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Contusão – trauma fechado; queda, acidente automobilístico etc. – responsáveis por 90% de casos de trauma pediátrico Causas mais frequentes de trauma na criança: Trauma associado a veículos motorizados (é a causa mais frequente de morte em crianças de todas as idades, seja ocupantes, pedestres ou ciclistas) Afogamento Incêndio Homicídios Quedas É frequente que a criança tenha trauma multissistêmico. Como a criança é mais “compacta”, a chance de sofrer múltiplos traumas é bem maior. A força aplicada na criança acaba se condensando naquele pequeno corpo. Assentos infantis especiais – previne traumas em crianças nos acidentes de carros. ANATOMIA PEDIÁTRICA VIA AÉREA Várias características das vias aéreas em bebês e crianças podem tornar o manejo das vias aéreas um desafio em pacientes com traumas graves: Cavidades orais pequenas e línguas e amígdalas relativamente grandes predispõem à obstrução das vias aéreas, especialmente em pacientes semiconscientes ou em coma – a amígdala e a língua da criança é grande; frente ao trauma, somente essa característica pode fazer a criança engasgar-se pelo rebaixamento do nível de consciência (A do ABCDE) O occipital relativamente grande do bebê ou da criança naturalmente flexiona o pescoço na posição supina, causando obstrução das vias aéreas, bem como potencialmente exacerbando qualquer lesão instável da coluna cervical. A laringe é mais cefálica e anterior no pescoço (a laringe é mais pra cima e mais pra frente), dificultando a visualização adequada durante a intubação endotraqueal. Outros fatores a serem considerados incluem a traqueia curta e a epiglote flexível em forma de U ou V em bebês e crianças pequenas. Um diâmetro traqueal estreito, uma pequena distância entre os anéis traqueais e uma membrana cricotireoidiana que não é facilmente palpável, se combinam para tornar a cricotireoidotomia por agulha (para fornecer ventilação transtraqueal percutânea) uma opção tecnicamente desafiadora em bebês e crianças. Com a traqueia curta (5 cm de comprimento em lactentes, 7 cm de comprimento em crianças de 18 meses), existe um risco maior de intubação brônquica do tronco direito inicial ou subsequente deslocamento acidental do tubo com qualquer movimento da cabeça. Por essa razão, sempre que a criança chegar no hospital, verificar a intubação feita pelos socorristas, uma vez que por ser muito pequena, pode acabar se descolando e seletivar (ou seja, ir para brônquio direito). Tomados em conjunto, esses fatores tornam a proteção e a manutenção das vias aéreas de pacientes pediátricos com trauma mais difícil do que em adultos, especialmente em crianças <3 anos de idade. CRÂNIO/ENCÉFALO CABEÇA - Bebês e crianças menores de 8 anos têm cabeças desproporcionalmente grandes em relação ao resto do corpo. Como resultado, o traumatismo cranioencefálico está comumente presente após lesão contusa e é a principal causa de mortalidade em trauma pediátrico. CÉREBRO - os bebês têm crânios com suturas abertas e seus cérebros têm um espaço subaracnóide maior e um espaço extracelular aumentado. Como resultado, eles tendem a tolerar um hematoma intracraniano em expansão melhor do que crianças mais velhas ou adultos. As suturas do cérebro são abertas (fontanelas) e com o decorrer do tempo vão se fechando, e com maior espaço subaracnóide. Por isso, a criança pode ter um sangramento subaracnóide e tolerar o sangramento por mais tempo sem dar evidências, uma vez que tem maior espaço para armazenar o sangue. No entanto, o cérebro infantil é menos mielinizado e o crânio mais fino e menos protetor; portanto, forças leves de chacoalhamento ainda podem resultar em fraturas do crânio e/ou lesão significativa do parênquima. Além disso, a possibilidade de traumatismo cranioencefálico abusivo em bebês e crianças pequenas (chacoalhar) deve ser considerada e pode apresentar alteração abrupta do estado mental e traumatismo cranioencefálico grave (TCE) na TC de crânio sem um mecanismo plausível. MEDULA ESPINHAL / COLUNA VERTEBRAL Crianças pequenas correm maior risco de lesão da medula espinhal sem anormalidade radiográfica (SCIWORA; lesão da medula espinhal sem anormalidade radiográfica simples ou tomográfica computadorizada) devido à flexibilidade anatômica que permite que a coluna cervical se estenda mais sem lesão do que a medula espinhal pode tolerar. Muitas dessas crianças demonstrarão anormalidades na ressonância magnética. A coluna vertebral da criança é mais molinha, mais difícil de quebrar. E quando quebra, ainda mantêm o periósteo, o que dificulta visualizar a fratura num RX/TC. TÓRAX As crianças têm uma parede torácica complacente (molinhas), portanto, as fraturas de costela são menos comuns e as lesões pulmonares (por exemplo, contusão pulmonar) costumam estar presentes sem ruptura óssea. Além disso, devido às suas estruturas mediastinais móveis, as crianças têm maior probabilidade de desenvolver pneumotórax hipertensivo do que os adultos. ABDÔMEN O fígado e o baço em bebês e crianças pequenas são menos protegidos pela caixa torácica e estão mais sujeitos a lesões diretas. Ou seja, num trauma abdominal, o fígado e o baço são os primeiros atingidos. SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO As crianças têm ossos imaturos, com placas de crescimento (epífises) e são mais flexíveis do que os adultos. Essas características anatômicas predispõem as crianças a fraturas do corpo (das placas de crescimento – pode prejudicar o crescimento depois). A perda de sangue associada a uma fratura isolada, incluindo fratura de fêmur, é menor que a de adultos e por si só não deve causar instabilidade hemodinâmica. CINÉTICA DO ATROPELAMENTO INFANTIL: TAMANHO E ÁREA CORPÓREA Massa corporal menor do que os adultos Maior força sendo aplicado por unidade de área corporal. Menos gordura, menos tecido conjuntivo, e uma maior proximidade de múltiplos órgãos; além disso, tendo menos gordura, predispõe a hipotermia (causa alteração da coagulação) Maior chance de lesões múltiplas A cabeça de uma criança é proporcionalmente maior do que de um adulto - > chance de lesões contusas A proporção entre a área de superfície corporal de uma criança e a massa corporal é maior ao nascer e diminui à medida que a criança amadurece ESQUELETO Perda de energia térmica é um estresse significativo Calcificação incompleta do esqueleto Centros de crescimento ósseo Mais flexível Fraturas ósseas são menos prováveis de ocorrer em crianças Fraturas de crânio e/ou costelas em uma criança sugere a transferência de uma grande quantidade de energia STATUS PSICOLÓGICO Em crianças pequenas, há instabilidade emocional e comportamento psicológico regressivo quando estresse, dor e outras ameaças capacidade limitada interagir com indivíduos desconhecidos de forma estranha e situações difíceis presença dos pais ou outros cuidadores durante avaliação – auxilia no tratamento Crianças que apresentam até mesmo uma pequena lesão podem ter deficiência na função cerebral, ajuste psicológico, ou alteração em órgãos ou sistemas a longo prazo. Algumas evidências sugerem que até 60% das crianças que sofrem traumas multissistêmico graves têm mudanças residuais de personalidade um ano após a alta hospitalar. Dificuldades sociais, afetivas e de aprendizagem estão presentes em metade das crianças gravemente feridas. Lesões em centros de crescimento podem causar alterações no crescimento por anormalidades do osso lesado. EQUIPAMENTOS Equipamentos imediatamente disponíveis do tamanho apropriado. Os tubos com Cuff (balão) podem propiciar, a longo prazo, a estenose traqueal > pressiona a mucosa e necrosa. Portanto, não encher o balão com muita pressão. Ver o dedomínimo da criança > o tamanho inflado do tubo é mais ou menos o tamanho do dedo mínimo da criança. FISIOLOGIA PEDIÁTRICA SINAIS VITAIS - os sinais vitais normais mudam com a idade nas crianças. Em geral, as frequências cardíaca e respiratória são mais altas do que em adultos e a pressão arterial é mais baixa. O 5o percentil da pressão arterial sistólica para a idade pode ser aproximado pela seguinte fórmula para crianças de 1 a 10 anos de idade: Pressão sistólica (5o percentil) = 70 mmHg + 2 X (idade em anos) FR: Até 1 ano ~ FR 50 Depois ~ FR 20 Pré escolar ~ 15 a 20 Após essa idade = igual adulto METABOLISMO - as crianças são propensas à hipotermia e perda insensível de líquidos devido à grande área de superfície corporal para relação de peso e maior taxa metabólica. A hipotermia pode complicar uma situação já crítica, pois pode piorar a acidose metabólica e exercer um efeito inotrópico negativo no coração. RESPIRAÇÃO E VENTILAÇÃO - a HIPÓXIA É A CAUSA MAIS COMUM DE PARADA CARDÍACA EM CRIANÇAS . Criança não suporta falta de oxigênio! Ela precisa para manter o equilíbrio ácido-básico. A capacidade residual funcional da criança é limitada. Ela não consegue “guardar” oxigênio. No momento que falta, ela para. A oxigenação adequada é essencial, assim como a ventilação adequada para manter o equilíbrio ácido- básico. Devido à capacidade residual funcional limitada e ao aumento da utilização de oxigênio em relação aos adultos, bebês e crianças tornam-se hipoxêmicos muito mais rapidamente quando a ventilação é inadequada. Bebês e crianças pequenas também apresentam volumes correntes menores (6 a 8 mL / kg) e apresentam maior risco de barotrauma iatrogênico com ventilação artificial excessivamente agressiva. Taquicardia e má perfusão da pele são os sinais iniciais de insuficiência circulatória em crianças. A PA demora para cair > sua