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Semiologia – Semiologia do adulto Módulo 1 - Aula 2 Cecilia Antonieta 82 A 1 SOMATOSCOPIA Visão geral do paciente no exame físico. AVALIAÇÃO DE DADOS QUANTITATIVOS ALTURA PESO ideal, máximo e mínimo normal ÍNDICE DE MASSA CORPÓREA baixo peso, normal (20- 24,9 Kg/m2), sobrepeso, obesidade e obesidade mórbida. CIRCUNFERÊNCIA ABDOMINAL homens até 102 cm e mulheres até 88 cm. Obesidade central – gordura visceral. RELAÇÃO CINTURA-QUADRIL homens < 0,9 e mulheres < 0,8. PRESSÃO ARTERIAL TEMPERATURA FREQUÊNCIA CARDÍACA FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA QUALITATIVOS – ATITUDES Posições adotadas pelo paciente no leito ou fora dele, por comodidade, hábito ou com o objetivo de conseguir alívio para algum padecimento. VOLUNTÁRIAS adotadas por vontade do paciente. ORTOPNEICA paciente sentado na beira do leito com os pés no chão ou em uma banqueta e mãos apoiadas no colchão. Alivia falta de ar. GENUPEITORAL de joelhos com tronco fletido sobre as coxas enquanto a face anterior do tórax põe-se em contato com o solo ou colchão, o rosto descansa sobre as mãos, que também ficam apoiadas no solo ou colchão. Facilita o enchimento do coração nos casos de derrame pericárdico. POSIÇÃO DE CÓCORAS proporciona alívio da hipóxia generalizada em crianças com cardiopatia congênita cianótica. PARKINSONIANA ao se pôr de pé, apresenta semiflexão da cabeça, tronco e membros inferiores, ao caminhar, parece estar correndo atrás do seu próprio eixo de gravidade. DECÚBITOS paciente prefere ficar no leito, desde que o faça conscientemente. LATERAL dor de origem pleurítica. Reduz a movimentação dos folhetos pleurais do lado sobre o qual repousa, se deita sobre o lado da dor. DORSAL pernas fletidas sobre as coxas e estas sobre a bacia. Observado em processos inflamatórios pelviperitoneais. VENTRAL deita-se de bruços e, às vezes, coloca um travesseiro debaixo do ventre. Comum em portadores de cólica intestinal. INVOLUNTÁRIAS independem da vontade do paciente. PASSIVA paciente fica na posição em que é colocado no leito, sem que haja contratura muscular. Pacientes inconscientes ou comatosos. ORTÓTONO todo o tronco e membros estão rígidos, sem se curvarem para diante, para trás ou para um dos lados. OPISTÓTONO corpo passa a se apoiar na cabeça e calcanhares, emborcando-se como um arco, decorrente de contratura muscular lombar. Tétano e meningite. EMPROSTÓTONO contrário do opistótono, o corpo do paciente forma uma concavidade voltada para diante. Tétano, meningite e raiva. PLEUROSTÓTONO corpo curva-se lateralmente. Tétano, meningite e raiva. POSIÇÃO EM GATILHO hiperextensão da cabeça, flexão das pernas sobre as coxas e encurvamento do tronco com concavidade para diante. TORCICOLO E MÃO PÊNDULA DA PARALISIA RADIAL ESTADO GERAL DO PACIENTE Avaliação subjetiva baseada no conjunto de dados exibidos pelo paciente e interpretados de acordo com a experiência de cada um. Bom, regular, mau/grave. Semiologia – Semiologia do adulto Módulo 1 - Aula 2 Cecilia Antonieta 82 A 2 NÍVEL DE CONSCIÊNCIA Vigília –––––––––– coma. Receptividade, reatividade, deglutição e reflexos. Obnubilação, sonolência, confusão mental, torpor/estu- por. FALA E LINGUAGEM DISFONIA OU AFONIA alteração no timbre, causada por problema no órgão fonador. DISLALIA alterações menores como troca de letras. DISRITMOLALIA distúrbios do ritmo, como gagueira e taquilalia. DISARTRIA alterações nos músculos da fonação, incoordenação cerebral, hipertonia no parkinsonismo ou perda do controle piramidal. DISFASIA alteração na elaboração cortical da fala (sensorial ou motora). Não consegue falar de maneira