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Prévia do material em texto

Fascículo 12
Unidades 31, 32, 33 e 34Edição revisada 2016
GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Governador
Luiz Fernando de Souza Pezão
Vice-Governador
Francisco Oswaldo Neves Dornelles
SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO
Secretário de Estado
Gustavo Reis Ferreira
SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO
Secretário de Estado
Antônio José Vieira de Paiva Neto
FUNDAÇÃO CECIERJ
Presidente
Carlos Eduardo Bielschowsky
FUNDAÇÃO DO MATERIAL CEJA (CECIERJ)
Coordenação Geral de 
Design Instrucional
Cristine Costa Barreto
Elaboração
Julia Fernandes Lopes
Marco Antonio Casanova
Silvana dos Santos Ambrosoli 
Atividade Extra
Janaina de Oliveira Augusto
Julia Fernandes Lopes
Maria da Aparecida Meireles de Pinilla
Roberta Campos de Carvalho Pace
Revisão de Língua Portuguesa
Julia Fernandes Lopes
Coordenação de Design Instrucional
Flávia Busnardo
Paulo Miranda
Design Instrucional
Flávia Busnardo
Lívia Tafuri Giusti
Coordenação de Produção
Fábio Rapello Alencar
Capa
André Guimarães de Souza
Projeto Gráfico
Andreia Villar
Imagem da Capa e da Abertura das Unidades
http://www.sxc.hu/browse.
phtml?f=view&id=992762 – Majoros Attila
Diagramação
Equipe Cederj
Ilustração
Bianca Giacomelli
Clara Gomes
Fernado Romeiro
Jefferson Caçador
Sami Souza
Produção Gráfica
Verônica Paranhos
Sumário
Unidade 31 | A passagem da ciência para a tecnologia e 
 seus efeitos sobre a linguagem 5
Unidade 32 | O dia a dia de nossas exposições e argumentos! 53
Unidade 33 | Descoberta e Invenção: o lugar da argumentação 
 nos textos dissertativos 85
Unidade 34 | Argumentação, reflexão e método 121
Prezado(a) Aluno(a),
Seja bem-vindo a uma nova etapa da sua formação. Estamos aqui para auxiliá-lo numa jornada rumo ao 
aprendizado e conhecimento. 
 Você está recebendo o material didático impresso para acompanhamento de seus estudos, contendo as 
informações necessárias para seu aprendizado e avaliação, exercício de desenvolvimento e fixação dos conteúdos.
Além dele, disponibilizamos também, na sala de disciplina do CEJA Virtual, outros materiais que podem 
auxiliar na sua aprendizagem.
O CEJA Virtual é o Ambiente virtual de aprendizagem (AVA) do CEJA. É um espaço disponibilizado em um 
site da internet onde é possível encontrar diversos tipos de materiais como vídeos, animações, textos, listas de 
exercício, exercícios interativos, simuladores, etc. Além disso, também existem algumas ferramentas de comunica-
ção como chats, fóruns.
 Você também pode postar as suas dúvidas nos fóruns de dúvida. Lembre-se que o fórum não é uma ferra-
menta síncrona, ou seja, seu professor pode não estar online no momento em que você postar seu questionamen-
to, mas assim que possível irá retornar com uma resposta para você.
 Para acessar o CEJA Virtual da sua unidade, basta digitar no seu navegador de internet o seguinte endereço: 
http://cejarj.cecierj.edu.br/ava
Utilize o seu número de matrícula da carteirinha do sistema de controle acadêmico para entrar no ambiente. 
Basta digitá-lo nos campos “nome de usuário” e “senha”.
 Feito isso, clique no botão “Acesso”. Então, escolha a sala da disciplina que você está estudando. Atenção! 
Para algumas disciplinas, você precisará verificar o número do fascículo que tem em mãos e acessar a sala corres-
pondente a ele.
 Bons estudos!
 
 
Descoberta e Invenção: 
o lugar da argumentação 
nos textos dissertativos
Fascículo 12
Unidade 33
Língua Portuguesa e Literatura 87
Descoberta e 
Invenção: 
o lugar da 
argumentação 
nos textos 
dissertativos
Para início de conversa...
Ciência e tecnologia possuem uma relação direta com processos de desco-
berta e com o surgimento de invenções. Você consegue estabelecer a diferença 
entre esses dois momentos, entre descobrir e inventar? 
Na verdade, não dizemos, por exemplo, que Pedro Álvares Cabral inventou 
o Brasil, mas sim que ele descobriu o Brasil. Por outro lado, em momentos de 
crise, podemos ouvir de alguém a frase “O Brasil precisa 
ser reinventado”. 
O médico polonês Albert Sabin descobriu a vaci-
na contra a paralisia infantil, enquanto o brasileiro Alber-
to Santos Dumond inventou o avião. 
Descobrir é algo que envolve a observação e a 
constatação de algo novo, que de certa forma já se en-
contrava presente. 
Dizemos que alguém descobriu um remédio, por 
exemplo, porque a fórmula do remédio já se encontrava 
presente na natureza.
Fonte: http://pt.wikipedia.
org/wiki/Ficheiro:Pedro_Al-
vares_Cabral.jpg
88
Inventar é abrir o espaço para que algo completamente novo apareça. É 
por isso que afirmamos que alguém inventou o computador ou o 
automóvel.
Inventar e descobrir formam, de qualquer modo, um núcleo funda-
mental do processo de escrita e distinguem mesmo uma boa de uma má 
dissertação sobre um tema. 
Bem, mas vamos ver em que medida as descobertas e as invenções se conectam com uma variedade de lin-
guagens e o que caracteriza a exposição e a argumentação em cada uma dessas linguagens.
Fonte: http://www.sxc.hu/photo/1111309 • Pawel Kryj
A mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original. 
(Albert Einstein)
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro: 
Te000016.jpg
Língua Portuguesa e Literatura 89
Figura 1: Albert Einstein, físico alemão (1879 – 1955), aos 42 anos, logo depois de ganhar o prêmio Nobel de Física.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Einstein1921_by_F_Schmutzer_4.jpg
Objetivos de aprendizagem
 ƒ Reconhecer a importância dos textos dissertativos para a ciência e a tecnologia; 
 ƒ Reconhecer as regras de construção de textos argumentativos: nexo de sentido, coerência argumentativa, 
força da argumentação, clareza lógica;
 ƒ Avaliar textos bem e mal construídos em termos argumentativos;
 ƒ Distinguir os elementos lógicos e semânticos que precisam estar presentes no desenvolvimento da argu-
mentação;
 ƒ Identificar a relação entre observação e descoberta e imaginação e invenção;
 ƒ Construir períodos compostos por subordinação, partindo do exemplo das orações subordinadas substantivas.
