Prévia do material em texto
Necrose significa morte celular em organismo vivo e seguida de autólise. Quando a agressão interrompe a produção de energia, os lisossomos perdem a capacidade de conter as hidrolases e estas saem para o citosol e iniciam a autólise; (1) Redução de energia, por obstrução vascular (isquemia, anóxia) ou por inibição dos processos respiratórios da célula; (2) Ação de enzimas líticas; (3) Ação direta sobre enzimas, inibindo processos vitais da célula (p. ex., agentes químicos e toxinas); (4) Agressão direta à membrana citoplasmática, como ocorre na ativação do complemento ou de linfócitos T citotóxicos. Sua causa mais frequente é isquemia, diminuição ou suspensão do aporte de sangue para determinada região. O tecido afetado tem aparência de um coágulo.. Macroscopicamente, a área atingida é esbranquiçada e fica circundada por um halo avermelhado (hiperemia que tenta compensar a isquemia). É a necrose em que a região adquire consistência mole, semifluida ou liquefeita. A liquefação é causada por enzimas lisossômicas. Tal necrose é comum no tecido nervoso, na suprarrenal ou na mucosa gástrica. Em inflamações purulentas, a liquefação deve-se à ação de enzimas lisossômicas liberadas por leucócitos exsudados. A área necrosada adquire aspecto macroscópico de massa de queijo (do latimcaseum ) Resultado de lesão crônica, de longa duração.. Microscopicamente, as células necróticas formam uma massa homogênea, as células perdem totalmente os seus contornos e os detalhes estruturais. Necrose caseosa é comum na tuberculose. Também denominada necrose enzimática do tecido adiposo, é encontrada tipicamente na pancreatite aguda, que resulta do extravasamento de enzimas pancreáticas. Por ação de lipases sobre os triglicerídeos, os ácidos graxos liberados sofrem saponificação e originam depósitos esbranquiçados ou manchas com aspecto macroscópico de pingo de vela. A gangrena é uma forma de evolução de necrose secundária à ação de agentes externos. Em contato com o ar, origina a gangrena seca, ficando a área lesada com aspecto de pergaminho, semelhante aos tecidos de múmias (mumificação). A gangrena seca tem cor escura, azulada ou negra, por impregnação por pigmentos de hemoglobina, com uma linha nítida (reação inflamatória) no limite entre o tecido morto e o não lesado. A gangrena seca ocorre, sobretudo, nas extremidades de dedos, de artelhos e da ponta do nariz, geralmente por lesões vasculares. Gangrena úmida ou pútrida resulta de invasão por microrganismos anaeróbios produtores de enzimas que liquefazem os tecidos mortos e produzem gases fétidos que se acumulam em bolhas juntamente com o material liquefeito. Essa gangrena é comum em necroses do trato digestivo, dos pulmões e da pele, nos quais a umidade a favorece. Quando o tecido tem capacidade regenerativa, fatores de crescimento liberados por células vizinhas e por leucócitos induzem multiplicação das células parenquimatosas. Processo em que o tecido necrosado é substituído por tecido conjuntivo cicatricial . A cicatrização ocorre tipicamente quando a lesão é extensa e, sobretudo, se as células afetadas não têm capacidade regenerativa. Morte celular é um processo e, como tal, uma sucessão de eventos, sendo às vezes difícil estabelecer qual é o fator que determina a irreversibilidade da lesão, ou seja, o chamado ponto de não retorno.