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HMA - caracteres propedêuticos: dor

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INTRODUÇÃO 
A dor foi definida, pela Associação Internacional para o Estudo da Dor, como uma 
desagradável experiência sensorial e emocional associada a uma lesão tecidual já 
existente ou potencial, ou relatada como se uma lesão existisse. Diz-se “relatada como 
se uma lesão existisse” quando se refere a alterações mais sutis do sistema nervoso 
central, como distúrbios bioquímicos ou psíquicos. Nessa situação, o paciente 
descreve a sensação dolorosa como se houvesse uma lesão tecidual, dizendo, por 
exemplo: “Parece que tenho uma ferida no peito”. 
A dor é também nosso mecanismo básico de defesa: 
▪ Surge antes que ocorra uma lesão grave, pois provoca imediato afastamento 
de algum objeto que esta provocando um estímulo ou alguma ação que 
impeça lesão posterior; 
▪ Evita objetos ou situações com os quais ou nas quais a lesão possa ocorrer 
posteriormente; 
▪ A dor causada por lesões de articulações, infecções abdominais, além de 
outras doenças, impõe limites na atividade ou provoca a inatividade e o 
repouso, essenciais para a recuperação natural do organismo doente; 
 
Dor do membro fantasma 
Uma pessoa que teve amputação traumática de um braço ou de uma perna pode 
vir a sofrer dor do “membro fantasma”, que se torna crônica e acompanha o 
paciente por toda sua vida. Nesse caso, deixa de ser um sintoma de doença para se 
tornar uma síndrome clinica que requer atenção especial. 
Uma dor crônica pode ser tão terrível, intensa e temida, que alguns pacientes chegam 
a cometer suicídio para se verem livres de tal sofrimento. Nestes casos, ela não serve a 
nenhum propósito útil de defesa ou o que quer que seja para o organismo. 
FISIOPATOLOGIA 
A dor compreende três mecanismos básicos: transdução, transmissão e modulação. 
TRANSDUÇÃO 
É o mecanismo de ativação dos nociceptores, fenômeno que ocorre pela 
transformação de um estímulo nóxico – mecânico, térmico ou químico – em potencial 
de ação. 
Os nociceptores nada mais são que terminações nervosas livres de fibras mielínicas 
finas – a delta ou III – sensíveis aos estímulos mecânicos e/ou térmicos nóxicos; ou 
amielínicas – C ou IV – sensíveis aos estímulos citados e aos químicos. 
Deve-se ressaltar que, no ser humano, a estimulação isolada de fibras a delta 
cutâneas produz dor em pontada, a de fibras C cutâneas - dor em queimação; e a de 
fibras A delta e C musculares - dolorimento (aching pain) ou cãibra. 
Admitindo-se que a dor seja um sinal de alarme, compreende-se que o estímulo 
adequado para provoca-la em um tecido é aquele que, em geral, é capaz de 
lesioná-lo. 
Observa-se também, uma extrema variabilidade na sensibilidade dos diferentes 
tecidos e órgãos aos estímulos dolorosos, o que reflete a distinta concentração e 
distribuição de terminações nociceptivas neles. Os parênquimas cerebral, hepático, 
esplênico e pulmonar, por exemplo, são praticamente indolores. Em contrapartida, o 
tegumento e o revestimento fibroso do sistema nervoso – meninges; dos ossos – 
periósteo; da cavidade abdominal – peritônio parietal; e da cavidade torácica - 
pleura parietal são extremamente sensíveis. 
TRANSMISSÃO 
Esse processo consiste no conjunto de vias e mecanismos que possibilitam a 
transmissão do impulso nervoso, que é gerado nos nociceptores, até o sistema nervoso 
central, nas respectivas estruturas responsáveis pelo reconhecimento da dor. 
Independentemente de sua origem (somática ou visceral), as fibras nociceptivas 
parecem trafegar no sistema nervoso central pelas mesmas vias, cursando, em sua 
maioria, pelo quadrante anterolateral da medula espinal. Em meados dos anos 1990, 
todavia, uma revisão desse conceito tornou‐se necessária quando o grupo liderado 
por Willis descreveu uma via exclusiva para a condução da dor visceral, localizada na 
porção mais anterior e medial do funículo posterior. 
Não obstante, vale ressaltar que os aferentes nociceptivos viscerais são, com certa 
frequência, bilaterais e não unilaterais, como os somáticos. Tal fato, associado à 
extrema ramificação dos nervos viscerais (um mesmo nervo participa da inervação de 
diversas vísceras), ao relativamente pequeno número de aferentes viscerais 
(correspondem a apenas 10% das fibras da raiz dorsal), ao proporcionalmente 
elevado número de fibras C (condução lenta) nos nervos viscerais (1 fibra A para 10 
fibras C; na raiz dorsal, tal proporção é de 1 para 2) e à chegada dos aferentes de 
uma mesma víscera em múltiplos segmentos medulares, justifica a baixa precisão da 
dor visceral tanto em termos de localização como de qualificação. 