reserva fisiológica aumentada permite que as crianças mantenham sua pressão arterial, apesar de uma perda de 30 a 45 por cento do volume total de sangue (pode perder até metade da volemia sem alterar a PA). Assim, a hipotensão com choque descompensado é um achado tardio e repentino que requer uma resposta imediata Em bebês, o choque descompensado com hipotensão nos estágios iniciais é acompanhado por taquicardia, que pode mudar para bradicardia se a perda de sangue continuar sem controle. CLASSIFICAÇÃO DE CHOQUE HEMORRÁGICO EM CRIANÇAS CLASSIFICAÇÃO DE LESÃO EXTENSÃO DA LESÃO - Trauma múltiplo é definido por lesão aparente em duas ou mais áreas do corpo. O trauma localizado envolve apenas uma região anatômica (por exemplo, cabeça e pescoço, tórax e costas, abdômen, extremidades) do corpo. Às vezes, a extensão da lesão pode ser óbvia; em outras ocasiões, isso pode não ser prontamente aparente e o quadro clínico pode evoluir com o tempo. TIPO DE LESÃO - As lesões esperadas diferem dependendo se ocorrem como resultado de trauma contuso (por exemplo, queda, colisão de veículo motorizado [MVC]) ou trauma penetrante (por exemplo, arma de fogo, esfaqueamento, estilhaços de explosão). GRAVIDADE DA LESÃO – Paciente estável ou instável. O mecanismo da lesão e os achados do exame físico são úteis na determinação da gravidade. A avaliação da gravidade ditará o manejo inicial e a disposição. Mecanismos de trauma de alto risco predizem pacientes que são mais propensos a serem instáveis ou se tornarem instáveis e, junto com os sinais vitais e achados físicos, são frequentemente usados para orientar as decisões de transporte pré-hospitalar ABCDE DO TRAUMA NA CRIANÇA (A) VIA AÉREA Uma via aérea desobstruída e patente é um requisito fundamental para uma ressuscitação eficaz. As características anatômicas que tornam as vias aéreas de bebês e crianças mais suscetíveis à obstrução e que devem ser consideradas para manter uma via aérea adequada incluem o seguinte A posição da laringe em bebês e crianças é mais alta e mais anterior do que em adultos. Como resultado, a hiperextensão do pescoço pode piorar a obstrução das vias aéreas superiores. Como as vias aéreas das crianças são menores, elas são mais suscetíveis à obstrução por edema, tampões mucosos ou corpo estranho. A região occipital faz a cabeça pender pra frente, de forma que a laringe se “enrole”. O occipital relativamente maior causa flexão passiva da coluna cervical na posição supina, o que contribui para a tendência de a faringe posterior dobrar durante a ressuscitação. Isso pode ser evitado mantendo a cabeça na posição de cheirar. Colocar uma toalha enrolada sob o occipital ou a parte superior dos ombros da criança pode ajudar a manter o posicionamento adequado. Uma causa comum de obstrução das vias aéreas em crianças que não respondem é a língua, que é relativamente maior em comparação com a cavidade oral na criança do que no adulto e pode cair para trás contra a hipofaringe em uma criança com um nível de consciência reduzido. TÉCNICA DE ELEVAÇÃO DA CABEÇA: Para realizar a técnica de elevação da cabeça, inclinação e do queixo, os dedos de uma das mãos são colocados sob a mandíbula, que é levantada suavemente para mover o queixo anteriormente. O polegar da mesma mão pressiona levemente o lábio inferior para abrir a boca. O polegar também pode ser colocado atrás dos incisivos inferiores para levantar suavemente o queixo, de modo que os incisivos centrais inferiores fiquem anteriores aos incisivos centrais superiores. Uma mão pode ser colocada na testa da criança para inclinar suavemente a cabeça para uma posição neutra se não houver suspeita de lesão no pescoço. Levar o pescoço para trás (se não houver lesão cervical) e abrir a boquinha da criança. A manobra de impulso da mandíbula é realizada segurando os ângulos da mandíbula inferior com uma mão de cada lado e movendo a mandíbula para frente de modo que os incisivos centrais inferiores fiquem anteriores aos incisivos centrais superiores. Se nenhuma das manobras funcionares > colocar cânula de Guedel no paciente INCONSCIENTE. VIA AÉREA ORAL - uma via aérea oral pode ser usada em uma criança inconsciente para levantar a língua e os tecidos moles da faringe da faringe posterior para manter uma via aérea patente . O contato direto com a língua e estruturas supraglóticas pode estimular o vômito (CUIDADO). Uma via aérea oral é idealmente usada como ponte para a recuperação de um paciente cuja condição seja temporária (como uma criança pós-ictal ou se recuperando de uma sedação). No entanto, a tolerância prolongada de uma via aérea oral geralmente sugere a necessidade de intubação endotraqueal (TE). COMO MEDIR O GUEDEL? > segurar ao longo do rosto da criança. A ponta da via aérea vai encontrar o ângulo da mandíbula; se ultrapassar > é inadequado VIA AÉREA COM RESTRIÇÃO DE MOVIMENTO DA COLUNA CERVICAL A obstrução das vias aéreas com hipóxia e ventilação inadequada é a causa mais comum de parada cardiorrespiratória pediátrica após trauma. O clínico deve determinar rapidamente a patência das vias aéreas, a presença de corpos estranhos na boca ou faringe e evidências de fraturas faciais / mandibulares ou traqueais / laríngeas com potencial para vias aéreas instáveis. os médicos devem restringir o movimento da coluna cervical. Durante o tratamento inicial, o clínico deve presumir uma lesão da coluna cervical no paciente com politrauma, especialmente com lesão na cabeça / pescoço ou com um nível de consciência alterado. O acolchoamento sob o ombro e as costas e o uso da "posição de cheirar" são importantes para abrir as vias aéreas ao máximo e manter uma posição neutra da coluna cervical do bebê ou da criança pequena. AS INDICAÇÕES PARA RESTRIÇÃODE MOVIMENTO DA COLUNA CERVICAL INCLUEM (QUANDO MANTER O COLAR CERVICAL): Mecanismo relativo a potencial lesão na coluna (colisão veículo-pedestre, colisão veículo- bicicleta, queda de uma altura considerável, colisão de veículo motorizado [MVC] com passageiro desenfreado, mergulho) Predisposição anatômica a lesão no pescoço (por exemplo, síndrome de Down), lesão anterior no pescoço ou história de cirurgia da coluna cervical Estado mental alterado (GCS <15) ou intoxicação Dor no pescoço, torcicolo e / ou proteção do pescoço Déficit neurológico Trauma substancial no torso definido como o seguinte: Lesões observáveis que parecem ameaçar a vida, requerem intervenção cirúrgica ou justificam a observação do paciente internado. Lesões da clavícula, abdômen, flancos, costas (incluindo a coluna) ou pélvis (por exemplo, fraturas de costelas, lesão visceral ou de órgão sólido, fratura pélvica). Lesão de distração anatômica remota que pode mascarar a instabilidade da coluna cervical devido à dor, como uma fratura do fêmur. Para ser qualificado como uma lesão que distrai, o trauma deve ser suficientemente grave para tornar a criança verbal, de outra forma alerta, inconsciente da dor no pescoço. Um possível método de avaliação é beliscar com força o pescoço da criança para ver se há uma reação. Elevação do queixo ou impulso da mandíbula Sucção de secreções Via aérea orofaríngea / nasofaríngea como adjuvantes da ventilação com bolsa- válvula- máscara ou medidas temporárias antes da intubação endotraqueal (a via aérea nasofaríngea é contra-indicada se houver suspeita de fratura da placa cribriforme) Intubação endotraqueal Máscara laríngea (LMA) (se a intubação endotraqueal falhar ou se for prevista via aérea difícil) Agulha ou cricotireoidotomia cirúrgica RAZÕES COMUNS PARA INTUBAÇÃO ENDOTRAQUEAL EM PACIENTES FERIDOS INCLUEM comprometimento iminente ou potencial das vias aéreas (por exemplo, trauma das vias aéreas, lesão por inalação, convulsões prolongadas), contusão pulmonar com hipoxemia, tórax instável com movimento inadequado da parede torácica, choque hemorrágico e traumatismo cranioencefálico grave (GCS <8). REMEMBER IMPORTANTE Quanto menor a criança, maior é a desproporção entre o tamanho do crânio e o meio da face Occipital MAIOR - flexão passiva da coluna vertebral - a faringe posterior se dobra anteriormente A língua e amígdalas são relativamente grande em comparação com os tecidos da boca A laringe da criança é em forma de funil, permitindo acúmulo de secreção na área retrofaríngea. Otimize a via aérea mantendo o plano da face paralelo ao plano da maca. A laringe e as cordas vocais são mais cefálicas e anterior no pescoço A epiglote da criança é mais rígida e em forma de “U” ou “V” A angulação da epiglote com a parede anterior da faringe era diferente (45° no bebê e mais próxima da base da língua no adulto) Em relação à posição da laringe, na criança essa está mais cefálica do que a do adulto; porém, com o avanço da idade, a estrutura se move de maneira mais caudal (em neonatos, está na posição C3-4 e no adulto no nível C4-5). PARA VENTILAÇÃO MECÂNICA: A BOLSA-MÁSCARA DEVE ACOPLAR APENAS O NARIZ E A BOCA. O tamanho correto é a menor máscara que cubra completamente a boca e o nariz da vítima, sem cobrir os olhos ou sobrepor o queixo TÉCNICA DE BRAÇADEIRA DE CE – A "técnica de braçadeira de CE" foi descrita pela American Heart Association. Utilizando este método, o socorrista pode posicionar de forma ideal as vias aéreas para fornecer respirações eficazes, enquanto aplica a máscara firmemente no rosto da vítima para evitar vazamentos de ar. A técnica é realizada da seguinte forma. O posicionamento da cabeça da criança requer duas manobras: O pescoço é flexionado para a frente nos ombros, de forma que o conduto auditivo externo fique anterior ao ombro. Isso pode ser feito em crianças colocando uma toalha ou rolo sob o occipital. Em bebês, a toalha deve ser colocada sob os ombros para conseguir essa posição, por causa de um occipital proeminente. A cabeça é então estendida no pescoço, de forma que o nariz e a boca apontem para o teto. A máscara é colocada no rosto da criança, com a parte mais estreita da máscara sobre a ponte do nariz. Os dedos mínimo, anular e médio de uma mão são então espalhados do ângulo da mandíbula para a frente ao longo da mandíbula formando o "E". Esses dedos levantam a mandíbula, puxando o rosto para dentro da máscara. Finalmente, o polegar e o indicador da mesma mão são colocados sobre a parte superior da máscara em forma de "C" para comprimi-la no rosto, formando uma vedação entre a máscara e o rosto. Para crianças com suspeita de lesão na coluna cervical, o posicionamento deve ser realizado sem mover o pescoço. A estabilização manual em linha deve ser mantida. (A) Os eixos oral (O), traqueal (T) e faríngeo (P) estão em planos divergentes. (B) Uma toalha sob o occipital traz o conduto auditivoexterno anterior ao ombro, alinhando os eixos T e P. (C) A extensão da cabeça no pescoço, com a boca e o nariz voltados para o teto, alinha o eixo O com os eixos T e P. APÓS VENTILAR > ENTUBAR (VERIFIQUE SE TEM CRITÉRIO PARA INTUBAÇÃO) IOT - precedida por ventilação com bolsa-máscara e oxigenação A via aérea deve ser mantida totalmente permeável Coluna cervical - imobilizada em posição neutra. Tração e movimento do pescoço - devem ser evitados após manutenção da via aérea e estabilização da coluna cervical – manter colar cervical INDICAÇÕES DE IOT Parada respiratória Falência respiratória (hipoventilação, hipoxemia arterial apesar da suplementação de oxigênio e acidose respiratória) Obstrução de vias aéreas Escala de coma de Glasgow menor ou igual a 8 Necessidade de suporte ventilatório prolongado (lesões torácicas ou necessidade de exames diagnósticos). VISÃO DAS VIAS AÉREAS DURANTE A LARINGOSCOPIA. A glote tem orientação vertical com as cordas vocais aparecendo como estruturas brancas superiormente e as cartilagens aritenóides posteriormente (seta preta). O esôfago tem orientação horizontal e parece uma fenda inferior (seta branca). A CLASSIFICAÇÃO MODIFICADA DE MALLAMPATI é um sistema de pontuação simples que relaciona a quantidade de abertura da boca ao tamanho da língua e fornece uma estimativa do espaço disponível para intubação oral por laringoscopia direta. De acordo com a escala de Mallampati, a classe I está presente quando o palato mole, a úvula e os pilares são visíveis; classe II quando o palato mole e a úvula são visíveis; classe III quando apenas o palato mole e a base da úvula são visíveis; e classe IV quando apenas o palato duro é visível. INTUBAÇÃO OROTRAQUEAL A lâmina deve ser RETA (a curvada empurra a língua da criança); medir por fora, igual a cânula de Guedel Laringoscopia direta com lâmina reta. (A) A cabeça é posicionada com a mão direita e a boca é aberta com o quinto dedo da mão esquerda (se necessário). (B) Alternativamente, a boca pode ser aberta com o polegar e o dedo indicador da mão direita usando uma técnica de "tesoura". (C) A lâmina do laringoscópio é inserida sob visão direta sobre a língua e na valécula. Uma tentativa pode ser feita neste ponto para elevar a epiglote levantando a alça do laringoscópio em um ângulo de 45 graus. (D) Se não tiver sucesso, a ponta da lâmina é usada para retrair diretamente a epiglote, revelando as cordas vocais e a abertura glótica. Apesar do risco, a lâmina pode ser curva (em último caso): Laringoscopia direta com lâmina curva. A lâmina é inserida sob visão direta até que a ponta seja posicionada na valécula. Puxar para cima a alça do laringoscópio em um ângulo de45 graus retrai a língua e ao mesmo tempo eleva a epiglote, revelando as cordas vocais e a glote. A seleção da lâmina apropriada do laringoscópio é especialmente importante com esta técnica. Uma lâmina muito pequena colide com a porção média da língua, potencialmente obscurecendo os pontos de referência, enquanto uma lâmina muito grande pode deslocar a epiglote posteriormente sobre a abertura glótica. Controle da língua durante a laringoscopia. A e B) Má visualização dos cordões devido ao posicionamento incorreto da lâmina. Observe como a língua dobra sobre a lâmina e obscurece a visão. C) Posicionamento correto da lâmina para controlar e mover a língua para a esquerda, proporcionando uma visão ideal para intubação. MARCOS ANATÔMICOS PARA LARINGOSCOPIA DIRETA. (A) Após a retração inicial da língua com lâmina reta, a epiglote pode permanecer envolta posteriormente, cobrindo parcial ou totalmente a abertura glótica. (B) A retração da epiglote com a ponta da lâmina reta permite a visualização da glote e das estruturas adjacentes. Sem apoio sob os ombros, o occipital proeminente faz com que a cabeça flexione para frente e obstrua as vias aéreas neste bebê sedado (A). Com um rolamento de ombro no lugar, a via aérea está agora em posição neutra e desobstruída (B). Cricotireoidostomia cirúrgica em crianças menores de 10 anos > causa o colabamento da traqueia, uma vez que a cartilagem cricóidea dá o suporte anatômico para a traqueia Risco de lesão de corda vocal Via temporária – máxima de 24 a 72 horas (B) RESPIRAÇÃO Avaliação da respiração começa com a inspeção do pescoço e tórax. Os principais achados incluem desvio traqueal, movimento anormal da parede torácica, uso de músculos acessórios e contusões ou lacerações do tórax ou pescoço. Além disso, a frequência e a profundidade das respirações devem ser determinadas e os sons respiratórios auscultados. A frequência respiratória em crianças diminui com a idade. Árvore traqueobrônquica imatura Lesões intratorácicas graves ocorreram em 6% dos pacientes pediátricos vítimas de trauma contuso em um estudo Lesões pulmonares, pneumotórax e hemotórax, e costelas e fraturas do esterno ocorrem com mais frequência. As clavículas e costelas estão mais horizontais, e de acordo com o crescimento vão tender a ficar em formato oblíquo (funil) O tórax da criança geralmente escapa de grandes danos Cartilagem flexível das costelas permite que a energia cinética de impactos fortes sejam absorvidas sem lesão significativas, na própria parede torácica ou estruturas subjacentes. Contusões pulmonares são as típicas resultado, mas raramente são fatais. Lesões no coração, diafragma, grandes vasos, brônquios e esôfago ocorrem menos frequentemente, mas têm maiores taxas de mortalidade associadas a eles. Pneumotórax e hemotórax, devido a lacerações do parênquima pulmonar e vasos intercostais, ocorrem com menos frequência. O pneumotórax hipertensivo pode apresentar desvio traqueal, tórax hiper-ressonante e sons respiratórios diminuídos ou ausentes unilaterais. O tórax instável pode apresentar uma ascensão e queda assimétricas do tórax. Tratamentos que diferem do adulto: muda o local da punção Pneumotórax hipertensivo – punção pleural no 2o arco costal – linha hemiclavicular (uma vez que não tem o mesmo coxin gorduroso do adulto) – jelco14 ou18 Drenagem pleural – 5 espaço intercostal na linha hemiaxilar (C) CIRCULAÇÃO A hipovolemia por perda sanguínea é a causa mais comum de choque no paciente pediátrico com trauma , e seu reconhecimento e tratamento precoces são fundamentais durante a ressuscitação do trauma. O choque compensado ocorre quando houve perda significativa de sangue, mas a pressão arterial foi mantida por taquicardia e vasoconstrição. O choque hipotensivo se manifesta com hipotensão além de taquicardia . O tamponamento cardíaco é incomum em crianças com trauma e é difícil de diagnosticar no exame clínico. Se a ultrassonografia à beira do leito estiver disponível e sua aplicação não causar atrasos, essa modalidade pode ser útil na identificação do derrame pericárdico A taquicardia geralmente é o primeiro sinal de hipovolemia na criança. Devido à reserva fisiológica em crianças, a pressão arterial pode ser mantida apesar de uma perda de até 45 por cento do volume de sangue circulante. Portanto, o paciente com trauma que está frio e taquicardico deve ser considerado em choque até prova em contrário. Outros sinais de choque incluem recarga capilar retardada, estreitamento da pressão de pulso para menos de 20 mmHg, manchas na pele, extremidades frias, diminuição do nível de consciência e resposta embotada à dor. O restante da avaliação se concentra nas fontes de sangramento e outras causas de comprometimento hemodinâmico: Sangramento externo (por exemplo, lesão de grande vaso, amputação de membro, grande laceração do couro cabeludo) Trauma torácico significativo com possível pneumotórax hipertensivo, hemotórax ou tamponamento cardíaco Sensibilidade abdominal sugerindo hemorragia interna (por exemplo, laceração hepática, laceração esplênica) Dor pélvica e / ou instabilidade indicando fratura Fraturas expostas dos ossos longos Lesão da medula espinhal com choque O sangramento grave de uma grande laceração no couro cabeludo geralmente responde ao fechamento rápido com sutura em forma de oito, grampos cirúrgicos ou clipes no couro cabeludo (clipes de Raney). Um torniquete de drenagem Penrose circunferencial pode fornecer controle temporário do sangramento do couro cabeludo até que o reparo seja concluído Redução e imobilização de fraturas de ossos longos também podem fornecer hemostasia. Para pacientes com suspeita de fratura pélvica e instabilidade hemodinâmica, os médicos devem examinar cuidadosamente o períneo e o reto e, em seguida, colocar um dispositivo