clara e objetiva. DISGRAFIA perda da capacidade de escrever. DISLEXIA perda da capacidade de ler. COLORAÇÃO GRAU DE PALIDEZ (UMA A QUATRO CRUZES) Pele, mucosa conjuntival (avaliar sempre dois lados, simultaneamente de preferência). Mais difícil avaliar na raça negra, pacientes com doenças como Addison e em situação de vasoconstrição da pele. PALIDEZ Frequentemente associada à anemia. MUCOSAS HIPERCORADAS frequentemente associadas a policitemia ou inflamação. ICTERÍCIA (UMA A QUATRO CRUZES) Mucosas amareladas ou amarelo-esverdeadas devido à impregnação de pigmento bilirrubínico aumentado no sangue. Em geral identifica-se quando bilirrubinas estão acima de 2-2,5 md/dL. LOCAIS MAIS ADEQUADOS PARA DETECÇÃO pele, mucosas, esclerótica e frênulo lingual. FATORES QUE INTERFEREM NA OBSERVAÇÃO hiperpigmentação da pele (dificulta) e anemia (facilita). Idosos e indivíduos da raça negra podem ter constitucionalmente escleróticas hiperpigmentadas. HIPERBETACAROTENEMIA coloração alaranjada devido à dieta. CIANOSE (UMA A QUATRO CRUZES) Coloração azulada da pele e mucosas quando aumenta Hb reduzida (não ligada a oxigênio). Lábios, região perioral, leito ungueal, pavilhão auricular e eminências malares. CENTRAL déficit cardiopulmonar. PERIFÉRICA vasoconstricção (local frio ou vasculite). FATORES QUE INTERFEREM pigmentação cutânea, espessura da pele e estado dos capilares cutâneos. PADRÃO RESPIRATÓRIO Paciente eupneico ou dispneico: 1 a 4 cruzes. DISPNEIA utilização de musculatura acessória e tiragem intercostal. Taquipneia. HIDRATAÇÃO Normalmente avaliado pela umidade das mucosas, em condições normais são úmidas. LOCAIS MAIS ADEQUADOS língua, mucosa oral e turgor da pele (sinal da prega). DESIDRATAÇÃO perda abrupta de peso. IDOSOS fraqueza muscular, confusão mental, dificuldade na fala, prostração e retração do globo ocular (enoftalmia). CRIANÇAS – fontanelas deprimidas. A parte da conjuntiva que não tem contato direto com o sol, normalmente não está amarelada em caso de não icterícia (a que entra em contato com o sol pode ter produzido melanina). Semiologia – Semiologia do adulto Módulo 1 - Aula 2 Cecilia Antonieta 82 A 3 Atentar-se quando há edema. FÁSCIES Expressão fisionômica, “impressão inicial”. Menor valor propedêutico na atualidade. Diagnósticos mais precoces e terapêutica mais eficiente. NORMAL/ATÍPICA HIPOCRÁTICA olhos fundos, parados e inexpressivos, nariz afila-se e os lábios se tornam adelgaçados. Batimentos das asas do nariz costuma ser observados e quase sempre o rosto está coberto de suor. Palidez cutânea e uma discreta cianose labial. RENAL edema que predomina ao redor dos olhos e palidez cutânea. LEONINA alterações produzidas pelas lesões da Hanseníase. Pele espessa, supercílios caídos, nariz espesso e alargado, lábios tornam- se mais grossos e proeminentes, barba escasseia ou desaparece. ADENOIDIANA nariz pequeno e afilado e boca sempre entreaberta. PARKINSONIA/CÉREA/EM MÁSCARA rigidez facial e ausência de expressão. BASEDOWIANA exoftalmia, olhos brilhantes e bócio – hipertireoidismo. MIXEDEMATOSA rosto arredondado, nariz e lábios grossos, pele seca, espessada e com acentuação dos seus sulcos, pálpebras infiltradas e enrugadas. Supercílios escassos e cabelos secos e sem brilho. ACROMEGÁLICA saliência das arcadas supraorbitárias, proe- minência das maçãs do rosto e maior desenvolvimento do ma- xilar inferior, além do aumento do tamanho do nariz, lábios e orelhas. CUSHINGOIDE/DE LUA CHEIA arredondamento do rosto com atenuação dos traços faciais e aparecimento de acne. MONGOLOIDE prega cutânea (fenda palpebral) que torna os olhos oblíquos, bem distantes um do outro, rosto