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Prematuridade: Definição, Causas e Fatores de Risco

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PREMATURIDADE
DEFINIÇÃO E ETIOLOGIA
A prematuridade ou parto pré-termo é definido quando há o nascimento do feto entre 22 a 37 semanas de gestação, sendo que segundo a OMS, estima-se que uma gestação normal deve ocorrer em aproximadamente 40 semanas. 
Estima-se que 45% dos casos de Prematuridade ocorram com membranas integras, enquanto cerca de 30% sejam decorrentes do rompimento prematuro de membranas e 25% são opções médicas para evitar complicações durante a gestação. 
Lembrando que a prematuridade é um problema de saúde pública, sendo a causa principal de morte de crianças até os 5 anos de idade, sendo a principal causa de morte ainda de recém-nascido, de natimortos e de internações na UTI pós-parto. Mesmo com todos os avanços pré-natal, ainda não diminuiu o percentual de prematuridade durante os anos. 
Vale ressaltar que prematuridade ou pré-termo é definida exclusivamente com a idade gestacional do RN entre 22 e 37 semanas de gestação. Podendo ser classificada em três estágios de prematuridade: quando ocorre em menos que 28 semanas é denominada de prematuridade extrema, já quando ocorre entre 28 e 32 semanas é denominada de prematuridade grave ou moderada, e quando ocorre em 32 até 37 semanas é considerada tardia. Lembrando que conforme menor a idade gestacional, maiores são riscos de complicações no RN. 
Outros parâmetros são usados para caracterizar o RN, um deles é o PIG que relaciona o peso com a idade gestacional quando o RN se encontra abaixo do 10º percentil para IG e o baixo peso que relaciona exclusivamente o peso do RN menor que 2500 gramas é considerado baixo peso, menos que 1500 gramas é considerado muito baixo peso e menos que 1000 gramas é considerado extremo baixo peso. 
CAUSAS DA PREMATURIDADE
As principais causas de prematuridades são inúmeras com destaque para: Iatrogenia que consiste na realização da cesárea antes de completar as 38 semanas de gestação, seja por erro de cálculo médico como por opção médica ou da paciente. Lembrando que partos entre as 32 e 37 semanas de gestação são frequentes, correspondendo a cerca de 60% dos partos pré-termos. Muitos desses partos são realizados por opções médicas ou da gestante, porém o RN apresenta potencial para desenvolver complicações no trato respiratório, por exemplo. Tendo esses partos recebido atenção especial. 
Outra causa é a sobredistensão uterina seja por gestações múltiplas ou por polidramnia (muito líquido amniótico). 
Amniorrexe prematura seja ela primaria ou secundaria a outros elementos, ocorre quando há ruptura prematura da membrana do âmnio antes da iniciação do parto, sendo conhecida popularmente como “estouro da bolsa” antes do momento ideal do parto. 
Gestações de Alto Risco devido alterações endócrinas da gestante como casos de diabetes, além do aumento ainda da contratilidade uterina em excesso, forçando expulsão do RN. Lembrando que tabagistas, alcóolatras e pacientes com doenças crônicas, indicam fatores de risco e também são tratadas como gestações de alto risco. 
Hemorragias da segunda metade da gravidez em casos de placenta prévia, ou placenta de inserção baixa quando a placenta obstrui total ou parcialmente a saída do útero por onde o feto deveria passar na hora do parto e DPP. 
Casos de malformações uterinas como hipoplasia quando a paciente não apresenta formação uterina completa, ou apresenta defeitos de fusão entre o endométrio e placenta e até mesmo apresenta quadros de miomas. 
Incompetência cervical é causa da prematuridade devido ao cérvice não conseguir se manter fechado a fim de evitar que o feto e a placenta passem pela abertura uterina, em casos como esses são colocados uma espécie de grampos que mantem o cérvice fechado, sendo esse procedimento chamado de cerclagem. 
E por fim, quadros de infecções podem causar quadros de prematuridade devido a hipertermia no local levando a um aumento da cinética uterina, além de corioamnionite que leva a óbito fetal como Amniorrexe. Inúmeras doenças sexualmente transmissíveis podem causar rompimento da placenta e do âmnio como por exemplo a gonorreia. 
FATORES DE RISCO
O primeiro fator de risco é o estresse geralmente comum em mulheres solteiras, com menores condições sociais e econômicas, ansiedade, depressão e eventos da vida como separação, mortes. São inúmeras causas de estresse que é um dos principais fatores de risco que podem provocar a liberação de hormônios hipotalâmicos e contração uterina prematura. 