MODULAÇÃO 
Além de vias e centros responsáveis pela transmissão da dor, há também os 
responsáveis por sua supressão. E, curiosamente, as vias modulatórias são ativadas 
pelas nociceptivas. 
O primeiro sistema modulatório descrito foi denominado teoria do portão ou da 
comporta. Segundo essa teoria, a ativação das fibras mielínicas grossas excitaria 
interneurônios inibitórios para os aferentes nociceptivos, impedindo a passagem dos 
impulsos dolorosos, ou seja, haveria um fechamento da comporta, ao passo que a 
ativação das fibras amielínicas e mielínicas finas inibiria tais interneurônios inibitórios, 
tornando possível a passagem dos impulsos nociceptivos (abertura da comporta). Esse 
mecanismo explica por que uma leve fricção ou massageamento de uma área 
dolorosa proporciona alívio da dor. 
Além disso, posteriormente, foi proposto o circuito modulatório prosencéfalo-
mesencefálico, postulado a partir do fato de que a estimulac ̧ão elétrica da substa ̂ncia 
cinzenta periventricular e periaquedutal excitaria o bulbo rostro‐ventral e o tegmento 
pontino dorsolateral, de onde partem vias descendentes inibitórias para os neurônios 
nociceptivos do corno dorsal. Tais vias cursam bilateralmente pelos funículos 
dorsolaterais da medula espinal e utilizam como neurotransmissor, respectivamente, a 
serotonina e a norepinefrina. A estimulação elétrica de outras estruturas, como o 
funículo posterior da medula espinal, lemnisco medial, tálamo ventrocaudal, cápsula 
interna, córtex somestésico e córtex motor, também pode proporcionar alívio da dor. 
Conclui‐se que a dor pode ser provocada tanto pela ativação das vias nociceptivas 
como pela lesão das vias modulatórias (supressoras), o que a torna semelhante a 
outras funções envolvidas na manutenção da homeostase, como a pressão arterial e a 
temperatura. 
ASPECTOS 
A dor não é apenas uma sensação. A resposta final a um estímulo álgico que 
compreende uma série de reações reflexas, emocionais e comportamentais, que são 
dependentes do aprendizado, da memória e de experiências prévias, do grau de 
atenção ou de distração, do estado emocional e do processamento e integração das 
diversas informações sensoriais e cognitivas. 
AFETIVO EMOCIONAL 
As vias nociceptivas do grupo medial não são somatotopicamente organizadas e, por 
essa razão, parecem não contribuir para o aspecto sensorial‐discriminativo da dor. Em 
contrapartida, estão relacionadas, por meio de suas conexões, com a formação 
reticular do tronco cerebral, hipotálamo, núcleos mediais e intralaminares do tálamo e 
com o sistema límbico, estruturas reconhecidamente comprometidas com a 
regulação das emoções e do comportamento, incluindo a dimensão afetiva 
(experiência desagradável, ruim, amedrontadora) e motivacional (ação causada pela 
sensação dolorosa, como a reação de retirada ou de fuga) da dor. 
COGNITIVO AVALIATIVO 
As primeiras experiências dolorosas do ser humano compreendem apenas seus 
aspectos sensorial‐discriminativo e afetivo‐motivacional. Ao morder o dedo, por 
exemplo, o bebe sente dor, manifestando‐a emocionalmente pelo choro. Com o 
passar dos anos, a sensação dolorosa passa a ser relacionada com certas polaridades 
como prazer e castigo; e bom ou mau. As influências culturais e religiosas tomam vulto 
no simbolismo da dor: para alguns, a manifestação pública desta sensação deveser 
refreada, como sinal de força; para outros, deve ser encorajada como modo de 
angariar simpatia e solidariedade. Todas essas informações e experiências vão sendo 
armazenadas no âmbito da memória. E é a partir da avaliação e julgamento desses 
dados que se formará aquilo que o indivíduo considerará como dor. 
CLASSIFICAÇÃO FISIOPATOLÓGICA 
DOR NOCICEPTIVA 
É causada pela ativação dos nociceptores e pela transmissão dos impulsos gerados, 
que percorrem as vias nociceptivas até as regiões do sistema nervoso central, onde 
são interpretados. São exemplos dessa dor: 
▪ A dor secundária a agressões externas - picada de um inseto, fratura de um 
osso, corte da pele; 
▪ A dor visceral - cólica nefrética, apendicite; 
▪ A neuralgia do trigêmeo 
▪ A dor da artrite e da invasão neoplásica dos ossos 
Características 
É uma dor que tem inicio concomitantemente ao fator causal e sua remoção 
frequentemente culmina com o alivio da sensação dolorosa. 