90
Seção 1 
Elementos que compõem o texto 
argumentativo
Leia o texto a seguir e veja como se estrutura um texto argumentativo: (Trecho da reportagem publicada no 
Terra Ecologia – 7 de junho de 2005 – Autora: Chris Bueno.)
 
O aquecimento global pode trazer consequências graves para todo o planeta – incluindo plantas, animais e seres 
humanos. A retenção de calor na superfície terrestre pode influenciar fortemente o regime de chuvas e secas em 
várias partes do planeta, afetando plantações e florestas. Algumas florestas podem sofrer processo de desertifi-
cação, enquanto plantações podem ser destruídas por alagamentos. O resultado disso é o movimento migrató-
rio de animais e seres humanos, escassez de comida, aumento do risco de extinção de várias espécies animais e 
vegetais, e aumento do número de mortes por desnutrição. Outro grande risco do aquecimento global é o der-
retimento das placas de gelo da Antártica. Esse derretimento já vinha acontecendo há milhares de anos, por um 
lento processo natural. Mas a ação do homem e o efeito estufa aceleraram o processo e o tornaram imprevisível 
(...). O degelo desta calota pode fazer os oceanos subirem até 4,9 metros, cobrindo vastas áreas litorâneas pelo 
mundo e ilhas inteiras. Os resultados também são escassez de comida, disseminação de doenças e mortes (...). 
Alguns cientistas alertam que o aquecimento global pode se agravar nas próximas décadas e a OMS calcula que 
para o ano de 2030 as alterações climáticas poderão causar 300 mil mortes por ano.”
http://360graus.terra.com.br/ecologia/default.asp?did=13511&action=reportagem.Figura 2: Os grandes Himalaias, com seus picos praticamente descongelados. 
Fonte: http://www.flickr.com/photos/krayker/2269227134/ • Karunakar Rayker
Língua Portuguesa e Literatura 91
Nós podemos dividir o texto argumentativo em geral em três partes, das quais cada uma tem uma função bem 
determinada:
1. Apresentação da tese: “O aquecimento global pode trazer consequências graves para todo o planeta”.
2. Desenvolvimento dos argumentos que dão sustentação à tese que a explicitam – esses argumentos preci-
sam ter, todos, uma coerência com a tese defendida: 
 ƒ Argumento 1 – Aumento de calor e alteração de ritmos de chuvas e secas. 
 ƒ Argumento 2 – Desertificação das florestas e destruição das plantações. 
 ƒ Argumento 3 – Desnutrição e extinção da vida. 
 ƒ Argumento 4 – Risco de derretimento da calota polar e aumento do nível do mar. 
 ƒ Argumento 5 – Mudanças climáticas.
3. Exposição final da conclusão: “O resultado disso é o movimento migratório de animais e seres humanos, 
escassez de comida, aumento do risco de extinção de várias espécies animais e vegetais, e aumento do 
número de mortes por desnutrição”.
Observe a divisão do texto sobre o Aquecimento Global e procure fazer o mesmo 
com o texto a seguir: 
 
Muito se tem discutido sobre as melhores formas de tratar e eliminar o lixo – 
industrial, comercial, doméstico, hospitalar, nuclear etc. – gerado pelo estilo 
de vida da sociedade contemporânea. Todos concordam, no entanto, que o 
lixo é o espelho fiel da sociedade, sempre tão mais geradora de lixo quanto 
mais rica e consumista. Qualquer tentativa de reduzir a quantidade de lixo ou 
alterar sua composição pressupõe mudanças no comportamento social.
A concentração demográfica nas grandes cidades e o grande aumento do 
consumo de bens geram uma enorme quantidade de resíduos de todo tipo, 
procedentes tanto das residências como das atividades públicas e dos proces-
sos industriais. Todos esses materiais recebem a denominação de lixo, e sua 
eliminação e possível reaproveitamento são um desafio ainda a ser vencido 
pelas sociedades modernas.
Fonte: http://lixohospitalar.vilabol.uol.com.br/Lixo.html
 
92
1. Que tese inicial você consegue identificar no texto?
2. Quais os argumentos que sustentam a tese?
3. Qual a conclusão retirada pelo autor?
Foto – Deserto Humano de alancleaver_2000
Fonte: http://www.flickr.com/photos/alancleaver/2750056025/ • Alan Cleaver
Que tal construir uma argumentação em duas etapas? 
Primeiro pense na tese a ser defendida, nos argumentos que podem dar sustenta-
ção à tese e na conclusão que você procura alcançar. 
Só depois de fazer isso passe para a escrita! Tente fazer isso com um dos três temas 
a seguir (pesquise antes sobre os temas e procure argumentos! Veja se as perguntas que 
colocamos ao lado dos temas podem lhe ajudar!):
Língua Portuguesa e Literatura 93
 ƒ Tema 1: Legalização das drogas (Você é a favor ou contra? Quais os argumentos 
para defender uma posição ou outra? A que conclusão você quer chegar?)
 ƒ Tema 2: O estresse como causa de doenças (Você acha que o estresse é respon-
sável ou não por certas doenças? Que doenças são essas? Quais os argumentos 
que você pode pensar para reforçar sua posição? Qual a conclusão a que você 
espera chegar?)
 ƒ Tema 3: O poder da propaganda (A propaganda tem ou não, para você, muito 
poder? Que poder seria esse? Quais as evidências que você tem de que ela teria 
ou não poder? A que conclusão você quer chegar?)
Seção 2
A argumentação em suas muitas faces
Você teve a oportunidade de acompanhar em unidades anteriores em que medida a comunicação pode se 
realizar de muitas maneiras e se valer de muitas formas de linguagem. Gestos, por exemplo, são, em muitas ocasiões, 
bastante eficazes para dizer certas coisas de maneira sintética. 
Ao desenhar um coração no ar em público, alguém pode deixar mais claro o que sente do que se dissesse a 
mesma coisa por meio de palavras. 