de estabilização pélvica sobre o trocanter maior (fichário pélvico pré-fabricado ou lençol amarrado firmemente ao redor da pelve). ACESSO IV - Idealmente, o acesso vascular envolve a colocação de dois IVs de grande calibre nas extremidades superiores dentro de 60 a 90 segundos após a chegada, percebendo que em crianças pequenas as extremidades inferiores fornecem uma alternativa razoável e que, em muitos casos, dois IVs de grande calibre não podem ser inseridos em tempo hábil. O tipo mais comum de cateter venoso periférico usado em crianças é o cateter com agulha. O tamanho do cateter necessário para a ressuscitação com fluidos varia de acordo com a idade: calibre 22 a 24 em recém-nascidos e bebês, calibre 18 a 20 para crianças mais velhas. O tamanho da cânula usada na ressuscitação deve ser o maior que pode ser inserido com segurança. Em choque ou hipovolemia grave, uma cânula menor pode ser usada para reanimação com fluidos inicial até que uma veia maior possa ser canulada. Acesso periférico > acesso intraósseo > acesso central (no último dos casos) Se o acesso IV periférico não for alcançado rapidamente, a via intraóssea (IO) oferece um acesso alternativo rápido e facilmente obtido. O acesso central percutâneo ou corte venoso são outras opções para estabelecer um acesso vascular mais permanente para cuidados contínuos. O acesso central é realizado mais facilmente do que um corte, que raramente é usado. Entre os locais de acesso central, a veia femoral é mais frequentemente usada e oferece a menor taxa de complicações em curto prazo Acesso vascular - preferencialmente em veias antecubitais; após 2 tentativas sem sucesso: punção intraóssea ou acesso pela veia femoral; em último caso: flebotomia Maior reserva fisiológica Perda de 30% da volemia – redução da PA sistólica Taquicardia e reduçãoda perfusão periférica= hipovolemia Taquicardia= dor, estresse, hipovolemia Hipovolemia= desaparecimento pulso periférico, pele mosqueada, extremidade fria, redução de débito urinário Acesso Venoso Periférico (antecubital) Intra ósseo –18 G lactente e 15 G criança Femural (Seldinger) Dissecção Venosa–último recurso Complicações da Intra Óssea Celulite Osteomielite Síndrome Compartimental Fratura Acesso intraósseo Os vasos sanguíneos partem do periósteo e penetram no osso compacto através dos canais de Volkmann (transversais) e Havers (longitudinais). No osso esponjoso, os vasos passam entre as trabéculas, que são preenchidas com medula óssea vermelha, chegando por fim ao canal medular. Essa trama de ramificações existentes serve tanto para levar oxigênio e nutrientes às células ósseas como para drenar seus produtos e excreções de volta à corrente sanguínea É por meio deste sistema que medicações ou fluidos atingem a corrente sanguínea de forma rápida e eficiente quando são infundidos por via intraóssea, sem perda durante a absorção. As mesmas medicações utilizadas nos acessos venosos periféricos podem ser usadas nos acessos intraósseos, inclusive os hemoderivados, coloides e drogas vasoativas. A canulação intraóssea é um procedimento simples, eficaz e rápido, geralmente obtido em até 60 segundos. Dispositivos Manuais Existem agulhas próprias para a punção intraóssea manual aprovadas pelo USFDA (US Food and Drug Administration). São elas: Jamshidi Dieckmann modificada (marca COOK Critical Care), Sur-Fast com rosca (marca COOK Critical Care)Todos esses tipos de agulha têm um trocarte removível que impede a obstrução da agulha pelo osso. Dessa forma, agulhas que não o possuem devem ser evitadas de rotina pelo risco de obstrução. O tamanho de agulha preconizado pelo PALS é de 15–18 Gauges para um peso de 6–9 kg, e de 15 Gauges para pesos acima de 10 kg. Os dispositivos de inserção automática possuem regulação para determinar a profundidade da inserção da agulha, além de tamanhos diferentes, de acordo com o peso do paciente. São divididos em 2 tipos: 1. Agulhas impulsionadas por impacto: sistema no qual a agulha é impulsionada por mola – FAST1 (First Access for Shock and Trauma) e o B.I.G. (Bone Injection Gun) 2. Agulhas motorizadas: sistema no qual a agulha penetra no osso por um sistema de alta rotação – EZ-IO® Intraosseous Vascular Access System. Este acesso é provisório e pode ser mantido por até 72-96 horas. Todavia, a agulha geralmente é removida logo que esteja disponível outro meio de acesso vascular (tanto periférico como central), idealmente dentro de 6 a 12 horas O PALS preconiza como locais possíveis de inserção de agulha intraóssea em crianças: tíbia proximal, tíbia distal (acima do maléolo medial), fêmur distal espinha ilíaca anterossuperior. Contra Indicação Fratura ipsilateral da extremidade, pelo risco de extravasamento e síndrome compartimental Colocação ou tentativa anterior de colocação no mesmo membro ou sítio, devido ao extravasamento que ocorre no local da punção anterior Osteogênese imperfeita e osteoporose pelo risco de fratura Infecção no local da punção Se houver risco de vida iminente e nenhuma outra possibilidade de acesso, deve-se avaliar o risco-benefício do acesso intraósseo. Complicações Extravasamento Fratura Infecção: celulite, abscesso e osteomielite Síndrome compartimental Embolia Necrose tecidual Reanimação com fluidos - Em pacientes com choque compensado após trauma contuso, um bolo de fluido de 20 mL / kg de solução salina normal aquecida ou Ringer com lactato deve ser administrado rapidamente durante 10 a 15 minutos. Os pacientes geralmente precisam receber um volume de cristalóide três vezes maior que a perda sanguínea estimada para se tornarem hemodinamicamente estáveis. Em crianças, três bolus ou 60 mL / kg de solução salina normal ou Ringer com lactato (dose máxima: 3 L de volume total) equilibraria uma perda de sangue de 20 mL / kg (aproximadamente um terço do volume de sangue), assumindo que o sangramento é controlado. Uma transfusão de 10 mL / kg de concentrado de hemácias (PRBC) deve ser considerada se houver melhora clínica inadequada após bolus IV de 40 a 60 mL / kg de solução salina normal. Há algum debate sobre se o SN ou Ringer com lactato é o melhor fluido de ressuscitação inicial. No entanto, quando limitado a 60 mL / kg, é improvável que haja uma diferença significativa no resultado. Ringer com lactato não deve ser administrado com sangue pelo mesmo acesso venoso, pois pode causar coagulação. Produtos sanguíneos - Pacientes com traumatismo fechado com hipotensão requerem restauração rápida do volume de sangue. Esses pacientes geralmente requerem transfusão de sangue se apresentarem pouca ou nenhuma melhora com as infusões iniciais de cristaloides. O concentrado de hemácias negativo de tipo específico ou sem correspondência (PRBCs, volume inicial de 10 a 20 mL/kg até 2 unidades) administrado por meio de um sistema de infusão rápida com um aquecedor em linha pode salvar vidas nesses pacientes. Pacientes com choque compensado que não respondem às infusões iniciais de cristaloides devem receber tipo e sangue de compatibilidade cruzada (10 mL / kg até 1 unidade). O papel de outros hemoderivados, como plasma fresco congelado (FFP), plaquetas e fator VII ativado recombinante (rFVIIa) para o tratamento de pacientes gravemente traumatizados que requerem transfusão maciça está evoluindo. Embora a terapia de reposição com plasma, plaquetas e glóbulos vermelhos não deva geralmente ser baseada em qualquer fórmula definida, os resultados de uma série de estudos observacionais em adultos sugerem que os pacientes com trauma grave, reposição maciça de sangue e coagulopatia melhoraram a sobrevida quando a proporção de FFP transfundido (unidades) para plaquetas transfundidas (unidades) para glóbulos vermelhos (unidades) aproxima- se de 1: 1: 1. Protocolo de transfusão massiva - Em crianças, um protocolo de transfusão massiva pode ser apropriado para pacientes que apresentam hemorragia profunda ou sangramento contínuo com uma necessidade prevista de repor o volume total de sangue em 24 horas. O uso de tal protocolo de transfusão pode estar associado a melhores resultados, embora as evidências sejam limitadas necessidades de transfusão esperadas de 40 mL / kg em 12 horas ou 80 mL / kg em 24 horas e que foram transfundidas por protocolo com uma meta de atingir uma proporção de 1: 1: 1 para transfusão de FFP, PRBCs e plaquetas, a mortalidade foi semelhante O gatilho de volume ideal para iniciar um protocolo de transfusão massiva em crianças é desconhecido, mas alguns especialistas usam a seguinte abordagem baseada no peso: o <5 kg (recém-nascido) - 55 mL / kg o 5 a 25 kg (infantil) - 50 mL / kg o 25 a 50 kg (criança) - 45 mL / kg o 50 kg (adolescente) - 40 mL / kg ou 6 unidades de PRBC A presença de coagulopatia em crianças gravemente traumatizadas submetidas a transfusão sanguínea está significativamente associada à mortalidade e também é usada como um critério para iniciar um protocolo de transfusão maciça por alguns centros. A hipotensão controlada pode ser benéfica em pacientes com choque hemorrágico devido a lesões no torso por arma de fogo ou arma branca. Nesse cenário, a titulação da ressuscitação com fluido para recuperar o pulso periférico, mas para manter a hipotensão, pode permitir que os vasos sanguíneos lacerados tenham espasmos, formar trombos e preservar o volume sanguíneo antes da exploração cirúrgica definitiva e controle da hemorragia. Por outro lado, a administração agressiva de fluidos antes do controle da hemorragiaem pacientes com trauma penetrante pode, por meio do aumento da pressão arterial, diluição dos fatores de coagulação e produção de hipotermia, interromper a formação de trombo e piorar o sangramento. No entanto, existem poucos dados para essa abordagem em crianças. Palidez cutânea Frieza da pele Sudorese Sonolência Aumento da frequência de pulso Pulso – primeira resposta hemodinâmica que se detecta com facilidade Criança maior – pulso radial Criança menor – braquial / femoral Estima-se a pressão arterial pelo controle de pulso periférico (ITP): Pulso radial – normotenso Pulso femoral – entre 90 e 50 mmHg Ausência de pulsos – significa que a pressão está < 50mmHg Sondagem vesical – para aferir débito urinário Hipotermia – não responde a tratamento/ prolonga o tempo de coagulação/ compromete o SNC Cobrir a criança com cobertores aquecidos (D) NEUROLÓGICO A avaliação neurológica rápida abrange a determinação do nível de consciência usando a Escala de Coma de Glasgow (GCS) ou a GCS pediátrica, uma escala validada para crianças ≤2 anos. Exame sumário das pupilas quanto ao tamanho, simetria e resposta a luz. Nível de consciência - escala de coma de Glasgow. 