A distribuição da dor corresponde a das fibras nociceptivas estimuladas, assim, quanto 
menor é o numero de segmentos medulares envolvidos na inervação de uma estrutura 
– mais localizada é a dor (somática superficial). E quanto maior o número de 
segmentos medulares, mais difusa será a dor (visceral e somática profunda). 
A dor nociceptiva pode ser: 
a) espontânea: expressão como uma dor em pontada, facada, agulhada, aguda, 
rasgando, latejante, surda, continua, profunda, vaga ou dolorimento. Todas essas 
designações sugerem lesão tissular. 
b) evocada - pode ser desencadeada por algumas manobras como: manobra de 
Lasègue na ciatalgia, a dor provocada pelo estiramento da raiz nervosa obtida pela 
elevação do membro inferior afetado, estando o indivíduo em decúbito dorsal, e lavar 
o rosto e escovar os dentes, nos pacientes com neuralgia do trigêmeo. Esse tipo de dor 
reproduz a sentida pelo paciente. 
DOR NEUROPÁTICA 
Também denominada dor por lesão neural - por desaferentação, que é a privação de 
um neurônio de suas aferências; ou central - quando secundária às lesões do sistema 
nervoso central. Decorre de lesão de qualquer tipo infligida ao sistema nervoso 
periférico ou central, e pode apresentar-se de três formas: constante, intermitente e 
evocada. 
Características 
Seu inicio pode coincidir com o estímulo do fator causal, mas isso não é o mais 
frequente. Geralmente, ocorre após dias, semanas, meses ou até anos. De forma 
geral, o fator causal não pode ser removido, por ter deixado de agir ou por ser 
impossível interrompê-lo. 
a) dor constante: ocorre praticamente em 100% dos casos, sendo descrita como dor 
em queimação, dormente ou em formigamento; ou como um mero dolorimento. 
Trata-se de uma disestesia – sensação anormal desagradável – normalmente nunca 
experimentada pelo paciente. 
b) dor intermitente: mais frequente nas lesões nervosas periféricas e da medula espinal, 
sendo rara nas lesões encefálicas, e relatada como dor em choque, aguda. Lembra a 
dor da ciatalgia, mas, diferentemente desta, seu trajeto não segue o de qualquer 
nervo. 
c) dor evocada: presente em mais da metade dos casos, conquanto mais comum nas 
lesões encefálicas. É também frequente nas lesões medulares e do sistema nervoso 
periférico, podendo manifestar‐se sob a forma de alodínia ou de hiperpatia. 
▪ Alodinia: Estímulos antes não doloridos agora provocam dor. Ex: 
mecanorreceptor sentindo dor 
▪ Hiperpatia: local hipersensível a dor 
 
Membro fantasma 
Após terem parte de seu corpo amputada, alguns indivíduos ainda a sentem 
(sensação fantasma) como causa de profunda dor. A dor fantasma ocorre mais 
comumente após amputação de um membro, embora também possa se dar após a 
enucleação do globo ocular, a remoção da mama (mastectomia) ou a amputação 
do pênis. É neuropática, sendo a secção dos nervos mistos e sensoriais, no ato da 
amputação, sua causa. Tais pacientes, não infrequentemente, apresentam também a 
chamada dor do coto, a qual parece decorrer da hiperexcitabilidade do neuroma 
formado na extremidade proximal do nervo seccionado. As dores do coto de 
amputação e fantasma são de dificílimo tratamento, sendo, frequentemente, 
rebeldes a qualquer abordagem farmacológica ou cirúrgica disponível. 
DOR MISTA 
É aquela que decorre dos dois mecanismos anteriores. Ocorre, por exemplo, em certos 
casos de dor por neoplasia maligna, quando ela se deve tanto ao excessivo estímulo 
dos nociceptores quanto à destruição das fibras nociceptivas. 
DOR PSICOGÊNICA 
Toda dor tem um componente emocional associado, o que varia é sua magnitude. A 
dor psicogênica, porém, é uma condição inteiramente distinta, para a qual não há 
qualquer substrato orgânico, sendo gerada por mecanismos puramente psíquicos. 
 
 
Características 
Essa dor tende a ser difusa, generalizada e imprecisa. Quando é possível localizá-la, 
sua topografia corresponde à da imagem corporal que o paciente tem da estrutura 
que julga doente. A dor psicogênica muda de localização sem qualquer razão 
aparente. 