redondo e boca quase sempre entreaberta. DEPRESSÃO inexpressividade, olhos com pouco brilho e fixos em um ponto distante, sulco nasolabial se acentua e o canto da boca se rebaixa. PSEUDOBULBAR caracterizada por súbitas crises de choro ou riso, involuntárias, mas conscientes que levam o paciente a tentar contê-las, dando um aspecto espasmódico. PARALISIA FACIAL PERIFÉRICA assimetria, impossibilidade de fechar as pálpebras, repuxamentoda boca para o lado e apagamento do sulco nasolabial. MIASTÊNICA/DE HUTCHINSON ptose palpebral que obriga o paciente a franzir a testa e levantar a cabeça. DO DEFICIENTE MENTAL traços faciais apagados e grosseiros, boca constantemente entreaberta, às vezes com salivação. Olhar desprovido de objetividade, e olhos se movimentam sem se fixarem em nada. ETÍLICA olhos avermelhados, certa ruborização da face, voz pastosa e sorriso meio indefinido. ESCLERODÉRMICA quase completa imobilidade facial, ausência de expressão, imutável. EXAME FÍSICO: CABEÇA E PESCOÇO Paciente sentado à mesma altura do examinador CRÂNIO Observar simetria e proporções. TAMANHO MACROCEFALIA crânio anormalmente grande. MICROCEFALIA crânio anormalmente pequeno. FORMATO ACROCEFALIA cabeça alongada para cima, pontuda, lembrando uma torre. ESCAFOCEFALIA levantamento da parte mediana do crânio, conferindo aspecto de casco de navio invertido. DOLICOCEFALIA aumento do diâmetro anteroposterior, que se torna muito maior que o transverso. Semiologia – Semiologia do adulto Módulo 1 - Aula 2 Cecilia Antonieta 82 A 4 BRAQUICEFALIA aumento do diâmetro transverso. PLAGIOCEFALIA crânio saliente anteriormente de um lado e, posteriormente, do outro. PALPAÇÃO Abaulamentos, depressão, região dolorosa, alopecia. OLHOS E SUPERCÍLIOS Deformidades e assimetria: microftalmia, proptose. PÁLPEBRAS Heliotropo (dermatomiosite), edema, retração, epicanto, ectrópio, entrópio, equimose, xantemelasma e ptose. FENDA PALPEBRAL Aumentada (exoftalmia), diminuída ou ausente (ptose palpebral). GLOBOS OCULARES EXOFTALMIA protrusão uni ou bilateral, muscular. ENOFTALMIA afundado para dentro da órbita com diminuição da fenda palpebral. PROPTOSE olho mais para frente e cai. MOVIMENTOS INVOLUNTÁRIOS nistagmo. Motilidade ocular intrínseca e extrínseca. Exame de fundo de olho. CONJUNTIVAS Normalmente róseas, observando-se a rede vascular, levemente desenhada. A presença de secreções deve ser investigada. ESCLERÓTICA, CÓRNEA E CRISTALINO Alterações de cor. Transparência e motilidade do cristalino. PUPILAS Normalmente arredondadas ou levemente ovaladas, centrais. TAMANHO variável de acordo com a claridade do ambiente. ANISCORIA pupilas de tamanho desigual. REFLEXOS FOTOMOTOR contração pupilar à luz. CONSENSUAL contração de um lado pela estimulação luminosa pelo outro olho. ACOMODAÇÃO-CONVERGÊNCIA contração e convergência dos globos oculares à medida que se aproxima do nariz um foco luminoso. SOBRANCELHA NADAROSE ausência. CÍLIOS TRIQUÍASE cílios invertidos. NARIZ Formato, simetria das narinas, pregas nasais e deformidades Presença de secreção e suas características. OBSTRUÇÃO NASAL respiração nasal habitualmente não é ruidosa. Mucosa nasal Rinoscopia anterior SEIOS DA FACE Completamente formados aos 21 anos Frontais, maxilares (palpáveis e percutíveis), etmoidais e esfenoidais. ORELHAS Tamanho, cor, forma, simetria e posição em relação à cabeça, variações normais dos lóbulos. Fontanela anterior quando patente. HIPERTENSA E SALIENTE indica aumento da pres- são intracraniana. HIPOTENSA E DEPRIMIDA traduz desidratação. Semiologia – Semiologia do adulto Módulo 1 - Aula 2 Cecilia Antonieta 82 A 5 Acuidade auditiva. OTOSCOPIA exame do