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13-Tanatologia - Conceito de morte, causas jurídicas, perinecroscopia e lesões peri e post mortem_


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fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos.
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ÍNDICE
Tanatologia Médico-Legal ����������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������2
Causas Jurídicas da Morte �������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������3
Perinecroscopia �������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������4
Lesões Produzidas Previamente à Morte �������������������������������������������������������������������������������������������������������������������4
Lesões post mortem ������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������4
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Tanatologia Médico-Legal
A tanatologia forense é a área da medicina legal que procura estabelecer o mecanismo da morte, 
a causa da morte e o diagnóstico diferencial� Também se preocupa com os sinais dos quais a morte 
ocorreu, como ocorreu, bem como as transformações cadavéricas� É um ramo da medicina legal que 
visa ao estudo da morte, sua conceituação, causa jurídica e fenômenos cadavéricos�
Para fim de transplante de tecidos e órgãos humanos, não basta constatar morte cerebral, deve-se 
ainda registrar morte ENCEFÁLICA� Genival Veloso França ainda cita alguns pontos notados por 
universidades de todo o mundo, no entanto a nível de concursos públicos, saiba que o critério hoje 
adotado pelas bancas e maioria doutrinária é a morte encefálica permanente irreversível�
O diagnóstico de morte encefálica não pode ser utilizado como único critério (devido a possibili-
dade de reversibilidade) em casos de:
 → Menores de 2 anos;
 → Morte por hipotermia;
 → Drogas depressoras do SNC;
 → Encefalites;
 → Distúrbios metabólicos ou endócrinos.
Logo, nesses casos citados, além da constatação da morte encefálica, é preciso realizar exames 
complementares para se constatar o óbito� Hygino cita como exemplos de exames complementares a 
avaliação de perfusão sanguínea, atividade elétrica e atividade metabólica cerebral�
ATENÇÃO! Definição de morte segundo a resolução 1.480/97 do CFM Parada total e irreversí-
vel das funções encefálicas de causa conhecida e constatada de modo indiscutível, caracterizada 
por coma aperceptivo, com ausência de resposta motora supraespinhal e apneia.
Mesmo nos casos em que restam poucas dúvidas, o diagnóstico da causa jurídica da morte tem 
que ser feita, obrigatoriamente, por peritos oficiais, por determinação do CPP� Na falta do perito 
oficial, o juiz poderá nomear um perito, o qual deverá realizar o exame, sob pena de multa� Contudo, 
não é atribuição do médico legista estabelece-la� Tanto é, assim, que os quesitos oficiais do auto de 
exame cadavérico não incluem tal indagação� O esclarecimento da causa jurídica de morte não in-
teressa apenas ao processo penal� No foro civil, é também importante, visto que os contratos de 
seguro, em geral, não cobrem as mortes por suicídios�
O conceito de morte se desdobra em várias vertentes:
MORTE NATURAL: opõe-se à morte violenta� Não só é a morte por velhice, mas todas aquelas de-
correntes de doenças, vícios congênitos ou outras patologias, e pelas quais, juridicamente, ninguém 
poderá ser responsabilizado� Poderá ocorrer com ou sem assistência médica�
MORTE VIOLENTA: é a morte decorrente de causa externa, ou seja, acidental, por ação ou omissão de 
outra pessoa (homicídio ou indução ao suicídio) ou por ação própria (suicídio), cujas circunstâncias apre-
sentam indícios de criminalidade, em decorrência da qual será aberto um inquérito policial, para se de-
terminar a causa jurídica da morte, nos casos estabelecidos no Código Penal e apurar responsabilidades� 
Cabe, então, à Criminalística determinar a Causa Jurídica da Morte e à Medicina Legal a causa mortis�
MORTE APARENTE: corresponde aos primeiros sintomas da morte real, antes de ocorrer a morte 
encefálica, com a perda da consciência, sensibilidade, tônus musculares, imobilidade do corpo, 
parada respiratória, parada circulatória, ausência do pulso e batimentos cardíacos� A tecnologia 
presente permite que os sinais vitais possam ser restaurados ou mantidos artificialmente e, cada vez 
que avança, cria uma nova necessidade de reavaliar o conceito da morte�
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MORTE REAL: é o estado de morte que satisfaz a um conjunto de sintomas, verificados por diversos 
procedimentos, técnica e cientificamente aceitos no âmbito da Medicina Legal, sendo esta a cessação 
efetiva e definitiva da vida�
MORTE AGÔNICA: tipo de morte que se opõe à morte súbita, processando-se em tempo prolonga-
do� Ocorre de maneira esperada, devagar, significando a culminação de um estado mórbido, isto é, 
de uma doença ou da evolução de um traumatismo�
MORTE SÚBITA: tipo de morte assim chamada desde que seja imprevista, se processe rapidamente, 
seja clinicamente indeterminada e ocorra em estado de aparente saúde� Pela brevidade de instalação 
do processo – desde segundos até horas – não possibilita que seja realizada uma pesquisa profunda 
e uma observação acurada da sintomatologia clínica, hábil a ensejar um diagnóstico com certeza e 
segurança, nem poder instituir um tratamento adequado e, muitas vezes, sequer elidir se houve ou 
não violência� Contudo, do ponto de vista médico-legal, e em persistindo dúvidas, o diagnóstico di-
ferencial entre morte rápida e morte lenta se baseia em docimasias químicas ou histoquímicas, isto 
é, na pesquisa do glicogênio e da glicose no fígado, e na constatação da adrenalina ou do pigmento 
feocrômico nas suprarrenais� É sempre suspeita e deve ser investigada.