Outro fator de risco é a fadiga ocupacional relacionado as mulheres que possuem rotinas pesadas, muito tempo em pé, uso de maquinas industriais, esgotamento físico, além de mental e emocional. É por esse motivo que dizem que mulheres gravidas não podem fazer força ou sobrepeso. 
A distensão uterina excessiva, além de causa é também um fator de risco, decorrente de uma gestação múltipla, além de polidramnia e anomalias uterinas ou miomatose. 
Os fatores cervicais que possam indicar anomalias como a insuficiência cervical, decorrentes de uma história aborto de segundo trimestre, história de cirurgia cervical, além de dilatação ou apagamento prematuro do colo que mede menos de 3 cm entre as 18-24 semanas. Lembrando que tanto a dilatação do colo como o apagamento são comuns em trabalhos de parto, mas no caso da prematuridade, esses eventos ocorrem antes do tempo. 
Outros fatores como a presença de infecções como IST, infecções sistêmicas, bacteriurias são fatores de riscos por desencadearem respostas inflamatórias que podem levar ao rompimento da membrana, assim como determinados agentes etiológicos causam a Amniorrexe. 
Patologias placentárias como a placenta previa ou queda prematura da placenta que bloqueia a passagem uterina do feto, DPP e sangramento vaginal são indicativos ainda de fatores de riscos para ocorrência do parto prematuro. 
Outros fatores como traumas, drogas, tabagismo, uso de álcool, pré-natal inadequado, baixo nível educacional são fatores que podem tornar pacientes gestantes suscetíveis a ocorrência de um TPP, assim como desnutrição, fatores genéticos, histórico de partos prematuros ou abortos e a contratilidade uterina. 
Os fatores fetais são basicamente anomalias congênitas crescimento restrito do feto, e sexo masculino também são fatores de risco. Lembrando que os fatores de riscos são múltiplos para ocorrência de TPP e nem sempre está relacionado com uma causa especifica. 
FISIOPATOLOGIA
O parto pré-termo não apresenta o mesmo mecanismo que o parto ocorrido a termo, geralmente o PPT indica um estágio final de alguma doença ou anomalia multifatorial desencadeando alterações no sistema imune, hormonais e reações inflamatórias que atuam concomitantemente e sinergicamente na cavidade uterina. 
Existem mecanismos que podem desencadear o processo de contração uterina dentre elas a liberação de citocinas inflamatórias como o fator de necrose tumoral, a liberação de hormônios hipotalâmicos como o CRH e a ocitocina que ainda que presentes no trabalho de parto à termo, nesses casos são desencadeados por processos de estresse, assim como as modificações cervicais (insuficiência cervical por exemplo), quadros de isquemia placentária produzindo danos teciduais em casos de placenta insuficiente e casos de hemorragias causados por inflamações resultantes de infecções locais e liberação de prostaglandinas, além da formação de proteases decorrentes também inflamação no local, causado por inúmeros fatores, podem levar ao rompimento prematuro de membranas e ao PPT. 
QUADRO CLÍNICO
A atividade uterina segue um determinado padrão acordo com a idade gestacional, as contrações são fisiológicas e não dolorosas, denominadas de contrações de Braxton-Hicks, aumentam gradativamente conforme o avançar da idade gestacional. Sendo comum 2 a cada hora durante entre as 28 e 32 semanas, evoluindo para 3 a cada hora entre a 33 e 36 semanas de gestação. 
Quando essas contrações uterinas apresentam incidência aumentada e dolorosa, deixam de ser fisiológicas e passam a tornar-se contrações patológicas. Essas contrações que indicam parto prematuro não melhoramcom medicação e nem com sedação, sendo frequente, dolorosas e com alta incidência conforme o TPP se aproxima. 
Define-se TPP ou Trabalho de Parto Prematuro quando a paciente começa a apresentar 4 ou mais contrações em um período de cerca de 30 minutos, ou seja, cerca de 1 contração a cada 5-8 minutos. Sendo essas contrações um tanto quanto doloridas. Ocorre ainda dilatação do colo de pelo menos 2 a 3 cm e o apagamento do colo uterino de pelo menos 50%. 