Há também o caso da linguagem visual, da linguagem musical, da linguagem corporal etc. 
Ora, mas tudo isso parece não possuir nenhuma relação com o tema da argumentação. Será que isso é verda-
de? Vamos tentar descobrir se é realmente assim...
Em primeiro lugar, é importante diferenciar os tipos de argumentação. Nem sempre o que estamos tentando 
fazer é demonstrar uma tese. Muitas vezes, estamos tentando vender para alguém alguma coisa ou convencer alguém 
94
de que ele tem muito a ganhar se fizer uma outra coisa. Nesses casos, muitas dimensões de linguagem entram em jogo. 
Saber que tipo de argumentação está em questão é, por sua vez, decisivo para que possamos argumentar bem. 
Não há como vender um carro com teses científicas, assim como não há como fazer ciência com interesses que 
nos desviam do espaço da pesquisa. Vejamos mais de perto o que estamos dizendo!
Observemos a seguinte imagem retirada de uma campanha publicitária:
Por mais que seja difícil de perceber, a princípio, há uma estrutura argumentativa na presente campanha edu-
cativa do Ministério da Saúde, com um destinatário específico e com um tipo de linguagem determinado. Vejamos:
Tese: Fumar é prejudicial à saúde.
Argumento: A imagem do rosto brutalmente envelhecido.
Conclusão: Não fume.
Destinatário: Os fumantes em geral, que normalmente pensam apenas em seu prazer e não se dão conta do 
risco que correm ao fumar.
Tipo de linguagem: A linguagem curta e direta da propaganda – uma imagem.
Uma imagem vale mais do que mil palavras!
Língua Portuguesa e Literatura 95
Identifique os cinco itens anteriormente mencionados nos seguintes casos:
1. Propaganda do Ford Rural de 1970
(Propaganda do carro brasileiro Gurgel)
Fonte: http://www.flickr.com/photos/hugo90/6081781146/ • John Lloyd
Tese: 
Argumento:
Conclusão:
Destinatário:
Tipo de linguagem:
96
2) Entrevista, na Revista Cláudia, com o autor do livro A lógica do consumo, Martin 
Lindstrom:
 
Um brasileiro é bombardeado por cerca de 2 milhões de comerciais de TV ao 
longo de 65 anos de vida – o mesmo que assistir televisão por oito horas, sete 
dias por semana durante seis anos. Tente se lembrar de três comerciais que viu 
ontem – você não vai conseguir. Somos expostos a tanto apelo que a memória 
esvazia. Mas, se o comercial é embutido num contexto relevante para você, 
aí é diferente. Uma das formas de conseguir isso é o merchandising – ainda 
que não seja o que mais vemos hoje, o chamado papel de parede. É assim: 
você está assistindo ao filme do James Bond, Casino Royale, a ação ocorre em 
Veneza e a câmera passa por uma loja da Louis Vuitton. Ninguém se lembrará 
da loja, pois está fora de contexto. Plantar um logo no meio de uma novela é 
papel de parede. E, se eu lhe pedir agora para descrever as paredes do salão 
onde estamos, você não conseguirá. Tem que ser no contexto certo, fazer par-
te da narrativa. É isso que funciona. Hoje 95% dos anunciantes desperdiçam a 
verba de marketing e propaganda em ações ineficazes.
Tese: 
Argumento:
Conclusão:
Destinatário:
Tipo de linguagem:
Língua Portuguesa e Literatura 97
Seção 3
Relação entre linguagem, intenção e destinatário
Do mesmo modo que é preciso sempre atentar para os elementos que constituem a estrutura de um texto argu-
mentativo, também é decisivo pensar que tipo de linguagem é preciso usar para cada ocasião. Vejamos os dois exemplos:
 
As campanhas contra o uso de drogas e a exibição na televisão do efeito devastador que elas têm sobre a 
vida dos viciados deveriam ser suficientes para riscar esse mal da superfície do planeta. Não é o que acon-
tece. Num desafio ao bom senso, um número enorme de adolescentes continua dizendo sim às drogas (...). 
O melhor jeito de dizer não às drogas é entender que ninguém precisa ser igual ao amigo ou repetirpa-
drões de comportamento para ser aceito no grupo. É por isso que a prevenção em casa funciona melhor 
que os anúncios do governo. ‘Dá para fazer uma boa campanha doméstica sem falar necessariamente 
em droga’, diz o psiquiatra Sérgio Dario Seibel, de São Paulo. Em outras palavras: é natural o adolescente 
repelir reprimendas e conversas formais sobre esse assunto. Imediatamente fecha a cara e os ouvidos 
a quem lhe diz em tom grave: ‘Precisamos conversar sobre drogas’, seja o pai, a mãe, seja o governo ou 
qualquer instituição (...).”
(Veja Jovens – Edição especial – Julho de 2003)
Durante o encontro, marcado pela alegria, descontração, informação e muito diálogo, os alunos do 6º ao 
9º ano do Ensino Fundamental da escola fizeram questionamentos e esclareceram suas dúvidas sobre os 
efeitos do uso das drogas lícitas e ilícitas. ‘O nosso papel aqui é esclarecer que todo e qualquer tipo de droga 
gera malefícios à saúde, apesar de dar a ilusão de bem-estar e liberdade. Procuramos tirar o glamour que 
envolve a droga, mostrando imagens e depoimentos de pessoas que não resistiram ao vício’, explicou Wal-
dílio da Silva, educador social e um dos responsáveis pela roda de conversa. 
Ana Caroline Santos é aluna do 9º ano do Ensino Fundamental na Escola Municipal José Gomes Campos. 
Para ela, o Língua Solta é a oportunidade de falar sobre assuntos tabus, apropriando-se da informação cor-
reta para não se deixar enganar. ‘É preciso estar atenta, não se deixar enganar. Muita gente diz que droga 
é bom, dá liberdade. Mas que liberdade é essa, que te deixa viciado, doente? Ser livre é não depender de 
substância química, é ter a consciência para decidir o que realmente nos faz bem e feliz. Nenhum viciado é 
feliz, porque é escravo de um vício que ele mesmo buscou. Por isso, precisamos estar atentos, saber dizer 
não quando nos oferecerem drogas, mesmo as que são permitidas; e compreender que usar droga não vai 
fazer com que sejamos mais fortes, mais bonitos, mais inteligentes, mais amados; usar droga vai tirar aquilo 
que temos e que é o mais valioso: a família, os amigos de verdade, a nossa dignidade’, encerrou.”
