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Estudo de Caso: COMPULSÃO ALIMENTAR Aluna: Ana Maria Cardoso de Souza APRESENTAÇÃO DO CASO Trata-se de um relato de caso acerca da paciente G.S.A, sexo feminino, 36 anos, casada, religião católica, reside em Icoaraci com marido e filhos, diagnosticada com transtorno da compulsão alimentar. A paciente procurou o nutricionista de um ambulatório especializado informando ter uma obsessão por comida. Relatou que começou a engordar após a gestação, engordou 40 kg e recebeu posteriormente o diagnóstico de diabetes mellitus. Paciente informou que não sente fome, mas sente muita ansiedade e tem descontrole alimentar. Peso atual de 96,8 kg, 1,56 m de altura, índice de massa corporal de 39,78 kg/m², indicando obesidade grau II, circunferência da cintura de 118 cm, indicando um alto risco de doença cardiovascular. Paciente com diagnóstico prévio de diabetes mellitus e hipertensão arterial. Alimentava- se mal, com episódios compulsivos recorrentes. Possui vários fatores como família e amigos que atrapalhavam a melhora, um peso muito elevado e a insatisfação com o corpo. Devido à complexidade da condição clínica dos transtornos alimentares é necessária uma abordagem multiprofissional, com uma equipe composta por psiquiatra, nutricionista e psicólogo. Você precisará acompanhar o caso da paciente acima. Será necessário construir um plano de trabalho (associado ao trabalho de outros profissionais – equipe multiprofissional – médico psiquiatra, psicólogo, nutricionista, enfermeiro) 1) Caracterize o transtorno de compulsão alimentar a partir de pesquisa bibliográfica. Mencione informações da paciente citada acima para justificar sua resposta. (1,0 pt). O transtorno de compulsão alimentar é muito caracterizado pela recorrência de episódios de compulsão alimentar, episódios como: o indivíduo perde o controle de comer e acaba tendo a sensação de que perdeu o controle, essa pessoa também sente a necessidade de se alimentar constantemente por mais que ela não sinta fome ou já esteja satisfeita. A paciente diagnosticada com transtorno de compulsão alimentar relatou para a nutricionista que apresenta a obsessão por comida e que não sente fome, mas ela sente muita ansiedade e se alimenta mal. O indivíduo com este transtorno alimentar consegue apresentar uma alimentação regular, ocorre períodos que tentam fazer dietas e outros em que os episódios de compulsão alimentar são desencadeados em situações de estresse, ansiedade, desapontamento. Estes episódios de compulsão alimentar diferentemente da bulimia nervosa (BN) e anorexia nervosa (NA), não se tem métodos purgativos ou compensatórios, como não há maneiras para compensar a ingestão exagerada de alimentos, alimentos que muitas das vezes podem apresentar um valor calórico alto, o aumento de peso é observado em consequência destes episódios de compulsão alimentar em que o indivíduo acaba perdendo o controle de comer por estar tentando confortar o seu emocional, levando a obesidade. A preocupação com indivíduos com compulsão alimentar é que a obesidade pode decorrer disso e desencadear doenças cardiovasculares e pressão arterial elevada. A paciente tem o diagnóstico de obesidade do grau II e o diagnóstico prévio de diabetes mellitus e hipertensão arterial. O bullying, brincadeiras, gozações com a imagem corporal ou até mesmo o ato de incentivar a comer, levam estes indivíduos com transtornos alimentares à fatores de riscos e acabam piorando o seu quadro, e desenvolvem o sentimento de culpa, vergonha do seu corpo e angústia em frente à situação. Um dos fatores que atrapalham o progresso da paciente é a família e os amigos, e ela possui uma insatisfação com o seu corpo pelo seu peso elevado. 