Lembrando que para se diagnosticar um trabalho de parto prematuro deve-se ter os três sinais discutidos acima, mas já é possível diagnosticar clinicamente sem a presença de todos. Sendo importante ressaltar que todas modificações ocorrem também durante o trabalho de parto à termo, mas no caso do TPP ocorrem antes do tempo normal de gestação, ou seja, antes das 38 semanas de gestação, já que prematuridade é definida exclusivamente por tempo de gestação. 
MARCADORES DE PARTO PREMATURO
O principal marcador de parto prematuro é o ultrassom, em que se observa no exame de imagem a distância entre o orifício interno e externo do colo do útero for menor que 2,5 cm entre as 18 e 24 semanas é um marcador para risco de PP antes da 35 semanas. 
O USG não é recomendado para pacientes com baixo risco de parto prematuro, sendo realizado especificamente em mulheres de alto risco, que apresentam gestações de alto risco por conta de um ou mais fatores relacionados acima como estresse, problemas cervicais, entre outros. 
No entanto, comprimento do colo maior que 3 centímetro em mulheres com contrações uterinas definem um falso TPP, sendo a maior contribuição desse exame o preditivo negativo dele, ou seja, a possibilidade de excluir casos de TPP que apresentem contrações uterinas. 
Outro teste é a dosagem de fibronectina que constitui uma proteína responsável por provocar a adesão da membrana uteroplacentária com as membranas fetais, ou seja, essa proteína é responsável por grudar o feto as membranas do útero, evitando a “queda”. Quando encontra-se aumento das concentrações de fibronectina na secreção vaginal, é um preditivo de TPP, que geralmente ocorre cerca de 7 a 14 dias após o aumento. 
Existe teste rápido da dosagem de fibronectina no Brasil aprovado pela Anvisa e permite resultado durante cerca de 10 minutos. Assim como o USG é um marcador com um grande valor preditivo negativo, já que dificilmente se tem falsos negativos. 
Outros marcadores podem ser testados como o CRH, além do estradiol salivar, o estradiol, citocinas inflamatórias que são muito comuns em casos de TPP, AFP e HCG. 
PROGNÓSTICO
O parto pré-termo é responsável por 75% da mortalidade neonatal e 50% das lesões neurológicas em crianças, além de os RN apresentarem maior suscetibilidade a anóxia que pode gerar graves lesões cerebrais por conta do não suprimento sanguíneo ao feto e a tocotraumatismos, que são lesões produzidas no feto no trabalho de parto. 
A prematuridade pode se associar ainda a sequelas tardias como retardo do crescimento, problemas auditivo e visual maior chance de óbito no primeiro ano de vida e ainda as complicações imediatas como apneia e pneumotórax no RN. Sendo causas neurológicas, respiratórias, cardíacas e imunológicas muito frequentes. 
A maior causa de morte de RN pré-termo é a SAR chamada de Síndrome Respiratória Aguda do Recém-Nascido, em que os pneumocitos do tipo I são desprovidos de atividade secretora, enquanto os do tipo II sintetizam e armazenam o surfactante pulmonar, responsável pela estabilidade dos alvéolos pulmonares, a fim de evitar o colabamento desses alvéolos diminuindo a tensão superficial, a pressão e ainda favorecendo a expansão alveolar. 
Em casos de RN pré-termos, por terem nascido antes do tempo esperado, os pneumocitos tipo II não completaram todo o seu desenvolvimento, com isso, a produção desse surfactante é insuficiente, impedindo que os alvéolos se expandem e consequentemente tenha entrada de ar nos pulmões. É por esse motivo que o colabamento pulmonar pode levar a morte de RN. 
OUTROS EXAMES DIAGNÓSTICOS
A maior parte das complicações relacionadas a casos de prematuridade estão intimamente relacionadas com casos de imaturidade fetal, ou seja, não deu tempo do feto ter se desenvolvido por completo durante a gestação. 
Caso não existe a possibilidade de realização de um USG ou teste de fibronectina no momento, pode-se realizar a amniocentese que é um exame que consiste em colher a amostra do líquido amniótico do feto. 
Após a coleta do liquido se realiza medição na dosagem de creatinina, sendo valores maiores ou iguais a 2% mostram um amadurecimento do feto. Podem ser analisada ainda as células fetais maduras através de uma avaliação do grau de maturidade epidérmica. 
O “Teste de Clements” que consiste em agitar o frasco em que está presente o líquido amniótico, em casos formação de bolhas, indica a presença de lecitina pulmonar, indica a produção de surfactante por via estável. 
Caso a relação de Lecitina/Esfigomielina seja maior que 2 indica também uma provável amadurecimento pulmonar já que a Lecitina é o principal constituinte do surfactante e a Esfigomielina é uma molécula constante durante toda a gestação, servindo de base para avaliação dos valores de lecitina. 
“A relação lecitina/esfingomielina foi o primeiro teste bioquímico a ser relatado, em 1971. Como dito anteriormente, a lecitina é o fosfolipídio mais abundante na composição do surfactante e sua concentração aumenta a partir de 28 semanas até o parto. A relação L/E descreve a alteração relativa na concentração de lecitina em relação à esfingomielina no líquido amniótico através da técnica de cromatografia. Como a concentração de esfingomielina se mantém constante no último trimestre de gestação, ela serve como um padrão com o qual a concentração de lecitina pode ser comparada. Assim, quanto maior a idade gestacional, maior a relação L/E, o que se correlaciona com a maturidade do pulmão fetal. O ponto de corte frequentemente usado para indicar maturidade pulmonar fetal é 2,0.”
Pode ser realizado a dosagem de fosfatidilglicerol que é um elemento do surfactante, assim como a lecitina e logo indica em concentrações maiores que 0,3 que surfactante já foi produzido e amadurecimento. 
PREVENÇÃO
A prevenção consiste na eliminação dos fatores de risco para desenvolvimento da prematuridade, principalmente através de um pré-natal extremamente controlado e ainda rigoroso visando orientar sempre a gestante, indicar ainda hábitos saudáveis, não praticar exercícios, evitar estresse e manter-se calma na maior parte do tempo durante toda a gestação. 
Um procedimento denominado circlagem ou cerclagem que consiste em colocar uma prótese que prende porções do cérvice uterino e do colo a fim de prevenir em casos de insuficiência cervical. 
Recomenda-se que a cerclagem seja realizada entre a 11 e a 15 semana de gestação, sendo extremamente perigoso que seja realizada entre as 24 e 28 semanas devido a todas dificuldades impostas no procedimento, sendo preciso que nesses casos ocorra uma avaliação individual daquela paciente principalmente por conta dos riscos de RPMO, sendo um procedimento que tenta aumentar a IG ou de adiar o parto. 
Realiza-se a prevenção e rastreio de estreptococos B ou também conhecidas como Streptococcus agalactiae que é a principal causadora de sepse no recém-nascido, devido colonização ascendente dessas bactérias iniciais presente na vagina. 
O uso de progesterona durante a gravidez mostrou-se em estudos recentes um importante aliado na prevenção do PPT devido seus efeitos em relaxamento da musculatura lisa, além de efeito anti-inflamatório, mantendo não só a integridade cervical como da bolsa amniótica e também da placenta. Principalmente quando utilizadas em pacientes que apresentam colo curto, que estão mais suscetíveis ao PPT. 
Para malformações cervicais, parto prematuro anterior ou cerclagem cervical utiliza-se 100 mg por dia durante as 24 a 34 semanas. Para casos de colo uterino menores que 1,5 cm, utiliza-se 200 mg por dia entre a 20 e 25 semana a fim de iniciara dilatação gradual do colo e atrasar o máximo possível o trabalho de parto para dar tempo do colo estar totalmente dilatado. 
Salientando que repouso domiciliar ou hospitalar, além da abstinência sexual, tocólise profilática e tocólise de manutenção que consistem em uso de tocolíticos para que se tenham redução das contrações, antibióticos em assintomáticas e o uso de escore de risco não são medidas de prevenção eficazes na diminuição de PP. 
Algumas medidas são potencialmente efetivas que podem auxiliar na prevenção de PP como a suplementação com prostágenos, no caso a progesterona, como já discutido, interrupção do tabagismo, interrupção do uso de drogas e álcool, circlagem, redução da atividade física, além ainda do tratamento de infecções genitourinárias, e de bactérias assintomáticas como a S.agalactiae
EXAME FÍSICO
No exame físico deve-se avaliar a contração uterina por meio da palpação abdominal como frequência, duração e a intensidade. Além de realizar uma ausculta BCF a fim de escutar os batimentos do feto. 
Deve-se realizar exame especular na suspeita de perda de liquido. Esse exame consiste em inserir um espéculo que tem como objetivo visualizar o canal vaginal e o colo ou cérvice do útero. É feito então a coleta de material tanto vaginal como de células do cérvice para investigar então a presença de bactérias ou fungos que estejam causando o corrimento ou perda de liquido, além de mudanças das células cervicais. 