Quando irradiada, não segue o trajeto de qualquer nervo. Sua intensidade é variável, 
sendo agravada pelas condições emocionais do paciente, a que, em geral, é 
contestado por ele. Pode ser relatada como muito intensa, excruciante, lancinante, 
incapacitante. Costuma ser descrita de maneira dramática (“como um canivete 
introduzido no corpo”, “como tendo a pele arrancada”). 
Ao exame físico, em geral sem quaisquer achados relevantes, tendem a literalmente 
pular ao mero toque da região “dolorosa”, por vezes simulando déficit sensorial de 
distribuição “histérica” (não segue qualquer padrão dermatomérico) e fraqueza 
muscular. Os exames complementares são normais. As avaliações psiquiátrica e 
psicológica acabam por identificar depressão, ansiedade, hipocondria, histeria ou 
transtorno somatoforme. 
TIPOS DE DOR 
DOR SOMÁTICA SUPERFICIAL 
É a dor nociceptiva decorrente da estimulação de nociceptores do tegumento. Tende 
a ser bem localizada e se apresentar de maneira bem distinta – como picada, 
pontada, rasgando e queimor – de acordo com o estimulo aplicado. A intensidade é 
variável e, de certa maneira, proporcional à intensidade do estímulo. Decorre, em 
geral, de trauma, queimadura e processo inflamatório. 
DOR SOMÁTICA PROFUNDA 
É a modalidade de dor nociceptiva consequente à ativação de nociceptores dos 
músculos, fáscias, tendões, ligamentos e articulações. 
Suas principais causas são: 
▪ Estiramento muscular 
▪ Contração muscular isquêmica (exercício exaustivo prolongado) 
▪ Contusão 
▪ Ruptura tendinosa e ligamentar 
▪ Síndrome miofascial 
▪ Artrite e artrose. 
É mais difusa que a dor somática superficial, apresenta localização imprecisa, sendo 
em geral descrita como dolorimento (aching pain), dor surda, dor profunda e, no caso 
da contração muscular isquêmica, como cãibra. Sua intensidade é proporcional à do 
estímulo causal, mas comumente vai de leve à moderada. Às vezes, pode manifestar-
se como dor referida. 
DOR VISCERAL 
É a dor nociceptiva decorrente da estimulação dos nociceptores viscerais. É profunda, 
e tem características similares às da dor somática profunda, ou seja, é difusa, de difícil 
localização e descrita como um dolorimento ou uma dor surda, vaga, contínua, 
profunda, que tende a acentuar-se com a solicitação funcional do órgão acometido. 
De um modo geral, a dor visceral pode ser relacionada com quatro condições: 
a) comprometimento da própria víscera (dor visceral verdadeira); 
b) comprometimento secundário do peritônio ou pleura parietal (dor somática 
profunda); 
c) irritação do diafragma ou do nervo frênico; 
d) reflexo viscerocutâneo (dor referida) 
Esse tipo de dor tende a se localizar próxima ao órgão que a origina. 
▪ Dor cardíaca – retroesternal ou precordial 
▪ Pleural – na parede do hemitórax correspondente 
▪ Esofágica – retroesternal ou epigástrica 
▪ Gastroduodenal – epigástrica ou hipocôndriodireito 
▪ Íleojejunal e dos cólons – embora difusa, tende a se localizar na região 
periumbilical 
▪ Sigmoide e reto – pélvica e perineal 
▪ Hepática e biliar – hipocôndrio direito e epigástrio 
▪ Esplênica – hipocôndrio esquerdo 
▪ Pancreática – epigástrica, hipocôndrio esquerdo e meio do dorso. 
▪ Renal – flancos; 
▪ Uretral – flancos com irradiação para baixo ventre e genitália. 
▪ Vesical e uretral próxima – pélvica e se localiza no baixo ventre. 
▪ Uterina – pélvica, baixo ventre, perineal e lombar baixa. 
▪ Ovárica – pélvica, baixo ventre, perineal, lombar baixa e fossas ilíacas; 
DOR REFERIDA 
Pode ser definida como uma sensação dolorosa superficial, que está distante da 
estrutura profunda (visceral ou somática) cuja estimulação nóxica é a responsável 
pela dor. Nesse tipo de dor ocorre a convergência de impulsos dolorosos viscerais e 
somáticos superficiais e profundos para neurônios nociceptivos comuns localizados no 
corno (dor referida) e, posteriormente, no encéfalo, pode ser entendida como a 
mesma área pela presença do homúnculo. 
Ex: Dor de infarto é referida na mandíbula. 
