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Zika · 1947: Zika Floresta de Uganda, África. · 1951 a 1981: infecção humana · 2007: surto na ilha de YAP e outras ilhas próximas dos estados Federados da Micronésia (Pacífico) · 2013: 8.264 casos suspeitos zika vírus Polinésia Francesa · Confusão com vírus da dengue: semelhança no quadro clinico Zika... Brasil · 05/2015: alerta (PAHO) - 1°caso identificado no Brasil · 3.500 pessoas na Bahia: RT-PCR · Novos casos de doenças exantemáticas -Dengue, rubéola, parvovírus B19, -chikungunya, sarampo, outros arbovírus e enterovírus · 02/2016: OMS: Emergência em Saúde Pública no mundo por causa dos casos de hidrocefalia em fetos · Vírus RNA de cadeia única; Gênero Flavivírus, família Flaviviridae · Transmitido principalmente pela picada de um mosquito infectado da espécie Aedes (Ae. aegyptie Ae. albopictus). · A evolução da Zika é extremamente benigna. · Os sintomas desaparecem espontaneamente de 3 a 7 dias. 80% dos pacientes são assintomáticos Transmissão · A transmissão pode acontecer da mulher grávida para o feto e está relacionada a danos fetais. · Transmissão sexual. – sorologia para engravidar (esperar 3-6 meses se um dos pais positivo) · Transfusão de sangue. Estudos mostrando a transmissão não só pela picada do inseto, mas a particularidade por ser transmitida pela relação sexual. Além da transmissão perinatal. clínica: dor no corpo, febre, linfonodo retroauricular Crianças não eram prematuras, mas nasciam com microcefalia Foram saindo vários protocolos clínicos com relação à doença. Sintomas A maioria das pessoas infectadas não desenvolve manifestações clínicas, mas podem ter: · Dor de cabeça · Febre baixa · Dores leves nas articulações · Manchas vermelhas · Coceira na pele · Vermelhidão nos olhos Quadro clássico Gestantes · Abortamento. · Microcefalia. · Formas graves e atípicas são raras mas podem evoluir para o óbito. Recém nascidos · Todos os bebês com microcefalia (pode ser causada por rubéola, citomegalovírus, toxoplasmose) deverão manter consultas de puericultura nas UBS. · Também deverão ser acompanhados em serviços especializados para estimulação precoce; Conclusões Sobre a prevenção · É primordial a eliminação dos criadouros de mosquito. – isso é saúde pública · Havendo sintomas procurar serviço de saúde e evitar automedicação · Também recomenda-se usar roupas que minimizem a exposição (claras), além de repelentes, inseticidas domésticos e mosquiteiros para aqueles que dormem durante o dia. · Por fim, é aconselhável a instalação de telas em portas e janelas. Leishmaniose visceral · Calazar: origem Hindu. “Febre Negra” · Doença crônica potencialmente grave – quando diagnosticada no momento oportuno, é possível frear a evolução natural da doença e, consequentemente, minimizar os riscos que a doença pode fazer. Ela tem um tropismo pela medula e, consequentemente, diminui a produção das nossas linhagens, levando à imunossupressão modular e, consequentemente, o paciente fica exposto a outras infecções, como complicações bacterianas. · Óbito > 90% dos casos sem tratamento · Problema de Saúde Pública – doença negligenciada, antiga, não tem tratamentos novos e não há nenhuma vacina até hoje. · Endemia rural com transmissão domiciliar e peridomiciliar. Urbanização recente trouxe esse mosquito para a área mais urbana levando consequentemente, à doença. · Acomete principalmente crianças desnutridas, exceto nos surtos e epidemias – uma vez que é picado