Realiza-se ainda o toque vaginal em casos de não houver a suspeita de rompimento das membranas ou de placenta previa, que consiste em placenta baixa que impede então a abertura do útero no colo ou cérvice. Em casos de haver sangramento, se deve pensar em placenta prévia ou de DPP (Deslocamento Prematuro da Placenta). 
Deve-se solicitar um hemograma, exame de urina I e ainda exame de cultura a fim de diagnosticar possível presença de infecções locais ou agentes patológicos. Realiza ainda a pesquisa de estreptococos B a fim de verificar a presença dessas bactérias causadoras de sepse fetal, e logicamente uma ultrassonografia a fim de observar placenta, colo do útero, cérvice, idade gestacional, e medidas comprimento do colo que no início da gravidez são menores que 2,5 cm de comprimento, sofrendo dilatação gradual ao longo da gestação. 
TRATAMENTO
Os tocolíticos são farmacos responsáveis pela redução da contração uterina, essencial para início do trabalho parto e indispensável para saída do feto por meio de diversos mecanismos de ação. No entanto, deve-se escolher qual o melhor fármaco dessa classe e sempre ponderar relação com os efeitos colaterais e não indicações tanto para mãe quanto para o feto. 
As contraindicações maternas são: corioamnionite, além de sangramento grave, DHEG e condições clinicas materna
As contraindicações fetais estão relacionadas com morte do feto, anomalias fetais incompatíveis com a vida, além comprometimento fetal, CIUR grave e idade gestacional maior que 34 semanas. 
Algumas contraindicações relacionadas ao próprio uso das drogas tocoliticas são internação, monitoração fetal além de hidratação materna e atenção especial ao tratamento relacionado aos farmacos. 
O principal fármaco utilizado, e considerado de primeira escolha é a NIFEDIPINA que atua bloqueando os canais de cálcio responsável pela contração da musculatura lisa do útero. Como dose de ataque, deve-se utilizar 10 mg VO a cada 20 minutos, ou 20 mg VO a cada 90-120 minutos, se as contrações uterinas não cessarem, utilizar outro tipo de medicamento. O manejo constitui em 20 mg VO a cada 4 a 8 horas. Por ser ingerido via oral, pode apresentar uns efeitos sistêmicos de vasodilatação, não sendo indicado em pacientes com PA menor que 90 ou em BAV. Pode causar hipotensão, síncope, taquicardia reflexa, cefaleia, náuseas, edema periférico e rubor. 
Outro fármaco que pode ser utilizado é a INDOMETACINA que corresponde a um fármaco antiprostaglandina devido a inibição da prostaglandina sintase. A prostaglandina é fundamental para início do trabalho de parto, secretada pelo útero após estimulo do estrogênio, reduz os níveis de progesterona, e prepara o colo do útero para início então do trabalho de parto por meio das contrações uterinas na mãe. Utiliza-se como dose de ataque 50 mg VO ou 100 mg VR e a manutenção consiste em 25 mg VO em 4 a 6 horas por 48 a 72 horas (2 a 3 dias) ou 100 mg VR por dia durante dois dias. Sendo contraindicada em casos nefropatias ou hepatopatias, rotura de membranas, asma, úlcera péptica e após 32 semanas para evitar fechamento precoce ducto arterioso. 
Os farmacos β adrenérgicos são farmacos agonistas β2 dos receptores adrenérgicos que atuam em diversos locais do organismo, em especial nos brônquios e no útero fazendo com que se tenha relaxamento da musculatura lisa local e assim, esses farmacos aumentam essa função por meio de converter ATP em AMPc, diminuindo os níveis de cálcio de intracelular. Os principais fármacos são o SALBUTAMOL e a TERBUTALINA em 5 mg em 10 ampolas de 1 ml, ou 500 mg sg. 5%. Iniciar com 10 mcg/min, aumentando 10 mcg a cada 20 minutos até inibir contrações ou efeitos colateral à droga. Manter por 60 minutos e diminuir 10 mcg a cada 30 minutos até a menor dose efetiva. Manter 12/24 horas. 