50 a 70% dos pacientes vítimas de trauma Acordado, obnubilado ou coma >15 anos – APNDE (Alerta, resposta a palavra , resposta a dor, não responde, exame físico sumário) Pacientes com trauma com GCS ≤8 ou que não respondem ou apenas respondem à dor têm estado mental alterado severamente e requerem esforços de ressuscitação rápidos. Achados neurológicos adicionais a serem obtidos durante a pesquisa primária incluem responsividade pupilar e reflexos do tronco cerebral (por exemplo, reflexo de vômito). Pupilas desiguais ou fixas e dilatadas indicam hérnia cerebral e a necessidade de medidas agressivas para neutralizar o aumento da hipertensão intracraniana. Pacientes com preocupações com lesão intracraniana significativa ou aumento da pressão intracraniana (PIC) devem ser tratados de forma adequada para reduzir a probabilidade de lesão cerebral secundária por hipóxia, isquemia e edema cerebral. O médico deve fornecer oxigênio suplementar para manter a saturação> 95 por cento. Pacientes com lesão na cabeça com via aérea comprometida, respiração inadequada ou GCS ≤8 requerem intubação endotraqueal precoce e ventilação controlada A hiperventilação (PaCO 2 <35 mmHg) pode causar isquemia cerebral como resultado da diminuição do fluxo sanguíneo cerebral. Consequentemente, a PaCO 2 deve ser mantida entre 35 e 38 mmHg, a menos que haja sinais de herniação iminente.Pacientes com hipotensão requerem reanimação rápida com fluidos para manter a perfusão cerebral. Pacientes com evidência de hérnia cerebral devem receber manitol IV 0,5 a 1 g por kg ou solução salina hipertônica IV de 2 a 6 mL por kg de NaCl a 3 por cento (1 a 3 mEq por kg) para reduzir a PIC. Faltam evidências sobre o melhor regime de terapia osmolar em crianças com PIC elevada. Para a maioria dos pacientes pediátricos, a terapia osmolar com manitol ou solução salina hipertônica é inicialmente eficaz. Qualquer criança com GCS ≤12 justifica a consulta e avaliação de um neurocirurgião. Além disso, crianças com GCS ≤8 merecem monitoramento invasivo de ICP. (E) EXPOSIÇÃO Despir completamente o paciente durante a pesquisa primária facilita a rápida identificação e tratamento de lesões múltiplas. Após a conclusão dos procedimentos avançados, os profissionais de saúde podem rolar o paciente ao mesmo tempo em que mantêm a imobilização da coluna cervical para avaliar completamente as costas quanto a lesões no flanco ou na coluna. Muitos provedores optaram por realizar um exame retal enquanto o paciente está em uma posição lateral durante o log roll para avaliar o tônus do esfíncter anal e a presença de sangue grosso na abóbada retal. Alternativamente, o paciente pode ser registrado como parte da pesquisa secundária Retirar a roupa Exame completo de todos os segmentos corpóreos Lactentes e Crianças – cuidado com a perda de calor ADJUNTOS À PESQUISA PRIMÁRIA Estudos laboratoriais - estudos hematológicos, análises químicas séricas e urinálise têm baixa sensibilidade para identificar lesões graves em crianças com trauma fechado. Os médicos devem considerá-los adjuntos ao diagnóstico e não substitutos da avaliação clínica de crianças gravemente feridas. Dos estudos de sangue e urina normalmente obtidos durante a pesquisa primária, os seguintes têm o maior impacto no manejo do paciente. Pedir o Tipo sanguíneo e a prova cruzada - O tipo e cruzado para PRBC permite uma transição rápida para a transfusão de hemoderivados se a ressuscitação com fluido cristalóide não reverter o choque. O médico de emergência deve solicitar um tipo de sangue e comparação cruzada para qualquer vítima de trauma significativo antes da necessidade de transfusão. Para o paciente com hemorragia potencialmente fatal, o banco de sangue deve ser notificado diretamente (ou seja, por telefone ou pessoalmente) da necessidade de sangue O negativo não compatível e, quando necessário, de outros produtos sanguíneos (por exemplo, FFP, plaquetas, rVIIa) para transfusão imediata. Hematócrito - Valor de hematócrito <30 por cento identifica baixa capacidade de transporte de oxigênio e pode sugerir lesão intra-abdominal em pacientes com trauma fechado. O hematócrito pode ser útil como valor basal em pacientes com trauma. Deve ser interpretado à luz do contexto clínico, incluindo a extensão da hemorragia, o tempo desde a lesão e a quantidade de fluido exógeno administrado. Por exemplo, o clínico não deve ser tranquilizado por um hematócrito normal na vítima de trauma agudo com hipotensão. O hematócrito é mais útil quando medido em série para avaliar a hemorragia em curso. Estudos de enzimas hepáticas - valores elevados de enzimas hepáticas (AST> 200 unidades internacionais / L ou ALT> 125 unidades internacionais / L) estão altamente associados a lesões intra-abdominais após trauma contuso em crianças, embora valores abaixo deste nível não excluam uma lesão significativa em pacientes com mecanismo grave Urinálise - hematúria macroscópica é altamente sugestiva de lesão renal ou do trato urinário grave e requer investigação adicional. A urinálise que demonstra ≥50 glóbulos vermelhos (RBCs) por campo de alta potência também sugere lesão intra-abdominal após trauma contuso em crianças que deve ser investigada com uma tomografia computadorizada (TC) abdominal. Embora alguns especialistas considerem anormais> 5 a 50 hemácias, esse achado não exigiria exames de imagem adicionais em crianças de boa aparência. Uma radiografia de tórax AP pode demonstrar pneumotórax, hemotórax, dissecção aórtica, contusão pulmonar, pneumomediastino, fraturas de costelas e / ou hemopericárdio. Além disso, ele fornece a visualização da colocação do tubo endotraqueal e gástrico. RX A radiografia de pelve AP é mais frequentemente útil em vítimas de trauma contuso de alta energia que são hemodinamicamente instáveis, apresentam dor pélvica ou apresentam instabilidade pélvica no exame físico. A identificação de fratura nesses pacientes instáveis permite que o médico de emergência inicie a ligação pélvica em antecipação à embolização da artéria hipogástrica ou à fixação pélvica externa cirúrgica. No entanto, a sensibilidade de uma radiografia AP para fraturas pélvicas em crianças é limitada, especialmente em pacientes com menos de dois anos de idade. Pacientes com radiografias simples negativas nos quais há suspeita de fratura pélvica devem ser submetidos a TC da pelve assim que estiverem estáveis ou, se realizada, juntamente com uma TC abdominal. e-FAST (avaliação focadaestendida com ultrassonografia para trauma) - e-FAST é um exame de ultrassom rápido de quatro localizações abdominais: quadrante superior direito, quadrante superior esquerdo, região subxifóide e pelve; pulmões; e coração. A principal utilidade desse exame para o paciente com trauma instável é a detecção de fluido intraperitoneal secundário a lesão intra- abdominal, pneumo ou hemotórax e / ou hemopericárdio. Nós sugerimos o exame e-FAST em pacientes com trauma pediátrico hemodinamicamente instáveis como um meio rápido para identificar uma etiologia subjacente e para enfocar o manejo adicional e para pacientes estáveis, se a realização do ultrassom não causar atrasos. Embora o FAST tenha sido associado a melhores resultados em pacientes adultos com trauma seu uso na avaliação de crianças não é rotineiro devido à natureza das lesões pediátricas , principalmente a presença comum de lacerações de órgãos sólidos, torna o FAST um meio insensível para detectar lesões intra-abdominais importantes. Como exemplo, em uma meta- análise de 25 estudos (mais de 3800 crianças feridas), o FAST teve uma sensibilidade de 66 por cento e uma especificidade de 95 por cento para a detecção de hemoperitônio usando a TC como padrão ouro. Dada essa baixa sensibilidade, crianças hemodinamicamente estáveis com uma probabilidade pré- teste de moderada a alta para lesão intra-abdominal justificam a TC abdominal, independentemente dos achados no FAST. PODE SER FEITO NA LETRA C OU AQUI. Cateter urinário - Um cateter urinário deve ser colocado para monitorar o débito urinário e obter urina para testes de diagnóstico. Pacientes com suspeita de transecção uretral (sangue no meato uretral, equimose perineal, sangue no escroto ou fratura pélvica) devem ser submetidos a um uretrograma retrógrado para avaliar a integridade uretral antes de tentar o cateterismo urinário. Tubo gástrico - Traumas maiores freqüentemente resultam em gastroparesia e aumento significativo do estômago. Quando isso ocorre, uma sonda orogástrica ou nasogástrica deve ser colocada