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DJULIE ANDRADE 1 LESÃO PULMONAR E TABAGISMO Tabagismo Doença de dependência de nicotina, crônica e multifatorial, sendo uma potente ameaça a vida humana Os componentes químicos da fumaça de cigarros podem sem divididos em 4 grupos gerais: o Promotoras de dependência química – nicotina é o princípio ativo do tabaco e apesar de não ser carcinogênica, ela é altamente viciante, sendo uma substância psicoativa, ou seja, produz a sensação de prazer, induzindo ao abuso e dependência. Essa dependência é incluída no CID. o Cancerígenas – alcatrão o Gases tóxicos – monóxido de carbono o Irritantes – fenóis, acroleína, etc A fumaça do cigarro contém duas fases: o Fase particulada: nicotina, hidrocarbonetos carcinogênicos, nitrosaminas, aldeídos, acetaldeídos, fenóis, metais pesados, etc. o Fase gasosa: representa 60% do total – monóxido de carbono, radicais livres, aldeídos, bases nitrogenadas, substâncias heterocíclicas, etc. Algumas produzem irritação nos olhos, nariz, garganta e levam a paralisia dos movimentos dos cílicos brônquios. De forma geral, o cigarro possui mais de 7000 substâncias na sua composição e mais de 72 componentes carcinogênicos. Lesão pulmonar O processo inflamatório se desenvolve em consequência do tabagismo comprometendo diversos locais do organismo, principalmente as vias aéreas e os pulmões A inalação dos componentes da fumaça do cigarro, ativa a cascata inflamatória, levando a produção de diversas citocinas, quimiotáticos e produtos tóxicos do oxigênio, gerando uma lesão do revestimento epitelial do pulmão. Essa lesão leva a um aumento da permeabilidade capilar + recrutamento de macrófagos e neutrófilos para o lúmen da via aérea, o que leva as doenças respiratórias relacionadas ao cigarro. Os mediadores inflamatórios são produzidos pelas células do epitélio alveolar – IL-1B, IL-6, IL-8, fator de necrose tumoral alfa, fator de crescimento de granulócitos e macrófagos e molécula de adesão ICAM-1. Há também outras alterações nas vias aéreas: o Estimulação da produção de muco o Hipertrofia das glândulas submucosas o ou bloqueio do movimento ciliar das células epiteliais Quando as células são expostas a esses agressores tóxicos, elas sofrem lesões crônicas, que nem sempre ocorre a restituição do tecido de origem – ocorre reparo fibroso Primeiro ocorre o surgimento de inflamações, mas o agressor que causa essas inflamações é constante, sendo um estímulo persistente – com a destruição contínua dos tecidos e as tentativas de cicatrização, também se tem a intervenção das respostas imunes, com a presença do exsudato inflamatório agudo, que se originam dos vasos locais, sendo compostos por fluidos (que contem proteínas insolúveis, imunoglobulinas, fibrina, neutrófilos polimórficos, macrófagos e linfócitos) que propiciam a degradação e liquefação dos tecidos danificados A medida que os brônquios perdem a função, ocorre a insuficiência respiratória A nicotina causa vasoconstrição dos vasos sanguíneos, ocasionando a de nutrientes e oxigênio aos tecidos O monóxido de carbono que vem da combustão incompleta da matéria orgânica liga-se a hb, que é onde deveria se ligar o oxigênio e gera a carboxihemoglobina, que pode causar hipóxia nos tecidos em altas doses Também diminui a capacidade fagocitária dos macrófagos e os níveis de IgA nas mucosas favorece infecções O tabagismo crônico pode desencadear alterações em genes de supressão tumoral, DJULIE ANDRADE 2 levando a multiplicação descontrolada das células pulmonares – presença de tumores INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA Incapacidade dos pulmões de executarem sua função básica, que é a troca gasosa – captar O2 e eliminar CO2 A definição de insuficiência respiratória inclui UMA das seguintes condições: o PaO2 < 60mmHg e/ou o PaCO2 > 50mmHg (exceto para pacientes retentores crônicos de CO2) A insuficiência respiratória pode ser classificada quanto à VELOCIDADE de instalação, em aguda e crônica. Epidemiologia Prevalência de 57% da população. Mortalidade varia em torno de 40% podendo chegar a 70%. Tanto a incidência e a mortalidade aumentam com a idade, e se tiver comorbidades, como HAS e DPOC, além de serem potencializadas pelo tabagismo e etilismo. Insuficiência respiratória aguda (IRpA) O desenvolvimento da insuficiência é tão rápido que o organismo sequer tem tempo para realizar uma compensação, ocorre rápida deterioração da função respiratória, envolvendo horas a poucos dias Pode se instalar em indivíduos sadios previamente ou sobrepor a IR crônica, em pacientes com processos de longa data – IR crônica agudizada É uma síndrome definida por alterações causadas por várias doenças, não necessariamente pulmonares, sendo uma das principais causas de internação na UTI A exacerbação da DPOC grave é uma causa de IRpA Fisiopatologia É dividida em 2 tipos, de acordo com a fisiopatologia do processo que gerou a insuficiência » Tipo I: hipoxêmica ou alveolocapilar – resulta de uma falha no funcionamento das trocas gasosas do pulmão Ventilação pulmonar mantida Queda de PaO2 com valores normais ou de PaCO2 Observa-se do gradiente alveoloarterial de oxigênio devido a distúrbios da relação ventilação/perfusão (V/Q) Causas: SARA, pneumonias, atelectasias, edema pulmonar, embolia