Fonte: www.emdianews.com.br/noticias/adolescentes-participam-de-roda-de-conversa-sobre-drogas-11581.asp
Os dois textos falam claramente do mesmo tema: do problema da droga entre adolescentes. 
98
Há entre eles, porém, uma grande diferença: 
Um é mais formal, possui mais informações técnicas e uma linguagem próxima da linguagem científica. O 
segundo, por outro lado, se considerarmos principalmente a fala da adolescente, é mais coloquial, mais direto, mais 
próximo de um diálogo entre amigos. 
Você sabe por quê? Porque o primeiro se destina a pessoas interessadas no problema da droga entre adoles-
centes, enquanto o segundo procura falar diretamente para adolescentes.
A definição do destinatário e 
da motivação ao escrever o texto é 
decisiva para que se possa escrever 
uma argumentação adequada. 
Vamos tentar identificar que tipo de destinatário e de linguagem está presente nos textos a seguir?
Procure identificar o destinatário (aquele a quem o texto se dirige) e a linguagem em jogo 
nos seguintes exemplos:
1. 
 
Tomar pequenas doses de aspirina como medida preventiva contra doenças 
do coração pode levar a mais danos do que a benefícios em alguns homens, 
conforme um estudo publicado esta semana no British Medical Journal.
Pesquisadores do Instituto Wolfson de Medicina Preventiva, em Londres, iden-
tificaram mais de 5 mil homens, entre 45 e 69 anos, que estavam sob risco ele-
vado de doença do coração, embora nunca tenham tido qualquer problema 
análogo previamente.
Os participantes foram distribuídos em quatro grupos diferentes de tratamen-
to para determinar, com exatidão, o efeito da aspirina.
Os autores encontraram maior efeito benéfico da aspirina com relação a do-
enças do coração, bem como a derrames, em homens com baixa pressão san-
guínea do que naqueles com alta pressão. Aqueles com pressão mais elevada 
podem não usufruir de benefícios protetores da aspirina, mas correrão o risco 
de sérios sangramentos.
Mesmo em homens com pressão baixa, os benefícios não necessariamente 
compensam os riscos de sangramento.
Dado o amplo uso de aspirina na prevenção de doenças do coração, tais des-
cobertas têm importantes implicações para a prática clínica, embora mais tes-
tes sejam necessários para confirmar os resultados. Todavia, pode-se concluir 
que o controle da pressão sangüínea é importante para aqueles em que o uso 
preventivo da aspirina é considerado. Homens que já tiveram anteriormente 
Preste atenção no fato de que o tipo de linguagem depen-
de sempre de para quem se está escrevendo ou falando.
Língua Portuguesa e Literatura 99
problemas cardíacos e derrames que estejam tomando aspirina devem con-
tinuar a fazê-lo. 
Fonte: http://emedix.uol.com.br/not/not2000/00jun29car-bmj-amc.coracao.php
a. Quem é o destinatário do texto? A classe médica ou pessoas comuns que podem 
usar aspirina diariamente?
b. Que tipo de linguagem está presente no texto? Linguagem técnica ou lingua-
gem coloquial (do dia a dia)?
2. 
 
A camisinha é o método mais eficaz para se prevenir contra muitas doenças 
sexualmente transmissíveis, como a aids, alguns tipos de hepatites e a sífilis, 
por exemplo. Além disso, evita uma gravidez não planejada. Por isso, use ca-
misinha sempre.
Mas o preservativo não deve ser uma opção somente para quem não se infec-
tou com o HIV. Além de evitar a transmissão de outras doenças, que podem 
prejudicar ainda mais o sistema imunológico, previne contra a reinfecção pelo 
vírus causador da aids, o que pode agravar ainda mais a saúde da pessoa.”
Fonte: http://www.aids.gov.br/pagina/2010/42967
a. Quem é o destinatário do texto?
b. Que tipo de linguagem está presente no texto?
3. 
As agudas mutações culturais que incidem sobre o nosso ser-estar na dobra 
do milênio requerem uma análise abrangente de questões relacionadas à éti-
ca comunicacional. Já não vivemos ao alcance apenas do rádio, da televisão, 
do jornal, da publicidade, do cinema e do vídeo. A era dos fluxos hipervelozes 
de informação reconfigura irreversivelmente o campo mediático. A força in-
visível dos circuitos integrados on line ultrapassa toda e qualquer fronteira, 
numa rotação incessante. A veiculação imediata e abundante não somente 
delineia modos singulares de produção e consumo de dados, imagens e sons, 
como propicia um realinhamento nas relações dos indivíduos com os apare-
lhos de enunciação. As máquinas de infoentretenimento reinventam-se como 
organismos de difusão simbólica, seja em decorrência da brusca aceleração
100
tecnológica, ou pela possibilidade de se ajustar a vias de mão dupla no tráfe-
go de mensagens. Neste quadro de deslocamentos e rupturas, o fenômeno 
Internet precipita mudanças de paradigmas que podem ser absorvidas em 
sintonia com a ideia de humanização da sociedade. Na órbita da mega-rede 
digital, flutuam instrumentos privilegiados de inteligência coletiva, capazes 
de, gradual e processualmente, fomentar uma ética por interações, assentada 
em princípios de diálogo, de cooperação, de negociação e de participação.”
Trecho de artigo de Denis de Moraes, “A ética comunicacional na internet”, em: Ciberle-
genda, v. 1, 1998. 
a. E agora? As coisas mudaram bastante, não foi? Quais foram as mudanças mais 
evidentes em relação aos textos 1 e 2?
b. Trata-se de um trabalho voltado para o público universitário ou de um artigo de 
jornal destinado a pessoas comuns? 
c. Como você identifica isso? Pela linguagem rebuscada, pelos termos estranhos, 
pelo tipo de argumentação ou por tudo isso junto?
Seção 4
Observação e imaginação!
A história já foi contada mil vezes, mas ela continua contendo até hoje elementos muito interessantes e bas-
tante esclarecedores.Isaac Newton, o pai da física moderna, está supostamente sentado em baixo de uma macieira, por volta do ano 
de 1680, quando de repente uma maçã cai em sua cabeça. 
Milhares de maçãs já caíram sobre a cabeça de milhares de pessoas. Qual a grande diferença de Isaac Newton? 