DOR IRRADIADA 
Caracteriza-se por ser sentida a distância de sua origem, porém ocorre 
obrigatoriamente em estruturas inervadas pela raiz nervosa ou em nervo cuja 
estimulação nóxica é responsável pela dor. Um exemplo clássico é a ciatalgia, 
provocada pela compressão de uma raiz nervosa por uma hérnia de disco lombar. 
DOR AGUDA OU CRÔNICA 
Em conformidade com sua distribuição temporal, a dor pode ser classificada em 
aguda ou crônica. 
a) Dor aguda é uma importantíssima modalidade sensorial, desempenhando, entre 
outros, o papel de alerta, comunicando ao cérebro que algo está errado. 
Acompanha‐se de manifestações neurovegetativas e desaparece com a remoção 
do fator causal e resolução do processo patológico. 
b) Dor crônica é a que persiste por um período superior ao necessário para a cura de 
um processo mórbido ou que está associada a afecções crônicas (câncer, artrite 
reumatoide, alterações degenerativas da coluna), ou, ainda, a que decorre de lesão 
do sistema nervoso. Não tem qualquer função de alerta e determina acentuado 
estresse, sofrimento e perda na qualidade de vida. 
CARACTERÍSTICAS SEMIOLÓGICAS DA DOR 
Todo paciente deve ser sistematicamente avaliado, levando‐se em consideração as 
10 características semiológicas da dor (decálogo da dor). 
DOR E IDADE 
Com o envelhecimento, o limiar de dor aumenta e, consequentemente, estes 
pacientes podem apresentar problemas graves sem que a dor seja um sinal de 
alarme. 
CEFALÉIAS 
Sensação dolorosa que vai dos supercílios até a base de implantação dos cabelos da 
nuca. 
ENXAQUECA 
▪ Sexo feminino, antes dos 30 anos; 
▪ Unilateral alternante, pulsátil; 
▪ Em crises 
▪ Intensidade crescente 
▪ Duração variável, durando no máximo 72h cada episódio; 
▪ Acompanhantes: aura (escotomas, escurecimento visual), irritabilidade, 
fotofobia, fonofobia, náuseas e vômitos; 
▪ História familiar 
▪ Aura (escotomas cintilantes, hemianopsias, escurecimento visual, parestesias 
fugazes) ou prodromo (mal-estar sem déficit neurológico); 
▪ Piora com exercício 
▪ Melhora: Escuro, silêncio. 
Escotomas são alterações do campo visual, que traduzem a diminuição parcial 
ou total da capacidade de enxergar, sempre rodeados por um campo de visão 
normal. As manchas dos escotomas provocam espaços escuros que atrapalham 
o olhar. 
 
CEFALEIA DE ORIGEM OCULAR 
▪ Localização predominante na região frontal 
▪ Aparece mais no final do dia. 
 
 CEFALEIA EM SALVAS 
▪ Episódios de dor muito intensa 
▪ Pulsátil ou não 
▪ Localização: frontotempororbitária, sistematicamente unilateral 
▪ Duração de 8 a 12 semanas, com episódios de duração de cerca de 15 a 
180min, intercalados por períodos de acalmia 
▪ Predomina em homens. 
▪ Acompanha lacrimejamento e congestão nasal. 
CEFALEIA DE HIPERTENSÃO INTRACRANIANA 
▪ Matutina 
▪ Localização generalizada (cabeça toda) 
▪ Pulsátil, gradativa 
▪ Duração de dias ou meses 
▪ Acompanhantes: vômitos (em jato) não precedidos de náuseas, diplopia, 
diminuição da acuidade visual, convulsões; 
CEFALEIA TENSIONAL 
▪ Dor em aperto, pressão – paciente descreve como peso na cabeça 
Intensidade leve ou moderada, com pioras ocasionais; 
▪ Holocraniana + Nuca + Têmporas 
▪ Localiza-se preferencialmente nos músculos da nuca (músculos doloridos e 
contraídos), podendo, entretanto, difundir-se para região occiptal ou temporal 
bilateral 
▪ Melhora com o exercício 
▪ Predominante em mulheres 
▪ Desencadeantes: estresse, mesma posição por muito tempo. 
SINUSITE 
▪ Frontal e nos seios da face (drenam para o nariz) 
▪ Uni ou bilateral. 
▪ Em aperto ou peso para frente 
▪ Piora ao se abaixar 
▪ Acompanhada de congestão, rinorréia 
▪ Tosse com gotejamento na orofaringe 
TENSÃO MASTIGATÓRIA 
▪ Causada pela mastigação 
NEURALGIA DO TRIGÊMEO 
É uma dor muito, muito forte que pega um lado da face, dura segundos e 
desaparece. O problema é que ela geralmente volta com grande intensidade, em 
intervalos de tempo variáveis. 