pulmonar, quase afogamento, DPOC em exacerbação, asma grave, pneumotórax Troca gasosa muito comprometida, mesmo com um volume minuto normal ou elevado Má distribuição da ventilação alveolar ou perda total da ventilação de alguns alvéolos uma parte do sangue venoso passa por alvéolos mal ventilados ou simplesmente não passa por eles, o que resulta em uma mistura de sangue mal oxigenado com sangue oxigenado proveniente do restante do parênquima pulmonar hipoxemia 4 mecanismos são responsáveis por hipoxemia, mas na do tipo I, estão presentes apenas 2 – distúrbio V/Q e shunt arteriovenoso pulmonar Distúrbio V/Q é o mais comum da troca gasosa pulmonar, ocorre em toda pneumopatia que afeta a distribuição do ar entre os alvéolos o conteúdo arterial de O2 depende da saturação de hb (SaO2), que deve estar > 90% isso é mostrado pela curva de saturação da hb, pois quase todo o oxigênio circulante é carreado pela hb, o que não ocorre com o CO2 – sempre que a saturação estiver nesse valor, a PaO2 está > 60mmHg o que acontece é que se um grupo de alvéolos recebe pouca ventilação, ou seja, V, mas continua recebendo perfusão normal (Q), o sangue que passa por esses alvéolos não será bem oxigenado e irá se misturar DJULIE ANDRADE 3 com o sangue que vem dos alvéolos normo ou hiperventilados mesmo que haja hiperventilação dos outros alvéolos, não resolve o problema, pois mesmo que tenham uma PO2 alveolar mais , o sangue capilar que passa neles não pode a saturação da hb resultado: mistura de sangue com SaO2 de 100% com sangue de SaO2 produz sangue hipoxêmico nas veias pulmonares quanto > o número de alvéolos mal ventilados e normoperfundidos ( relação V/Q) + grave é a hipoxemia Shunt arteriovenoso pulmonar Definido pela passagem do sangue venoso que vem da artéria pulmonar pelas áreas do pulmão sem nenhuma ventilação, ou seja, a relação V/Q é = 0 Esse sangue vai chegar às veias pulmonares com PvO2 em torno de 40mmHg e SvO2 de 75%, misturando ao sangue proveniente das áreas pulmonares que receberam ventilação Quanto maior for a quantidade de sangue shuntado, + grave é a hipoxemia, que começa a ocorrer com um shunt acima de 5% (+ de 5% do sangue passando pelos pulmões SEM receber oxigênio dos alvéolos) abaixo de 5% é considerado fisiológico O shunt pode ser de 2 tipos: parenquimatosopulmonar e vascular pulmonar. Shunt parenquimatoso pulmonar: causa + comum de shunt, causado pelo preenchimento total de alguns alvéolos com líquido ou pelo seu colabamento, o que impede a entrada de ar e também de oxigênio Causas clássicas: edema pulmonar cardiogênico (edema agudo de pulmão) e SDRA (caracterizada por uma grave hipoxemia que não responde à administração de oxigênio) Shunt vascular pulmonar: provocado pela passagem do sangue por vasos que comunicam diretamente artérias e veias pulmonares, bypassando os alvéolos Causas clássicas: malformações arteriovenosas pulmonares congênitas (fístulas) e síndrome hepatopulmonar (associada a cirrose hepática) – pequenos vasos da base pulmonar se dilatam e permitem a passagem de sangue sem contato com alvéolos » Tipo II: insuficiência ventilatória ou IR hipercapnica – resulta de uma falha no funcionamento da ventilação pulmonar da PaCO2 Também é comum hipoxemia em pacientes respirando ar ambiente Pode estar presente em pacientes com pulmão normal (em caso de presença de depressão do SNC e doenças neuromusculares) Frequentemente se sobrepõe ao tipo I quando a sobrecarga do trabalho respiratório precipita a fadiga dos músculos respiratórios Hipercapnia e acidose respiratória Hipercapnia retenção de CO2 leva a acidose respiratória – marco da insuficiência da ventilação pulmonar Na hipoventilação, o ar alveolar não é renovado acúmulo de CO2 que continua vindo dos capilares da PCO2 arterial (hipercapnia) Quando essa hipercapnia acontece de forma lenta e progressiva, dá tempo dos rins reterem bicabornato resposta compensatória mantém o pH sanguíneo próximo do normal Acidose respiratória aguda: da PaCO2, HCO3- normal e pH base excesso (BE) normal (entre -3 e +3) – pode ter ocorrido em horas ou poucos dias, o pct evolui rapidamente coma crise da carbonarcose (acidose liquórica grave, sensório, edema cerebral, instabilidade hemodinâmica) se não reverter, óbito em parada cardiorrespiratória Acidose respiratória crônica: PaCO2 e HCO3- , com pH pouco , BE (retenção de base pelo organismo) – pct tolera essa acidose, mantém-se lúcido (ex: pct com DPOC compensado) DJULIE ANDRADE 4 Acidose respiratória crônica agudizada: de PaCO2 há do pH pq os rins não tem tempo de reter mais base para compensar – para saber se é uma acidose crônica descompensada ou uma acidose aguda, tem que olhar o BE se o BE estiver é pq já havia retenção prévia de bases Hipoxemia da hipoventilação O ar alveolar não é adequadamente renovado, O2 e continua sendo consumido pelos capilares da PO2 alveolar – se a PO2 , a PaO2 na mesma proporção hipoxemia decorrente da hipoventilação pulmonar – pode ser corrigida pela suplementação de O2, mas ofertar O2 não corrige a hipercapnia CUIDADO Causas de insuficiência ventilatória Pode ser decorrente de um problema: no drive ventilatório (controle bulbar involuntário da ventilação pulmonar), na origem medular dos nervos frênicos ou intercostais, na própria invervação diafragmática ou