Nós poderíamos dizer com uma única palavra: observação e inquietação. 
Língua Portuguesa e Literatura 101
Newton não limpa simplesmente seu cabelo e segue em frente, mas ele pergunta: por que a maçã cai sempre 
em linha reta e nunca vai para um lado ou para o outro?
Essa pergunta abriu o espaço para uma das maiores descobertas da física moderna: a lei da gravidade. Obser-
var é o passo mais importante para descobrir. 
 
Figura 3: Estátua de Isaac Newton, no Trinity College em Cambridge, Inglaterra.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:StatueOfIsaacNewton.jpg
Uma outra história também pode nos ensinar muito:
Conta-se que um belo dia um homem foi pegar uma mala que se encontrava na parte de cima de seu armário. 
Ao puxar a mala, um grande pedaço de vidro que estava embaixo da mala caiu ao chão e se partiu. Uma coisa estra-
nha, porém, chamou a atenção de nosso inventor anônimo: o vidro não se partira em um ponto, mas se quebrara em 
milhões de pequenos pedaços. 
A pergunta que ele fez em seguida foi a mesma de Newton: Por quê? A resposta estava na capa de poeira que 
havia se acumulado sobre o vidro. Essa é uma das versões para a descoberta do vidro temperado. 
Mas nosso amigo não parou por aí. Ele viu na descoberta a possibilidade de salvar muitas vidas. 
No início do século 20, muitas pessoas morriam em acidentes de carro, porque, ao baterem, elas eram arremes-
sadas contra o vidro da frente que se quebrava ao meio e funcionava como uma verdadeira guilhotina. 
As pessoas normalmente morriam de ferimentos causados pelo para-brisa. O vidro temperado resolveu esse 
problema. Aplicar uma descoberta de maneira inventiva: eis o caminho para grandes invenções!
102
 
Figura 4: Vidro temperado estilhaçado.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Safety_glass_vandalised_20050526_062_part.jpg
Agora é a sua vez! É tempo de observar e imaginar! Partindo de pequenas frases ou 
imagens provocativas, construa pequenos textos argumentativos:
1. “Não são as ervas más que afogam a boa semente, e sim a negligência do lavrador” 
(Confúcio – 551 a.C. a 479 a.C.).
2. Criança trabalhando em um lixão. 
 
Fonte: http://www.flickr.com/photos/geoglauco/1376828468/sizes/m/in/photostream/ • Glauco Umbelino
3. 
 
Quero a utopia, quero tudo e mais/ Quero a felicidade nos olhos de um pai/ 
Quero a alegria muita gente feliz/ Quero que a justiça reine em meu país/ Que-
ro a liberdade, quero o vinho e o pão/ Quero ser amizade, quero amor, prazer/ 
Língua Portuguesa e Literatura 103
Quero nossa cidade sempre ensolarada/ Os meninos e o povo no poder, eu 
quero ver.” 
(Trecho da música “Coração civil”, de Milton Nascimento)
4. Frase de para-choque: “Nasci pelado, careca e sem dente: o que vier é lucro.”
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Quote_truck.jpg
Seção 5
Períodos compostos por subordinação:
Você já estudou os períodos compostos por coordenação, ou seja, aqueles períodos que ligam orações que 
têm vida própria e que não dependem das outras para terem sentido.
104
Textos complexos, contudo, sempre envolvem também períodos subordinados. 
Por isso, vamos começar agora a trabalhar tais períodos. Para tanto, é importante ser capaz de identificar por 
si mesmo tais períodos. 
Vamos começar pelos exemplos mais simples, pelas orações subordinadas substantivas.
Diagramação: Manter a diferença de cores entre o texto e os exemplos.
Nós queremos
que
Os alunos passem de ano
O que temos acima é um exemplo de duas orações, nas quais uma depende da outra. Não faz sentido dizer 
isoladamente “os alunos passem de ano”. 
Neste sentido, a oração “os alunos passem de ano” depende de uma outra oração para existir. Ela é uma oração 
subordinada. 
“Nós queremos”, por sua vez, vive independentemente dessa oração. Ela é, por isso, a oração principal. Bem, 
mas por que chamamos tal oração subordinada de substantiva? Vejamos:
Nós queremos ⇒ paz!
Se perguntamos “o que queremos?”, somos obrigados a dizer algo, alguma coisa, um substantivo. No caso, “paz”! 
Assim, no período: 
Nós queremos ⇒ que ⇒ os alunos passem de ano
A oração subordinada desempenha a função de um substantivo e se chama, exatamente por isso, oração su-
bordinada substantiva. Ainda resta, contudo, o “que”. 
Nós tomamos contato na unidade 6 com várias conjunções coordenativas. O “que” é uma conjunção caracte-
rística de períodos compostos por subordinação. 
Desse modo, ela é uma conjunção subordinativa. Como ela integra duas orações subordinadas, por sua vez, ela 
é chamada de conjunção integrante.
Há seis tipos de orações substantivas:
1. Orações substantivas subjetivas: são aquelas nas quais a oração subordinada desempe-
nha o papel de sujeito. (Ex.: É preciso que os trabalhadores se dediquem mais.).
Língua Portuguesa e Literatura 105
2. Orações substantivas predicativas do sujeito: são aquelas que assumem a função de pre-
dicativo do sujeito. (Ex.: A questão é que não há mais o que comer.)
3. Orações substantivas objetivas diretas: são aquelas nas quais a oração subordinada de-
sempenha o papel de objeto direto. (Ex.: Eu acho que o Brasil será campeão.)
4. Orações substantivas objetivas indiretas: são aquelas nas quais a oração subordinada 
ocupa o lugar de um objeto indireto. (Ex.: O professor sonha com que a turma aprenda 
toda a matéria.)
5. Orações substantivas completivas nominais: são aquelas nas quais a oração subordinada 
se mostra como complemento de um nome. (Ex.: João tem necessidade de que alguém 
lhe ajude.)
6. Orações substantivas apositivas: são aquelas nas quais a oração subordinada desempe-
nha o papel de aposto. (Ex.: Todos nós estamos torcendo por uma única coisa: para que 
você ganhe a bolsa.)
6
Complete os períodos com as orações substantivas e com as respectivas conjunções integrantes:
Diagramação: Favor reproduzir o formato da atividade conforme o modelo.
