Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Cirurgia Vascular – Cirurgia II – Aula 6 PROPEDÊUTICA DO SISTEMA VENOSO – Varizes e Trombose Venosa Profunda Teleangectasias: vasos sanguíneos visíveis ● Presente na grande maioria das pessoas. ● Mais prevalente nas mulheres, porém também ocorre nos homens. Funções do sistema venoso ● A função das veias é trazer o sangue de volta ao coração, após o mesmo ter cumprido sua função de trocas metabólicas e térmicas ao nível dos tecidos. Anatomia ● Veia geralmente está na mesma localização da artéria, e normalmente tem o mesmo nome. ● Existe muita variação anatômica. ● São pouquíssimas veias que do ponto de vista funcional são estritamente importantes e fundamentais. ● Se retiro uma veia, na grande maioria das vezes, o sangue vai encontrar o caminho para levar o sangue do órgão que está acometido por essa ligadura até o coração. ● Grandes veias não levam à perda do membro, mas podem levar à morbidade. ● Fluxo normal de todas as veias profundas ou superficiais é em direção cranial, e nas perfurantes da perna é no sentido do sistema superficial para o profundo. Circulação venosa abdominal e pélvica ● Veia cava na direita da artéria aorta. ● Veia renal esquerda tem que atravessar por cima da aorta para ser drenado para a veia cava e ir para o átrio direito. o Por cima dessa emergência da veia renal esquerda, parte a artéria mesentérica inferior pinçamento da veia renal esquerda síndrome de quebra-nozes paciente pode ter varizes pélvicas, hematúria e dores pélvicas. ● Bifurcação das artérias ilíacas passa por cima da veia cava e da veia ilíaca esquerda ponto de compressão anatômica síndrome de Cockett May-Thurner pode levar a varizes pélvicas, varizes de membro inferior, e trombose ilíaco-femoral. o Acontece principalmente em mulheres jovens. o Estase provocada pela dificuldade do retorno venoso da perna esquerda pode provocar trombose do membro inferior esquerdo. Circulação venosa profunda do MID ● Veia poplítea (em 25% das pessoas é duplicada). ● Drenagem venosa do MI: o Sistema profunda é responsável por 80-90% do retorno venoso para o coração. o Sistema venoso superficial: é responsável por menos de 20%, até 10% do retorno venoso pode retirar que não apresenta risco de morbidade para o membro. Por isso que a veia safena é retirada e consegue ser utilizada para substituir artérias importantes. o Veias profundas da perna são subfasciais e seu trajeto é entre os músculos, acompanhando as artérias tibial posterior, anterior e fibular, geralmente ao pares. Circulação venosa superficial do MID ● Mais comumente afetada por varizes = veia safena magna. o Passa anteriormente ao maléolo medial (onde pode ser frequentemente visualizada e palpada), sobe pelo lado medial da perna, no joelho corre para a borda posterior do fêmur, segue lateralmente até atingir a virilha, se curva para atravessar a abertura de safena, une-se com a veia femoral no triângulo de Scarpa. ● Veia safena parva. o Está na parte posterior o Começa no maléolo lateral, estende-se posteriormente ao longo da perna para terminar no joelho, onde tributa na veia poplítea. ● Veias tem o mesmo nome das artérias. ● Do joelho pra baixo é duplicado. ● Veias perfurantes perfuram a fáscia muscular e comunicam o sistema superficial com o sistema profundo. o O sentido do fluxo normal é do superficial para o profundo direcionado pelas válvulas. o As válvulas direcionam também do caudal para o ventral. ● Veias superficiais dos MMII formam ampla rede anastomótica. Rede venosa ● Veias superficiais do MMSS: veia cefálica (para fora) e veia basílica (para dentro). MMSS e MMII ● As veias profundas acompanham as artérias em todo o seu trajeto. ● OBS.: duplo para as pernas e antebraço. o Veias perfurantes – MMII. Sentido do fluxo