intercostal, na musculatura respiratória, na caixa torácica (pode impedir expansão dos pulmões), nas vias aéreas superiores (pode estar obstruídas) e na demanda do sistema respiratório Em todos esses casos há do volume corrente e algumas vezes com bradipneia de volume minuto e da ventilação alveolar INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA EXTRAPULMONAR Falência da musculatura respiratória: pode acontecer por uma doença neuromuscular (primária) ou por fadiga (secundária). Pct frequentemente começa com hiperventilação (hipocapnia e alcalose respiratória). Se for muito grave e nenhum tratamento for instituído, a musculatura respiratória tem um grande gasto energético, o trabalho respiratório e entra em falência. EF: sinais de esforço ventilatório (batimento da asa do nariz, tiragem intercostal e tiragem supraclavicular), revelando a utilização da musculatura acessória. Em seguida, a respiração começa a se tornar agônica (boca aberta, contração importante da musculatura cervical, extensão da cabeça e bradipneia) para depois acabar numa parada cardiorrespiratória por carbonarcose e hipóxia. Aumento do espaço morto: definido como a porção da arvore respiratória que receber ar mas não recebe perfusão capilar para realizar a troca gasosa. Traqueia e brônquios (espaço morto) (2L/min) e alvéolos (5L/min) = volume minuto ventilação alveolar + ventilação do espaço morto. O espaço pode com a destruição dos septos alveolares, pela vasoconstrição excessiva ou ainda embolia pulmonar. Não é uma causa comum de insuficiência ventilatória porque a hiperventilação compensatória dos alvéolos normoperfundidos mantém intacta a ventilação alveolar total, eliminando todo o CO2 que seria retido. DJULIE ANDRADE 5 Manifestações Clínicas Clínica variada Dispneia intensa Taquicardia Taquipneia com uso de musculatura acessória Batimento da asa do nariz Cianose de extremidades Alteração do nível de consciência (agitação/torpor) Hipoxemia: à medida que acentua, começa a surgir manifestações neurológicas - da cognição, deterioração da capacidade de julgamento, agressividade, incoordenação motora, coma, morte. Hipercapnia: manifestações semelhantes da hipoxemia – cefaleia matinal, distúrbios do sono, irritabilidade, insatisfação, coma e morte – indicadores de hipercapnia pele quente e ruborizada e hiperemia da conjuntiva Manifestações cardiovasculares da hipercapnia e hipoxemia: da FC, DC e vasodilatação arterial difusa + depressão miocárdica, bradicardia, choque circulatório, arritmias e parada cardíaca. Diagnóstico Verificação da integridade funcional das vias aéreas superiores – corpo estranho, edema de estruturas, queda da língua Aspirar cavidade oral sob visão direta para a remoção de vômito ou sangue, por ex Inspeção, palpação, percussão e ausculta do tórax Colher gasometria arterial assim que possível Instalar oxímetro de pulso Cálculo da PaO2: PaO2 = 100mmHg – 0,3 x idade Hipoventilação = hipoxemia + hipercapnia e acidose respiratória aguda Diferenciar insuficiência ventilatória da respiratória hipoxêmica fazer cálculo do gradiente alvéolo-arterial de oxigênio (P(A- a)O2) é a diferença entre a PO2 alveolar (PAO2) e a PO2 arterial (PaO2) informa como está a passagem do oxigênio do alvéolo para o capilar. Hipoxemia + gradiente = defeito nas trocas alveolocapilares IR tipo I. Hipoxemia + gradiente normal = hipoventilação alveolar IR tipo II. O valor da P(A-a)O2 varia com a fração inspirada de O2 (FiO2) – normal até 15mmHg para uma FiO2 de 21% (ar ambiente) e até 150 para FiO2 de 100% » Insuficiência respiratória isolada = P(A-a)O2 < 15mmHg » Distúrbio V/Q e shunt = P(A-a)O2 > 15mmHg Cálculo da PAO2: PAO2 = 150 – 1,25 x PaCO2 Depois de confirmar P(A-a)O2 diferenciar entre distúrbio V/Q e shunt » Hipoxemia por distúrbio V/Q pode ser corrigida pela adm de O2 a 100% porque os alvéolos mal ventilados a PO2 ao receberem O2 » Hipoxemia por shunt pulmonar ou cardíaco não responde à adm de O2 a 100% porque o oxigênio não alcança o sangue que tá passando pelo shunt quando colhe a gasometria arterial após adm O2 a 100%, comparando-a com a gasometria anterior não há significativo da PaO2 nem da SaO2 Ecocardiograma com Doppler diferencia shunt pulmonar do shunt intracardíaco Shunt vascular pulmonar x shunt intraparenquimatoso pulmonar RX de tórax alterado no intraparenquimatoso (presença de infiltrados alveolares) – se RX não esclarecer TC ou cintilografia de perfusão pulmonar » Shunt vascular: cintilografiamostra a passagem do radioisótopo para o coração e o cérebro passa pelos vasos dilatados do shunt » Shunt intraparenquimatoso: radioisótopo fica retido nos pulmões não é visualizado nem no coração nem no cérebro DJULIE ANDRADE 6 Insuficiência Respiratória Crônica (IRpC) As alterações se instalam de maneira progressiva (meses ou anos) Poucos sintomas organismo desenvolve mecanismos compensatórios Alterações gasométricas do equilíbrio ácido- base costumam estar ausentes Fisiopatologia varia de acordo com a doença etiológica (ex: asma, DPOC) HIPÓXIA Hipoxemia É a dos níveis de O2 no sangue arterial PaO2 < 95 mmHg Mecanismos que resultam em PO2: o Hipoventilação o Comprometimento da difusão dos gases o Circulação inadequada de sangue através dos capilares pulmonares o Falta de correspondência entre ventilação e