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O organismo precisa de suprimento contínuo de energia (E), a quantidade de energia gasta varia de acordo as atividades físicas que realizamos durante o cotidiano, considerando também o tempo utilizado para gastar determinada quantidade. A energia dos macronutrientes não é transferida diretamente às células, é extraída deles e conservada através de um composto rico em energia, a molécula de Adenosina Trifosfato (ATP). A molécula de ATP possui 3 grupos de fosfato, a energia é liberada por etapas e em pequenas quantidades, por meio de clivagem das ligações químicas, ou seja, a quebra de um grupo de fosfato pela ação da enzima ATPase. É válido ressaltar que o processo de construção de ATP pode ser otimizado, promovendo utilização de energia de forma mais rápida. Quando o corpo percebe que a concentração de ADP está aumentando, é sinal que está sendo utilizada uma maior quantidade de energia e os ADP começam a ser restaurados para ATP, incluindo uma molécula de fosfocreatina na molécula de ADP, de modo que substitua o fosfato que foi liberado e libere a molécula de creatina para se juntar a outro fosfato futuramente, esse processo ocorre constantemente e é realizado pela enzima creatinoquinase. Sair da posição sentado para uma caminhada lenta gasta 4x mais energia e da caminhada lenta para o sprint “máximo”, 120x mais energia. Sprint máximo: é uma atividade de curta duração realizada na velocidade máxima do indivíduo. O corpo humano armazena entre 80-100g de ATP na condição de repouso, ou seja, o armazenamento é muito limitado, por isso é preciso construir novas moléculas de ATP constantemente e restaurar os ADP e AMP. Todos os órgãos do corpo e também os músculos, utilizam ATP como fonte de energia, a prioridade são os órgãos, pois é vital para o Aeróbica Anaeróbia Oxidativo Lipídeos Lático Alático ATP - CP Glicólise Carboidratos Proteínas funcionamento do organismo. Então o suprimento de energia é direcionado primeiramente para os órgãos e posteriormente para os músculos. Via aeróbica e anaeróbia Sistema aeróbio ou oxidativo Utiliza oxigênio para fazer ATP, a molécula de Acetil-CoA precisa entrar na mitocôndria para gerar ATP, por isso é uma via mais lenta. Mas, é muito eficiente, gera uma grande quantidade de ATP. Localização: essa via ocorre dentro da mitocôndria. Possui a capacidade de utilizar os 3 macronutrientes (carboidratos, proteínas e lipídeos) para a produção de energia. A via aeróbica forma 2 piruvatos e libera 2 ATP, ao invés de resultar em lactato como na via anaeróbia, se transforma em Acetil-CoA para entrar no ciclo de Krebs. Não depende de oxigênio para fazer ATP. Localização: ocorre no citosol. A molécula não precisa entrar na mitocôndria para ser utilizada, por isso essa via é mais rápida naturalmente. Porém, a quantidade da produção de ATP é menor. A via anaeróbia pode ser dividida em duas categorias, sendo elas: alática ou lático. Sistema ATP – CP (PCr) ou via anaeróbia alática No final do processo de construção de ATP não é produzido ácido lático. Utiliza os estoques de ATP já prontos no organismo, juntamente com a molécula de fosfocreatina. Glicólise ou via anaeróbia lática São gastas 2 moléculas de ATP para realizar esse processo, no final resulta na formação de 4 moléculas de ATP, sendo o saldo final 2 ATP. A glicose se transforma em duas moléculas de piruvato que são convertidas em ácido lático em decorrência da falta de O2, utiliza a glicose para produzir energia. Todas ocorrem ao mesmo tempo, porém, cada via predomina em um determinado período do exercício. Quanto maior é a duração do esforço, menor é a intensidade. É importante destacar que a atividade pode ser realizada em diferentes velocidades, gastando menos energia se for feita de forma mais lenta e mais energia se for feita rapidamente. No sprint máximo (30 segundos): ATP – CP: é predominante