venoso Valvas (válvulas) ● Orientar a direção do fluxo venoso ● Quebrar a coluna de sangue do tornozelo ao átrio causa diminuição de pressão. o Doença de varizes = doença de dilatação das veias 2 motivos principais: Genética: pessoas nascem com a parede da veia mais frágil quando submetidas à pressão, vai dilatando. Válvula diminui (com a sobrecarga do dia a dia) veia dilatada mas a válvula continua do mesmo tamanho e não fecha mais não tem mais a quebra de pressão vai ter toda essa pressão acima da veia lá embaixo vai dilatar cada vez mais a veia. Varizes Varizes de MMIIs ● Condição clínica muito prevalente (40 a 60% da população) ● Sintomas e sinais clínicos relacionados. ● Veias dilatadas, tortuosas e alongadas, com perda de sua função devido à alterações na sua parede ou nas valvas ou em ambos. Fatores de risco ● Hereditariedade ● Sexo: mulheres 3:1 homem o Parte hormonal: estrogênio atua na fragilidade da parede da veia. o Gestações são períodos de sobrecarga no sistema venoso. ● Idade: > 40 anos. o Porque é uma doença progressiva. ● Gravidez o Causa sobrecarga motivos: Aumento da pressão abdominal e comprime a veia cava orientação é ficar em decúbito lateral esquerdo. Fatores hormonais da gestação fragilidade da parede da veia. ◊ Ação do estrogênio sobre o tônus venoso veias dilatadas. Aumento da volemia em +- 20 a 30% o ↑ nº de gestações ● Profissão: ortostatismo o Fator de sobrecarga ● Obesidade o Por aumento da pressão abdominal maior compressão abdominal sobre a veia cava inferior e ilíacas dificulta o retorno venoso sobrecarrega as veias da perna. ● Etnia o Afrodescendentes, árabes, indianos e asiáticos: menor incidência comparados à população branca ocidental. ● Função intestinal (constipação intestinal) Antecedentes ● Família ● Genética/Sexo ● Gravidez ● Obesidade/Sedentarismo ● Ortostatismo ● Idade OBS.: atividade física é fator protetor! ● O que está em volta da veia é o músculo “coração” do sistema venoso. ● Atividade física fortalecimento da musculatura protege contra as varizes. Anatomia venosa de MMII nas varizes ● Varizes primárias ou secundárias: o Primárias ou essenciais: origem em alterações do próprio sistema venoso superficial dos membros inferiores e quando o sistema venoso profundo está normal. Perda de elasticidade da parede venosa e insuficiência valvas das veias superficiais ou das perfurantes. Refluxo do sistema venoso profundo para o superficial. o Secundárias: veias varicosas consequentes do aumento de fluxo e pressão sanguínea no interior das veias superficiais, secundárias a alterações do sistema venoso profundo ou à presença de fístula arteriovenosa. Insuficiência valvar profunda consequente à trombose venosa profunda (síndrome pós-trombótica ou pós-flebítica). Alterações funcionais mais graves e estase venosa mais intensa. ● Insuficiência valvular: o Dilatação venosa afeta os folhetos valvulares, tornando as válvulas funcionalmente insuficientes. o Se a válvula superior ou cranial torna-se insuficiente o segmento e a válvula imediatamente inferior têm um aumento de pressão hidrostática, tornando-a insuficiente assim sucessivamente. Sinais e sintomas de varizes ● Estão relacionados a sobrecarga de sistema venoso. ● Sintomas habituais: dor, cansaço, sensação de peso e dor ocasionais (ex. ardor, prurido, formigamento, inchaço e câimbras). ● 1. Queixa de varizes ● 2. Dor o Incômodo nas pernas; peso/cansaço nas pernas ao longo do dia, que surge mais no final do dia (mais intensa no período da tarde/começo da noite); melhora após deitar/colocar a perna para cima. o Se já acordar com ela ou não conseguir dormir a noite com dor na perna dor NÃO É das varizes. o O que dói é a sobrecarga na parede da veia pressão aumentada na parede da veia, distensão da veia causa dor. o A dor não é incapacitante, é só um incômodo (um pouco maior ou um pouco menor). o Dores devidas à estase venosa com o decorrer do dia, as pernas tornam-se pesadas; sensação de desconforto, fadiga e dor. Alívio da dor pela elevação dos membros, mas nem sempre imediato. ● 3. Edema o Pressão aumentada exerce uma pressão hidrostática na parede da veia passa líquidos para o interstício. o Pressão aumentada aumenta a permeabilidade capilar linfático não consegue drenar tudo edema. o Desequilíbrio na troca de água entre o interstício e a luz dos capilares. o Edema crônico alterações metabólicas: isquemia, acidose, alterações enzimáticas e bioquímicas, liberação de histamina, serotonina, bradicinina e outras substâncias vasodilatadoras e permeabilizantes aumento da migração leucocitária e passagem de moléculas proteicas para o interstício estímulo à proliferação fibroblástica e à compressão dos vasos linfáticos alterações patológicas crônicas. ● 4. Alterações tróficas o Dermatite ocre/dermite ocre: pintinhas escuras, pele escurecida. Aumenta tanto a permeabilidade capilar que extravasa hemácias também hemosiderina começa a se depositar na pele. Pode ser um sinal de insuficiência venosa investigar se não tem insuficiência venosa associada. o Lipodermatosclerose: pele com aspecto de cicatriz, pele esbranquiçada e endurecida. Sobrecarga no sistema venoso crônica por anos e avançando diminui a perfusão dos capilares provoca micronecroses na pele e nos tecidos processo cicatricial, endurecido, pele perolada. o Úlcera venosa Estágio mais avançado necroses sucessivas abre uma úlcera que não cicatriza. Face medial da perna, normalmente indolor. Facilidade de instalação de agentes infecciosos passa a ser secretante e celulite ao redor. Bordas elevadas e fundo granuloso, róseo, coberto ou não de fibrina e de secreção purulenta. Membro pendente sempre exsudando. o Dermatofibrose, dermatite ocre, úlcera de estase + eczema, hiperpigmentação, lipodermatoesclerose acompanhadas de sintomas: dor, ardor, formigamento e prurido. o Eczema varicoso lesão pré-úlcera e decorrente da hipertensão em vênulas e do extravasamento de hemácias para o interstício. Degeneração dessas hemácias depósito de hemosiderina precipita e agrava e reação inflamatória e exsudativa. ● 5. Prurido o Por processo inflamatório local ou eczema de varizes. ● Em grande parte das vezes, a dor que a paciente sente não é decorrente de varizes apesar de ela já ter varizes instaladas. ● Pernas pesadas e varizes. Classificação de varizes – Classificação de CEAP: ● Tem subclassificações. o CEAP: clinica, etiológica, anatômica e patológica. ● Saber somente a classificação clínica! ● C 0: muito raro. Indica quem não tem nenhum sinal clínico de nada. ● C 1: quem tem teleangectasias, veias reticulares fininhas. o Teleangectasias ou veias reticulares. ● C 2: veias dilatadas e tortuosas com calibre superior a 3 mm de diâmetro. o Veias varicosas. ● C 3: além das varizes, o paciente tem também edema de membro inferior. Pode aparecer as veias como pode não aparecer. o Edema e corona. o Excluir outras causas de edema. ● C 4: além do edema (que pode estar presente ou não), o paciente tem lesões tróficas não ulcerosas (dermatite ocre e lipodermatosclerose). o Lipodermatoesclerose e eczema. ● C 5 : úlcera já cicatrizada. ● C 6: úlcera ativa. ● OBS.: C 0 e C 1 não se classificam como uma doença porque não tem válvula insuficiente. Doença em si é a partir de C 2. Úlcera ● No maléolo medial o Pode indicar insuficiência na veia safena magna ou de veias perfurantes de Crockett. ● A pressão é maior o mais distal possível úlcera está no maléolo medial porque é o primeiro lugar onde não se tem mais essa preensa plantar não diminui a sobrecarga. o Na região do pé, tem-se uma preensa plantar ao caminhar, aperta-se