para descompressão do estômago para reduzir o risco de aspiração. A colocação de um tubo gástrico também pode facilitar a intubação endotraqueal. A inserção nasogástrica é contra-indicada em pacientes com trauma oromaxilar e possível fratura da placa cribriforme, diagnosticada radiograficamente ou se houver suspeita de epistaxe, secreção aquosa das narinas ou mobilidade da maxila AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA METICULOSA DA CABEÇA AOS PÉS REPETE O ABCDE INDICA RADIOGRAFIA OBSERVAM-SE AS LACERAÇÕES OU ESCORIAÇÕES CRANIO FACIAIS AFUNDAMENTO CRANIANO MINIEXAME NEUROLÓGICO LESÕES VERTEBROMEDULARES TOQUE RETAL A pesquisa secundária é uma avaliação sistemática da cabeça aos pés do paciente com trauma, que deve ser realizada após a pesquisa primária ter sido concluída e a reanimação iniciada, conforme necessário, com a estabilização das funções vitais. Esta parte da avaliação inclui o histórico do paciente, exame físico abrangente e estudos e procedimentos adicionais. HISTÓRIA - O mnemônico AMPLE pode ser usado para obter uma história rápida e focada da equipe pré- hospitalar, pacientes ou membros da família: A - Alergias M – Medicamentos P - História médica pregressa / gravidez L - última refeição E - Eventos / ambiente que levaram à lesão EXAME FÍSICO E MANEJO - Os componentes do exame físico que merecem foco especial na pesquisa secundária estão resumidos abaixo Cabeça - O couro cabeludo e a cabeça devem ser examinados e palpados em busca de lacerações, hematomas ou degraus ósseos. Olhos - os olhos devem ser avaliados quanto ao tamanho da pupila, hemorragia conjuntival / fundal, lesão penetrante, mobilidade / compressão ocular ou equimoses periorbital (olhos de Raccoon). As lentes de contato, se houver, devem ser removidas. Pacientes acordados devem ter a acuidade visual avaliada. Orelhas - Hemotímpano ou sangue ou drenagem clara do canal auditivo sugere fratura basilar com vazamento de LCR, assim como equimose retroauricular (sinal de Battle). Maxilofacial - O médico de emergência deve inspecionar o nariz para ver se há vazamento de líquido cefalorraquidiano ou sangue. Ao colocar uma sonda gástrica em pacientes com fraturas da face média, conforme indicado por deformidade, sensibilidade ou mobilidade da maxila, o médico deve passar uma sonda orogástrica em vez de uma sonda nasogástrica devido ao risco de penetração da placa cribriforme com a colocação intracraniana do tubo gástrico. A boca deve ser inspecionada para lacerações de tecidos moles, má oclusão ou dentes soltos [ 3,4 ]. Dor ou deformidade na mandíbula indica possível fratura da mandíbula. Lesão maxilofacial significativa é um marcador para possível lesão da coluna cervical. Coluna cervical e pescoço - A proteção da coluna cervical e a restrição de movimento devem ser mantidas durante todo o exame. O pescoço deve ser inspecionado quanto a desvios traqueais, contusões, hematomas ou lesões penetrantes, que podem afetar as vias aéreas, a medula espinhal ou os vasos principais. A palpação deve avaliar a sensibilidade da coluna cervical (no paciente acordado e cooperativo) ou degrau que sugere fratura ou luxação vertebral. Crepitação indica enfisema subcutâneo, que pode resultar de fratura da laringe, ruptura do esôfago ou pneumotórax Tórax - A inspeção e ausculta do tórax devem ser repetidas conforme descrito anteriormente. Além disso, todo o tórax, incluindo clavículas, esterno e costelas, deve ser palpado para crepitação, degraus ou sensibilidade. As crianças podem sofrer lesão interna significativa das estruturas intratorácicas (por exemplo, contusão pulmonar ou cardíaca) sem evidência de trauma esquelético. Abdômen - Inspeção, ausculta e palpação do abdome com reavaliação são importantes para o paciente pediátrico com trauma, pois os achados do exame podem mudar com o tempo. O médico deve avaliar o abdome quanto a distensão, equimoses, presença / qualidade de ruídos intestinais, sensibilidade abdominal, rebote, proteção ou massas palpáveis. A presença de um "sinal de cinto de segurança" (uma contusão linear através do abdômen), especialmente quando associada a dor e sensibilidade abdominal, está associada a um riscosubstancialmente aumentado de lesão intra-abdominal, especificamente, lesão gastrointestinal. Lesões de vísceras ocas e retroperitoneais, inclusive no pâncreas, são frequentemente ocultas inicialmente em uma base clínica, e um alto índice de suspeita com base no mecanismo de lesão é importante para a identificação dessas lesões. Períneo - A inspeção do períneo é importante para a identificação de contusões, hematomas, lacerações ou sangramento uretral (no homem). Embora a utilidade do exame retal em pacientes com trauma tenha sido questionada [ 29-31 ], acreditamos que ele pode agregar informações sobre o sangue do lúmen intestinal e o tônus do esfíncter no paciente instável. Em adolescentes ou adultos do sexo masculino, pode ser palpada uma próstata elevada, sugerindo uma transecção transuretral. Na paciente do sexo feminino, a vagina deve ser inspecionada quanto à presença de sangue ou lacerações [ 3 ]. Mulheres pós- púberes com fraturas pélvicas devem ser submetidas a exame vaginal. Musculoesquelético - O provedor de emergência deve inspecionar as extremidades para verificar se há inchaço ou contusão e palpar para verificar se há deformidade, sensibilidade, presença / ausência de pulsos e qualidade dos pulsos. Qualquer fratura potencial deve ser submetida a imobilização. Além disso, membros com comprometimento neurovascular requerem envolvimento rápido de subespecialistas ortopédicos e vasculares. Equimoses sobre as asas ilíacas, púbis, lábios ou escroto são suspeitas de fraturas pélvicas. No pacientealerta, a dor à palpação do anel pélvico sugere a presença de fratura. No paciente inconsciente, a mobilidade da pelve em resposta à pressão ântero-posterior nas espinhas ilíacas anteriores e na sínfise púbica é sugestiva de ruptura do anel pélvico. O "balanço" da pelve para frente e para trás deve ser evitado, pois pode aumentar a hemorragia devido à fratura pélvica. O paciente deve ser revirado e as costas inspecionadas e palpadas quanto a sensibilidade ou degraus, se ainda não realizados durante a exposição do paciente. As axilas também devem ser examinadas [ 7 ]. Neurológica - Uma avaliação neurológica breve, mas completa, incluindo a função motora e sensorial, bem como a reavaliação do nível de consciência do paciente e a resposta pupilar à luz, deve ser realizada como parte da pesquisa secundária. Se houver suspeita de lesão medular, o paciente deve ser imobilizado com dispositivos de imobilização da coluna cervical As úlceras de pressão nas nádegas e nos calcanhares podem se desenvolver rapidamente (em poucas horas) em pacientes imobilizados. As tabelas devem ser usadas apenas para transportar pacientes com lesão medular potencialmente instável e interrompidas o mais rápido possível... Adjuntos à pesquisa secundária - Depois que o paciente pediátrico com trauma foi avaliado, ressuscitado e estabilizado, a imagem pode ser realizada para identificar lesões específicas não detectadas ou totalmente caracterizadas nas radiografias de triagem. A tomografia computadorizada (TC) é a modalidade de escolha para identificar lesões intracranianas e abdominais quando indicada por achados físicos. TC abdominal e pélvica - Pacientes hemodinamicamente instáveis que permanecem instáveis após receberem reanimação com fluidos e transfusão de sangue exigem laparotomia de emergência e NÃO devem ter esse procedimento adiado por TC abdominal e pélvica. A TC abdominal e pélvica com contraste IV é a modalidade de imagem diagnóstica preferida para detectar IAI em crianças hemodinamicamente estáveis que sofreram trauma abdominal contuso significativo. A TC é sensível e específica no diagnóstico de lesões no fígado, baço e retroperitônio. É, no entanto, menos sensível na identificação de lesões de vísceras ocas. As indicações para tomografia computadorizada abdominal (apenas para uso em pacientes hemodinamicamente estáveis) incluem o seguinte: Incapacidade de realizar exames abdominais adequados ou exames abdominais em série (por exemplo, traumatismo cranioencefálico, sensorium alterado, criança muito jovem ou não verbal ou anestesia geral planejada) em um paciente hemodinamicamente estável com história ou mecanismo sugestivo de lesão intra- abdominal Dor abdominal ou sensibilidade não causada por uma lesão superficial menor (por exemplo, hematoma, abrasão) Hematomas na parede abdominal (por exemplo, sinal de cinto de segurança, machucado no guidão ou outros hematomas relacionados a abuso infantil) Exame FAST positivo em um paciente hemodinamicamente estável quando há preocupação com IAI Achados da radiografia de tórax consistentes com pneumotórax ou hemotórax ou contusão pulmonar com diminuição dos sons respiratórios ou hipoxemia em pacientes com mecanismo relativo de IAI Achados que sugerem um risco significativo de IAI em um paciente com lesões por distração (por exemplo, fraturas de ossos longos ou lesão substancial no torso que justifica intervenção) Soro inicial AST> 200 unidades internacionais / L ou ALT> 125 unidades internacionais / L Enzimas pancreáticas séricas elevadas iniciais (maior que o limite superior do normal, conforme definido pelo laboratório) Hematúria macroscópica ou hematúria microscópica com ≥50 eritrócitos por campo de alta potência em pacientes assintomáticos Declínio ou hematócrito inexplicável ou hematócrito <30 por cento Etiologia incerta para instabilidade