nos primeiros segundos, momento em que tem um pico, depois que ultrapassa esse tempo vai diminuindo rapidamente. Glicólise: a glicólise vai aumentando conforme o ATP – CP vai diminuindo e logo começa a diminuir também, porém, de forma mais lenta. Aeróbia: é pouco utilizada no início, mas aumenta ao longo do tempo e predomina em exercícios de duração maior, como minutos e horas. Após o lactato ser produzido na vida anaeróbica lática, ele pode ser transportado para fora da célula e cair na corrente sanguínea, ou seguir para o fígado, onde tem enzimas capazes de reconverter esse lactato em piruvato e depois em glicose, processo chamado de glicogênese. Obs: uma molécula de ácido lático é a metade de uma molécula de ácido pirúvico. A molécula de ácido graxo é grande, possui muitos carboidratos, a beta oxidação consiste em várias quebras dessa molécula, até formar moléculas menores de 2 carbonos e posteriormente em AcetilCoA, e então entrar no ciclo de Krebs. Por esse motivo o ácido graxo é metabolizado de forma mais lenta, mas fornece uma grande quantidade de energia. Ao entrar na célula, a glicose é transformada em glicose-6-fasfato para impedir que essa molécula saia da célula pelo local que entrou, depois disso ela se junta a outras moléculas de glicose para ser estocada (glicogênio) ou é metabolizada com ou sem a presença de O2. É importante manter equilíbrio entre alimentação e o gasto de energia, se o objetivo for o emagrecimento, é preciso gastar mais do que se ingere e se o objetivo for hipertrofia, é necessário ingerir mais do que se gasta. Mensurar a demanda de energia necessária para realizar as atividades de vida diárias. Taxa metabólica em repouso: é a soma do gasto energético de todos os momentos em que o indivíduo se encontra em repouso, ocorre na maior parte do dia-a-dia e o gasto de energia é baixo. Efeito térmico dos alimentos: energia gasta para ingerir, absorver e metabolizar os alimentos, é a menor taxa de gasto energético dentre as 3. Efeito térmico das atividades físicas: compreende o gasto de energia durante as atividades físicas, é o segmento mais relevante de se modificar para melhorar o gasto energético. A produção de energia gera calor, por isso medir o calor é uma forma de medir também o gasto de energia, podendo ser de forma direta ou indireta. Medir a temperatura corporal através da temperatura ambiente de uma câmara fechada enquanto o indivíduo se exercita lá dentro. Medir os componentes consumidos e formados durante a produção de energia, como o consumo de 02 e a produção de CO2. Mede a quantidade de passos. A velocidade em que o indivíduo se encontra. Espirometria - circuitos fechados O indivíduo faz a inspiração e expiração por meio de um tubo, inspira o ar armazenado em um cilindro que já possui uma quantidade de O2 conhecida e expira o ar de volta para o cilindro, ou seja, não há nenhum contato com o ambiente externo. Espirometria – circuitos abertos Possui um medidor de fluxo de gases e nessa máscara tem um sensor que capta uma amostra do ar inspirado e expirado da atmosfera, depois transmite para o aparelho, que identifica a quantidade de consumo de O2 e a produção de CO2. Medindo a troca de gases durante diferentes atividades ou até mesmo repouso, o valor dessa medida é convertido em kcal para mensurar o gasto energético. É menos preciso que os outros métodos, porém, é válido. O custo é menor, ou seja, muito mais acessível; Não mede nem o calor e nem os gases; Utiliza a massa corporal (kg), estatura e idade para medir o gasto energético; A massa corporal do indivíduo é diretamente proporcional ao gasto energético. A escolha do método deve respeitar: ▪ Precisão e confiabilidade (validade). ▪ A especificidade da população que vai ser avaliada. O consumo de O2 é proporcional a demanda de energia, pois a via mais eficientede produção de energia necessita de 02. Objetiva estimar o gasto energético de repouso no período de 24h, quantificando o consumo total de 02 durante 30 min e a partir disto determinar o gasto diário. 