a veia o tempo inteiro preensa plantar diminui a sobrecarga. ● OBS.: se for úlcera no maléolo lateral insuficiência na veia safena parva ou perfurantes laterais. Claudicação venosa ● Dor ● Pode aparecer já quando o paciente fica em pé e pode piorar com a caminhada. ● NÃO melhora quando parado, só melhora com a elevação dos membros. Dor ● Diagnóstico diferencial o A) Dor de origem neurológica Ciatalgia por compressão da raiz nervosa (nevralgia do nervo isquiático). o B) Dor de origem articular Artrite e artrose (idoso). o C) Dor de origem muscular Fadiga muscular, miosites. Edema ● É a 3ª queixa mais comum. ● Edema de MMII: o Unilateral agudo TVP, síndrome da pedrada (hematoma intramuscular que levou a um edema e extravasamento de sangue, a um processo inflamatório), síndrome compartimental (condição de associação: reperfusão, trauma, fratura), erisipela. Urgência! Descartar TVP! Diferença clínica entre erisipela e TVP: ◊ Erisipela: infecção por bactérias estreptococcus beta-hemolíticos do grupo A está no compartimento subcutâneo edema é só supercicial. Musculatura continua móvel. Precisa de um Doppler de urgência. o Unilateral crônico Varizes, síndromes pós-flebites, síndrome de Cocket (MIE). ◊ Compressão da veia ilíaca esquerda pela artéria ilíaca direita. Paciente tem edema assimétrico unilateral há muito tempo. o Bilateral ICC, IRC, carência proteica, distúrbio hormonal, obesidade, IVC primária, lipedemia. É muito menos provável que a causa seja vascular, a não ser que o paciente tenha uma patologia na veia cava (ex. trombose de cava). ◊ Normalmente tem outras patologias associadas ex. neoplasia. Prurido ● Varizes IVC 1/3 distal da perna. Alterações tróficas ● Dermatite ocre ● Eczema ● Lipodermatoesclerose ● Úlceras. Exame físico ● Posição do exame o Varizes: em pé só assim é que as veias dilatadas aparecem. o TVP: decúbito dorsal. ● Inspeção o Veias varicosas Distribuição e calibre, topografia e natureza. o Alteração da cor o Rubor intenso o Cianose: flegmasia, TVP, IVC o Palidez: TVP iliofemoral. o Manchas: cor vinhosa (síndrome Klippel- Trenaunay) Síndrome congênita. o Edema: Godet ou cacifo visível à compressão digital. o Alterações tróficas: dermatite, úlceras venosas, lipodermatosclerose o Necrose: gangrena o Aspecto da pele, presença de edema, varicoflebite e úlcera. ● Palpação o Trajeto venoso o Veias perfurantes o Aumento de temperatura: botões varicosos, celulite ou erisipela, tromboflebites. o Edema: sinal de Godet ou cacifo + o Frêmitos: FAV. o Elasticidade da pele, estado do tecido celular subcutâneo, temperatura, edema (e sua intensidade), fibrose, pulsos arteriais periféricos, frêmitos nos trajetos varicosos, localização de perfurantes. ● Percussão o Às vezes consegue sentir se a veia está ingurgitada ou não. o Percussão no trajeto da veia (valvas). o Manobra de Schuartz Consiste na percussão de trajetos venosos dilatados com a ponta dos dedos, enquanto com a outra mão espalmada se percebe a progressão da onda sanguínea. ● Teste dos garrotes o Manobra para tentar indicar a origem do refluxo para levar (ou não) para a cirurgia. o Rima-Brodie-Trendelemburg o A. Paciente de pé e inspecionar bem os trajetos venosos. o B. Posição dorsal com MMII elevado a 60º Garrote – maléolo – raiz da coxa o C. Paciente em pé (ainda com garrote) Dilatação: perfurantes insuficientes e/ou insuficiência da VSP (veia safena parva). o D. Tira garrote proximal Dilata: insuficiência ostial da croça da VSM (veia safena magna). o Teste de Rima-Brodie-Trendelemburg ● Ausculta o Manobra de Alípio Correa Neto Insuficiência de válvula da croça da safena Sopro ao refluxo venoso. OBS.: Alípio Correa Neto modificado usa o sonar com Doppler. o Sopro proveniente em uma veia superficial fístula arteriovenosa no local. Teleangectasias