ATENÇÃO! A morte agônica e súbita podem estar relacionadas à morte natural ou violenta. No 
entanto, na prática, morte súbita é praticamente sinônimo de morte natural, mas, de acordo com 
França, ainda assim deve ser investigada.
MORTE POR INIBIÇÃO: morte por síncope (perda dos sentidos) cardíaca reflexa, que segue a uma 
ação traumática ou irritativa, exercida sobre determinadas áreas, particularmente sensíveis, do or-
ganismo� Há necessidade que um conjunto de condições desfavoráveis esteja predisposto para uma 
determinada pessoa, uma vez que a ação traumática ou irritativa não é compatível com o resultado, 
não se podendo verificar em exame de necropsia�
ATENÇÃO! Alguns autores chamam a morte por inibição de morte instantânea fisiológica, por 
admitirem que seu mecanismo seja estimulação nervosa periférica, desencadeando resposta 
vagal com bloqueio cardíaco e/ou vasodilatação generalizada, com queda da pressão arterial, 
isquemia cerebral e choque.
MORTE SUSPEITA: é aquela decorrente de fatores desconhecidos, ou seja, de causa não natural e 
não violenta� Em tese deve sempre ser investigada para posterior análise criminal�
Causas Jurídicas da Morte
Um dos principais objetivos da Medicina Legal é determinar a causa mortis� Nesse aspecto, o 
perito deverá colocar em prática toda a sua argúcia e observação em prol da resolução do crime� 
A necropsia muitas vezes estabelece a causa mortis por lesões externas,como lesões de defesa, ge-
ralmente encontrada em mão, antebraços, pés, ombros etc� A direção da ferida deve receber uma 
atenção específica, pois explica a dinâmica do crime�
A multiplicidade de lesões é significativamente em favor de homicídio� O exame do indiciado 
é fundamental para analisar a capacidade de lesionar e a forma de lesionar� A arma contundente é 
muito mais utilizada em homicídios ou acidentes do que em suicídios� Instrumentos de corte são 
comuns em homicídios enquanto armas de fogo são comuns em qualquer causa jurídica�
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A mudança do local do crime é altamente indicativo de crime doloso� O diagnóstico é dado 
pelos vestígios de arrastamento do corpo e pela presença de manchas hipostáticas vistas em regiões 
inversas ao decúbito�
Perinecroscopia
O exame de local de morte violenta ou suspeita leva em conta diversos fatores para se analisar� 
O perito criminal deve ter sensibilidade e instinto ao observar detalhes que nem todos são capazes 
de detectar� Assim, marcas de arrastamento, jatos e respingos de sangue, direção de projéteis, entre 
outros aspectos, são avaliados por peritos criminais, enquanto ao médico legista incorre a avaliação 
dos indícios intrínsecos ao cadáver�
O médico legista deverá verificar ferimentos encontrados ao longo do corpo� Na abertura do 
cadáver (necropsia), é comum ser encontrado alimentos ou substâncias químicas no estômago� 
Sabe-se que o leite e seus derivados podem permanecer por cerca de 2 horas no estômago, enquanto 
carnes, por 4 até 7 horas� Após sete horas já é possível constatar esvaziamento gástrico� Nas mulheres, 
é interessante pesquisar a presença de espermatozoides, que podem ser encontrados ainda móveis 
em secreção vaginal, em cerca de 10 horas depois do último coito, e imóveis, até cerca de 2 a 3 dias�
Lesões Produzidas Previamente à Morte
Alguns elementos permitem afirmar com segurança que uma lesão foi feita em vida� São eles: reação 
inflamatória, o processo de reparação e de regeneração, e a coagulação do sangue� Havendo sobrevida 
suficiente, instala-se a reação inflamatória, que é um mecanismo de defesa pelo qual o organismo tenta 
conter o agente agressor e limitar o dano causado� A reação inflamatória só ocorre em vida�
Nos primeiros minutos após a agressão, a região atingida aparece pálida por causa de uma va-
soconstrição, que dura tanto mais quanto maior tenha sido a intensidade de energia vulnerante� 