perfusão Tecidos tem vulnerabilidade variável em relação à hipóxia encéfalo, pulmões e coração tem maior necessidade Produz seus efeitos por meio de hipóxia tecidual e de mecanismos de compensação que o organismo utiliza para se adaptar à de O2 Se a PO2 dos tecidos cai abaixo do nível crítico, o metabolismo aeróbico é interrompido e o metabolismo anaeróbico assume a função e começa a liberar ácido lático níveis séricos de lactato (VR é de 0,5 mmol/L) acidose metabólica Hipoxemia leve: poucas alterações mecanismos compensatórios do simpático FC, vasoconstrição periférica, sudorese e leve da PA – pode haver perturbação do desempenho mental e acuidade visual, além de hiperventilação (ocorre pq a saturação de hb ainda é perto de 90% quando a PO2 é apenas 60mmHg) Hipoxemia + grave: confusão mental, alterações de personalidade, inquietação, comportamento agitado ou combativo, falta de coordenação dos movimentos musculares, euforia, comprometimento da capacidade de julgamento, delirium, torpor e coma Hipoxemia crônica: manifestações insidiosas no início e atribuídas a outras causas o organismo compensa a ventilação, a vasoconstrição pulmonar e a produção de hemácias o A vasoconstrição pulmonar acontece como resposta local à hipóxia dos alvéolos isso a PA pulmonar e melhora a correspondência entre ventilação e fluxo sanguíneo o da produção de hemácias vem da liberação de eritropoietina pelos rins que ocorre em resposta à hipóxia o Policetemia a [ ] de glóbulos vermelhos e a capacidade de transporte de O2 pelo sangue o Outros mecanismos: desvio para a direita da curva de dissociação do O2, o que a liberação dele para os tecidos Cianose Coloração azulada da pele e das mucosas resultante da [ ] excessiva de hb desoxigenada ou nos pequenos vasos sanguíneos + acentuada nos lábios, unhas, orelhas e bochechas Muitas vezes representa um sinal tardio de IR – é necessária uma [ ] de aproximadamente 5g/dL de hb desoxigenada no sangue circulante para que ocorra a cianose, sendo o DJULIE ANDRADE 7 mais importante a quantidade absoluta de hb do que a quantidade relativa Uma pessoa com nível de hb devido à policitemia pode apresentar cianose sem hipóxia Central Evidente na língua e nos lábios Causada por um de hb desoxigenada ou de derivado anormal de hb no sangue arterial (meta-hemoglobina, na qual um íon de nitrito reage com a molécula de hb) a meta-hb tem afinidade com O2 grandes dosagens de nitritos pode resultar em cianose e hipóxia tecidual Nitritos são utilizados no tto de angina dose terapêutica é muito para causar cianose Periférica Extremidades e ponta do nariz ou orelhas Causada pela desaceleração do fluxo sanguíneo em uma determinada área do corpo, com da extração de O2 do sangue resultante da vasoconstrição e da do fluxo sanguíneo periférico (ex: exposição ao frio, choque, insuficiência cardíaca ou doença vascular periférica) Pode ser evidente hipocratismo digital (baqueteamento) em pessoas com DPOC – hipóxia prolongada pode ser observado facilmente durante inspeção cardiovascular periférica – exame da oxigenação/perfusão periférica – ângulo da unha é > ou = 180° Sinais clínicos Alteração de comportamento: agitação, euforia, choro incessante Taquicardia Taquipneia, taquidispneia Cefaleia Hipertensão arterial Sudorese Cianose Depressão da consciência e coma Evolução para parada cardiorrespiratória DPOC Sintomas respiratórios crônicos, persistentes – quase sempre vai ter tosse e dispneia, momentos de piora e melhora Limitação do fluxo aéreo fixa Alterações nas vias aéreas e nos alvéolos Exposição significativa a gases ou partículas nocivas Bronquite crônica: tosse com expectoração por pelo menos 3 meses ao ano, em 2 anos consecutivos, afastadas outras causas – processo inflamatório crônico da via aérea – não define DPOC Enfisema: alargamento anormal e permanente dos espaços aéreos distais ao bronquíolo, acompanhado de destruição de suas paredes, sem fibrose óbvia – não define DPOC DEFINIÇÃO ATUAL: não faz referência a esses dois termos presença de obstrução fixa ao fluxo aéreo após o uso de broncodilatador definição espirométrica VEF1/CVF (pós broncodilatador) < 0,7 Mecanismos Bronquite crônica: hipersecreção mucosa tosse produtiva Inflamação de pequenas vias aéreas e enfisema: limitação do fluxo aéreo aprisionamento hiperinsuflação dispneia Fatores de risco Fumaça de cigarro Químicos e poeira ocupacional Fumaça de tabaco ambiental Poluição interna e externa Genética Infecções Condição socioeconômica Envelhecimento pulmonar Diagnóstico História clínica Exposição compatível DJULIE ANDRADE 8 Exame físico: o Pink Puffers: são os “sopradores róseos”, estereótipo do enfisematoso. Pletora e o tórax em tonel. Geralmente são magros, apresentando dispneia do tipo expiratória (“sopradores”), mas sem sinais de cor pulmonale e hipoxemia significativa. A ausculta pulmonar revela apenas a diminuição acentuada do murmúrio vesicular, sem ruídos adventícios. o Blue Bloaters: são os “inchados azuis”, estereótipo do bronquítico grave, com grave da troca gasosa, apresentando hipoxemia intensa que se manifesta como cianose (“azuis”). A hipoxemia leva ao cor pulmonale e ao quadro de insuficiência ventricular direita e congestão sistêmica - daí o corpo inchado (bloater). Frequentemente são obesos e apresentam a síndrome da