pelo mosquito, não necessariamente vai evoluir com a doença. Então, precisa diferenciar muito esta questão. Epidemiologia · Uma das sete endemias mundiais de prioridade absoluta da OMS · 500.000 casos novos/ano. 50.000 óbitos/ano · Prevalência anual: 12 milhões de pessoas · Endêmica em 88 países · Notificação compulsória em 32 países Distribuição mundial · Seis países são responsáveis por 90% dos casos de leishmaniose visceral que ocorrem em todo o mundo: -Índia -Nepal -Sudão -Bangladesh -Brasil -Etiópia Epidemiologia - Brasil · América latina: Brasil > 90% dos casos · Região Nordeste: Bahia, Ceará, Maranhão e Piauí – importância de perguntar a procedência na anamnese · Ocorre em 21 dos 26 estados brasileiros · Epidemias urbanas · Notificação compulsória · Aumento expressivo das taxas de letalidade Leishmania spp. – temos vários gêneros transmitidos por essa família. · Parasitas de células fagocitárias (tropismo pelo) Sistema Fagocítico Mononuclear · Parasitas intracelulares obrigatórios · Formas promastigotas (promastigota) e amastigotas O vetor · Fêmeas de flebotomíneos (mosquito palha) · Lutzomyia longipalpis-principal no Brasil Reservatórios · Homens - acidentalmente · Caninos · Cão doméstico – vacina, coleira – para prevenção (hoje não são mais sacrificados) · Marsupiais · Roedores Esse mosquito gosta também de galinheiros (ambiente propício para ele), por isso é proibido ter galinheiros em ambiente urbano. Ciclo de Vida – Leishmania O hospedeiro vertebrado é infectado com a forma promastigota, quando picado pelo vetor -> as promastigotas penetram os macrófagos circulantes e multiplicam-se como amastigotas -> os macrófagos morrem e as amastigotas são liberadas, infectando outros macrófagos -> o vetor ingere macrófagos infectados durante o repasto sanguíneo -> as amastigotas são liberadas no intestino do mosquito e multiplicam-se como promastigotas. Período de incubação: • No homem: 10 dias a 24 meses (media 2 a 6 meses) • No cão: 3 meses a vários anos (media 3 a 7 meses) Importância do uso de repelentes Leishmanioses –Espectro Clínico · Leishmaniose Visceral · Leishmaniose Mucocutânea · Leishmaniose Tegumentar Americana – pode fazer apresentação em mucosas ou apensas cutânea ou nos dois. Leishmaniose Visceral · Kala-azar: fere negra (hindu) · 90% casos do mundo: Leste da Índia e Bangladesh, Sudão e Brasil · 90% casos do Brasil: Nordeste (Bahia, Ceará, Piauí e Maranhão) · Rural -> Urbana · Infecção X Doença: · Crianças 6,5:1 · Adultos 18:1 · Período de Incubação: 2-6meses (10 dias-1ano) Epidemiologia Quadro Clínico · Gerais: Febre alta e intermitente, perda de peso, astenia · Hepatoesplenomegalia (baço mais proeminente que o fígado) · Pancitopenia – diminuição das linhagens: plaquetas, leucócitos, anemia - (Invasão da medula óssea + hiperesplenismo) · Anemia / Infecções Secundárias / Hemorragias · Outros: Linfadenopatia, diarreia, dor abdominal, icterícia, tosse seca, edema, derrames cavitários, insuficiência renal/cardíaca de acordo com a evolução da doença Leishmaniose Visceral Grave · Sinais de alerta: · 6-12 meses de idade · 50-65 anos de idade · Suspeita de Infecção bacteriana · Recidiva ou Reativação · Diarreia ou vômitos · Edema localizado · Febre >60 dias · Sinais de gravidade · Idade <6 meses e >65 anos · Icterícia · Fenômenos Hemorrágicos · Anasarca · Toxemia · Desnutrição grave · Comorbidade (inclusive infecção bacteriana) Complicações · Insuficiência Hepática · Insuficiência Renal (glomerulonefrite por imunocomplexos da doença) · Insuficiência Cardíaca (Miopatia, Anemia) · Infecção Bacteriana (sepse, PNM, ITU ...) · Hemorragias Diagnóstico diferencial · Hepatoesplenomegalias febris: · Doenças Hematológicas (Linfoma, Leucemias) · Doenças Infecciosas (Malária, Enterobacteriose Septicêmica Prolongada, febre tifoide, Endocardite Infecciosa, Chagas aguda, TB disseminada, Histoplasmose, Mononucleose, Brucelose) Exames Complementares · Hemograma Completo: Pancitopenia · Albumina baixa, Gamaglobulina alta – é o mais certo, mesmo tendo hipoalbuminemia · Transaminases: normais ou pouco elevadas · SU: Hemácias, proteínas · Outros exames para solicitar: ECG, RX tórax, Amilase, função renal – ver derrame pericárdico, pleural. Exames Diagnósticos · Certeza: Visualização direta ou cultura (NNN) – vai aspirar a medula óssea · Medula óssea –90% pode ser positivo · BX fígado/baço - invasivo (geralmente não é feito devido à plaquetopenia, aí faz o aspirado de medula) · Lesões de pele – principalmente em leishmaniose cutânea · Teste de Montenegro:negativo (não é muito utilizado como rotina para diagnóstico de leishmaniose visceral; é uma reação intradérmica devido à inserção do inóculo) · Positivação após cura · Sorologias (K-39) – se positivo: identifica que paciente já teve contato com a leishmaniose - muito usadas, além do teste rápido. Mielograma – aspira a medula óssea, faz esfregaço em lâmina para ver características das células e observa se há presença da forma amastigota. Se sim, o resultado é positivo. Embora um resultado negativo não afaste o diagnóstico. Também é possível fazer cultura com o aspirado – padrão ouro! Pacientes muito imunodeprimidos podem apresentar resultado falso negativo. Tratamento · Escolha: Antimonial pentavalente (Glucantime®) -20mg/kg/dia EV 1xd · Diluir em SF ou SG 5% e correr em 1-2h · 1 ampola: 81mg/ml (5ml) · Tempo de tratamento: 21 -28 dias · Efeitos colaterais: mialgia, artralgia, sintomas TGI, pancreatite, cardiotoxicidade, IR · Acompanhar com ECG 1-3xsem (prolongamento do QTc, arritmias) Contraindicações: pacientes com hepatites, cardiopatias, IR Pacientes idosos e crianças (<6 meses) não faz o tratamento devido aos riscos da medicação. · Anfotericina B deoxicolato · 1-2g/kg/dia por 14-21dias · Efeitos colaterais: Nefrotoxicidade, Hipopotassemia, cardiotoxicidade, hepatotoxicidade, alergia · Droga de escolha para Calazar grave, recidivas, falha terapêutica, gestantes, cardiopatas · Anfotericina B Lipossomal · Droga de escolha nos países desenvolvidos · 5-7 dias de tratamento · No Brasil: Refratariedadea AnfoB deoxicolato, IR, transplantados renais MS libera para pacientes HIV positivos, porque faz em menor tempo de tratamento (5-7 dias) · Miltefosina · Droga oral desenvolvida e utilizada na Índia · Não existe no Brasil · Antibioticoterapia Normalmente precisa associar, porque muitas vezes o paciente chega com febre, neutropênico. Porque a complicação maior no paciente com leishmaniose, é a complicação por infecção bacteriana (pneumonia, sepse de foco urinário...) · Antibióticoprofilaxia (<2a e <500 neutrófilos) · Hemotransfusões Somente se: · Hb < 7g/dl, repercuções hemodinâmicas · Plaq < 20.000/mm³ com sangramento Seguimento · Melhora evidente até 1 sem do tratamento · Regressão mais lenta das megalias (podem persistir por mais de 1 ano) · Repetir exames 1x semana · Acompanhamento ambulatorial por 1 ano
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