▪ Mulheres 
▪ Unilateral não alternante 
▪ Em choque 
▪ Piora com a mastigação 
DOR TORÁCICA 
▪ Musculatura: Dolorida, dói a palpação e quando faz o mesmo movimento. 
ESOFAGITE 
▪ Retroesternal, em queimação; 
▪ Acompanha: eructação, regurgitação, disfagia; 
▪ Piora: Depois de comer e a noite 
DOR NA ISQUEMIA MIOCÁRDICA 
▪ Angina do peito e IAM 
▪ Localização: mais comum é a retroesternal. Pode ser restrita a uma pequena 
área ou ocupar toda a região precordial 
▪ Tipo: aperto e opressão, tanto na angina como no infarto 
▪ Pode ser confundida na Síndrome de Tietze, que é uma dor na mama. 
ANGINA 
▪ Duração: de 30seg a 15min 
▪ Pequena intensidade 
▪ Desencadeada por esforço físico, refeições volumosas e estresse emocional; 
▪ Fator de melhora: repouso e nitrato sublingual 
INFARTO 
▪ Duração: prolongada, várias horas 
▪ Intensidade alta 
▪ Desencadeada no repouso 
▪ Acompanhada de mal-estar, sudorese profunda e ansiedade 
▪ Não melhora com nitrato sublingual 
▪ Dor referida: mandíbula e na face medial do braço esquerdo. 
▪ Obstrução total das coronárias, necrosa, independe do exercício. 
ANEURISMA DE AORTA 
▪ Contínuo e intenso 
DOR PLEURÍTICA 
▪ Presente na pneumonia, pleurite Aguda Intensa 
▪ Em pontada 
▪ Acompanhada de tosse seca, febre, dispneia 
▪ Fator de piora: respirar, caracterizando uma dor ventilatória dependente 
▪ Localizada em uma região pequena 
▪ Sem irradiação 
PNEUMOTÓRAX 
▪ Dor aguda 
PERICARDITE 
▪ Pericárdio parietal 
▪ Retroesternal/ precordial contínua 
▪ Acompanhantes: Febre, mal-estar 
▪ Melhora: posição, derrame pericárdico 
▪ Desencadeantes: Trombo, virose. 
DOR ABDOMINAL ÚLCERA 
▪ Estômago 
▪ Dor epigástrica em queimação 
▪ Melhora com a alimentação 
▪ Pode virar Abdome perfurativo 
GASTRITE 
▪ Queimação 
▪ Relação com alimentação 
CÓLICA 
▪ Vísceras ocas: útero, intestino, ureter 
APENDICITE 
▪ Referida em região periumbilical de início, mas quando atinge peritônio se 
localiza em fossa ilíaca direita. 
▪ Início súbito 
▪ Acompanha febre, falta de apetite, vômito 
▪ Dor em cólica 
CÓLICA RENAL 
▪ Em cólica do lado correspondente 
▪ Irradia para lombar e fossa ilíaca 
▪ Acompanhantes: Hematúria 
▪ Na cólica renal trata-se de um cristal de cálcio, na cólica biliar de colesterol 
 
PANCREATITE 
▪ Dor em faixa no andar superior do abdome 
▪ Localização: epigástrica, hipocôndrio esquerdo e meio do dorso 
▪ Acompanha: Náusea e vômito ou emagrecimento, icterícia, diarreia 
▪ Melhora: Jejum 
DOR DE CÁLCULO BILIAR 
▪ Região de hipocôndrio direito em cólica 
▪ Desencadeada por ingesta de alimentação gordurosa 
▪ Início súbito 
▪ Acompanha: icterícia, febre, fezes claras e urina escura 
▪ Piora: comida gordurosa 
▪ Desencadeantes:Fat, Female, Fertile, Forty, Family 
▪ Enquanto na vesícula: Colelitíase 
▪ Se a pedra está no colédoco: Colédocolitíase 
▪ Se houver inflamação: Colecistite 
GATROENTERITE AGUDA 
▪ Cólica intestinal 
▪ Acompanha: Vômito e febre. 
 
DOR EM MEMBROS INFERIORES 
INSUFIÊNCIA ARTERIAL 
Dor isquêmica que aparece durante o exercício (claudicação intermitente), pois o 
sangue não chega; acompanhantes: palidez da região 
INSUFICIÊNCIA VENOSA 
Dor em peso, o sangue não volta; acompanhantes: cianose, edema; melhora: no 
repouso, com as pernas pra cima; piora: quando está de pé; 
CARACTERES PROPEDÊUTICOS 
1. Início e término 
Inicialmente, determina‐se com a máxima precisão possível a data de início da dor. 
Súbito ou gradual. 
2. Duração 
Inicialmente, determina-se com a máxima precisão possível a data de início da dor. 
Quando ela é contínua, calcula-se sua duração de acordo com o tempo transcorrido 
entre seu início e o momento da anamnese. Se for cíclica, interessa registrar a data e a 
duração de cada episódio doloroso. Se for intermitente e ocorre várias vezes ao dia, é 
suficiente que sejam registrados a data de seu início, a duração média dos episódios 
dolorosos, o número médio de crises por dia e de dias por mês em que se sente dor. 
Dependendo de sua duração, a dor pode ser classificada como aguda ou crônica. 
Aguda é aquela que dura menos de 1 mês (ou 3 meses, conforme outros autores), e 
desaparece dias ou semanas após a cura de uma doença ou lesão. Dor crônica é a 
que persiste por 1 mês além do necessário para a cura da doença ou lesão causal, 
durando, habitualmente, mais de 3 meses (1 mês ou 6 meses, segundo outros autores). 
3. Localização 
Refere-se à região onde o paciente sente a dor. Descrições como “dor na vesícula” 
carecem de valor semiológico e devem ser desencorajadas, pois dependem da 
imagem corporal que o paciente tem, a qual pode ser completamente equivocada. 
Deve-se solicitar ao paciente que aponte com um dedo a área dolorida, que deve ser 
registrada de acordo com a nomenclatura das regiões da superfície corporal. 
Dores diferentes, sem relação entre si, podem indicar uma doença apenas, processos 
patológicos independentes ou dor psicogênica. 
Também é relevante a avaliação da sensibilidade na área de distribuição da dor e 
adjacências. 
Vale lembrar que a dor somática superficial tende a ser mais localizada, enquanto a 
somática profunda e a visceral, assim como a neuropática, tendem a ser mais difusas. 
 4. Intensidade 
É o componente mais relevante da dor. Por se tratar de uma experiência basicamente 
subjetiva, é fundamental que sua quantificação se baseie em critérios bastante rígidos; 
Atualmente, prefere-se, para o adulto, a utilização de uma escala analógica visual 
para avaliar a intensidade da dor, a qual consiste em uma linha reta com um 
comprimento de 10 centímetros, tendo em seus extremos as designações sem dor e 
pior dor possível. É pedido que o paciente indique a intensidade da dor em algum 
ponto dessa linha. O resultado e ́ descrito pelo examinador como intensidade “x” em 
uma escala de zero a dez. 
Para adultos com baixa escolaridade, crianças e idosos, para os quais a compreensão 
da escala analógica visual pode ser difícil, é possível utilizar as escalas de 
representação gráfica não numérica, como a de expressões faciais de sofrimento: 
sem dor, dor leve, dor moderada e dor intensa. 
Se o paciente tem dificuldade em definir “pior dor possível”, sugerimos que a compare 
com a dor mais intensa por ele experimentada. A dor do parto, da cólica nefrética e 
de uma úlcera perfurada são referências bastante adequadas para esse fim. 
 
5. Frequência e evolução 
Sua investigação é iniciada por seu modo de instalação: se súbito ou insidioso. 
É também relevante definir a concomitância da atuação do fator causal e o início da 
sensação dolorosa. A dor neuropática pode iniciar-se semanas, meses ou mesmo anos 
após a atuação do fator causal em mais da metade dos casos. Já o início da dor 
nociceptiva é sempre simultâneo ao da atuação do fator causal. 
Durante sua evolução, pode haver as mais variadas modificações na dor. 
Em pacientes com dor neuropática, os seus componentes (dor constante, intermitente 
e evocada) frequentemente surgem em diferentes épocas. Assim, um indivíduo que 
tinha apenas dor constante, em queimação, bem controlada farmacologicamente, 
pode voltar a apresentá-la, não pela perda do controle da dor constante (embora 
isso também possa ocorrer), mas pelo aparecimento de dor intermitente ou evocada. 
A dor nociceptiva também pode mudar suas características, como no caso do 
paciente portador de úlcera péptica, com dor crônica epigástrica em queimação, 
que, subitamente, passa a apresentar dor aguda, intensa, na região epigástrica, a 
qual, horas após, espalha-se por todo o abdome, caracterizando o quadro típico de 
uma úlcera perfurada, enquanto a difusão da dor pelo abdome é indicativa da 
peritonite química decorrente do extravasamento do suco digestivo e consequente 
irritação peritoneal. 
6. Irradiação 
A dor pode ser localizada, irradiada (segue o trajeto de uma raiz nervosa ou nervo 
conhecido) ou referida. 