Varizes reticulares Varizes tronculares Tromboflebite superficial Dermatite ocre com úlcera em cicatrização Úlcera flebopática (venosa) Exames complementares ● Ultrassonografia (mapeamento duplex) ● Pletismograifa a Ar (PGA) ● Flebografia. Tratamento ● Objetivos: o Resultado estético satisfatório o Atenuar sintomas o Tratar complicações o Evitar complicações o Evitar recidivas. ● Elastocompressão o Principal quesito no tratamento das varizes. o Meia elástica é a 1ª linha de tratamento. De 20-30 mmHg o Ação em 3 doenças: varizes, TVP e linfedema. ● Medicamentoso o Diosmina-hesperidina Benefícios nos sintomas; porém NÃO reduzem o tamanho das dilatações varicosas. o Aminaftona Além de atuar no sistema venoso, tem atuação no sistema linfático também boa opção para pacientes que têm linfedema. o Picnogenol ● Flavonoides o Ação anti-inflamatória, diminuição da permeabilidade capilar, diminuição da dor das varizes. o São sintomáticos; porém não atuam na sobrecarga. ● Curativos para úlceras flebopáticas o Preserva o exsudato da ferida, rico em fatores de crescimento favorece processo de cicatrização. ● Cirurgia de varizes o Tratamento de intervenção o Retirar a veia doente. o Exérese dos trajetos dilatados e insuficientes e safenectomia magna (stripping) e/ou parva quando há existência de dilatação e de refluxo. ● Espuma – Quimioablação o Tratamento de intervenção. o Faz a veia fechar. o Microespuma densa provocada pela agitação de uma substância esclerosante com ar por meio de duas seringas injetado na veia varicosa. ● Laser endovenoso – Termoablação o Novo padrão-ouro o Tratamento de intervenção. o Desvantagens: custo um pouco maior, não são todos os cirurgiões vasculares que fazem, precisa ter formação em Doppler vascular.~ o Uso de fibras emissoras de laser dentro do vaso. ● Eslceroterapia química o Tratamento mais estético o Agentes esclerosantes líquidos Glicose hipertônica Polidocanol ◊ É o mesmo agente utilizado na produção da espuma da quimioablação. ◊ É uma solução de glicose hipertônica com o polidocanol. Ethamolin ● Tecnologia (Doppler/realidade aumentada) o Doppler: guia muitos procedimentos a serem realizados. o VeinViewer: visualiza a veia através de raios IV processa a imagem da veia e projeta a veia na mesma localização na pele. ● Microcirurgia de varizes o Por furinhos com agulha ao longo da veia permite retirar veias reticulares. o Adequada para tratamento de varizes reticulares. Trombose venosa profunda É a formação aguda de trombos nas veias profundas provocando oclusão total ou parcial da veia. ● Comumente: o TVP quando trombos atingem o sistema venoso profundo. o Tromboflebite superficial quando acomete as veias superficiais. Pode acometer qualquer veia profunda do sistema venoso profundo. 90% dos casos tem origem nos MMII. 10% nos MMSS, átrio, renal, cava, pélvicas. Fatores desencadeantes: tríade de Virchow ● Estase sanguínea ● Hipercoagulabilidade ● Lesão endotelial Trombos se formam espontaneamente ou são decorrentes de um fator predisponente por lesão parietal traumática ou inflamatória. Alto risco de TVP: ● Grandes cirurgias ortopédicas o Estase, imobilização (no centro cirúrgico ou no pós-operatório); paciente não deambula precocemente) ● Grandes cirurgias ● Câncer (doenças neoplásicas malignas) o Fator de hipercoagulabilidade trombofilia adquirida. ● Traumatismos raquimedulares o Leva a uma imobilização estase. ● Trombofilias congênitas ● TVP/EP há menos de 2 anos. o História prévia destruição das válvulas leva a uma estase venosa quando existe a recanalização das veias. ● Doenças inflamatórias, infecciosas e degenerativas. Principais fatores de risco ● Gestação, puerpério, reposição hormonal (ACO) ● Neoplasias, septicemias, AVC, doença inflamatória ● Idade, obesidade, disfunção