apneia do sono. A ausculta pulmonar é rica em ruídos adventícios (sibilos, roncos, estertores). o A grande maioria dos pacientes com DPOC apresenta graus variados de bronquite obstrutiva crônica e enfisema, apresentando um quadro misto entre esses dois estereótipos. Espirometria (VEF1/CVF <0,7) – fase com broncodilatador DIAGNÓSTICO ESPIROMÉTRICO! Exames de imagem: o RX – pistas diagnósticas: aumento da transparência, diafragma rechaçado para baixo, dos espaços intercostais o TC de tórax: ruídos de traça nas estruturas centrolobulares, predomínio em campos superiores – solicitar porque o paciente tem risco de CA de pulmão Avaliação do paciente: o Gravidade do distúrbio obstrutivo o Sintomas o Frequência das exacerbações – últimos 12 meses o Presença de comorbidades – quem fuma pode ter CA, doença oclusiva periférica, AVC, etc Classificação da obstrução do fluxo aéreo Checar VEF1 – quanto pior a escala, + grave o paciente, + sintomático vai ser (provavelmente) Escala de dispneia Sintomas e exacerbação A partir da escala de dispneia, classificamos o paciente em grupos A ou C: pouco sintomas MRC 0 ou 1 DJULIE ANDRADE 9 B ou D: cansa mais MRC > ou = a 2 » Se o paciente tiver uma exacerbação sem necessidadede internação A ou B » Se o paciente tiver 2 ou + exacerbações com necessidade de internação C ou D Espirometria Indicações » Investigação de dispneia » Avaliação perioperatória – consegue predizer quanto de função irá sobrar para o paciente » Screening » Seguimento de pneumopatias – asma por ex É um exame comparativo! Volumes e capacidades » Não consegue enxergar o volume residual, portanto, não calcula a capacidade total » Capacidade pulmonar total (CPT) – tudo o que tem no pulmão » Volume residual (VR) – não deixa ter colabamento dos alvéolos, aquele que fica aprisionado por mais que a gente tente soltar » Volume de reserva inspiratória (VRI) – consegue recrutar além do que usa habitualmente » Volume reserva expiratória (VRE) – solta todo o ar que der conta » Volume corrente (VC) – inspirar e expirar tranquilamente » Quanto combina volume, temos as capacidades » Capacidade inspiratória (CI) – VC + VRI » Capacidade vital (CV) – todo ar que consegue recrutar VC + VRI + VRE O exame é feito com o espirômetro, com manobra estereotipada para conseguir fazer as comparações Parâmetros: VEF1, CVF e VEF1/CVF – volume expiratório forçado no 1º min e capacidade vital forçada Classificação: » De acordo com o GOLD e mMRC. Tratamento Objetivo terapêutico: o dos sintomas o Melhorar tolerância aos exercícios – melhorar o estado de saúde o Prevenir a progressão da doença – ex parar tabagismo o Prevenir e tratar exacerbações – risco de morte o Reduzir mortalidade com essas medidas Plano terapêutico: o Não farmacológico: cessação do tabagismo, atividade física, reabilitação pulmonar (sair do sedentarismo e descondicionamento para melhorar a dispneia) – para todos o Farmacológico: vacinação (influenza e pneumocócica), ventilação não invasiva – quando precisar o Oxigenoterapia: solicitar sempre gasometria para pacientes com saturação periférica < 92 PO2 < 55 OU sat < 88% - oxigênio domiciliar de longa data ( mortalidade) – pacientes com PaO2 entre 56-59 + cor pulmonale ou policitemia o Cirúrgico Tratamento e manutenção CLASSE A: exacerbações 0-1/ano, MRC/CAT 0- 1/<10, risco e pouco sintomático » Broncodilatador de curta duração reavaliar sempre continuar, parar ou tentar outra classe – se o paciente nem tiver dispneia, não precisa tratar CLASSE B: exacerbações 0-1/ano, MRC/CAT 2- 4/> ou = 10, risco e pouco sintomático – DJULIE ANDRADE 10 paciente que é + sintomático mas exacerba pouco » Broncodilatador de longa duração LABA (beta agonista de longa duração) ou LAMA (antimuscarínico de longa duração) reavaliar sempre a resposta se ele não melhora a dispneia, associa as duas drogas CLASSE C: exacerbações > ou = 2/ano, MRC/CAT 0-1/<10, risco e pouco sintomático – é aquele paciente que exacerba e tem pouca dispneia » LAMA (porque ele tem efeito em a exacerbação) se não der certo, associar LABA + LAMA se o paciente tiver uma história de asma na infância, atopia, pode tentar LABA + CI (nunca CI isolado) CLASSE D: exacerbações > ou = 2/ano, MRC/CAT 2-4/> ou = 10, risco e muito sintomático – são mais graves, exacerbam e tem muitos sintomas » LABA + LAMA se não melhora LABA + LAMA + CI se não melhora associar macrolideo (azitromicina) ou roflumilaste (dá muito diarreia, mas pode dar certo para alguns pacientes) Exacerbação Quando a piora dos sintomas duram mais de 24h e necessitam de um acréscimo de terapia medicamentosa risco de hospitalização, piora qualidade de vida, risco de progressão de doença e risco de mortalidade Fisiopatologia Muito parecida com a fisiopatologia da DPOC estável, mas aqui existe um gatilho adicional que vai fazer uma piora desse processo inflamatório Insulto na via aérea recrutamento das células residentes da via aérea, tanto da imunidade inata, quanto da imunidade adquirida as células começam o embate contra o agente agressor ficam sobrecarregadas recrutam novas células (não residentes da via aérea) inata: neutrófilos, monócitos e eosinófilos/adquirida: linfócitos TCD4 de citocinas, espécies reativas de oxigênio e proteinases combatem o agente agressor mas inflama e destrói o epitélio das vias