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Hepatite B Referências bibliográficas Microbiologia Médica - Morse Microbiologia - Tortora Imunologia Celular e Molecular - Abbas Fundamentos de Imunologia - Roitt http://www.aids.gov.br/pt-br/publico-geral/hv/o-que-sao- hepatites-virais Hepatite B (HBV) • Família Hepadnaviridae • Esféricos, 42 nm • Vírus de DNA circular (parcialmente dupla fita) • Envelopado (mais resistente - presente dentro de esmaltes) • 8 genótipos dos quais os 3 mais presentes no Brasil: A, D e F • Genótipos A e F em algumas áreas da região Norte • Região Sudeste - maior predomínio dos genótipos A e D. • Grande quantidade de vírus no plasma de portadores • somente afeta humanos, não há outros reservatórios • A estabilidade do HBV nem sempre coincide com a do HBsAg; • A antigenicidade e, provavelmente, a infecciosidade do HBsAg são destruídas por hipoclorito de sódio a 0,25% após 3 minutos; • A infecciosidade da partícula viral é perdida por: • autoclavação a 121°C por 20 min • estufa (calor seco) a 160°C por 1 h • radiação UV • glutaraldeído a 2% TA após 5 min Partículas virais incompletas (sem DNA) não são infectantes (esférica e filamentosa) e servem como mecanismo de evasão do sistema imunológico pois só tem a proteínas de superfície do vírus HBsAg Antígeno de superfície do vírus da hepatite B = HBsAg (composto pelas proteínas L, M e S) - vacinas são feitas com base nesses antígenos formando anticorpos anti-HBs no indivíduo vacinado (anti- HBsAg positivo) • Proteína L - Ligação do vírus aos receptores nos hepatócitos, provavelmente essa maior quantidade de proteínas L evita que as partículas subvirais, que são mais numerosas, compitam com os vírions pelos receptores presentes na superfície celular. • Proteína M - Ligação para a adsorção do HBV nas células, e possui uma região que mimetiza a albumina sérica humana, o que permite que o HBV penetre via receptores celulares de albumina no citoplasma do hepatócito. • Proteína S - que é a principal proteína que forma o HBsAg, é capaz de induzir resposta imunológica protetora contra o HBV, e é o antígeno utilizado na formulação de vacinas. Nucleocapsídeo = proteína do core (HBcAg) + genoma viral (DNA circular) + Polimerase GENOMA • DNA circular, aberto e incompleto, • Codificação de 4 genes: • Gene S - codifica o antígeno de superfície (HBsAg); • Gene C - codifica a proteína do core (HBcAg) e o antígeno “e” (HBeAg); • Gene P - codifica a DNA polimerase, que também possui atividade de transcriptase reversa; • Gene X - codifica uma proteína transativadora que potencializa a replicação do HBV (HBxAg) PROTEÍNAS O HBV possui mecanismo único de replicação entre os vírus que infectam o homem, que permite a produção de diferentes tipos de partículas virais; Em preparações para microscopia eletrônica a partir do soro de indivíduos infectados, podem ser observados 3 tipos de partículas: • completas esféricas infecciosas; • incompletas esféricas • incompletas filamentosas REPLICAÇÃO 1. Adsorção das partículas aos receptores celulares. 2. Penetração das partículas no citoplasma celular seguida de desnudamento do ácido nucleico. 3. Migração do DNA viral (DNAv) para o núcleo celular. 4.Conversão do DNAv para a forma circular covalentemente fechada (DNAccc). 5. Transcrição do DNAccc em RNA mensageiros (RNAm) de diversos tamanhos que são usados para a tradução de proteínas e como molde para a síntese do RNA pré-genômico. 6 e 7. Tradução das proteínas virais e Montagem do capsídeo. 8. Empacotamento do RNA pré-genômico (3,5 kb). 9. Síntese da fita negativa do DNAv a partir do RNA pré-genômico por transcrição reversa. 10. Síntese da fita positiva do DNAv. 11. Maturação das partículas no retículo endoplasmático rugoso (RER) no qual o HBsAg é incorporado à partícula. Alguns nucleocapsídeos são transportados para o núcleo, onde seus DNA genômicos podem ser convertidos em DNAccc para manter um estoque intranuclear de moldes transcricionais. 12. Liberação das partículas por brotamento através da membrana celular. • Maioria assintomáticos; • Infecção pode levar a diversos quadros clínicos: • 10% Hepatite crônica com evolução para cirrose e hepatocarcinoma; • Crianças 90% infecção crônica; • 1 a 2% dos pacientes com infecção aguda evoluem para insuficiência hepática fuminante nas 4 primeiras semanas, com alta taxa de letalidade • A infecção pelo HBV não é lítica, sendo o dano causado pela resposta inflamatória e pelos linfócitos TCD8. • A lesão dos hepatócitos leva a produção de colágeno e formação de tecido fibroso, podendo ocasionar a cirrose. • Período de incubação: 45- 180 dias PATOGÊNESE O HBV não induz infecção citolítica; Produção de HBsAg, que se ligam aos anticorpos neutralizantes bloqueando sua ação. Interferencia com a produção de interferon tipo 1 (alfa e beta) – mecanismo desconhecido Dano aos hepatócitos é causado pela resposta inflamatória e pela ação dos linfócitos T citotóxicos (CTL). Evasão