Buscar

afecções sistema digestório

Prévia do material em texto

Clínica de Grandes Animais 2 Camilla Teotonio Pereira 
AFECÇÕES DO SISTEMA DIGESTÓRIO 
AFECÇÕES ORAIS 
Inspeção de dentes incisivos, pré-molares e molares 
(fundos), boca, bochecha. 
Lateralizar a língua consegue deixar a boca um pouco 
aberta. 
Problemas dentários possui sinais como mau cheiro, 
mastigar de boca aberta, cuspir feno. 
Problemas traumáticos na boca e língua. 
AFECÇÕES ODONTOLÓGICAS COMUNS 
 
AFECÇÕES DE ESÔFAGO 
OBSTRUÇÃO ESOFÁGICA 
Raro, pois os equinos são seletivos na preensão de 
alimentos. 
Pode ocorrer com corpos estranhos ou mesmo 
alimento compacto (mais comum). 
Sonda nasogástrica consegue observar esôfago 
obstruído perto da calha da jugular. 
Mais comum obstrução esófago cervical. 
SINTOMAS 
 
EXAME COMPLEMENTAR 
Endoscopia para o que está causando a obstrução 
esofágica. 
Depender do que está causando pode ajudar na retira. 
Vantagem não precisa anestesia e sabe exatamente o 
que está obstruindo. 
TRATAMENTO 
Conservativo passagem de sonda nasogástrica e 
adicionar lubrificantes como óleos minerais ou água 
morna para tentar diluir o conteúdo obstrutivo. 
Desvantagem é há possibilidade de romper esófago 
com colocação da sonda nasogástrica ou obstruir na 
porção torácica ou abdominal. 
Esofagotomia quando tem possibilidade rompimento 
esofágico. 
Em caso de passagem da sonda nasogástrica para 
desobstruir a porção cervical e empurrar em direção 
ao estômago. Caso de não sucesso e obstruir na 
porção torácica ou abdominal o prognóstico de 
reservado. 
AFECÇÕES GÁSTRICAS 
GASTRITE E ÚLCERA GÁSTRICA 
Afecção comum em cavalos adultos e em potros 
jovens. 
Estresse é o principal fator predisponente. Outro fator 
é a terapia com AINE a longo período (7 a 10 dias). As 
vezes por 3 a 5 dias na dose certa pode causar 
gastrite. 
Acomete muito animais de alto desempenho atlético 
(AINE). 
Lesões comuns no margo plicatus. 
 
 A perfuração do estômago é uma complicação e 
consequentemente em casos recorrentes pode ocorrer 
nas áreas das lesões a fibrose. 
HISTÓRICO 
Alterações de comportamento como excitação ou 
prostação. 
Cólica recorrente / Dor silenciosa = sem sintomas. 
Perda de peso, pelos arrepiados e raramente diarreia 
(potros). 
Utilização de AINE por tempo prolongado na 
tratamento de outra afecção. 
SINTOMAS 
 
Sondagem nasogástrica tem conteúdo fermentado, 
refluxo enterogástrico e com muco.. 
EXAME COMPLEMENTAR 
Gastroscopia fecha diagnóstico e procurar a lesões 
nas margens pregueadas. 
Primero lavagem gástrica ou usar fármacos para 
acelerar o esvaziamento gástrico e manter o animal 
em jejum. 
TRATAMENTO 
Diminuir o estresse, alterando o manejo. 
Ex: potro recém desmanado deixar outros potros 
desmamados ou desmane de forma gradual. 
Ex: animal atleta na hora de viajar sempre com o 
mesmo tratador, enriquecimento ambiental. 
Cessar imediatamente a aplicação de AINES, 
mesmo que haja outra afecção sendo tratada. 
Inibidor de H+ como omeprazol (protetor gástrico) na 
dose de 0,7 a 1mg/Kg, VO, SID. 
Antiácidos como hidróxido de alumínio ou magnésio 
com base nos sintomas. 
SOBRECARGA GÁSTRICA – DILATAÇÃO 
Afecção mais comum do sistema digestório. 
Fatores predisponentes 
 