aéreas há desbalanço entre as proteases e anti- proteases as proteases vão digerir as proteínas de sustentação da estrutura pulmonar (elastina e colágeno) a área de enfisema as células citotóxicas a secreção de muco o muco dentro da via aérea já inflamada, obstrui ainda mais o brônquio dificuldade de ventilação e aprisionamento ainda mais do ar a dispneia citocinas + ativação dos fibroblastos remodelamento das pequenas vias aéreas fibrose Gatilhos Infecções respiratórias Mudanças climáticas Exposições a fumaças: poluição, tabagismo Má aderência ao tratamento Fatores preditores Exacerbação prévia Dimensão da artéria/aorta > 1 o da artéria pulmonar pode ser preditor de exacerbação Enfisema extenso ou espessamento importante da via aérea Bronquite crônica Vitamina D baixa (<10ng/mL) Diagnóstico Diagnóstico de DPOC 1ª vez ao médico fazer o diagnóstico de DPOC DJULIE ANDRADE 11 Tríade clássica: piora da dispneia + do volume da expectoração + escarro de aspecto amarelado ou esverdeado se o paciente tiver 2 desses 3 fatores, pode dar o diagnóstico de exacerbação O diagnóstico é clínico Exames complementares – diagnósticos diferenciais » RX: se vier sem opacidade pulmonar, alterações parenquimatosas exclui pneumonia – pode achar coração em gota, retificação do diafragma e arcos costais, hiperinsuflação pulmonar sinais de DPOC exacerbada » Exames laboratoriais – não tem marcador específico » Cultura de escarro – pede para quem vai internar, pacientes graves, exacerbações de repetição, pacientes que serão intubados » Painel viral – síndrome gripal » Gasometria arterial – pacientes que chegam graves, sat < 92%, confusos, suspeita de carbonarcose Sinais de gravidade: Indicações de hospitalização: falência respiratória, falência ao tratamento inicial, comorbidades relevantes (DM1, doença coronariana, doença renal, etc), condições socioeconômicas ruins e cor pulmonale Diagnósticos diferenciais: pneumonia, pneumotórax, derrame pleural (opacidades pulmonares borrando seio costofrênico), embolia pulmonar, edema pulmonar Tratamento Não farmacológico: oxigenoterapia e ventilação mecânica, invasiva ou não » Oxigenoterapia: manter saturação entre 88 a 92% - se der altos fluxos e saturação ir a mais de 92% pode ter carbonarcose o oxigênio desprende o CO2 da hb, e o CO2 difunde no sangue/drive respiratório dos pacientes hipoxêmicos crônicos é através do O2, se satura mais de 92, perdemos o gatilho, o drive respiratório (marcamos a ventilação pelo CO2, ficando entra em carbonarcose, coma e insuficiência respiratória » Indicação de ventilação mecânica: » Cessação do tabagismo (tratado ambulatorialmente) » Fisioterapia respiratória, principalmente para os internados Farmacológico: » Broncodilatadores (curta ação): B2- agonista e anticolinérgico » Corticoide sistêmico: VO ou EV por 5 dias - tempo de internação, melhora hipoxemia » Antibioticoterapia: evidencia de infecção bacteriana, purulência do escarro, exacerbações graves ou fatores de risco (> 65 anos, desnutrição, comorbidades graves, > ou = a 4 exacerbações/ano ou hospitalização, antibiótico < 15 dias ou corticoide < 3 meses DJULIE ANDRADE 12 Prevenção Inibidor da fosfodiesterase-4 (roflumilaxe) Macrolídeos (azitromicina) Vacina – prevenir os gatilhos infecciosos (influenza e pneumocócica) Cessar tabagismo - estresse oxidativodo cigarro Reabilitação pulmonar ASMA Doença heterogênea formas leves, graves, que começam na infância ou na idade adulta Processo inflamatório crônico da via aérea – às vezes +, às vezes -, e é por isso que os sintomas são intermitentes pode piorar com algum gatilho Quando acomete de forma mais significativa, a obstrução vem junto Epidemiologia O número de internações vem caindo porque o tratamento melhorou Crianças: predomínio no sexo masculino – depois passa a ser proporcional na adolescência Predomínio do sexo feminino na idade adulta Prevalência em crianças e em grupo maior de 60 anos Etiologia Predisposição genética Exposição ambiental: exposição ao ar livre ou trabalho em situações poluídas, tabagismo passivo Exposição a alérgenos: pólen, ácaros, pelos de animais, alérgenos de alimentos, ursos O combo de todos esses fatores faz com que o paciente tenha maior ou menor chance de desenvolver asma ao longo da vida Fatores de Risco Principal fator de risco: atopia tendência maior do sistema imunológico em formar anticorpos da classe IgE contra antígenos comuns no meio ambiente (alérgenos) Obesidade – produção de mediadores inflamatórios DRGE, stress, tabagismo, sinusite, rinite, gotejamento pós-nasal, IVAS, induzida por medicamentos (anti-inflamatórios, betabloqueadores, IECA), ocupacional Fisiopatologia Obstrução variável na via aérea saudável, o músculo liso não é constrito e não há hiperprodução do epitélio nem das glândulas – na via aérea asmática, o processo inflamatório crônico, faz com que haja + bronquiconstrição calibre da via aérea devido ao processo inflamatório e edema estimula a formação de glândulas que vão secretar mais muco há descamação e dano epitelial todos esses fatores somados fazem com que o paciente então, tenha sintomas de obstrução Inflamação T2 alta: precoce, mais grave, associada a atopia IgE e a eosinofilia e responde bem aos corticoides Inflamação T2 baixa: início tardio, neutrofílica e responde mal aos