1. Eu acho________________________________________________ (Brasil é o melhor 
time mundo)
2. Gostaria________________________________________________ (as injustiças sociais 
desaparecessem)
3. A minha vontade _______________________________________ (você venha à festa)
4. Os animais adoram_______________________________________ (as pessoas lhes fa-
çam muito carinho)
5. É indispensável__________________________________________ (todos deem a sua 
contribuição)
6. Uma coisa é decisiva para todos nós: _________________________________________
__________ (vocês passem de ano)
106
7. É preciso_______________________________________________ (o feijão dure até 
amanhã).
8. O único ponto ___________________________________________ (eu não tenho mais 
tanta força).
6
Substitua o substantivo por uma oração substantiva (o que precisa ser substituído 
está em negrito).
Ex.: Eu gosto muito das visitas de meus amigos
Eu gosto muito de que meus amigos me visitem.
1. É muito importante a sua presença.
2. Eu acho o jogo de amanhã decisivo.
3. Uma coisa vital para mim é a reconquista de sua saúde.
4. Não tenho como permitir a sua entrada.
5. Júlio tem necessidade do apoio dos amigos.
6. Não tenho como aceitar uma coisa: a sua indiferença.
7
Língua Portuguesa e Literatura 107
Resumo
A unidade 7 esteve voltada para o tema da argumentação em sua relação com descoberta e invenção. Assim, 
nos detivemos em alguns pontos fundamentais. Vejamos o nosso resumo: 
 ƒ Em primeiro lugar, vimos a diferença entre descoberta e invenção e o lugar das duas no campo daciência.
 ƒ Vimos, em seguida, a composição estrutural da argumentação: apresentação de tese, desdobramento de 
argumentos de reforço e conclusão.
 ƒ Logo depois, acompanhamos a argumentação em suas muitas fases: a necessidade de pensar no destinatá-
rio da argumentação (aquele para quem falamos ou escrevemos), o tipo de linguagem mais adequado (os 
instrumentos de que dispomos para levar a termo a argumentação) e os nossos intuitos em geral.
 ƒ Em um quarto momento, tratamos especificamente da relação entre observação e imaginação, a fim de 
fomentar em cada um o esforço por encontrar o caminho para as suas próprias descobertas e invenções.
 ƒ Por fim, tomamos contato com orações subordinadas substantivas e com as conjunções integrantes.
Veja ainda
Como essa unidade 7 tratou, antes de tudo, de descoberta e imaginação, nada como acompanhar agora filmes e 
livros que nos confrontem com novos universos, com descobertas revolucionárias ou com invenções transformadoras. 
Aqui seguem algumas dicas de leitura e de cinema. Não perca jamais a oportunidade de ir além:
Dicas de livros
 ƒ VERNE, Julio. 2000 léguas submarinas. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 1999.
Dicas de Filmes
 ƒ Blade Runner, com Harrison Ford, direção de Ridley Scott, 1982.
 ƒ Gatataca, com Uma Turman, Jude Law e Ethan Hawke, direção de Andrew Niccol, 1997. 
108
Atividade 1
Texto 1: 
1. A tese do texto é a de que o lixo é o espelho da sociedade: quanto mais rica e consumis-
ta é a sociedade, tanto mais lixo ela produz. 
2. 
a. A enorme presença de lixo nas grandes cidades em função do aumento do consumo. 
b. O fato de o lixo ser produzido tanto pelas atividades públicas (restaurantes, ba-
res, cinemas, carros, ônibus etc.) como pelas atividades industriais. 
3. A eliminação do lixo e o seu possível reprocessamento são um desafio a ser vencido 
pelas sociedades modernas.
Atividade 2
Proposta de redação. O aluno deverá realizar a redação em duas etapas, responden-
do, primeiro, às perguntas formuladas entre parênteses: 
1. Definição da tese (ser a favor ou contra a legalização das drogas; achar que o estresse 
causa ou não doenças; ser da opinião de que a propaganda tem ou não poder), pesqui-
sa sobre possíveis argumentos (orientar-se pelas perguntas e por sua tese) e determina-
ção da conclusão a que se quer chegar (o que você quer provar). 
2. Escrita propriamente dita.
Atividade 3
1. Tese: O Gurgel é um carro brasileiro para brasileiros que tenta resolver os problemas tí-
picos de um brasileiro; Argumentos: A imagem e o texto acentuam elementos que apro-
ximam o carro do cenário, das pessoas simples que estão presentes no campo e de suas 
necessidades; Conclusão: Se você é brasileiro que vive no campo, você deve comprar 
um Gurgel; Destinatário: Pessoas do campo, que precisam de carros com caçamba gran-
de para transporte de produtos; Tipo de linguagem: direta, misturando imagem e texto.
Língua Portuguesa e Literatura 109
4. Tese: Somos expostos a tantos comerciais que não conseguimos mais reter praticamen-
te nada do que vemos; Argumentos: A quantidade de comerciais que vemos e a dificul-
dade de nos lembrarmos de comerciais; Conclusão: A propaganda se torna mais eficaz 
quando a inserimos em contextos cotidianos, em meio a uma novela ou a um filme, no 
qual aparece um produto juntamente com um ator de que gostamos ou com algo que 
apreciamos; Destinatário: Profissionais de propaganda; Tipo de linguagem: expositiva e 
argumentativa, estruturada por estatísticas. 
Atividade 4
1. 
a. A classe médica antes de tudo. 
b. A linguagem é técnica, uma vez que o texto apresenta dados que contestam a 
ideia de que é bom fazer uso diário de aspirina.
2. 
a. Qualquer pessoa sexualmente ativa que, por isso, se encontra no grupo daque-
les que devem fazer uso de camisinha. 
b. Linguagem coloquial, não técnica. 
3. 
a. Sim, as coisas mudaram bastante, porque se trata de texto acadêmico, que exige 
conhecimento específico. 
b. Trata-se de trabalho voltado para o público universitário, mais especificamente 
para alunos de teoria da comunicação. 
c. Por todos os elementos citados: linguagem rebuscada, termos estranhos e tipo 
de argumentação.
Atividade 5
Exercícios de construção argumentativa a partir de pequenos textos ou imagens 
instigantes. 
