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1 Beatriz Almeida – Medicina UFCG Turma 78 Anatomia e Fisiologia Renal • O rim é um órgão retroperitoneal, localizados ao nível de T11-L3, sendo o direito mais inferior que o esquerdo. • Envolvendo o contorno externo dos rins encontra- se uma membrana de tecido conjuntivo: a cápsula renal, ao redor desta cápsula estão, respectivamente, a gordura perirrenal, a fáscia de Gerota e a gordura pararrenal. • A vascularização da medula é extremamente escassa, tornando esta região muito sensível a pequenas alterações de perfusão. • O néfron é a unidade funcional dos rins, é responsável pela produção do filtrado glomerular nos corpúsculos de Malpighi e o complexo processamento deste filtrado em seu sistema tubular. Corpúsculo de Malpighi: a artéria renal, ao entrar no parênquima através do hilo renal, se ramifica em direção a região cortical, seus ramos são denominados de arteríola aferente, que dão origem a alças capilares que se enovelam e formam o glomérulo, essas alças formam a arteríola eferente, que deixa o glomérulo. A pressão glomerular hidrostática é controlada pela arteríola eferente. Os glomérulos são envolvidos pela cápsula de Bowman, com seus folhetos visceral e parietal. Entre esses folhetos está o espaço capsular, que recebe o filtrado glomerular. Sistema Tubular: o filtrado formado nas alças glomerulares, recebido pela cápsula de Bowman, agora vai percorrer o trajeto dos túbulos renais – túbulo contorcido proximal → alça de Henle → túbulo contorcido distal → túbulo coletor. Aparelho Justaglomerular: na arteríola aferente há uma região de modificação da camada média, formando as células justaglomerulares, nessa região o túbulo contorcido distal se aproxima da arteríola aferente, sua parede se modifica e forma a mácula densa. O conjunto de células justaglomerulares + mácula densa forma o aparelho justaglomerular. 2 Beatriz Almeida – Medicina UFCG Turma 78 Aspectos Fisiológicos: A gênese da urina se inicia com a formação do filtrado glomerular nos corpúsculos de Malpighi, processo denominado filtração glomerular. A função renal é proporcional à formação deste filtrado e pode ser quantificada pela taxa de filtração glomerular (TFG) [80-120 ml/min]. Cerca de 140 L/dia de filtrado/plasma chegam ao sistema tubular, os cálices renais recebem apenas 1- 3 L/dia de urina, quase 99% de todo o volume filtrado é reabsorvido no sistema tubular. É através da reabsorção tubular que os rins processam e elaboram a urina, eliminando a quantidade estritamente necessária de água, eletrólitos e demais substâncias. As células epiteliais dos túbulos são encarregadas de selecionar a reabsorção de cada eletrólito ou substância, sendo células altamente especializadas e que diferem entre si de acordo com o segmento tubular específico. Secreção tubular: alguns eletrólitos, como o K+ e o H+, e certas substâncias como o ácido úrico, passam diretamente dos capilares peritubulares para o lúmen do túbulo, utilizando carreadores específicos presentes nas células tubulares, pois os rins não conseguem depurar tais substâncias. o Controle da Taxa de Filtração Glomerular (TFG): 1. Vasoconstricção da arteríola eferente: em resposta local ou sistêmica de angiotensina II, a arteríola eferente se contrai em condições de baixo fluxo renal, o que aumenta a pressão intraglomerular, evitando que a TFG seja reduzida. O baixo fluxo renal estimula as células justaglomerulares a produzirem renina. 2. Vasodilatação da arteríola aferente: os mesmos estímulos para o aumento intrarrenal da angiotensina II, que provoca vasoconstrição da arteríola eferente, também liberam substâncias vasodilatadoras da arteríola aferente, como a PGE2, as cininas e o óxido nítrico, aumentam o fluxo sanguíneo renal e a pressão instraglomerular. 3. Feedback Tubuloglomerular: caso haja uma pequena redução inicial da TFG, menos NaCl chegará a mácula densa e, portanto, menos cloreto será reabsorvido neste segmento tubular. A queda na reabsorção de cloreto sensibiliza as células justaglomerulares da arteríola aferente, promovendo uma vasodilatação arteriolar. O inverso ocorre quando há um aumento inicial da TFG. 4. Retenção hidrossalina e natriurese: o baixo fluxo renal e a redução da reabsorção de cloreto na mácula densa resultam em aumento da angiotensina II, esta estimula a excreção de aldosterona pelas suprarrenais, que aumenta a retenção de sódio e água pelos túbulos renais. Por outro lado, condições de alto fluxo renal desativam o sistema renina- angiotensina-aldosterona, que somado à liberação do Peptídeo Natriurétrico Atrial (PNA), induz um efeito natriurético, reduzindo a volemia e retornando a TFG para o normal. • Túbulos Contorcidos Proximais: são encarregados de reabsorver a maior parte do fluido tubular, juntamente com seus eletrólitos e substâncias de importância fisiológica. Cerca de 65% do filtrado glomerular é reabsorvido no TCP, o equivalente a 90 L/dia. O principal eletrólito reabsorvido pelos túbulos renais é o sódio. Para tal reabsorção é necessário também a reabsorção de ânions, na 1ª porção do TCP é reabsorvido bicarbonato (HCO3-), já na 2ª porção é o cloreto (Cl-). São também reabsorvidos no TCP: glicose, aminoácidos, fosfato e ácido úrico. • Alça de Henle: responsável pela reabsorção de 25% do sódio filtrado. A porção descendente da alça de Henle promove o aumento da tonicidade do fluido tubular, por ser permeável à água mas impermeável aos solutos. Na porção ascendente não há reabsorção de água, porém ocorre a saída de solutos. • Túbulo Contorcido Distal: responsável pela reabsorção de 5% do líquido e sódio filtrados. Contém a mácula densa, parte do túbulo que compõe o aparelho justaglomerular Principal sítio de regulação da reabsorção tubular de cálcio, sob ação do PTH 3 Beatriz Almeida – Medicina UFCG Turma 78 • Túbulo coletor: é a última porção do sistema tubular, responsável pela reabsorção de 5% do líquido e sódio filtrados. O néfron distal (TCD+TC) é encarregado dos “ajustes finos” da reabsorção e secreção tubular, respondendo à ação de vários hormônios reguladores do equilíbrio hidroeletrolítico. A porção cortical do TC é responsivo à aldosterona, que controla a reabsorção distal de sódio e a secreção de potássio e H. O ADH (hormônio antidiurético ou vasopressina) aumenta a permeabilidade à água. A osmolaridade urinária de uma pessoal normal pode varia entre 50 mOsm/L – 1.200 mOsm/L
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