Outro fármaco betamimético é a RITODRINA que possui uma aplicação de 50 mg em 500 ml de SG. Iniciando com 50 mcg/min IV e aumentar 50 mcg/min a cada 20 minutos até inibir as contrações ou efeitos colaterais materno, logo depois manter por 60 minutos, e reduzir 5 mcg/min a cada 30 minutos até atingir a dose mínima e sem contração. 
Existem ainda o ATOSIBANO que é um antagonista ainda da ocitocina, atuando como inibidor ou competidor desses receptores da ocitocina que induzem ao trabalho de parto aumentando a contração uterina. Tem potente tocoliticas mas nada que supere a Nifedipina, principalmente quanto ao custo, muito elevado. O preparo se divide em três fases distintas iniciando com preparação de 90 ml 5% e 7,5 mg em cada 10 ml. Na primeira fase 7,5 mg por ml em bolus durante 1 minuto, na segunda fase utiliza-se 300 mcg/min durante 3 horas e na terceira fase 100 mcg/min durante as 45 horas. Não ultrapassar 48 horas ou dose máxima de 330 mg. 
Os corticoides ou corticoesteróides são farmacos utilizado em casos PPT principalmente por apresentar uma elevada resposta anti-inflamatória, por estimular amadurecimento pulmonar fetal, estimulando liberação de surfactante e por prevenir a maior causa de morte de prematuros que é a Síndrome da Angústia Respiratória (SAAR) além de evitar casos de hemorragia interventricular e ainda enterocolite necrotizante. Os benefícios máximos ocorrem quando o parto ocorre cerca de 48 horas até 7 dias da última dose aplicada. Os principais farmacos são BETAMETAZONA em 12 mg IM a cada 24 horas, 2 doses ou a DEXAMETASONA 06 mg a cada 12 horas IM, total de 4 doses. Não são mais indicados em casos de infecção (corioamnionite) e ainda de parto iminente e a repetição de doses não apresenta nenhum efeito benéfico, sendo possível repetir a dose a cada 7 dias da primeira dose, antes das 32 semanas. 
Como efeito colateral na mãe provoca aumento contagem de leucócitos em 30%, se os valores ultrapassarem ainda os 20.000 leucócitos é importante verificar presença ainda de infecções. Já os linfócitos reduzem em 45% 24 horas após a administração de Betametazona e regridem após 3 dias. Provoca hiperglicemia materna também. 
Já no feto ocorre alterações nos parâmetros de avaliação fetal com aumento ou diminuição da BCF, aumento ou a diminuição da variabilidade de BCF, diminuição também dos movimentos fetais, sendo efeitos transitórios duram mais ou menos 3 a 4 dias. 
O uso de antibióticos só devem ser usados para profilaxia de sepse ocasionada por estreptococos B em gestantes em trabalho de parto ou com rotura das membranas antes da 37 semanas com risco iminente de parto com cultura EGB ou até mesmo sem cultura. Casos de roturas membranas bacteriúria por EGB, história previa de RN infectado por EGB, temperatura intraparto maior que 38º C. Sendo umideal intervalo entre a administração de antibiótico e o parto de 4 horas, mantendo inibição efetiva da contrações até o parto. Podendo manter por 48 horas se o parto ainda não estiver ocorrido e ainda houver risco de ocorre em breve. Em casos negativos da cultura EGB não utilizar essa profilaxia em nenhuma situação. 
Os principais antibióticos que são usados: a penicilina G cristalina 5.000.000 UI IV de ataque e 2.500.000 UI IV em 4 em 4 horas até o nascimento. 
- Ampicilina 2g IV ataque e 1g IV 4/4 horas até o parto. 
- Cefazolina 2g IV ataque e 1g IV 8/8 horas até o parto. 
- Clindamicina 900 mg IV 8/8 horas até o parto. 
- Eritromicina 500 mg IV 6/6 horas até o parto. 
- Vancomicina 1 g IV 12/12 horas até o parto. 
PROFILAXIA DE HEMORRAGIA INTRACRANIANA
O sulfato de magnésio não vem sendo utilizado como um trocolitico em decorrência da sua baixa efetividade, porém é utilizado em casos de neuroproteção do feto, muito em casos de hemorragia intracraniana. 
Utiliza-se sulfato de magnésia imediatamente antes parto na dose de 4g IV em 20 minutos, principalmente em casos de gestação menor do que 32 semanas, casos extremos de gravidade ou casos graves. Acima de 32 semanas até 37 é casos prematuros tardios, e menores chances de ter algum tipo de complicação.

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