enucleação + curetagem Enucleação + Osteotomia- Ressecção em bloco Recidiva em até 15% dos casos Ameloblastoma unicístico Este ameloblastoma tem sido considerado separadamente com base em suas características clínicas, radiográficas e histopatológicas, representando 10 a 46% dos casos. C.GRANULARES • Células com citoplasma abundante, preenchido por granulos eosinofílicos • Quando há extensa alteração de células granulares nos ameloblastomachama- se de ameloblastoma de células granulares DESMOPLÁSICO • Contém pequenas ilhas e cordões de epitélio odontogênico em estroma colagenizado • Células periféricas colunares semelhantes a ameloblastos são vistas nas ilhas epiteliais C. BASAIS • Tipo menos comum de ameloblastoma • Ninhos de células basaloides uniformes • Semelhante ao carcinoma basocelular de pele • Sem retículo estrelado central • Células ao redor do ninho são cúbicas Regiões posteriores Folicular Plexiforme Acantomatoso C. Granulares Desmoplásico C. Basais TRATAMENTO E PROGNÓSTICO Mais frequente em pacientes jovens. 50% dos casos- 2ª década de vida EPIDEMIOLOGIA Idade média de 23 anos de (2ª década de vida) + de 90% dos ameloblastomas unicísticos ocorrem em mandíbula - de 10% dos ameloblastomas unicísticos ocorrem em maxila LUMINAL • Tumor confinado na superficie luminal do cisto • Parede cística fibrosa com revestimento total ou parcial por epitélio ameloblástico • No epitélio há camada de células colunares ou cúbicas com núcleo hipercromático e polaridade invertida • Células epiteliais sobrejacentes são frouxamente arranjadas, semelhante ao retículo estrelado INTRALUMINAL • Um ou mais nódulos de ameloblastomas se projetam do revestimento cístico para dentro do lúmen do cisto • Nódulos podem ser pequenos ou preencher grande partedo cisto, podendo lembrar a variante plexiforme do sólido • A inflamaçao quase sempre axompanha esta variante MURAL • Parede fibrosa do cisto é infiltrada por ameloblastoma típico folicular ou plexiforme • Extensão e profundidade podem variarCLINICAMENTE ASSINTOMÁTICO LESÕES GRANDES AUMENTO DE VOLUME INDOLOR LEMBRA UM CISTO DENTÍGERO UNILOCULAR ≠ UNICÍSTICO MULTILOCULAR ≠ MULTICÍSTICO Ainda discutível se pode apresentar-se como multilocular Lesão radiolúcida circunscrita RADIOGRAFICAMENTE Envolve a coroa de um Terceiro molar inferior- Pequenas loculações Pode apresentar margens festonadas Na área radiolúcida Ameloblastoma unicístico O ameloblastoma unicístico possui 3 variantes histopatológicas PADRÕES MURAL LUMINAL INTRALUMINAL HISTOPATOLÓGICO Luminal Intraluminal Enucleação cirúrgica simples- Chances de recidivas Enucleação + Osteotomia Marsupialização + Enucleação e Osteotomia Taxas de recidivas de 10 a 20% Ameloblastoma periférico ou extraósseo É uma lesão incomum, que surge provavelmente dos restos da lâmina dentária sobre a mucosa oral ou das células basais do epitélio de superfície. Enucleação Marsupialização + Enucleação Taxas de recidivas de 15 a 20% As chances de malignização são raras, mas têm sido relatados casos de malignização. O ameloblastoma periférico apresenta ilhas epiteliais que ocupam a lâmina própria sob o epitélio superficial Pode apresentar padrões intraósseos, sendo estes mais comuns Mural TRATAMENTO E PROGNÓSTICO INDOLOR NÃO ULCERADA SÉSSIL OU PEDUNCULADA ACOMETE MUCOSA GENGIVAL OU ALVEOLAR, LEMBRANDO FIBROMA OU GRANULOMA PIOGÊNICO CLINICAMENTE Geralmente são lesões relativamente pequenas Ampla variação etária, sendo a maioria observado em pessoas de meia idade EPIDEMIOLOGIA Idade média de 52 anos Mais comumente encontrados em mucosa gengival e alveolar posterior Correspondem à 1,5cm É uma lesão mais comum em mandíbula Lesões maiores já foram descritas EPITÉLIO EM PROLIFERAÇÃO PLEXIFORME FOLICULAR HISTOPATOLÓGICO TRATAMENTO E