de sistema imune: o Produção de partículas não infectivas, que se ligam aos anticorpos; o Inibição da síntese de intérferon; Cirrose o Morte de hepatócitos – Produção de fibras de colágeno pelas células estreladas hepáticas; o Infecção crônica - depósito contínuo de colágeno - produzindo tecido fibroso - evolução para cirrose Hepatocarcinoma ou Carcinoma Hepatocelular (CHC) o Integração de DNA viral ao genoma do hepatócito o proteína HBx - induz a expressão de proto-oncogenes e inibição de p53. o excessiva proliferação celular– risco de mutações o Nenhum gene do HBV associado a transformação celular; o Transformação poderia ocorrer pela excessiva proliferação dos hepatócitos, na tentativa de reposição das células mortas – alta taxa de mutação; o Inflamação crônica ou cirrose; o Genoma do HBV integrado no genoma da célula, em todos os casos de transformação celular (proteína HBx) o Nenhum gene do HBV associado a transformação celular; o Transformação poderia ocorrer pela excessiva proliferação dos hepatócitos, na tentativa de reposição das células mortas – alta taxa de mutação; o Inflamação crônica ou cirrose; o Genoma do HBV integrado no genoma da célula, em todos os casos de transformalção celular (proteína HBx) Modos de transmissão ▪ Sexual ▪ Parenteral - Usuários de drogas injetáveis, trabalhadores da saúde ▪ Vertical e Perinatal - Mães positivas para HBeAg: muito mais prováveis de infectar seus filhos. ▪ Indefinida – contato familiar entre infectados e não infectados ▪ Transmissão perinatal + indefinida são as principais formas de transmissão em populações de alta prevalência EVENTOS CLÍNICOS E SOROLÓGICOS DA HEPATITE B AGUDA. • O antígeno de superfície (HBsAg) aparece poucas semanas após a infecção, seguindo-se a elevação do título nas semanas seguintes, mesmo antes do surgimento dos sintomas; • Durante a fase clinicamente aparente, os níveis de HBsAg estão elevados.; • Assim que os sintomas aparecem, o HBsAg começa a declinar e é substituído pelo anti-HBs; • O aparecimento do anti-HBs coincide temporalmente com a recuperação da infecção; • Em 1 a 2 semanas após o surgimento do HBsAg, podem ser detectados anticorpos contra o antígeno de core (HBcAg); • A IgM anti-HBc aparece no início da infecção e é substituída pela IgG anti-HBc aproximadamente após 6 meses; • O HBeAg surge durante o período de pico da replicação viral. • Eventualmente, o HBeAg é substituído pelo anti-HBe. HEPATITE B CRÔNICA • HBsAg + por > 6 meses • Pode ou não haver doença hepática ativa (DHA). • Geralmente quando há DHA=> intensa replicação viral, ou seja: • HBeAg + • ALT elevada IMUNOPATOGÊNESE DA HEPATITE B CRÔNICA EVENTOS CLÍNICOS E SOROLÓGICOS DA HEPATITE B CRÔNICA O HBsAg permanecereativo indefinidamente na presença da IgG anti-HBc. São reconhecidas 3 fases da hepatite B crônica: o uma fase com taxas de replicação relativamente elevadas ocorre no início da infecção e está associada a presença de HBeAg e níveis elevados de DNA viral (em geral > 106 cópias/mℓ) o Cerca de 10 a 15% dos pacientes convertem espontaneamente para uma fase replicativa menos intensa associada à presença do anti-HBe e níveis de DNA circulantes em torno de ≤ 103 cópias/mℓ; o Na terceira fase ocorre a inativação da replicação viral com síntese contínua de HBsAg, havendo a possibilidade da reativação da infecção e estabelecimento novamente da infecciosidade. MARCADORES SOROLÓGICOS PARA O DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DA HEPATITE B Antígeno de superfície do vírus da hepatite B = HBsAg (multiplicação viral) Capísideo viral = HBcAg (não encontrado no sangue) Antígeno solúvel relacionado ao capsídeo viral = HBeAg (multiplicação viral em alta) Anti-HBc – contato com partícula viral HBsAg – indica replicação (se for por mais de seis meses indica hepatite crônica HBeAg – indica alta replicação viral Anti-HBs – indica cura Anti-HBe – indica boa evolução Imunidade após a vacinação: anti-HBs + e anti-HBc – Imunidade após infecção: anti-HBs + e anti-HBc – OBS.: HBeAg pode não ser detectado por mutação, mesmo com infecção viral ativa, este pode dar negativa, ou seja não ser detectado. →São necessários 30 - 60 dias para o anticorpos se tornem positivos nos testes laboratoriais PREVENÇÃO VACINAÇÃO (PNI) Vacina recombinante (monovalente) Antígeno HBsAg (expresso em leveduras) Esquema- ver calendário VACINA INATIVADA RESPOSTA Th2 PRODUÇÃO DE ANTICORPOS (IgG) PRODUÇÃO DE CÉLULAS B DE MEMÓRIA IMUNOGLOBULINA HUMANA ANTI-HEPATITE B (IGHAHB) Imunização Passiva IgG anti HBsAg Proteção imediata após exposição PREVENÇÃO Vacinação Preservativo OBS.: Indivíduos que apresentam hepatite fulminante desenvolvem quadro de encefalopatia hepática resultado do acúmulo de excretas nitrogenadas no organismo (falha na transaminação) - indicativo de mau prognóstico. Indivíduos com hepatite crônica com baixa replicação pode apresentar enzimas hepáticas normais
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