Fator determinante principal é ingestão excessiva de 
concentrado. 
Independente se é feno ou ração, o alimento parado 
no estômago começa a fermentar e produção de gás. 
Equinos não vomitam e pode ocorrer ruptura gástrica. 
HISTÓRICO 
Cólica por ingestão de concentrado há pouco tempo e 
comum no início da manhã e final da tarde. 
Vícios como aerofagia. 
Ansiedade na alimentação (ingestão rápida). 
SINTOMAS 
Dor, cólica, deita frequentemente rola, cava, posição 
de “cão sentado”, etc. 
Alteração no exame físico e pouco aumentado a FC 
FR em consequência a dor. 
Demais sinais clínicos pouco se alteram como 
hidratação, palpação, paracentese abdominal. 
Sondagem nasogástrica positiva (refluxo) encontrada 
cheiro característico fermentado em grande 
quantidade e pH ácido (<6,8). 
Feno fermentado tem cheiro de cana de açúcar e 
ração com cheiro de silagem. 
EXAME COMPLEMENTAR 
Palpação retal sem alterações significativas. 
Paracentese abdominal com líquido peritoneal normal. 
Diagnóstico é passagem da sonda nasogástrica. 
TRATAMENTO 
Sondagem nasogástrica para descompressão 
gástrica. 
Lavagem com água morna repetidas vezes (coloca 2 
litros de água e retira a mesma quantidade). 
Administração via sonda laxantes (hidróxido 
magnésio), emolientes, reguladores de pH (hidróxido 
alumínio ou magnésio) forma de proteger o estômago 
e facilitar o trânsito intestinal. 
Fluidoterapia quando necessário. Normalmente não 
causa desidratação. 
Tratamento sintomático como analgésico tipo 
buscopan ou AINES. Somente em casos de demora 
de atendimento. 
AFECÇÕES DE ID 
PROCESSOS OBSTRUTIVOS 
Estrangulativos bloqueio do lúmen intestinal com 
comprometimento vascular (isquemia) - dor intensa. 
 
Tratamento normalmente de resolução cirúrgica. 
Não estrangulativos bloqueio do lúmen sem 
isquemia inicialmente. 
 
Dor de leve a moderada, piora do quadro clínico 
demora para acontecer. 
Tratamento pode ser conservativo, principalmente nas 
verminoses e na duodeno jejunite proximal. 
Verminose chato encontra-se na região final íleo, 
próxima da válvula ileocecal, que altera motilidade. O 
íleo considerado marca-passo intestinal contém 
sistema nervoso central e sistema nervoso autônomo 
(entérico). 
Verminose delgado encontra-se no ID. 
ENTERITE ANTERIOR 
 (DUODENO JEJUNITE PROXIMAL) 
Inflamação severa do intestino delgado com 
transudato (refluxo enterogástrico) para interior das 
alças intestinais por acúmulo de grande quantidade de 
fluido no lúmen intestinal. 
Envolvimento bacteriano da microbiota – clostridium 
sp. 
Refluxo gástrico evidente em grandes volumes 
causando sobrecarga gástrica e severa desidratação e 
perda de eletrolíticas. 
HISTÓRICO 
 Cólica severa com dor incontrolável, depressão apatia 
e sobrecargas gástricas prévias (24 – 48h anteriores). 
SINTOMAS 
Aumento da FC, FR, mucosas congestas, 
endotoxemia (alo toxêmico), prostação, hipomotilidade 
intestinal e palpação das alças de ID. 
 
DIAGNÓSTICO 
 Sondagem nasogástrica (descompressão) com o 
líquido no aspecto amarelado, esverdeado a 
acastanhado em grandes quantidades varia 6 a 15L. 
Passar a sonda para descompressão gástrica a cada 
2, 4 ou 6 horas ou deixar no animal. 
TRATAMENTO 
Descompressão estomacal a cada 4 a 6 horas – 
sobrecarga por refluxo. 
Fluidoterapia rápida restituição hidroeletrolítica para 
evitar choque hipovolêmico. 
 