Segue-se uma vasodilatação local causada pela abertura dos esfíncteres das arteríolas pré-capilares, 
que faz com que se abram outros grupos de capilares na mesma região� Essa vasodilatação faz com 
que a pele fique vermelha e quente� A circulação fica mais lenta, dando oportunidade a que maior 
número de glóbulos brancos passem a ter contato direto com a parede dos capilares�
A marginação dos glóbulos brancos permite sua aderência no endotélio (célula de revestimento 
dos capilares) e ulterior migração para fora dos vasos, em direção à área conflagrada� Mas esses fenô-
menos levam algumas horas para atingir proporções que os tornem perceptíveis� Assim, a infiltra-
ção por células inflamatórias só serve para diagnosticar como in vitam feridas que foram feitas pelo 
menos algumas horas antes da morte� Sendo bem-sucedida a reação inflamatória, o agente agressor é 
neutralizado, as células mortas durante o processo são removidas e se inicia a proliferação de células 
próprias do tecido lesado para reparar o defeito causado pela agressão�
Outro elemento importante, que depende da circulação linfática é a presença de partículas estra-
nhas nas células dos linfonodos de drenagem da região lesada� Às vezes, os macrófagos (células que fa-
gocitam restos celulares) localizados nos linfonodos apresentam tais elementos dentro do seu citoplas-
ma (partículas fagocitadas), caracterizando o sinal de Kunekel� Isso indica que a lesão foi feita em vida�
ATENÇÃO! O maior valor da coagulação como sinal de reação vital é a aderência dos coágulos às 
bordas das lesões. Sabe-se hoje que isso se deve à ação de uma glicoproteína chamada fibronectina.
Lesões post mortem
Lesões por animais necrófagos: não apresentam qualquer infiltração hemorrágica visível� Sua 
forma varia bastante, tendo contorno irregular e tamanho variado que dependem da confluência 
de lesões elementares� Quando situadas em regiões onde os livores cadavéricos são intensos, podem 
assumir coloração avermelhada e sugerir escoriações produzidas em vida� As formigas costumam 
arrancar pequenos pedaços da epiderme� Baratas já causam lesões mais profundas e amplas� 
Roedores destroem grande parte do tecido, deixando margens crenadas pela ação dos dentes, e 
pequenas escoriações ao redor� Nos afogados, é comum o atingimento de extremidades dos dedos, 
lábios, orelha, nariz e pálpebras�
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Lesões acidentais: a correnteza do mar ou dos rios pode provocar lesões de arrastamento seme-
lhantes a escoriações de raspão, mas de aspecto apergaminhado� Durante a realização da necropsia, 
também pode ocorrer lesões acidentais�
Lesões intencionais: podem resultar de ato médico (manobras de reanimação podem causar 
fraturas costais) ou criminoso� O mais comum, no entanto, é que as lesões intencionais sejam de 
origem criminosa�
ATENÇÃO! Cortes feitos em cadáver costumam ter as bordas menos afastadas devido à dimi-
nuição do tônus da pele.
Exercícios
01. Dentro das diversas áreas da Medicina Legal, pode-se dizer que a pesquisa da reação de 
natureza vital nas vítimas é abordada de modo mais específico na:
a) Tanatologia
b) Vitimologia
c) Sexologia
d) Traumatologia
e) Criminalística
02. Acerca da necropsia, também entendida como necroscopia ou exame necroscópico, é correto 
afirmar que:
a) não pode ser documentada por meio de um relatório médico-legal�
b) é um exame que pode ser realizado no indivíduo vivo ou morto�
c) não pode ser realizada em indivíduos menores de um ano de idade�
d) não pode ser realizada nas vítimas de morte violenta�
e) um dos objetivos é destacar a causa da morte�
03. O tipo de morte em que não se tem evidência de que tenha sido ocasionada por causas naturais 
ou por causas violentas denomina-se
a) morte suspeita�
b) morte agônica�
c) morte clínica�
d) morte cerebral�
e) morte súbita�
Gabarito
01 - A
02 - E
03 - A