hemodinâmica persistente (ou seja, taquicardia ou hipotensão persistente) exigindo bolus de fluido cristalóide IV ou necessidade de sangue (exames de imagem com TC versus avaliação da sala de operação devem ser decididos em colaboração com o cirurgião de trauma) TRAUMA ABDOMINAL Torsos relativamente compactos com diâmetros anteroposteriores menores, que fornecem uma área menor sobre a qual a força da lesão pode ser dissipada Vísceras maiores, especialmente fígado e baço, que se estendem abaixo da margem costal Menos gordura sobreposta e musculatura abdominal mais fraca para amortecer as estruturas intra-abdominais Entre todas as crianças com trauma torso contuso, a lesão intra-abdominal (IAI) ocorre em aproximadamente 5 a 10 por cento dos pacientes [ 1 ]. Até 25 por cento das crianças pré-púberes com lesão multissistêmica submetidas a testes adicionais apresentam lesão abdominal significativa Colisões de veículos motorizados, ferimentos em pedestres e quedas são as principais causas de lesões abdominais contundentes em crianças; ferimentos em bicicletas, ferimentos em veículos todo-o- terreno e abuso infantil também contribuem As estruturas mais comumente lesadas no trauma abdominal fechado em crianças são órgãos sólidos, sendo o fígado e o baço os mais comumente lesados, seguidos pelos rins. Lesões de vísceras ocas são a próxima forma mais comum de lesão, seguida por lesões na vasculatura abdominal. O manejo inicial de crianças com suspeita de lesão intra-abdominal (IAI) deve prosseguir de forma sistemática e aderir às diretrizes do Suporte Avançado de Vida em Trauma para o diagnóstico e tratamento de lesões com risco de vida imediato Durante a estabilização, crianças com sinais de IIA e instabilidade hemodinâmica que não respondem à ressuscitação com fluidos e transfusão de sangue requerem laparotomia de emergência. Após o paciente ter sido avaliado, ressuscitado e estabilizado, o paciente deve receber cuidados contínuos dirigidos por um cirurgião pediátrico com experiência em trauma, sempre que possível. Como o atendimento e os resultados ideais ocorrem quando a criança gravemente ferida é inicialmente reanimada e posteriormente tratada em um centro de trauma pediátrico (PTC), é preferível fornecer atendimento inicial em tais instalações desde o início, sempre que possível, ou providenciar a transferência para um PTC para gerenciamento contínuo. A mortalidade após trauma abdominal fechado é rara, ocorrendo em <1 por cento dos pacientes com trauma torso fechado. A mortalidade por trauma abdominal fechado em crianças está diretamente relacionada ao número e tipo de estruturas lesadas: é inferior a 20 por cento em traumas isolados de fígado, baço, rim ou pâncreas; aumenta para 20 por cento se o trato gastrointestinal estiver envolvido; e aumenta para 50 por cento se os navios maiores forem feridos. Em crianças hemodinamicamente estáveis, a avaliação para lesão intra-abdominal contusa (IIA) deve ser realizada como parte da pesquisa secundária. Esta avaliação pode revelar outras indicações para observação, avaliação laboratorial, imagem ou laparotomia. Os pacientes que relatam dor abdominal após trauma contuso do tronco também apresentam risco significativo de lesão intra-abdominal. Por exemplo, em um grande ensaio multicêntrico prospectivo de10.176 crianças de dois anos de idade ou mais com trauma torso contuso, qualquer dor abdominal relatada foi associada a um risco de 13 por cento de IAI em comparação com um risco de 2 por cento de IAI em pacientes com um Escala de coma de Glasgow de 15 e sem dor ou sensibilidade no exame físico Os mecanismos de lesão contusa que estão associados com IAI incluem golpes isolados de alta energia no abdômen (por exemplo, queda de uma bicicleta no guidão mecanismos de trauma de alto risco, incluindo colisões de veículos motorizados,uso de cinto de segurança Durante a pesquisa secundária, o clínico deve prestar muita atenção aos sinais de choque hemorrágico, como taquicardia, redução da pressão de pulso, tempo de enchimento capilar prolongado, palidez ou estado mental alterado. Embora não sejam definitivos, esses achados podem indicar hemorragia intra-abdominal em curso. A hemorragia intra-abdominal significativa em crianças pode ser mascarada por sua capacidade de manter a pressão arterial sistólica normal, apesar da perda de grande volume de sangue. Em pacientes com vômitos, distensão abdominal ou suspeita de lesão abdominal significativa, uma sonda nasogástrica ou, em pacientes com trauma maxilofacial, uma sonda orogástrica deve ser colocada antes do exame abdominal. A descompressão gástrica pode facilitar o exame preciso nesses pacientes selecionados e minimizar o risco de aspiração do conteúdo gástrico se ocorrer vômito. Os sinais físicos que indicam um risco aumentado de IAI incluem cada um dos seguintes: Equimoses (particularmente das regiões umbilicais ou de flanco), como em lesões de guiador Abrasões Marcas de marcas de pneus Sinal de cinto de segurança em passageiros retidos em colisões de veículos motorizados Sensibilidade abdominal Distensão abdominal Irritação peritoneal (por exemplo, rigidez da parede abdominal, rebote, guarda ou dor no ombro esquerdo induzida pela palpação do quadrante superior esquerdo [sinal de Kehr]) Ausência de ruídos intestinais indicando um íleo prolongado (mais de quatro horas) Sinal do cinto de segurança - O sinal do cinto de segurança foi descrito pela primeira vez como parte de um trio de achados consistentes com a "síndrome do cinto de segurança", que incluía fratura por chance vertebral, equimoses da parede abdominal e lacração hepática. Embora não haja um "painel de trauma" padronizado, os seguintes estudos laboratoriais são necessários em crianças com trauma abdominal fechado e suspeita de lesão intra-abdominal: Hemograma completo (CBC) Tipo sanguíneo e crossmatch Gasometria arterial ou venosa Transaminases séricas (alanina aminotransferase [ALT] e aspartato aminotransferase [AST]) Eletrólitos séricos, creatinina, nitrogênio ureico no sangue Glicose no sangue Amilase e lipase Tempo de protrombina (PT), tempo de tromboplastina parcial (PTT) Urinálise INSTAVEIS Crianças com instabilidade hemodinâmica devido a sangramento intra-abdominal que não responde à infusão de cristaloides (40 a 60 mL / kg, volume máximo: 3 L) e transfusão de sangue (sem resposta após 20 mL / kg [indicação relativa]; sem resposta após a transfusão de aproximadamente metade de seu volume de sangue estimado [forte indicação]) requerem laparotomia emergente; os exames laboratoriais, especialmente hemograma completo e prova cruzada do tipo sanguíneo, devem ser obtidos de maneira que não atrase o cuidado operatório. Pacientes hemodinamicamente estáveis com sinais de IIA - crianças hemodinamicamente estáveis nas quais há forte suspeita de IIA com base em achados clínicos devem ser submetidos a TC de emergência do abdome e pelve sem esperar pelos resultados laboratoriais Pacientes hemodinamicamente estáveis sem sinais de IIA – crianças hemodinamicamente estáveis que estão alertas, cooperativas e têm um exame físico normal, mas um mecanismo preocupante de lesão pode ocasionalmente ter IIA que pode ser identificado por exames abdominais seriados e exames laboratoriais. Recomendamos que esses pacientes sejam submetidos aos testes laboratoriais acima. A presença de anemia inexplicada, hematúria macroscópica ou microscópica (≥50 glóbulos vermelhos [RBCs] por campo de alta potência) ou elevação das transaminases séricas (AST> 200 unidades internacionais / L [3,33 microkatal / L] ou ALT> 125 unidades internacionais / L [2.08 microkatal / L]) indica a necessidade de TC abdominal e pélvica. Laparotomia - as indicações para laparotomia imediata incluem evidências de lesão intra- abdominal significativa (com base na história, exame físico, tomografia computadorizada [TC], lavagem peritoneal diagnóstica [DPL] ou ultrassom) e [ 9 ]: Perfuração de uma lesão de víscera oca demonstrada como pneumoperitônio. Sangramento intra-abdominal de mais da metade do volume sanguíneo do paciente demonstrado como instabilidade hemodinâmica persistente ou recorrente, apesar da infusão de cristaloides e transfusão de sangue, principalmente quando acompanhada de distensão abdominal. É importante notar que a instabilidade hemodinâmica causada por uma fratura pélvica frequentemente justifica outro tratamento além da laparotomia. Todas as crianças hemodinamicamente instáveis justificam o início de um protocolo de transfusão maciça predeterminado. As indicações relativas para laparotomia incluem Aumento da sensibilidade abdominal ou irritação peritoneal Necessidade de transfusão de concentrado de hemácias (RBCs) ou sangue total para sangramento intra-abdominal Outras indicações para laparotomia variam de acordo com a lesão específica: Diagnóstico de lesão visceral oca com perfuração: Lesão de órgão sólido com evidência de sangramento contínuo Lesão pancreática com grande ruptura do parênquima ou ductal Tratamento não operatório - Observação cuidadosa sem intervenção cirúrgica para crianças hemodinamicamente estáveis com lesões de órgãos sólidos por trauma abdominal fechado, em uma instalação com capacidade operatória e experiência cirúrgica, é uma prática padrão que é segura e melhora o resultado do paciente e a utilização de recursos. Além disso, a preservação do baço em crianças com lesões esplênicas evita os riscos infecciosos associados à esplenectomia. Imagem de tomografia computadorizada mostrando lacerações do fígado de grau II (setas). Esta imagem de tomografia