Começa com a quantidade de refluxo e precisa fazer 
fluidoterapia. 
Fluidoterapia = saldo + / refluxo saldo – 
Total de 24h espera chegar no saldo + 25 litros. 
Analgésicos / anti-inflamatórios 
 
Antibioticoterapia 
 
Mantém a febre entra com penicilina e depois 24h 
continua com o mesmo padrão clínico associa com 
gentamicina. 
Penicilina é bom para clostriduim. 
Estimuladores/reguladores motilidade 
(procinéticos) 
 
Suporte antipirético (dipirona), histórico de gastrite 
usar protetor gástrico (omeprazol) e reposição de 
eletrólitos através da fluidoterapia ou medicamentoso. 
PROGNÓSTICO 
Bom resolução nas primeiras 24h. 
Reservado resolução em 72h. 
Ruim resolução não ocorrer neste período. 
Cuidado com Laminite em consequências as 
alterações metabólica intensas (endotoxemia). 
AFECÇÕES ID OU IG 
CÓLICA ESPASMÓDICA 
Cólica mais comum em potrancos (as). 
Contração anormal da musculatura da parede 
intestinal por estimulação dos receptores murais = dor. 
Etiologia questionável migração verminótica, 
produção excessiva de gás, excitação individual e 
capim novo (brotos). 
Dipropionato de imidocarb (imizol®) tratar Babesia 
pode induzir cólica espasmódica. 
SINTOMAS 
Ataques agudos de dor (aumento FC e FR)e aumento 
da motilidade intestinal (exame físico). 
Sonda e palpação sem alterações. 
TRATAMENTO 
Antiespasmódicos Butilbrometo de Escopolamina 
(Buscopan®) 0,3mg/Kg. Efeito colateral taquicardia. 
Via endovenosa ação de 15 a 20 minutos tem sinal de 
melhora. 
Não precisa associar a outros fármacos. 
Analgésicos (AINES) Fenilbutazona, Flunexin 
Meglumine e Cetoprofeno. 
Terapias orais (suporte) óleos mineiras (500 ml a 
1L), laxantes (hidróxido de magnésio 500ml – 1 
frasco) ou tensiolíticos (Ruminol® 50 a 100ml) 
Facilitar a motilidade intestinal. 
PROFILAXIA 
Capim novo precisa retirar o antigo e trocar por outro. 
Verminose trocar o vermífugo ou mudar o protocolo. 
Dieta errada, precisa corrigir. 
AFECÇÕES IG 
Obstruções estrangulativas vólvulos e torções 
Obstrutivas não estrangulativas compactação, 
enterólitos (somente em senis e pode ser achado 
necropsia) e CE. 
Compactação e enterólitos têm sintomas parecidos o 
que diferencia e histórico. 
COMPACTAÇÃO 
Causa mais comum de alteração de IG (flexura 
pélvica). 
Causas questionáveis como alterações de dieta, 
diminuição de água, estresse, verminose e problemas 
dentários. 
HISTÓRICO 
Inadequado programa antiparasitário, seca, cólica 
moderada (sem sudorese), apatia e não defecação. 
SINTOMAS 
 
Sondagem nasogástrica negativa inicialmente. 
Palpação presença de massas firmes e mais comum 
na flexura pélvica. 
Líquido peritoneal sem alterações inicialmente. 
TRATAMENTO 
Controle de dor – analgésicos 
 
Sondagem para liberação de gás 
 
Fluidoterapia para manutenção do equilíbrio 
hidroeletrolítico e fluidez da massa (tentativa de 
desfazer e não por desidratação). 
TTO sintomático procinético (lidocaína) e reposição 
do eletrólito cálcio (facilita a contração da musculatura 
lisa). 
Cirurgia em quadro não remissivo ao tratamento 
conservativo.

Continue navegando