1 litro de O2 absorvido = 5 kcal Média de consumo de energia em repouso por minuto: Utilizar a média de consumo de O2 por minuto, que é 3,5 mL (MET), multiplicar pela massa corporal e depois pelo tempo em que quer se descobrir. MET = 3,5 mL x KG x min O MET é um valor de referência para quantificar o gasto energético em atividades físicas. Ex: uma atividade gasta 4 METs. - 4x 3,5 Média de consumo diário Basta pegar litro de 02 consumido por minuto e multiplicar por 1440, que é a quantidade de minutos por dia. mL/min x 1440 = mL de O2 por dia Depois converter mL em litro, dividindo o resultado por 1000. Como cada litro de O2 equivale a 5 kcal, agora é só multiplicar o resultado de todo o cálculo por 5. Exemplo: Uma pessoa pesando 80 kg 1 – TMR: 3,5mL x 80 x 1 = 280 mL/min 2 – TMR: 280 x 1440 = 403.200 mL/dia 3 – Converter mL em L: 403.200/1000 = 403,2 L/dia 4 – TMR: 403,2 x 5 = 2.016 kcal/dia Volume: pode ser abordado como tempo do exercício, quantidade de repetições ou séries do exercício e caminho percorrido. Intensidade: porcentagem de VO2max, pode ser abordado como a velocidade de uma corrida, a quantidade de carga na musculação ou altura de um salto. VO2max: consumo máximo de O2 Nível de dificuldade: é a dimensão entre o volume e a intensidade. Pode haver o mesmo gasto energético em atividades diferentes, visto que uma atividade menos intensa, mas realizada por mais tempo, pode gastar a mesma quantidade de energia que uma atividade mais intensa realizada por menos tempo. O objetivo é estimular o indivíduo a ir um pouco além da sua capacidade até o corpo se adaptar, porém moderadamente, não sendo de uma forma agressiva. Exemplos: Colocar uma pessoa na esteira e ir aumentando a velocidade até a pessoa dizer que chegou ao seu máximo, isso indica 100% do VO2 em km/h. A partir deste valor, se descobre quanto ela aguenta correr em porcentagens diferentes do seu VO2. Classificação de intensidade: A classificação de intensidade (leve, moderada e intensa), varia de acordo com a idade, uma atividade moderada para o jovem é uma atividade pesada para o idoso. Bruto: o valor do gasto energético total, ou seja, engloba toda a energia gasta durante a atividade física. Efetivo: há gasto de energia mesmo durante o repouso, o gasto efetivo calcula o gasto energético adicional da atividade, desconsiderando o valor que já seria gasto no repouso, é a diferença entre o que foi gasto na atividade e o que seria gasto em repouso. Calcular o valor gasto na atividade e subtrair pelo gasto em repouso, relacionados ao mesmo tempo, ou seja, se a atividade tiver duração de 40 minutos é preciso realizar o cálculo considerando 40 minutos de repouso. Exemplo: Homem de 72kg correndo durante 40 min, consome 2,0 L de O2/min Gasto de 02 na atividade: 40 x 2,0 = 80 litros de O2 Lembrando que cada litro de 05 equivale a 5 kcal (80 x 5 = 400kcal) Gasto em atividade: 400 kcal Gasto em repouso: (kg x MET) x min (72 x 3,5) x 40 = 10,08 L = 50 kcal Gasto efetivo: 400 kcal – 50 kcal = 350 kcal A pessoa com maior massa corporal, seja gordura ou músculo, precisa sustentar mais peso, gastando mais energia para se movimentar. Em repouso o consumo de O2 é baixo, ao iniciar o exercício, começa aumentar até se estabilizar, desde que o exercício permaneça na mesma velocidade. Porém, é importante destacar que nos primeiros segundos e até o 1- 2 minuto, o organismo é incapaz de alcançar o consumo de oxigênio total necessário para obter a energia que precisa e realizar o exercício, durante esse tempo a via anaeróbia complementa o que está faltando. Aproximadamente no 3 minuto, já é possível alcançar o volume adequado de 02 para a atividade. Quanto maior a intensidade do exercício, maior é o consumo de O2.
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