cardíaca, IAM, IC ● Varizes, TVP prévia, restrição prolongada ao leito, trombofilia. ● Trauma, imobilização, paralisia, grande queimado ● Cateter central, cirurgia prolongada, anestesia geral. Etiopatogenia e fisiopatologia ● Fatores primários que predispõem os pacientes à TVP = Tríade de Virchow: o Lesão endotelial cascata da coagulação 3 vias: Exposição da camada subendotelial ativando tromboplastina tecidual. Formação de citocinas endoteliais (TNF, IL-1, etc) Liberação de toxinas por necrose ou lesão tecidual. o Hipercoagulabilidade fatores trombofílicos primários ou secundários (trombofilia). o Estase venosa diminuição da velocidade de fluxo e de volume de fluxo. ● Mecanismo de formação de coágulos: cascata da coagulação sanguínea via intrínseca e/ou extrínseca formação da trombina que age sobre o fibrinogênio circulante rede de fibrina. ● Desequilíbrio entre fatores trombogênicos (↑) e protetores (↓) trombose venosa. ● Formação do trombo: o Agregação plaquetária sobre a cúspide da válvula venosa ligação de camadas de fibrina atraem grandes quantidades de glóbulos brancos e vermelhos novas plaquetas se agregam sobre a superfície desses glóbulos. o Trombo se propaga em direção anterógrada e retrógada. ● Local de formação dos trombos: o Preferencialmente: veias das panturrilhas (90%) o Veias ilíacas e femorais (5%) o Coração direito (5%) Sinais e sintomas ● Quadro clínico da TVP: dor, edema e aumento da temperatura da pele da região afetada. ● Edema o Assimétrico de membro inferior agudo. o Tenso, nem sempre depressível. o Pele pálida, lisa e brilhante. o Pode ter sinal de cacifo +. ● Empastamento de panturrilha o Perda do balonamento da panturrilha. o Caracteriza o edema muscular. o Provoca aumento abrupto da circunferência da coxa ou da panturrilha. ● Dor o Espontânea. o Permanente ou intermitente relacionada ao esforço da marcha, tosse ou ortostase. o Local doloroso: panturrilha, oco poplíteo, triângulo de Scarpa, pelve, ombro ou no membro todo. ● Dilatação de veias superficiais (veias de Pratt) o TVP de veias profundas sangue busca outro caminho veias superficiais gera dilatação. o Aumento do retorno venoso pelo sistema superficial. ● Sinal de Homans, Bancroft (dor ao apertar panturrilha/ musculatura gastrocnêmica), Bandeira (quando a panturrilha não balança direito; positivo é quando não chacoalha) ● Cianose (“FLEGMASIA ALBA DOLLENS” [trombose venosa profunda extensa; dor e edema, mas sem sinais de isquemia de extremidades], “FLEGMASIA CERÚLEA DOLENS” [edema importante e sinais de isquemia ou gangrena]). ● Sinais e sintomas gerais: febre (baixa), pulso acelerado (sem aumento de temperatura) e estado de angústia inexplicável. Diagnóstico ● Anamnese (fatores de risco, sintomas) ● Exame físico (sinais clínicos) ● D-dímero (fragmento da lise de fibrina) o Produto de degradação da fibrina o Positivo em TVP porém não é causa- específica. o Quando D-dímeros negativos: EXCLUEM presença de TVP. ● Métodos não-invasivos (Doppler) (ultrassonografia) o É o mais utilizado. o Porém é examinador-dependente e aparelho- dependente. o Exame de escolha para investigação de TVP. ● Métodos invasivos (flebografia) o Punção venosa injeta contraste iodado falha de contrastação = veia ocluída. o Só serve para guiar tratamento. o Padrão-ouro para diagnóstico de certeza porém é menos utilizado por ser invasivo. o Tem maior acurácia que o Doppler. ● Pletismografia, teste do fibrinogênio marcado (I125). Sinal da Bandeira ● Mobilidadeda batata da perna semi-fletida. Sinal de Bancroft / Babcock ● Compressão dolorosa da panturrilha manualmente. Sinal de Homans ● Faz dorsoflexão estira a musculatura gastrocnêmica paciente refere dor. ● Dor provocada na panturrilha pela dorsiflexão ativa ou passiva do pé. Sinal de Lowenberg ● Compressão dolorosa