110
1. O provérbio nos lembra de algo muito importante: não adianta achar que as coisas não 
dão certo porque a qualidade do material de trabalho era ruim. O motivo real de todo 
fracasso é a nossa postura, a dificuldade de se entregar plenamente às coisas, o empe-
nho por fazer a diferença.
2. O que esperar de uma juventude que, em vez de se encontrar na sala de aula e de rece-
ber do país as condições mínimas para o seu pleno desenvolvimento, se vê presa a um 
trabalho semiescravo, sem perspectivas de futuro e sem o conforto básico do presente? 
Pouco! É isso o que a imagem parece nos dizer.
3. A música de Milton Nascimento dá voz a uma série de anseios simples, que alimentam 
a vida de todos nós. Ela fala a linguagem da esperança, que precisa estar viva para que 
possamos encontrar um lugar realmente digno de ser vivido. Ao mesmo tempo, porém, 
o triste é pensar que mesmo esses anseios simples são utópicos e jamais serão comple-
tamente realizados.
4. A frase de para-choque de caminhão nos lembra do modo como todos nós nascemos: 
sem roupas, sem posses, sem nada. Lembrar disso é importante para dimensionar ple-
namente os nossos desejos e para perceber o quanto são mesquinhas certas existências 
preocupadas apenas em conquistar cada vez mais.
Atividade 6
1. Eu acho que o Brasil é o melhor time mundo. 
2. Gostaria de que as injustiças sociais desaparecessem. 
3. A minha vontade é de que você venha à festa. 
4. Os animais adoram que as pessoas lhes façam muito carinho. 
5. É indispensável que todos deem a sua contribuição.
6. Uma coisa é decisiva para todos nós: que vocês passem de ano. 
7. É preciso que o feijão dure até amanhã. 
8. O único ponto é que eu não tenho mais tanta força.
Língua Portuguesa e Literatura 111
Atividade 7:
1. É muito importante que você esteja presente. 
2. Eu acho que o jogo de amanhã é decisivo. 
3. Uma coisa vital para mim é que você recupere a sua saúde. 
4. Não tenho como permitir que você entre. 
5. Júlio tem necessidade de que os amigos o apoiem. 
6. Não tenho como aceitar uma coisa: que você seja indiferente.
Língua Portuguesa e Literatura 113
O que perguntam por aí!
1. (Escrevente de Polícia/SP/ 2006) 
No período: “consideramos, por fim, que é um bom tema para a reflexão”, a oração em itálico tem, em relação à 
primeira, valor de:
a) adjetivo e função sintática de predicativo do sujeito;
b) advérbio e função sintática de adjunto adverbial de modo;
c) substantivo e função sintática de sujeito;
d) substantivo e função sintática de objeto direto.
Resposta: Letra D.
Comentário: A resposta correta é D, uma vez que a oração desempenha o papel de algo e esse algo diz “o que” 
achamos. Por isso, trata-se de objeto direto.
Língua Portuguesa e Literatura 115
Atividade extra
Descoberta e Invenção: 
o lugar da argumentação nos textos dissertativos
Questão 1 (UFPR 2013)
Leia o texto a seguir:
Ao realizar um experimento no laboratório da escola, um estudante fez as seguintes anotações:
— 2 frascos com substâncias em pó, uma amarela, outra branca.
— 10 gramas de cada uma, usando uma balança de precisão.
— Colocadas em uma placa de vidro e misturadas com uma espátula.
— Água em cima da mistura, com um conta-gotas: 2 gotas.
— A mistura ficou alaranjada, esquentou e soltou uma fumaça branca.
Ao fazer o relatório do experimento, o estudante teve várias dúvidas em relação à redação e escreveucinco 
versões, reproduzidas nas alternativas a seguir. Assinale a que faz um relato de forma objetiva, correta e em lingua-
gem adequada a um relatório.
a. Usando uma placa de vidro. Sobre a mesma, pinguei 2 gotas de água em cima. Antes tirei dos frascos 
contendo as substâncias e misturei 10 gramas do pó A (amarelo) e 10 do pó B (branco) com uma espátula. 
Depois observei que a mistura ficou alaranjada, esquentou e saiu uma fumaça branca. Foi isso que eu fiz e 
observei. 
b. A mistura em cima da placa de vidro esquentou, mudou de cor e soltou uma fumaça branca. Isso aconteceu 
depois que os pós branco e amarelo foram pesados em uma balança de precisão, colocados em cima da 
placa de vidro, 10 gramas de cada, tudo misturado com uma espátula. A água de um conta-gotas pingou 
em cima. Foram 2 gotas.
116
c. Primeiro peguei 10 gramas das substâncias em pó, que estavam em frascos, uma amarela (A) outra branca 
(B) e coloquei ambas em uma placa de vidro, onde misturei com uma espátula, com 2 gotas de água em 
cima. Saiu uma fumaça branca e ficou alaranjada. Conclusão: a mistura das substâncias esquentaram. 
d. Sobre uma placa de vidro foram colocados 10 gramas de cada uma das substâncias A (amarela) e B (branca), 
em pó, que foram depois misturadas com uma espátula. Com o auxílio de um conta-gotas, foram acrescen-
tadas 2 gotas d'água. Observou-se então o aquecimento da mistura, que, além disso, tornou-se alaranjada 
e desprendeu uma fumaça branca. 
e. De um frasco com um pó branco e outro amarelo foram subtraídas 10 gramas dos mesmos e colocados 
ambos em uma placa de vidro. A mistura então desprendeu uma fumaça branca, a temperatura da mesma 
se elevou tornando-se alaranjada. Isso aconteceu após as substâncias serem misturadas entre si e com 2 
gotas de água respectivamente. 
Questão 2 ( Uerj 2013)
Ciência e Hollywood
5Infelizmente, é verdade: explosões não fazem barulho algum no espaço. Não me lembro de um só filme 
que tenha retratado isso direito. 6Pode ser que existam alguns, mas se existirem não fizeram muito suces-
so. 10Sempre vemos explosões gigantescas, estrondos fantásticos. Para existir ruído é necessário um meio 
material que transporte as perturbações que chamamos de ondas sonoras. Na ausência de atmosfera, ou 
água, ou outro meio, as perturbações não têm onde se propagar. 7Para um produtor de cinema, a questão 
não passa pela ciência. Pelo menos não como prioridade. Seu interesse é tornar o filme emocionante, e 
explosões têm justamente este papel; roubar o som de uma grande espaçonave explodindo torna a cena 
bem sem graça.