meato acústico externo e da membrana do tímpano. BOCA Lábios Cavidade bucal Dentes (prótese dentária) Gengivas Língua Orofaringe MUCOSA coloração, umidade e presença de lesões. PESCOÇO Paciente sentado à mesma altura do examinador. Observar simetria. CADEIAS GANGLIONARES – PALPAÇÃO CARACTERÍSTICAS MOBILIDADE FIXOS maior tendência a neoplasias. MÓVEIS associado a processo infeccioso ou inflamatório. TAMANHO maiores que 1-2 cm – preocupantes. CONSISTÊNCIA ENDURECIDOS processos neoplásicos ou inflamatórios com fibrose. FIBROELÁSTICOS infecções com formação purulenta. SUBMANDIBULARES drenam cavidade oral. PRÉ-AURICULARES E PAROTÍDEOS drenam couro cabeludo, porção superior da face, região temporal, glândulas parótidas e bochechas. RETRO-AURICULARES drenam couro cabeludo. OCCIPITAIS drenam couro cabeludo e pescoço. CERVICAIS delimitados pelo ECM ANTERIORES drenam laringe, língua, orofaringe e pescoço anterior. POSTERIORES drenam couro cabeludo, pescoço e pele do tórax na região superior. SUPRACLAVICULARES drenam TGI, trato genitourinário e pulmão. GLÂNDULAS SALIVARES Parótida, submandibulares, sublinguais, glândulas menores e cavidade oral. Nem sempre palpáveis, mas pode-se ver tumores de parótida, submandibular, sublingual. VEIAS JUGULARES E ARTÉRIAS CARÓTIDAS Cabeceira a 45° para avaliar veias jugulares – turgência. Indicativo de hipertensão. Lado direito melhor para exame do pulso venoso. Paciente sentado para palpação das artérias carótidas. Ausculta das carótidas. TIREÓIDE Consistência fibroelástica Habitualmente palpamos o istmo. PALPAÇÃO sempre solicitar ao paciente que faça algumas deglutições enquanto se palpa firmemente a glândula, pois a tireoide se eleva ao deglutir. A flexão do pescoço ou rotação discreta provoca o relaxamento do ECM, facilitando a palpação. POSTERIOR paciente sentado e examinador de pé atrás dele. Mãos e dedos rodeiam o pescoço com os polegares fixos na nuca, e as pontas dos indicadores e médio quase a se tocarem na linha mediana. Os lobos são palpados pelos dedos médio e indicador da mão ipsilateral. ANTERIOR paciente sentado ou de pé e examinador também sentado ou de pé. Polegares palpam a glândula Semiologia – Semiologia do adulto Módulo 1 - Aula 2 Cecilia Antonieta 82 A 6 enquanto dedos médio e indicador se apoiam na parte posterior do pescoço. CASOS CLÍNICOS 1 Você está de plantão na unidade de pronto atendimento e recebe o adolescente, JMN, 15 anos, com relato de odinofagia e febre há semana e “tumoração dolorosa” em região submandibular à direita. Não há perda ponderal. Sua mãe encontra-se ansiosa por acreditar tratar-se de “doença ruim”. Quais dados do exame físico da cabeça e pescoço você espera encontrar? Descrição do exame físico 2 Você está de plantão na Unidade de Atendimento Avançado do SAMU quando recebe um chamado para atender uma senhora de 95 anos em sua residência por rebaixamento do nível de consciência. A cuidadora informa que o paciente apresenta diarreia há 3 dias. Descreva sucintamente como você espera encontrar 2 parâmetros quantitativos e 2 parâmetros qualitativos do exame clínico geral. Como vai avaliar? REFERÊNCIAS Slides de aula – Prof. André Falcão PORTO, CC; PORTO, AL. Exame Físico: Porto & Porto. 8. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. ▪ Capítulo 10 – Exame Físico Geral ▪ Capítulo 11 – Exame da Pele, das Mucosas e dos Fâneros ▪ Capítulo 12 – Exame dos Linfonodos ▪ Capítulo 13 – Exames dos Pulsos Radial, Periféricos e Venoso ▪ Capítulo 15 – Exame de Cabeça e Pescoço PORTO SEMIOLOGIA MÉDIA 7 ed ▪ Parte 6 | Seção 1: Ouvidos | Capítulo 23 – Exame Clínico
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