da panturrilha com ajuda do manguito de pressão. Evolução Tratamento ● Na fase aguda/imediata: o Drenagem postural o Anticoagulação ● Medidas gerais o Repouso + drenagem postural (posição de Trendelemburg) Repouso relativo com elevação do membro acometido para favorecer a drenagem venosa e diminuir o edema. o Analgesia e anti-inflamatório o Após regressão do edema, mobilizar paciente. o Meias elásticas de 30-40 mmHg Tratamento clínico ● Anticoagulantes o Evitar a progressão proximal e distal do trombo o Profilaxia da embolia pulmonar o Tratamento de escolha na grande maioria. o Heparina não fracionada o Heparina de baixo peso molecular o Anticoagulantes orais (varfarina X NOACS) Varfarina: inibidor da trombina e do fator X ativado. Novo anticoagulantes: heparina por via oral. o OBS.: terapia anticoagulante ou fibrinolítica NÃO deverá ser utilizada quando há risco hemorrágico grave. ● Heparina não fracionada o Paciente hospitalizado o Bomba de infusão o TTPa repetidos o Ação rápida, meia vida curta (90 min.), pico 2/4h o Inibição da trombina e fator X ativado o Ataque: 80 UI/kg o Manutenção: 18 UI/kg/h ● Heparina de baixo peso molecular o Administração subcutânea o Fragmentos menores da molécula de heparina o Ação maior no fator X ativado (4:1) o Menor risco de sangramento e plaquetopenia o Dispensa controle de TTPa o Ação rápida, meia vida 4h, pico 3/5h. o 1ª opção de tratamento de TEV em pacientes oncológicos e em gestantes. ● Anticoagulante oral – Anti-vitamina K o Ação mais lenta (pleno efeito em 4 dias) o Derivados cumarínicos ou do warfarin o 5 mg/dia o Interações medicamentosas e alimentares Paciente precisa comer sempre a mesma porção semanal de alimentos que contém vitamina K. o Requer monitorização frequente (TP/INR) o Manejo complexo o Nunca devem ser utilizados como terapêutica inicial única no tratamento da TVP não têm ação imediata e estão associados à necrose cutânea induzida por cumarínicos (quando administrados isoladamente no início do tratamento). ● NOACS (novos anticoagulantes) o APROVADOS para tratamento e prevenção à recorrência de TVP/TEP o Segurança e eficácia confirmadas em anos de prática clínica o Rápido início de ação, meia-vida curta e previsível o Pouca interação medicamentosa o Manejo menos complexo o Menos índice de eventos hemorrágicos graves. o Desvantagem: custo (laboratórios ainda detêm a patente, e há pouca concorrência). o Ex.: dabigatrana, rivaroxabana, apixabana, endoxabana. o Indicados como 1ª opção no tratamento de TEV em pacientes não oncológicos (consensos internacionais). Tratamento cirúrgico ● Filtro de veia cava inferior o Paciente que tem contraindicação de anticoagulantes. o Usa-se o filtro para evitar embolia pulmonar. ● Ligadura de veia cava inferior ● Trombectomia venosa o Indicada para as apresentações em que existe comprometimento da perfusão do membro (flegmasia cerulea dolens), casos de 1º episódio de TVP iliacofemoral (flegmasia alba dolens) com início dos sintomas em menos de 14 dias. ● Fibrinólise o Fibronolítico para dissolver o coágulo o Indicação: paciente jovem com TVP alta (ex. ilíaco-femoral) diminui risco de síndrome pós- trombóticas. Complicações ● Embolia pulmonar o Principais sinais e sintomas clínicos: dispneia, dor torácica, hemoptise, síncope, taquicardia, febre, queda de pressão arterial, cianose e sudorese. ● Síndrome pós-trombótica: veias profundas, sedes de trombos, não se recompõem funcionalmente sequela. o Predominantemente em MMII, sob a forma de estase venosa (edema, varizes secundárias, eczemas, dermite ocre úlcera). ● Gangrena venosa (trombose venosa maciça): trombose venosa (iniciada localmente em determinadas veias) se estende para todo o sistema venoso profundo impedindo a drenagem e dificultando a perfusão tissular.
Compartilhar