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Necessidades em Saúde 2



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1 Ester Ratti ATM 25 
Necessidades em Saúde 2 
SITUAÇÃO DE SAÚDE NO BRASIL 
TRANSIÇÕES 
1. Transição demográfica (mudança nos padrões de faixa etária) 
2. Transição nutricional (peso) 
3. Transição epidemiológica (principais doenças) 
TRIPLA CARGA DE DOENÇAS 
 Doenças Crônicas Não-Transmissíveis (DCNTs) 
 Doenças Cardiovasculares 
 Neoplasias 
 Doenças Pulmonares 
 Causas Externas 
 Violências 
 Acidentes (trânsito, trabalho) 
 Doenças agudas 
 Infecções (re)emergentes (Dengue, Zika, Chikungunya, Influenza, