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RECURSOS NO PROCESSO DO TRABALHO-1 - graduação

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RECURSOS NO PROCESSO DO TRABALHO
A lei não nos dá o conceito de recursos no processo civil ou no processo do trabalho. 
O art. 893 informa quais são os recursos cabíveis na Justiça do Trabalho 
Art. 893 - Das decisões são admissíveis os seguintes recursos:
I - embargos;
II - recurso ordinário;
III- recurso de revista;
IV- agravo.
§ 1º - Os incidentes do processo são resolvidos pelo próprio Juízo ou Tribunal, admitindo-se a apreciação do merecimento das decisões interlocutórias somente em recursos da decisão definitiva.
§ 2º - A interposição de recurso para o Supremo Tribunal Federal não prejudicará a execução do julgado.
Nelson Nery Jr. assim define recurso:
“Recurso é o meio processual que a lei coloca à disposição das partes, do Ministério Público e de um terceiro, a viabilizar dentro da mesma relação jurídica processual, a anulação, a reforma, a integração ou o aclaramento da decisão judicial impugnada.”
 
Classificação dos recursos
A doutrina classifica os recursos quanto à finalidade em ordinários e extraordinários. 
Recursos ordinários; são destinados à impugnar todos os capítulos da decisão e à correção tanto dos erros de procedimento (matéria processual), como incorreções do julgamento do mérito da causa (erros de julgamento), com ampla possibilidade de discussão do material probatório do processo. Também se destinam à obtenção de uma decisão justa do processo. 
No Processo do Trabalho são de natureza ordinária os seguintes recursos: 
Ordinário; 
Embargos de declaração; 
Agravo de instrumento; 
Agravo de petição; 
Pedido de revisão. 
São de natureza extraordinária os seguintes recursos: 
Recurso de Revista; 
Recurso de embargos para o TST. 
Embora não seja um recurso trabalhista propriamente dito, o recurso extraordinário para o Supremo Tribunal Federal (art. 102, III da Constituição Federal) tem natureza extraordinária e também se destina a impugnar decisões de única ou última instância proferida pelos Tribunais. 
Princípios dos Recursos Trabalhistas
Os princípios recursais são as diretrizes básicas e os preceitos fundamentais dos recursos trabalhistas. Violar um princípio é mais que violar uma norma, pois viola todo um sistema de normas. 
Os recursos trabalhistas seguem basicamente as mesmas diretrizes dos princípios no processo civil e também na Constituição Federal.
Duplo grau de jurisdição
O princípio do duplo grau de jurisdição assenta-se na possibilidade de controle dos atos jurisdicionais dos órgãos inferiores pelos órgãos judiciais superiores e também a possibilidade de o cidadão recorrer contra um provimento jurisdicional que lhe foi 
desfavorável, aperfeiçoando com isso as decisões do Poder Judiciário. 
Diz o art. 5º, LV, da Constituição Federal:
“Aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes.”
O duplo grau de jurisdição tem assento constitucional?
Alguns autores respondem afirmativamente, pois o art. 5º, LV, da Constituição Federal consagra os recursos inerentes ao contraditório e, assim o duplo grau de jurisdição estaria consagrado. 
Também o art. 8º, § 10, do Tratado Interamericano de Direitos Humanos, ratificado pelo Brasil, assegura a toda pessoa o direito de recorrer da sentença para juiz ou tribunal superior. 
Taxatividade 
Pelo princípio da taxatividade, somente são cabíveis os recursos previstos na Lei Processual Trabalhista, tanto na CLT, como na legislação extravagante. 
Por ser o rol de recursos trabalhistas taxativo, ou seja, numerus clausus, não há possibilidade de interpretação extensiva ou analógica para se admitirem outros recursos que não tem previsão na Lei Processual Trabalhista, tampouco há a possibilidade de se admitir recurso previsto no Código de Processo Civil que não tenha previsão na CLT. 
Assim são previstos os seguintes recursos no Processo do Trabalho: 
Recurso Ordinário (art. 895);
Recurso de Revista (art. 896);
Embargos para o TST (art. 894)
Agravo de Instrumento (art. 897)
Agravo de Petição (art. 897)
Embargos de Declaração (art. 897 – A)
Agravo Regimental (art. 709, §1º)
Pedido de Revisão ao valor atribuído à causa (art. 2º, §1º, da Lei 5584/70)
Há ainda no Processo do Trabalho a possibilidade de interposição do Recurso Extraordinário, que não é recurso trabalhista stricto sensu, mas por ser um recurso constitucional, é aplicável ao Processo do Trabalho (art. 102 da Constituição Federal).
A remessa ex oficio, também chamada de recurso de ofício, prevista no art. 496 do CPC e Decreto 779/69, embora não tenha a mesma natureza jurídica dos recursos, é aplicável ao Processo do Trabalho
Singularidade ou Unirrecorribilidade
O princípio consiste em ser cabível somente um recurso para cada decisão. Assim, cada decisão comporta apenas um recurso específico.
No Processo do Trabalho não se admite duplicidade de recursos ao mesmo tempo. Os recursos devem ser interpostos sucessiva e não simultaneamente. 
Fungibilidade
O princípio consiste no fato de o recorrente poder interpor um recurso, ao invés de outro quando presentes alguns requisitos. 
Tal princípio decorre do caráter instrumental do processo e do princípio de aproveitamento dos atos processuais já praticados. 
Omissa a CLT o princípio em questão se alinha com as diretrizes básica do Processo do Trabalho (art. 769 da CLT), máxime os princípios da informalidade e da simplicidade e da efetividade este ramos especializado. 
PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE DOS RECURSOS. No processo do trabalho, a parte recorrente não será prejudicada pela interposição errônea de um recurso por outro, em virtude do princípio da fungibilidade. Desde que presentes os pressupostos de admissibilidade do recurso cabível, deve ser recebido o apelo erroneamente denominado. Agravo de instrumento provido por unanimidade
(TRT-24 00000030519985240777, Relator: JOÃO DE DEUS GOMES DE SOUZA, TRIBUNAL PLENO, Data de Publicação: 03/04/1998)
Proibição de reformatio in pejus
Decorre do princípio do dispositivo e também do tantum devolutum quantum appellatum, segundo o qual não se pode agravar a situação do recorrente. Além disso, as matéria que o Tribunal pode apreciar no recurso já foram delimitadas pelo recorrente na peça de recurso. 
Pelos mesmos motivos, também não é possível a reformatio in mellius.
Constituem exceção da vedação da reformatio in pejus as matérias que o tribunal pode conhecer de ofício, como as mencionadas no art. 337 do CPC (matérias de ordem pública)
Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar:
I - inexistência ou nulidade da citação;
II - incompetência absoluta e relativa;
III - incorreção do valor da causa;
IV - inépcia da petição inicial;
V - perempção;
VI - litispendência;
VII - coisa julgada;
VIII - conexão;
IX - incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização;
X - convenção de arbitragem;
XI - ausência de legitimidade ou de interesse processual;
XII - falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar;
XIII - indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça.
 
Dialeticidade
Também chamado de princípio da discursividade significa a necessidade de o recorrente fundamentar seu inconformismo com a decisão, bem como apontar os capítulos da decisão que pretende reformar. Também possibilita que a parte contrária possa contra-arrazoar o recurso, exercendo o contraditório e a ampla defesa. 
 
A regra da CLT é de que os recursos devem ser interpostos por simples petição (art. 899). 
Para Schiavi, o recurso por simples petição é apenas uma petição simples desacompanhada das razões. 
PROCESSO DO TRABALHO. RECURSO ORDINÁRIO. PRINCÍPIO DA DIALETICIDADE. Embora o art. 899 da CLT dispense maiores formalidades na interposição de recurso no processo do trabalho, é imperativo que o recorrente forneça argumentos tendentes a infirmar os fundamentos utilizados na decisão que pretende ver modificada. Não passa pelo crivo da dialeticidade o apelocujas razões enfrentam o próprio mérito da demanda, e não a prescrição total do direito reconhecida pela autoridade sentenciante. Recurso obreiro não conhecido. (Processo: RO - 0000809-11.2012.5.06.0023, Redator: Gisane Barbosa de Araújo, Data de julgamento: 17/09/2014, Quarta Turma, Data de publicação: 22/09/2014)
(TRT-6 - RO: 00008091120125060023, Data de Julgamento: 17/09/2014, Quarta Turma)
Irrecorribilidade em separado das decisões interlocutórias
O princípio decorre da oralidade do Processo do Trabalho. 
Tem por objetivo imprimir maior celeridade ao processo e prestigiar a autoridade do juiz na condução do processo, impedindo que as decisões interlocutórias, quais seja, as que decidem questões incidentes, causando gravame a uma ou ambas as partes sem encerrar o processo, sejam irrecorríveis de imediato, podendo ser questionadas quando do recurso cabível em face da decisão definitiva. 
Nesse sentido o art. 893, § 1º da CLT
“Os incidentes do processo serão resolvidos pelo próprio Juízo ou Tribunal, admitindo-se a apreciação do merecimento das decisões interlocutórias somente em recurso da decisão definitiva”. 
Remessa necessária ou recurso de ofício
Quando houver condenação da Fazenda Pública, nos termos do Decreto – Lei n.º 779/69 e art. 496 do CPC, o processo estará sujeito ao duplo grau de jurisdição obrigatório, ou à remessa de ofício também denominada recurso de ofício ou remessa obrigatória. 
 
Destaca Wagner D. Giglio: o Decreto-lei n.º 779/69 tornou obrigatório o recurso ordinário ex officio das decisões que sejam total ou parcialmente contrárias à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios e às autarquias ou fundações de direito público federais, estaduais ou municipais que não explorem atividade econômica (art. 1º, V), conferindo, assim, legitimidade ao juiz do trabalho ou de Direito para recorrer nesses casos. 
Dissídio de alçada (irrecorribilidade)
O dissídio de alçada está previsto na Lei n.º 5584/70, art. 2º e 3º, aplicável para as causas cujo valor não exceda dois salários mínimos. 
 
Art. 2ª. § 4º da Lei 5584/70
Salvo se versarem sobre matéria constitucional, nenhum recurso caberá das sentenças proferidas nos dissídios de alçada a que se refere o parágrafo anterior, considerado para esse fim, o valor do salário mínimo na data do ajuizamento da ação. 
Pressupostos recursais
São os requisitos de admissibilidade dos recursos. 
São requisitos prévios que o recorrente deve preencher para que seu recurso seja conhecido e julgado pelo Tribunal. Os requisitos não influem no mérito do recurso. 
Trata-se de pressupostos processuais de validade e desenvolvimento do recurso. 
Os pressupostos processuais do recurso são apreciados, provisoriamente, pelo órgão do qual se recorre o juízo a quo, não obstante, compete ao órgão ad quem, para o qual se recorre, decidir definitivamente sobre a admissibilidade do recurso. 
Os pressupostos recursais se dividem em intrínsecos e extrínsecos. 
Ensina Nelson Nery Jr.:
“Os pressupostos intrínsecos são aqueles que dizem respeito à decisão recorrida em si mesma considerada. Para serem aferidos, leva-se em consideração o conteúdo e a forma da decisão impugnada. De tal modo que, para proferir-se o juízo de admissibilidade, toma-se o fato judicial impugnado no momento e da maneira como foi prolatado. São eles, o cabimento, a legitimidade para recorrer, o interesse em recorrer (...). Os pressupostos extrínsecos respeitam aos fatores externos à decisão judicial que se pretende impugnar, sendo normalmente posteriores a ela. Nesse sentido, para serem aferidos não são relevantes os dados que compõem o conteúdo da decisão recorrida, mas sim fatos a ela supervenientes. Deles fazem parte a tempestividade, a regularidade formal, a inexistência de fato impeditivo ou modificativo do direito de recorrer e o preparo. 
Pressupostos processuais intrínsecos
Cabimento
Primeiramente, o ato judicial deve ser recorrível, ou seja, deve ser passível se ser impugnado por recurso. 
O recurso utilizado deve ser adequado a impugnar a decisão
Se a parte interpuser o recurso incorreto para a decisão, ele não será conhecido, salvo as hipótese de aplicação do princípio da fungibilidade.
Exemplo: caso a decisão judicial não seja passível de impugnação via recurso (como ocorrem em relação aos despachos de mero expediente ou decisões interlocutórias), o recurso não será conhecido em face da ausência do pressuposto recursal do cabimento. 
Legitimidade
A legitimidade é a pertinência recursal para recorrer, ou seja, quais pessoas podem interpor o recurso. 
O CPC disciplina a questão: 
Art. 996. O recurso pode ser interposto pela parte vencida, pelo terceiro prejudicado e pelo Ministério Público, como parte ou como fiscal da ordem jurídica.
Parágrafo único. Cumpre ao terceiro demonstrar a possibilidade de a decisão sobre a relação jurídica submetida à apreciação judicial atingir direito de que se afirme titular ou que possa discutir em juízo como substituto processual.
As partes que figuraram no processo – reclamante, reclamado, litisconsortes, assistentes, denunciados à lide, chamados à lide, opoentes – podem recorrer pois figuram no processo na fase de conhecimento. 
O Ministério Público do Trabalho tem legitimidade para recorrer com o parte ou como fiscal da ordem jurídica ( custos legis) desde que tenha intervindo no processo na fase de conhecimento. 
Interesse recursal
“Interesse de recorrer é a relação necessária entre o bem jurídico indeferido e o benefício em tese que o recorrente teria com o deferimento.” Mascaro. 
A doutrina tem fixado o critério da sucumbência a legitimar o interesse recursal. 
A sucumbência e o não atendimento, total ou parcial, da pretensão posta em juízo, ou seja: a improcedência total ou parcial dos pedidos elencados na inicial ou em eventual reconvenção. 
RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. EMPRESA PRIVADA. ITEM IV DA SÚMULA N.º 331 DO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO. AUSÊNCIA DE INTERESSE RECURSAL. ARTIGOS 267, VI, E 499 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. A sucumbência constitui requisito indispensável à caracterização do interesse em recorrer e pressupõe que a parte experimente gravame em consequência da decisão proferida. É o gravame que qualifica o interesse da parte, legitimando-a a percorrer a via recursal, visando a obter a reversão do pronunciamento judicial que lhe foi desfavorável. Não se justifica a interposição de recurso a decisão cujos efeitos não alcançam a parte, porque dela não resulta qualquer gravame apto a legitimar o interesse em recorrer. Não configurado o trinômio necessidade - utilidade - adequação, necessário à caracterização do interesse recursal, resulta inviável a admissibilidade do recurso. Inteligência dos artigos 267, VI, e 499 do Código de Processo Civil. Agravo de instrumento não conhecido.
(TST - AIRR: 12758820105050221, Relator: Lelio Bentes Corrêa, Data de Julgamento: 10/12/2014, 1ª Turma, Data de Publicação: DEJT 12/12/2014)
TRANSCENDÊNCIA
A transcendência é um dos pressupostos de admissibilidade do recurso de revista, e tal qual ocorre com a repercussão geral em matéria de recurso extraordinário, tem por finalidade ressaltar o importante papel das cortes superiores como são o TST e o STF. 
O instituto surgiu pela Medida Provisória n.º 2.226 de 2001, mas ficou muito tempo inerte por falta de regulamentação de critérios objetivos. 
A Lei 13.467/2017 introduziu normas na CLT que regulamentam os elementos que dizem respeito aos indicadores da transcendência. 
Pressupostos processuais extrínsecos
Preparo
O preparo significa o pagamento das taxas e despesas processuais para o recurso ser conhecido. A doutrina tem reconhecido o depósito recursal como integrante do preparo. 
O valor das custas é fixado na sentença (art. 832, § 2º, da CLT), sendo um requisito essencial. O valor da condenação para refeito de custas não se confunde com o valor da causa, pois o valor da condenação tem por base o somatórios dos benefícios patrimoniais obtidos pelo autor no processo.A parte beneficiária da justiça gratuita não paga para recorrer. 
Assim, as custas no processo são pagas da seguinte forma: 
Procedência ou procedência em parte: pelo reclamado, que deve comprovar o recolhimento quando da interposição do recurso. Nesta hipótese, o reclamante não pagará custas. 
Improcedência: o reclamante deve pagar as custas para recorrer salvo se beneficiário da justiça gratuita. 
Extinção do processo sem resolução do mérito quanto a todos os pedidos, o reclamante paga as custas salvo se beneficiário da justiça gratuita. 
Tratando-se de controvérsia referente à relação de trabalho, aplica-se a sucumbência recíproca (Instrução Normativa n.º 27/05 do TST) sendo que cada parte pagará proporcionalmente as custas nos termos do art. 86 do CPC. 
O depósito recursal consiste em valor pecuniário a ser depositado na conta judicial, devido quando há condenação em pecúnia como condição para conhecimento do recurso interposto pelo reclamado. 
 
Segundo Carrion: 
O depósito recursal é requisito de conhecimento do recurso ordinário, de revista, de embargos infringentes no TST e extraordinário para o STF, inclusive o adesivo nas condenações, pelo valor da condenação ou seu arbitramento, até o limite máximo previsto. Havendo acréscimo na condenação, haverá complementação.
O depósito recursal é um pressuposto extrínseco objetivo do recurso, pois está atrelado a requisitos externos do direito de recorrer que a parte deve preencher para o seu recurso ser admitido. Trata-se de depósito a ser realizado na conta vinculada do juízo. 
Art. 899 - Os recursos serão interpostos por simples petição e terão efeito meramente devolutivo, salvo as exceções previstas neste Título, permitida a execução provisória até a penhora.
§ 1º - Sendo a condenação de valor até 10 (dez) vezes o valor-de-referência regional, nos dissídios individuais, só será admitido o recurso, inclusive o extraordinário, mediante prévio depósito da respectiva importância. Transitada em julgado a decisão recorrida, ordenar-se-á o levantamento imediato da importância do depósito, em favor da parte vencedora, por simples despacho do juiz.
O depósito recursal é devido pelo reclamado, nos recursos ordinários, de revista, agravo de instrumento e extraordinário. 
Na execução, se o juízo estiver garantido pelo depósito recursal, não há necessidade de penhora. 
O depósito recursal tem natureza de futura garantia da execução. 
TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO SECRETARIA-GERAL JUDICIÁRIA ATO Nº ATO Nº 247/SEGJUD.GP, DE 11 DE JULHO DE 2019.Divulga os novos valores referentes aos limites de depósito recursal previstos no artigo 899 da CLT. O CORREGEDOR-GERAL DA JUSTIÇA DO TRABALHO, no exercício da Presidência, no uso de suas atribuições legais e regimentais, considerando o disposto no item VI da Instrução Normativa nº 3 desta Corte, 
Art. 1º Os novos valores referentes aos limites de depósito recursal previstos no art. 899 da Consolidação das Leis do Trabalho, reajustados pela variação acumulada do INPC/IBGE, serão de: 
R$ 9.828,51 (nove mil, oitocentos e vinte e oito reais e cinquenta e um centavos), no caso de interposição de Recurso Ordinário; 
R$ 19.657,02 (dezenove mil, seiscentos e cinquenta e sete reais e dois centavos), no caso de interposição de Recurso de Revista, Embargos e Recurso Extraordinário;
R$ 19.657,02 (dezenove mil, seiscentos e cinquenta e sete reais e dois centavos), no caso de interposição de Recurso em Ação Rescisória. Art. 2º Os valores fixados no artigo anterior são de observância obrigatória a partir de 1º de agosto de 2019.
A massa falida não está sujeita ao depósito recursal, nos termos da Sumula 86 do TST;
DESERÇÃO. MASSA FALIDA. EMPRESA EM LIQUIDAÇÃO EXTRAJUDICIAL. Não ocorre deserção de recurso da massa falida por falta de pagamento das custas ou de depósito do valor da condenação. Esse privilégio, todavia, não se aplica à empresa em liquidação extrajudicial.
O depósito recursal deve ser feito e comprovado no prazo que a lei prevê para o recurso. 
Súmula 245 do TST.
DEPÓSITO RECURSAL PRAZO – O depósito recursal deve ser feito e comprovado no prazo alusivo ao recurso. A interposição antecipada deste não prejudica a dilação legal. 
Não é exigido o depósito recursal dos entes de direito público externo e das pessoas de direito público contempladas no Decreto-lei n.º 779/69, da massa falida e da herança jacente. 
Regularidade formal
A lei prevê que os recursos no processo do trabalho serão interpostos por simples petição. 
 
Assinatura
Podem assinar os recursos: o reclamante, seu advogado, o reclamado, seu representante legal ou seu advogado.
O preposto presente na audiência não poderá assinar o recurso, se não se tratar do representante. Legal. 
Se não houve assinatura, o relator concederá prazo para que o vício seja sanado. 
 
Tempestividade
O requisito da tempestividade esta preenchido quando o recurso é interposto dentro do prazo previsto pela lei processual. 
Os recursos trabalhistas regra geral serão interpostos no prazo de 8 dias. 
São exceção à regra de prazo de 8 dias:
Embargo de declaração: cinco dias, conforme art. 897 – A da CLT; 
Recurso extraordinário: prazo de 15 dias por aplicação do CPC, o qual embora não seja um recurso trabalhista, é cabível no Processo do Trabalho.
Os prazos dos recursos são contados em dias úteis, excluindo-se o dia do início e incluindo-se o dia do vencimento (art. 775 da CLT).

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