corticoides Via inflamatória Há um tempo atrás, era conhecida apenas a asma alérgica basicamente o paciente tinha comorbidades, como rinite alérgica por ex – o paciente era exposto ao aeroalérgeno fazendo DJULIE ANDRADE 13 com que o sistema inflamatório montado estimulasse a formação de eosinófilos e também a produção de linfócitos B produzem anticorpos que se ligam aos mastócitos uma vez que o paciente se reexpõe ao alérgeno, há degranulação desses mastócitos (histamina, broncoespasmo) – paciente que muda o tempo, muda o clima, ele começa a espirrar e ter chiado no peito via TH2 do tipo alérgica Há outra via que estimula a formação de eosinófilo sem ter contato com o aeroalérgeno » Estímulo acontece pela IL-5, IL-13 » Asma eosinofílica não alérgica A resposta inflamatória pode vir de neutrófilo responde menos ao corticoide asma neutrofílica (+ parecida com DPOC) » Paciente que vai muito ao PS, resistente a tratamento Quadro Clínico Sintomas típicos: o Sibilância o Chiado o Tosse o Dispneia Piora à noite ou pela manhã Variabilidade ao longo do dia – pode acordar pior e ir melhorando ao longo do dia Gatilhos ambientais Diagnóstico Procurar sintomas típicos Provar que existe obstrução ao fluxo expiratório e variabilidade – tem que ser variável – anamnese completa Espirometria com broncodilatador – diagnosticar a broncoconstrição o Com o broncodilatador a gente dilata a via aérea, ele consegue expelir mais melhora do fluxo aéreo comprova a obstrução o Resposta BD + pensar em asma o Ajuda a ver o grau da asma e a confirmar o diagnóstico Broncoprovocação – quando mais leve, a espirometria vem normal o Dar substâncias (histamina ou metacolina) que irritam a via aérea e observar o comportamento do volume expiratório forçado no 1º segundo paciente que tem hiperresponsividade, ou seja, que a via aérea precisa de pouco estímulo para sofrer broncoconstrição há uma de VF1 pré-exercício ou pré-início desse teste x o valor pós-teste se 20%, é típico do paciente asmático Variação do pico de fluxo – variação do fluxo ao longo do dia – quando esse pico de fluxo tem variação superior a 20% é típico de quem tem hiperresponsividade típico de paciente asmático (muito utilizado em suspeita de asma ocupacional por exemplo) Feito o diagnóstico, fazer uma retrospectiva das últimas 4 semanas – teve: o > 2 sintomas diurnos/semana o > 2 medicações de alívio (aerolim, salbutamol)/semana o Limitação das atividades do dia a dia o Despertar noturno com dispneia o Comparação da função pulmonar: PFE ou VEF1 < 80% esse é importante, porque quando o paciente está controlado ele não pode ter esses critérios paciente parcialmente controlado – 1 ou 2 desses critérios paciente não controlado – 3 ou + desses critérios Risco futuro – mesmo o paciente controlado pode ter fatores que esse risco o Exacerbação no último ano o Uso inadequado de CI o Problemas sociais ou psiquiátricos o Comorbidades - de peso, tabagismo o UTI ou intubação prévia o VEF1 < 60% o Exposição ambiental ou ocupacional o Gestação Tratamento Base do tratamento são os corticoides inalatórios Verificar técnica inalatória e melhor dispositivo para o paciente Controle da asma – GINA e ACT DJULIE ANDRADE 14 o Se o paciente estiver no passo 3 e não está controlado, por ex, passar para o próximo passo se tiver controlado, volta um passo a cada 3 meses realizar manejo para cima ou para baixo o Checar se está usando a bombinha da maneira certa o Aderência – preferência do paciente o Estratégias não farmacológicas – fatores de risco modificáveis – ursos, animais de estimação, cortinas, etc o Reavaliar resposta periodicamente: sintomas, exacerbações, efeitos colaterais, satisfação do paciente e função pulmonar o Xantinas NÃO são mais utilizadas (GINA 2019) DJULIE ANDRADE 15 o Após responder todas as questões, some os pontos. A pontuação final varia de 5 a 25, sendo que quanto maior a pontuação, melhor o controle da asma. o São considerados bem controlados os pacientes que obtém pontuação acima de igual ou maior que 20 pontos. o Soma >20 pontos: asma controlada. PROTOCOLO DE TRATAMENTO DA IR Manutenção das vias aéreas: o Manutenção de vias aéreas pérvias e a profilaxia de complicações, principalmente aspiração é muito importante, ainda mais em pacientes com distúrbios da consciência o Paciente tem que ser colocado em decúbito lateral com a cabeça abaixada e a mandíbula puxada para frente evitar obstrução pela língua com essa manobra, faz-se o diagnóstico de obstrução alta por vômito ou corpo estranho e pode providenciar-se a desobstrução o Uso da cânula orofaríngea quando se espera o rápido retorno da consciência o Se ventilação mecânica for necessária ou se espere uma inconsciência + prolongada intubação endotraqueal o intubação traqueal ou traqueostomia, sedados ou em coma aspirar vias aéreas periodicamente Oxigenoterapia: o Indicada nos casos de IRpA, quando PaO2 < 60mmHg ou SaO2 < 90% o Sempre introduzida em casos de IR tipo I (hipoxêmica) o Objetivos: os sintomas associados à hipoxemia crônica, corrigir hipoxemia aguda, carga de trabalho do sistema cardiopulmonar e manter PaO2 > 60mmHg com a menor FiO2 possível, devido ao risco DJULIE ANDRADE 16 de toxicidade pulmonar por oxigênio com a FiO2 > 60% por períodos prolongados o Dispositivos de baixo fluxo: cânula nasal