2) Como deve ser a abordagem nutricional? (1,0 pt) A terapia cognitiva-comportamental associada a abordagem nutricional é considerada o melhor tratamento para o transtorno compulsivo alimentar. A abordagem nutricional deve ser feita com o objetivo de diminuir os episódios de compulsão alimentar e não deve ser vista primeiramente com o objetivo da perda de peso, deve-se estimular atitudes alimentares adequadas sem a restrição alimentar, tem que ser fornecido ao indivíduo informações sobre nutrição para que o paciente possa fazer escolhas de alimentos adequados e enxergar que existe um leque de alimentos que irão fornecer tudo o que ele precisa para o fornecimento de benefícios para a sua saúde. Também é preciso desenvolver as habilidades cognitivas e comportamentais para que esse indivíduo saiba lidar de forma adequada em situações de alto risco que desencadeiam os episódios de compulsão alimentar e modificar os pensamentos da atenção sobre as formas corporais e de peso, e os sentimentos acompanhados de vergonha e inferioridade, para que aos poucos o paciente vá alcançando um equilíbrio entre auto aceitação e mudança. O diário alimentar é um instrumento muito utilizado na abordagem nutricional, o seu preenchimento permite que o paciente e o profissional tenham o conhecimento do hábito alimentar, dos impasses que desencadeiam a compulsão alimentar, o que há de errado em sua alimentação e os pensamentos disfuncionais. O profissional deve orientar que é de suma importância a necessidade do preenchimento contínuo, deve também ressaltar a importância deste instrumento como a ferramenta principal para o tratamento e que é preciso honestidade nos registros, pois quanto mais próximo da realidade, mais ajuda o paciente receberá do profissional. É preciso que o profissional explique sobre o que é o transtorno compulsivo alimentar se o paciente não souber, e falar que o objetivo do tratamento não é a perda do peso inicialmente e sim de fornecer o equilíbrio para que os episódios de compulsão alimentar sejam diminuídos, deve também ser informado a duração do seu tratamento, frequência da sessões e horários, é preciso que todos os detalhes sejam fornecidos ao paciente. O comportamento do profissional é muito importante para abordagem nutricional deve-se valorizar as conquistas do paciente e evitar abordagens recriminatórias e promover sempre a motivação do paciente no seu tratamento. 3) Elabore um plano de trabalho nutricional para esta paciente. Lembre-se que a paciente possui um transtorno alimentar (e mental) e, portanto, é de suma importância adequar as atividades selecionadas ao caso da mesma (1,0 pt). Obs: Use como fonte de pesquisa os livros: Nutrição e Transtornos alimentares (Marle Alvarenga) e Nutrição Comportamental (Marle Alvarenga e Colaboradores) O trabalho nutricional para esta paciente contará com uma equipe multiprossional de psiquiatra, endocrinologista, psicólogo, terapeuta nutricional e educador físico. O endocrinologista será muito importante, pois ele vai ajudar a tratar distúrbios das glândulas endócrinas, que são responsáveis pela secreção de vários tipos de hormônios que têm a função de equilibrar o metabolismo do organismo, quando estes hormônios faltam ou ficam em grande quantidade no organismo, causam uma série de doenças, e uma delas e a principal, onde ele terá o foco é a diabetes mellitus que essa paciente apresenta. O trabalho do psicólogo e do psiquiatra são complementares, estes profissionais vão utilizar a terapia comportamental-cognitiva para corrigir os pensamentos desta paciente e ao mesmo tempo estimular a ter atitudes que possam mostrar o contrário de suas ideias negativas, pessoas com transtorno alimentar compulsivo tendem a se sentir incapaz e insatisfeitas, o papel destes profissionais junto com a terapia comportamental-cognitiva vai auxiliar na identificação de pensamentos sabotadores para responder a eles de maneira funcional, o que leva a pessoa se sentir melhor e a se comportar de modo mais adaptativo ao seu ambiente. O terapeuta nutricional será importante para o progresso do tratamento, será abordado coma paciente temas relativos ao seu transtorno, a alimentação com o intuito de estimular uma qualidade na alimentação e mostrar que não é preciso restringir nenhum alimento, mas ajudar na escolha desses alimentos, e as mudanças de comportamentos inadequados por meio de aulas expositivas dialogadas com o uso de materiais educativos. O educador físico irá orientar e estimular a prática de atividades físicas, respeitando as características dessa paciente e os seus limites.
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