PROGNÓSTICO Tumores odontogênicos mistos O que são? Compostos por epitélio odontogênico em proliferação e um ectomesênquima que lembra a papila dentária Odontoma O que é? o tipo mais comum de tumores odontogênicos, são consideradas anomalias do desenvolvimento, em vez de neoplasias verdadeiras Em estágios mais desenvolvidos, consistem em esmalte e dentina com quantidades variáveis de polpa e cemento Em estágios precoce, apresentam-se como quantidades variáveis de epitélio odontogênico e ectomesênquima Pode ser subdivido em dois: Odontoma composto -> Múltiplas estruturas pequenas parecidas com dentes Odontoma complexo -> Massa conglomerada de esmalte e dentina, não parecida com um dente. Clinicamente mais comum nas duas primeiras décadas de vida, e o diagnóstico costuma ser feito aos 14 anos. A maioria das lesões é assintomática e descoberta em exame radiográfico de rotina. Relativamente pequenas e raramente ultrapassam o tamanho de um dente. São mais freqüentes em maxila. Radiograficamente o odontoma composto apresenta- se como coleção de estruturas semelhantes a dentes de diversos tamanhos e formas, cercados por zona radiolúcida. Ao passo que o odontoma complexo, se apresenta como aumento de volume calcificado, com radiodensidade de uma estrutura dentária, cercada por margem radiolúcida. Histopatológico o odontoma composto consiste em múltiplas estruturas lembrando dentes unirradiculres contidos em matriz fibrosa frouxa, podendo-se observar tecido pulpar na porção coronal e radicular. No odontoma complexo, há dentina tubular madura, com fendas ou estruturas ocas circulares, que costumavam conter esmalte que foi removido durante a descalcifcação. Células fantasmas epiteliais eosinofílicas podem ser vistas, podendo ser remanescente do epitélio odotogênico que sofreu ceratinização e morte celular por anoxia. Pode apresentar camada delgada de cemento na periferia. Mixoma O que é? Acredita-se que eles são originários do ectomesênquima odontogênica Clinicamente acomete mais adultos jovens, tendo uma ampla faixa de idade, variando entre 25 a 30 anos, não havendo uma predileção entre os sexos. Este tumor pode ser encontrado em qualquer região dos ossos gnáticos, sendo a mandíbula mais acometida que a maxila. Lesões menores podem ser assintomáticas, ao passo que as lesões maiores podem se apresentar como uma expansão indolor Odontoma composto Odontoma complexo Odontoma complexo localizada na região afetada. Em alguns casos o tumor pode apresentar um crescimento rápido, por acumulo de substância mixoide. Radiograficamente se apresenta como uma imagem radiolúcida, podendo ser uni ou multilocular. Esta lesão pode deslocar ou reabsorver os dentes na região do tumor. As margens da lesão são irregulares e festonadas, podendo ainda conter em seu interior trabéculas ósseas do osso residual. Grandes mixomas em mandíbula podem apresentar o aspecto de bolha de sabão Histopatológico é composto por células arranjadas de formato estrelado, fusiforme ou arredondado em um abundante estroma frouxo e mixoide, contendo fibras colágenas. Sua substância fundamental é composta por glicosaminoglicanos como ácido hialurônico e condroitina. Tratamento e prognóstico quando pequenos podem ser tratados através de curetagem, devendo ser feita uma cuidadosa reavaliação periódica por pelo menos 5 anos. No caso de lesões maiores é necessária a ressecção mais extensa, uma vez que os mixomas não são lesões encapsuladas e tendem a se infiltrar no osso adjacente. Raramente essas lesões se exibem com atipias celulares, no entanto, quando ocorrem, tendem a ser mais agressivas que os mixomas comuns, sendo chamadas e mixossarcomas ou mixomas odontogênicos malignos DIOS Bolha de sabão
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