e máscara de Hudson fornecem fluxo constante, permitindo a mistura do ar enriquecido com o atmosférico, a FiO2 dependerá do volume min do paciente o Dispositivos de alto fluxo: máscarade Venturi e máscara com reservatório de oxigênio (é a única capaz de fornecer uma FiO2 > 50% além da ventilação mecânica) o Monitorização deve ser feita pela análise da PaO2 e pela SaO2. Suporte ventilatório: o Ventilação invasiva: tubo traqueal (oro, naso ou traqueostomia). Após reversão das condições precipitantes da IR iniciar desmame. o Ventilação não invasiva (VNI): dispositivos nasais ou máscaras faciais poupa o paciente das complicações inerentes da intubação da morbimortalidade e da internação. Paciente deve estar desperto e cooperativo, deve haver estabilidade hemodinâmica e reflexos da via aérea superior intactos Tratamento da IR tipo I: o Instalação de ventilação mecânica quando a PaO2 mantiver-se abaixo de 60mmHg o Terapia com dispositivos do tipo CPAP (pressão positiva continua nas vias aéreas) pode levar a melhoras devido à expansão alveolar, combate às microatelectasias e o da capacidade residual funcional – indicado apenas em pacientes sem comprometimento do nível da consciência o Estabilização respiratória com BiPAP (ventilação com 2 níveis de pressão) Tratamento da IR tipo II: o Ventilação mecânica o Sinais graves de fadiga ventilatória (respiração agônica), acidose grave (pH < 7,25), depressão da consciência ou estado confusional devem ser prontamente intubados e ventilados de forma invasiva o Administração de O2 pode melhorar a PaO2 devido à ausência de shunt, mas não promoverá lavagem necessária de CO2 – insuficiência ventilatória pode ocorrer na ausência de hipoxemia o BiPAP – permitem a administração de fluxos de gás e a simultânea regulação das pressões inspiratórias e expiratórias de maneira independente volume corrente gerado em função do gradiente de pressão, inspiratório e expiratório e do padrão respiratório dos indivíduos Pacientes com IRpC: o Terapia conservadora e suporte respiratório não invasivo HIPERTENSÃO PULMONAR HIPOXÊMICA Síndrome clínica e hemodinâmica que resulta no da resistência vascular na pequena circulação níveis pressóricos na circulação pulmonar DJULIE ANDRADE 17 Pressão média da artéria pulmonar > ou = 25 mmHg, independente da causa subjacente Causa predominante da hipertensão pulmonar: hipóxia alveolar que é resultado de doença pulmonar, déficit de controle da ventilação ou residência em altitudes Pacientes com doença parenquimatosa pulmonar a HP costuma ser modesta (média de PAP de 25 a 35mmHg) Pacientes com doença parenquimatosa ou hipoxemia devem ser tratados primariamente com oxigenoterapia e otimização do tratamento base O cor pulmonale resulta aumento da pressão de enchimento do lado direito do coração devido à hipertensão pulmonar associada a doenças pulmonares. A hipoxemia crônica leva à vasoconstrição crônica produz proliferação de músculo liso em pequenas artérias pulmonares. A hipoxemia produz alterações nos mediadores vasculares, como óxido nítrico (vasodilatador) – há de óxido nítrico – e resulta em um relaxamento prejudicado do músculo liso. Primeiro ocorre uma da resistência vascular pulmonar a pressão arterial pulmonar e o trabalho do VD (espessamento, dilatação). Nas fases iniciais o VD pode ser capaz de manter o DC normal em repouso, mas conforme evolui a doença, a disfunção do VD pode progredir até o ponto em que o DC em repouso é comprometido. A dilatação do VD pode prejudicar o enchimento do VE e conduzir a uma pressão diastólica final do coração esquerdo. A insuficiência ventricular direita pode ser evidenciada principalmente pela elevação da pressão venosa jugular, edema em MMII e ascite. MUDANÇA NO ESTILO DE VIDA PARA PORTADORES DE DOENÇAS PULMONARES Controle do tabagismo Vigilâncias sanitárias dos municípios capacitadas para ações de controle do tabagismo orientar a população e os estabelecimentos comerciais sobre a importância dos ambientes saudáveis, sem derivados de tabaco e fumaça Benefícios: o Dentro de 20 min – ritmo cardíaco e PA o Em 12h – nível de monóxido de carbono no sangue cai para o normal o De 2 a 12 semanas – circulação sanguínea melhora e a função pulmonar o Entre 1 a 9 meses – tosse e falta de ar o Em 1 ano, risco de desenvolver doença coronariana cai pela metade (em relação a um fumante) o Em 5 anos o risco de um AVE é ao de um não fumante 5 a 5 anos após parar de fumar o Em 10 anos – risco de CA de pulmão para cerca da metade em relação a um fumante e o risco de CA de boca, garganta, esôfago, bexiga, colo do útero e pâncreas também o Em 15 anos – risco de doença cardíaca coronária é o mesmo de um não fumante Prática de atividades físicas Prática regular risco de doenças crônicas e mortes prematuras Pode melhorar a mecânica respiratória e ventilação pulmonar DJULIE ANDRADE 18 Exercícios respiratórios diafragmáticos, caminhadas, corridas curtas, exercícios posturais e de alongamento Reabilitação pulmonar melhora dispneia, qualidade de vida, traz benefícios psicossociais, número de hospitalizações Mudanças no trabalho Afastamento definitivo do fator causal Higiene industrial, ações educativas e ações de controle médico dos trabalhadores expostos Uso de máscaras
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