11Recentemente, o debate sobre as liberdades científicas tomadas pelo cinema tem aquecido. O sucesso 
do filme O dia depois de amanhã (The dayaftertomorrow), faturando mais de meio bilhão de dólares, e seu 
cenário de uma idade do gelo ocorrendo em uma semana, em vez de décadas ou, melhor ainda, centenas 
de anos, 9levantaram as sobrancelhas de cientistas mais rígidos que veem as distorções com desdém e es-
bugalharam os olhos dos espectadores (a maioria) que pouco ligam se a ciência está certa ou errada. Afinal, 
cinema é diversão.
15Até recentemente, defendia a posição mais rígida, que filmes devem tentar ao máximo ser fiéis à ciência 
que retratam. Claro, isso sempre é bom. Mas não acredito mais que seja absolutamente necessário. 1Existe 
uma diferença crucial entre um filme comercial e um documentário científico. 12Óbvio, 2documentários 
devem retratar fielmente a ciência, educando e divertindo a população, mas filmes não têm necessariamen-
te um compromisso pedagógico. 13As pessoas não vão ao cinema para serem educadas, ao menos como 
via de regra.
Claro, 3filmes históricos ou mesmo aqueles fiéis à ciência têm enorme valor cultural. Outros educam as emo-
ções através da ficção. 14Mas, se existirem exageros, eles não deverão ser criticados como tal. Fantasmas 
não existem, mas filmes de terror sim. Pode-se argumentar que, no caso de filmes que versam sobre temas 
científicos, 4as pessoas vão ao cinema esperando uma ciência crível. Isso pode ser verdade, mas elas não 
Língua Portuguesa e Literatura 117
deveriam basear suas conclusões no que diz o filme. No mínimo, o cinema pode servir como mecanismo 
de alerta para questões científicas importantes: o aquecimento global, a inteligência artificial, a engenharia 
genética, as guerras nucleares, os riscos espaciais como cometas ou asteroides etc. 8Mas o conteúdo não 
deve ser levado ao pé da letra. 16A arte distorce para persuadir. E o cinema moderno, com efeitos especiais 
absolutamente espetaculares, distorce com enorme facilidade e poder de persuasão.
O que os cientistas podem fazer, e isso está virando moda nas universidades norte-americanas, é usar filmes 
nas salas de aula para educar seus alunos sobre o que é cientificamente correto e o que é absurdo. Ou seja, 
usar o cinema como ferramenta pedagógica. 17Os alunos certamente prestarão muita atenção, muito mais 
do que em uma aula convencional. Com isso, será possível educar a população para que, no futuro, um 
número cada vez maior de pessoas possa discernir o real do imaginário.
MARCELO GLEISER
Adaptado de www1.folha.uol.com.br.
Nota: Os números que aparecem no decorrer do texto servem como referência para que o aluno possa responder a questão.
Na construção argumentativa, uma estratégia comum é aquela em que se reconhecem dados ou fatos contrá-
rios ao ponto de vista defendido, para, em seguida, negá-los ou reduzir sua importância. O fragmento do texto que 
exemplifica essa estratégia é:
a. Infelizmente, é verdade: explosões não fazem barulho algum no espaço. (ref. 5) 
b. Pode ser que existam alguns, mas se existirem não fizeram muito sucesso. (ref. 6) 
c. Para um produtor de cinema, a questão não passa pela ciência. (ref. 7) 
d. Mas o conteúdo não deve ser levado ao pé da letra. (ref. 8) 
Questão 3: (IBMEC-2006) 
Assinale o período composto por três orações somente.
a. Os homens se esquecem de que a verdadeira amizade é fundamental.
b. Nunca fiz questão de que você viesse no horário.
c. Vou ao cinema agora, ele ao teatro, mas nos encontraremos à noite.
d. Tua chegada causa espanto e admiração, faz com que eu sonhe e delire.
e. Nunca mais ouviram falar daquele caso. O pouco que soubemos veio pelos jornais.
118
Questão 4 (Discursiva)
Compare as orações em destaque nestes dois períodos:
I - O importante é que os jovens participem da vida política do país.
II - É importante que os jovens participem da vida política do país.
As duas orações destacadas apresentam a mesma função sintática em relação à anterior, oração principal? 
Justifique sua resposta.
Questão 5 (Discursiva)
De acordo com o referido modelo, transforme em um substantivo as orações subordinadas substantivas em 
destaque:
Modelo:
Acreditávamos realmente que você colaborasse durante a pesquisa.
Acreditávamos realmente na sua colaboração durante a pesquisa.
a. A família estava certa de que Carlos chegaria para a comemoração.
b. O meu desejo era que todos comparecessem à reunião.
c. Foi confirmado que você participou na entrevista aos candidatos.
d. A solução mais viável é que os funcionários desistam em permanecer com a greve.
Língua Portuguesa e Literatura 119
Gabarito
Questão 1
A B C D E
Comentário: Em todas as opções existem períodos incompletos (“Usando uma placa de vidro.”) inadequação 
vocabular (“esquentou”, “peguei”, “saiu”), falta de concordância verbal e nominal (“a mistura das substâncias esquenta-
ram”, “foram subtraídas 10 gramas”) e falhas de coesão textual, exceto em (D).
Questão 2
A B C D E
Comentário: Marcelo Gleiser afirma, em primeiro lugar, que não existem filmes que retratem as explosões no 
espaço de forma verossímil, pois há sempre ruídos a acompanhar os efeitosvisuais. Posteriormente, admite que possa 
ter havido até alguns, justificando que não lhe ficaram na memória por não terem obtido grande sucesso. 
Questão 3
A B C D E
Note que, embora a opção B apresente apenas dois verbos, há a elipse- termo subentendido- de um terceiro 
verbo: Vou ao cinema agora, ele VAI- elipse-ao teatro, mas nos encontraremos à noite.
Questão 4
Resposta: Não. Em I, a oração subordinada substantiva destacada exerce a função de predicativo do sujeito; 
em II, a função de sujeito da oração principal.
120
Questão 5
Respostas:
a. A família estava certa da chegada de Carlos para a comemoração.
b. O meu desejo era o comparecimento de todos à reunião.
c. Foi confirmada a sua participação na entrevista aos candidatos.
d. A solução mais viável é a desistência do funcionários em permanecer com a greve.

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