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Propedêutica do Segmento Abdominal II VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C ABDOME ASCITICO O termo ascite significa acúmulo patológico de líquido na cavidade abdominal. A principal causa de ascite é a hipertensão portal associada à cirrose hepática. Outras causas podem ser citadas, como peritonites infecciosas, carcinoma hepatocelular, carcinomatose peritoneal, insuficiência cardíaca congestiva, etc. Na ascite, o volume e a forma do abdome dependem do tempo de instalação e do volume do líquido formado. Se a instalação for rápida, a cicatriz umbilical torna-se saliente (abdome em ovo); se for lenta, o abdome adquire formato mais achatado e se dilata nos flancos (abdome em batráquio). Na presença de grandes volumes, o abdome apresenta-se globoso e a palpação das vísceras fica dificultada. Já na de volumes pequenos ou moderados, o abdome apresenta-se flácido e é possível perceber a presença das ondas de líquido colidindo com a mão espalmada. SEMICÍRCULO DE SKODA: Com o paciente em decúbito dorsal, o líquido se acumula nos flancos, na fossa ilíaca e no hipogástrio, portanto a percussão deve ser realizada a partir da região umbilical e radiada para diversas direções até a observação da mudança de som timpânico para maciço. Com essa manobra, deve-se observar a presença de um semicírculo de concavidade para cima cujo som apresenta essas características de mudança. VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C MACICEZ MÓVEL: Com o paciente em decúbito lateral direito ou esquerdo, percute-se a parte superior do abdome em direção ao flanco e observa-se a alteração do som timpânico para maciço. Ao colocar o paciente em decúbito contrário, o som mudará devido ao deslocamento do líquido. Por isso, diz-se macicez móvel. Esse sinal é detectado, principalmente, nas ascites de médio volume. SINAL DO PIPAROTE: Golpeia-se com os dedos em um dos lados do abdome e procura-se sentir as ondas de choque transmitidas pelo líquido com a outra mão espalmada colocada no outro lado do abdome. Para essa pesquisa, é necessário o auxílio de um obstáculo na linha mediana com a mão auxiliar, por exemplo, em posição vertical, para interromper as ondas da parede do abdome. IRRITAÇÃO PERITONEAL PONTO DE MC BURNEY Localizado no ponto médio da linha imaginária traçada da espinha ilíaca ântero- superior até a cicatriz umbilical, na fossa ilíaca direita. Sinal de Rovsing: VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C Palpação retrógrada dos cólons comprimindo em direção contrária ao sentido do fluxo intestinal, iniciando-se na fossa ilíaca esquerda. Se o paciente referir dor na fossa ilíaca direita, o sinal é positivo. Sinal de Blumberg: Pressiona lentamente o ponto de McBurney e descomprime bruscamente a região. O doente acusará forte dor pela descompressão (sinal positivo). Sinal do Psoas: Dor desencadeada pela extensão da coxa direita, com o paciente deitado em decúbito lateral esquerdo. Sinal do obturador: Dor desencadeada com a rotação externa passiva do quadril direito fletido, com o paciente em decúbito dorsal. Sinal de Lenander: O paciente apresenta hipertermia com diferença da temperatura axilar para a temperatura retal maior que 1ºC. VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C ABDOME AGUDO Sinal de Gray-Turner: Manchas equimóticos em flanco presente nos casos graves de pancreatite aguda ou hemorragia retroperitoneal. Sinal de Cullen: Coloração equimótica periumbilical presente nos casos graves de pancreatite aguda ou hemorragia retroperitoneal. Sinal de Murphy: Interrupção da inspiração ao se aplicar pressão no abdome superior direito, no ponto cístico, e dor intensa a descompressão brusca neste ponto. Interrupção da inspiração devido à dor à palpação do hipocôndrio direito. Indicativo de colecistite aguda. Sinal de Jobert: VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C Ausência da macicez hepática devido à presença de ar subdiafragmático. A presença de timpanismo na região da linha hemiclavicular direita onde normalmente se encontra a macicez hepática. Caracteriza Pneumoperitônio. ESPACO DE TRAUBE: O estômago apresenta uma porção protegida pela parede torácica cuja projeção percussória constitui o espaço de Traube, delimitado, inferiormente, pelo rebordo costal esquerdo, superiormente, pelo 6º espaço intercostal esquerdo, medialmente, pelo esterno, e, lateralmente, pela linha axilar anterior. Espaço semilunar do 6º ao 11º espaço intercostal, tendo como limites: gradeado costal, baço, pâncreas, cólon, rim e estômago. A percussão desse espaço é timpânica devido à bolha gástrica. Abdome Agudo Vascular: Isquemia intestinal por embolia da artéria mesentérica superior (30 a 50% dos casos); Trombose mesentérica; Torção de omento; Torção de pedículo de cisto ovariano; Infarto esplênico. Sinal de deBakey: Visualização (durante a inspeção) de aneurisma pulsátil na região abdominal. Abdome Agudo Hemorrágico. VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C Manobra de Carnett: Pedir ao paciente que eleve a cabeça, movimento ao qual o examinador se oporá colocando sua mão sobre a fronte do paciente. Na diferenciação entre uma dor abdominal crônica originada de estruturas intra-abdominais ou da parede abdominal, pode ser feito o teste de Carnett. Identifica-se a área de maior sensibilidade. Pede-se ao paciente que, mantido em decúbito dorsal, suspenda sua cabeça, provocando, assim, tensão da musculatura abdominal. Se na área considerada houver aumento da dor em repetidas manobras, o teste será positivo e indicativo de que a dor tem origem em estruturas parietais. Se houver, ao contrário, alívio da dor, a sugestão é de dor das vísceras abdominais. Manobra de Smith Bates: Pedir ao paciente para contrair a musculatura abdominal, elevando ambas as pernas estendidas (sem fletir os joelhos). Se a tumoração desaparecer com essas manobras, o processo tumoral estará localizado provavelmente na região intra-abdominal. Se a tumoração permanecer palpável e móvel, estará no subcutâneo e, se palpável e fixa, na musculatura abdominal.
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