computadorizada aprimorada mostra uma laceração grau III do baço (seta). O baço está fragmentado em cinco partes discretas nesta imagem. Este adolescente recebeu um golpe direto no quadrante superior esquerdo enquanto jogava futebol. Observe o extravasamento de contraste intravenoso do baço (seta) e a grande quantidade de líquido livre no abdome (pontas de seta). Ele se recuperou sem operação após uma transfusão. Esta imagem de tomografia computadorizada mostra lesão pancreática no meio do corpo com ruptura ductal (seta) que, se reconhecida precocemente, pode ser tratada por pancreatectomia distal. Esta criança foi esmagada entre um snowmobile e uma parede de concreto e inicialmente apresentou inchaço agudo do pâncreas na tomografia computadorizada. Várias semanas depois, ela desenvolveu sinais de um pseudocisto pancreático (setas) mostrado como uma grande massa cística posterior ao estômago (ponta de seta). Este cisto foi resolvido após a criação de uma cisto-gastrostomia. Imagem de tomografia computadorizada mostrando lacerações do fígado de grau II (setas). Esta imagem de tomografia computadorizada aprimorada mostra uma laceração grau III do baço (seta). Sem baço: aumenta a chance de infecção por bactérias capsuladas (streptococcus) – para tirar o baço, precisa antes vacinar INTESTINAL incidência de lesão intestinal na criança em trauma abdominal fechado é de 1,4%, diagnóstico pode ser feito em 94% das crianças através do exame físico. SINAIS - irritação peritoneal, abdome em tábua, paracentese positiva para conteúdo fecal ou alimento Tratamento geralmente é cirúrgico. FÍGADO Dor no ombro direito, hipersensibilidade dolorosa em quadrante abdominal superior direito e aumento de enzimas hepáticas (transaminases). Tratamento - conservador na maioria das vezes Internação em UTI e observação seriada com tomografia e ultrassonografia Tratamento cirúrgicopara os casos com choque refratário PÂNCREAS Lesão pancreática - 10% de todos os casos de trauma abdominal Causa mais comum de pancreatite Dor abdominal difusa e vômitos. Massa epigástrica pode estar presente Tratamento conservador com aspiração contínua em sonda nasogástrica e nutrição parenteral prolongada Tratamento cirúrgico – 10% que evoluem com pseudocisto BAÇO Dor nos ombros ou hemitórax esquerdo acompanhada de esforço respiratório, náusea, vômito (sinal de Kehr). Observação seriada com ultrassonografia e tomografia e dosagem de hematócrito. Tratamento conservador Tratamento cirúrgico - perda de 40% da. GÊNITO-URINÁRIO Desde uma simples contusão até ruptura do pedículo renal com hematoma perinéfrico e perda completa de função renal. Hipersensibilidade dolorosa e defesa local, distensão abdominal, massa em flancos Hematúria macro ou microscópica pode estar associada a lesão renal, porém não é específica e não identifica anatomicamente o nível da lesão. Tratamento Conservador – 80% dos casos Conduta cirúrgica - queda do hematócrito e hemoglobina, choque refratário, distensão vesical por coágulos TRATAMENTO CONSERVADOR Órgãos parenquimatosos em crianças hemodinamicamente estáveis Líquido livre/extravasamento de contraste e grau de lesão não significa abordagem cirúrgica Sangramento de fígado, baço e rim são autolimitados Supervisão de UTI e de cirurgião pediátrico Monitorização de sinais vitais contínuos MECANISMOS Guidão da bicicleta Contusão do cotovelo no quadrante superior direito Compressão do abdome pelo cinto de segurança Espancamento por abuso Queda de tanque no abdome COMPRESSAO DAS VISCERAS ENTRE PAREDE ABDOMINAL ANTERIOR E COLUNA MAUS TRATOS A identificação de uma discrepância entre a avaliação médica da lesão e a história fornecida pelo responsável já é uma razão de peso para suspeita e comunicação do fato à autoridade Lesões físicas de diferentes idades, múltiplas lesões, assimétricas, não justificáveis por um único trauma, o acidente referido não é compatível com o desenvolvimento motor da criança e a presença de lesões específicas também levam à suspeita. Abuso psicológico - dano à capacidade psicológica ou estabilidade emocional da criança, levando a mudanças no comportamento ou na cognição. Labilidade emocional incongruente com a idade cronológica, atraso no desenvolvimento, falta de apego (ou, transtorno de apego reativo) e auto-imagem ruim. Os cuidadores podem rejeitar ou menosprezar publicamente a criança, ou não se preocupar com o bem- estar dela. RESUMO Lesões hepáticas e esplênicas são as lesões intra- abdominais mais comuns e potencialmente fatais em crianças que sofreram trauma contuso. A lesão pancreática, que é menos comum, pode resultar em sintomas e sinais de peritonite local ou um pseudocisto se um grande ducto for seccionado. A avaliação inicial de pacientes com trauma pediátrico deve seguir o protocolo padrão de Suporte Avançado de Vida no Trauma, com lesões com risco de vida que comprometem as vias aéreas, respiração e circulação abordadas primeiro. Crianças com lesão de fígado, baço ou pâncreas geralmente têm uma história de golpe direto no tronco sobre a parte superior do abdômen (guidão de bicicleta, taco de hóquei preso entre as tábuas e o abdômen, capacete "espetado" no futebol) ou um mecanismo de alta energia, como um acidente de veículo motorizado em alta velocidade ou uma queda de grande altura. OS ACHADOS CLÍNICOS incluem dor local e sensibilidade na parte superior do abdômen, dor no ombro ou sinais de choque por perda de sangue. Estado mental alterado ou múltiplas lesões traumáticas podem mascarar lesões significativas no fígado, baço ou pâncreas. Um hematócrito inicial e sangue para tipo e cruzamento são os estudos laboratoriais mais essenciais, especialmente em crianças com sinais de choque hipovolêmico. Depois de ser avaliado, ressuscitado e estabilizado, o paciente deve receber cuidados contínuos dirigidos por um cirurgião de trauma com experiência em pediatria. Como o atendimento e os resultados ideais ocorrem quando a criança gravemente ferida é inicialmente reanimada e posteriormente tratada em um centro de trauma pediátrico (PTC), é preferível fornecer atendimento inicial em tais instalações desde o início, sempre que possível, ou providenciar a transferência para um PTC para gerenciamento contínuo. A tomografia computadorizada (TC) abdominal com contraste intravenoso é o teste de diagnóstico mais útil para lesões no fígado, baço e pâncreas em crianças com achados de lesões intra-abdominais graves. – ESTAVEIS Quando uma lesão pancreática importante é suspeitada com base nos achados da TC, a colangiopancreatografia endoscópica retrógrada (CPRE) ou a colangiopancreatografia por ressonância magnética (MRCP) podem ser usadas para confirmar se um dos principais ductos pancreáticos foi rompido porque o ducto geralmente não é visualizado na TC. Crianças clinicamente estáveis com lesões isoladas de fígado e baço, graus I a IV , deve receber tratamento não operatório fornecido por um cirurgião pediátrico. Crianças com lesão de grau V ou superior (fígado) geralmente justificam intervenção cirúrgica, embora crianças que estão clinicamente estáveis possam ser tratadas sem cirurgia, mesmo com lesões de grau V. A maioria das lesões pancreáticas pode ser tratada de forma conservadora, embora a pancreatectomia distal para lesão grau III seja preferida por alguns cirurgiões pediátricos. Na maioria das crianças com lesões no fígado e baço e na maioria das crianças com lesões no pâncreas, a cura completa ocorrerá sem qualquer intervenção direta. Assim, o manejo definitivo consiste na internação hospitalar com monitoramento cuidadoso e frequente dos sinais vitais, débito urinário e hematócrito. A principal indicação para cirurgia é a perda maciça ou contínua de sangue em pacientes com lesão no fígado ou baço que não respondem à administração de fluidos intravenosos e sangue, ou evidência de grande ruptura do parênquima ou ductal em pacientes com lesão no pâncreas. Pacientes selecionados podem ser tratados com angiografia e embolização, especialmente aqueles que são relativamente estáveis, mas apresentam sangramento contínuo. MANEJO LETRA A E B Crianças são sensíveis à baixa perfusão de O2 devido baixa capacidade de volume residual. Coloque o colar cervical e verifique a via aérea. Cuidado: a língua e tecidos moles da criança são maiores que dos adultos > a língua pode obstruir a passagem de ar. Além disso, por ter o occipital maior, tornando o crânio desproporcional ao corpo, a criança tende a manter o pescoço flexionado > para evitar a flexão passiva da coluna cervical, mantenha o rosto paralelo à maca numa posição neutra. Portanto: em uma criança com a via aérea parcialmente obstruída (obstrução pela língua), otimize a via aérea colocando o colar cervical, mantendo o plano da face paralelo ao plano da maca e use a manobra jaw-trhrust combinada com a manobra bimanual para abrir a via aérea. Depois disso e de limpar qualquer secreção presente na boca, deve-se administrar oxigênio suplementar (ventilação mecânica) Testar o tamanho da máscara de O2 com base no diâmetro até a mandíbula (fotos lá em cima). Se as manobras para manter a via aérea pérvia e a ventilação suplementar pela bolsa-máscara não funcionarem, deve ser feita a via aérea definitiva (intubação) > apenas na criança inconsciente, pois pode ocorrer vômito como reflexo. O ideal é usar a lâmina reta para intubação infantil. Critérios para IOT na criança incluem: glasgow <8, parada respiratória, falência respiratória (hipoventilação, hipoxemia arterial apesar da suplementação
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