O reconhecimento da localização inicial da dor e de sua irradiação pode indicar a 
estrutura nervosa comprometida. 
A dor irradiada pode surgir em decorrência do comprometimento de praticamente 
qualquer raiz nervosa 
▪ Apêndice: dor na região epigástrica 
▪ Vesícula, fígado: dor na escápula e no ombro 
▪ Ureter: dor na virilha e genitália externa 
▪ Coração: dor na face medial do braço. 
É interessante mencionar que processos patológicos anteriores ou concomitantes, que 
afetam estruturas inervadas por segmentos medulares adjacentes, aumentam a 
possibilidade de que a dor seja sentida em uma região servida por ambos os 
segmentos medulares, fazendo com que esta esteja localizada de maneira atípica. 
7. Qualidade ou caráter 
Para que seja definida a qualidade ou o caráter da dor, o paciente é solicitado a 
descrevê-la ou dizer que tipo de sensação e emoção ela lhe traz. Vários termos são 
utilizados para descrever sua qualidade. 
Primeiramente, deve-se definir se esta é espontânea e/ou evocada. 
DOR EVOCADA 
É aquela que ocorre apenas mediante algum tipo de provocação. São exemplos a 
alodínia e a hiperpatia, presentes na dor neuropática; e a hiperalgesia primária e 
secundária, presentes na dor nociceptiva. 
Alodínia é uma sensação desagradável, dolorosa, provocada pela estimulação tátil, 
sobretudo se repetitiva, de uma área com limiar aumentado de excitabilidade. Muitas 
vezes, os pacientes trazem o seguinte relato sobre esta sensação: “O mero contato da 
roupa ou do lençol é extremamente doloroso”; 
Hiperpatia é uma sensação desagradável, mais dolorosa que a comum, provocada 
pela estimulação nóxica, sobretudo a repetitiva, de uma área com limiar de 
excitabilidade aumentado. 
Hiperalgesia é a resposta exagerada aos estímulos aplicados em uma região que está 
com reduzido limiar de excitabilidade, que pode se manifestar sob a forma de dor a 
estímulos inócuos ou de dor intensa a estímulos leves ou moderadamente nóxicos. Dois 
tipos de hiperalgesia têm sido descritos: 
▪ Primária: que ocorre em uma área lesionada e se deve à sensibilização local 
dos nociceptores; 
▪ Secundária: se dá no entorno da área lesada e parece ocorrer após a 
sensibilização dos neurônios do corno dorsal, que decorre da estimulação 
repetitiva e prolongada das fibras C. 
 
DOR ESPONTANÊA 
Pode ser constante ou intermitente. 
Dor constante é aquela que ocorre continuamente, podendo variar de intensidade, 
sem nunca desaparecer completamente. O indivíduo dorme e acorda com dor. 
Quando é neuropática, a dor constante é mais comumente descrita como em 
queimação ou dormência, formigamento (disestesia). Quando é nociceptiva, são 
utilizados diversos termos para qualifica-la (tipos de dor). 
A dor intermitenteé aquela que ocorre episodicamente, sendo sua frequência e 
duração bastante variáveis. É em geral descrita como dor em choque, aguda, 
pontada, facada, fisgada. Deve ser diferenciada das exacerbações da dor 
constante. 
8. Fatores de melhora e piora 
São os fatores que desencadeiam a dor, em sua ausência, ou que a agrava se 
estiverem presentes. 
Esofagite, gastrite e úlcera péptica: 
▪ Alimentos ácidos e picantes 
▪ Bebidas alcoólicas 
▪ Anti-inflamatórios hormonais ou não hormonais 
Doença biliar 
▪ Alimentos gordurosos; 
Enxaquecas 
▪ Chocolate 
▪ Queijos 
▪ Bebida alcoólica (sobretudo o vinho) 
▪ Barulho 
▪ Luminosidade excessiva 
▪ Esforço físico 
▪ Menstruação 
Já os fatores de melhora são aqueles que aliviam a dor, como algumas funções 
orgânicas, posturas ou atitudes que resguardam a estrutura ou órgão onde esta é 
originada (atitudes antálgicas), distração, ambientes apropriados, medicamentos. 
9. Fenômenos que acompanham 
A dor aguda, nociceptiva, sobretudo quando intensa, costuma acompanhar‐se de 
manifestações neurovegetativas que se devem à estimulação do sistema nervoso 
autônomo pelos impulsos dolorosos, incluindo: 
▪ Sudorese 
▪ Palidez 
▪ Taquicardia 
▪ Hipertensão arterial 
▪ Mal‐estar 
▪ Náuseas e vômitos.

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