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Cirurgia Geral Gabriela Teixeira ATM 2024/2 Videolaparoscopia ➔ Erich Mûhe (1985); ➔ Ganhou força na década de 90, com a colecistectomia videolaparoscópica; ➔ Atualmente, a limitação para que a videolaparoscopia seja utilizada em cirurgias de maior porte é a necessidade de material específico; ➔ Câmera conectada à lente óptica. Características: ● Imagens do campo cirúrgico em vídeos de alta resolução, com aumento; ● Boa iluminação; ● Campo operatório igual para todos os membros da equipe; ● Manobras cirúrgicas mais precisas; ○ Menos traumas cirúrgicos; ○ Melhor recuperação do paciente. Vantagens: ● Melhor resultado estético; ● Menor trauma cirúrgico; ● Menor estresse fisiológico; ● Recuperação mais rápida; ● Menor incidência de aderências no pós-operatório; ● Menor incidência de infecções; ● Menor tempo de internação; ● Menos dor. Desvantagens: ● Perda da sensação tátil; ● Visão bidimensional; ● Hemostasia mais difícil; ○ Presença de sangue no campo prejudica a imagem (“rouba” a luz, deixando a imagem escura). ● Sutura mais difícil; ● Necessidade de habilidade e materiais específicos. Alguns Materiais: ● Eletrocautério monopolar (mais comumente utilizado) → Necessita da utilização de placa eletrocirúrgica; ○ Cuidar com presença de metais, superfícies ósseas, etc; ○ Ideal que seja utilizado em locais com grande quantidade muscular (maior segurança); ○ Preferencialmente localizada o mais próximo possível do local da utilização do cautério. ● Eletrocautério bipolar → Utiliza dois eletrodos, um de entrada e outro de saída; ○ Energia transita apenas entre as duas pinças do eletrocautério; ○ Mais segurança em algumas cirurgias (ex.: apendicectomia). ● Pinças de ultrassom → Vibração em alta frequência faz a selagem do vaso; ○ Muito mais precisa e segura do que o eletrocautério bipolar; ○ Sua precisão evita lesões térmicas em outros locais; ○ Vasos de até 7 mm. 1 Cirurgia Geral Gabriela Teixeira ATM 2024/2 ● Tesoura seladora de vasos → Utiliza a tecnologia de um eletrocautério bipolar, porém avançada; ○ Controle eletrônico da quantidade de energia utilizada e espessura do tecido; ○ Diminuição de lesões térmicas. Pneumoperitônio: ● Necessário para realizar a videolaparoscopia; ● Infiltração de gás para que ocorra a criação de espaço no interior da cavidade em que se possa trabalhar; ● Risco de lesão ao entrar na cavidade para injetar o gás; ● 12 a 15 mmHg; ○ O padrão é, normalmente, 14 mmHg. Porém, atualmente, tende-se a utilizar pressões menores. Ex.: 10 mmHg; ○ Avaliar conforme as condições do paciente; ✓ Lembrar que a pressão à qual a cavidade abdominal é submetida é distribuída por todas as estruturas locais, as quais também sofrerão essa pressão; ✓ Ex.: Utilização de 15 mmHg em paciente com pressão sistólica de 10 mmHg → Compressão de vasos (cava), dificuldade de retorno venoso e bloqueio da pós-carga (coração trabalhando contra pressão muito alta); ✓ Paciente com cardiopatias, baixo débito, chocado, etc, podem apresentar consequências; ✓ Pacientes obesos apresentam dificuldades técnicas na insuflação pelo peso abdominal. ○ Importância do anestesista: Paciente deve estar bem relaxado, com bom bloqueio neuromuscular, assim, consegue-se expandir o abdome utilizando menor pressão. Se o bloqueio não for bem realizado, o paciente irá realizar contração muscular em resposta ao estímulo da distensão abdominal (contração involuntária por arco reflexo) e, assim, será preciso utilizar maior pressão (consequência → maior dor no pós-operatório). ● CO2; ○ Barato; ○ Alto coeficiente de difusão; ○ Não mantém combustão; ○ Eliminado rapidamente pela respiração. Técnicas: ★ Técnica aberta (Hasson) → “Minilaparotomia”, pequena incisão na cicatriz umbilical, realizando dissecção por planos até identificar o peritônio. Pinça o peritônio e abre para se ter acesso à cavidade. Quando se tem acesso à cavidade, já ocorre a entrada de ar que possibilita a utilização de trocáter para injeção de CO2 dentro da cavidade. Técnica mais segura, pois é com visualização direta, porém não é isenta de riscos, visto que pode haver lesão de alças intestinais na abertura do peritônio; ★ Agulha de Veress → Primeiro utiliza agulha para injeção de ar, e, após, utiliza-se o trocáter; ★ Punção Direta → Utilização direta do trocáter, sem a insuflação com ar antes. Existe a possibilidade de se utilizar trocáter óptico (com câmera acoplada). Possíveis Alterações Relacionadas: ➔ Quanto maiores forem o tempo cirúrgico e a pressão intra-abdominal, maiores serão as chances de consequências. 2 Cirurgia Geral Gabriela Teixeira ATM 2024/2 ★ Diminuição do retorno venoso (TVP); ★ Diminuição do débito cardíaco; ○ Devido ao aumento da pós-carga e diminuição do retorno venoso (pré-carga). ★ Diminuição da complacência pulmonar; ○ Diminuição da expansibilidade pulmonar; ○ Menor ventilação; ○ DPOC, cardiopatias, pacientes com acidose, hipertensão, arritmia, etc; ★ Elevação da cúpula diafragmática; ★ Hipercarbia e acidose; ○ Podem aparecer como sequelas das operações. ★ Aumenta resistência vascular periférica. Outras Modalidades: ● Hand-assisted; ● Notes; ○ Atualmente utilizada para fins de estudos; ○ Utilização de orifícios naturais (transvaginal, transgástrica, transretal, bexiga, etc); ○ Resultado não muito bom e maiores chances de complicações. ● SILS; ○ Single Incision Laparoscopic Surgery; ○ Incisão única; ○ Geralmente incisão na região umbilical ou suprapúbica; ○ Não muito utilizada devido à dificuldade técnica; ○ Futuramente, provável utilização de SILS por cirurgia robótica. Contra-indicações Relativas: ● Doença cardiopulmonar severa; ● Peritonite generalizada; ● Cirurgias abdominais prévias; ● Risco de hemorragia (principalmente pacientes com coagulopatias severas); ● Hipertensão portal. Complicações Possíveis: ● Lesão de vasos e nervos; ● Hérnia de parede abdominal; ● Lesão de órgãos intra-abdominais; ● Pneumomediastino; ● Pneumotórax (> 20 mmHg); ● Enfisema subcutâneo; ● Dor no ombro (pelo estímulo diafragmático → nervo frênico); ● Embolia gasosa; ● Lesão térmica. 3
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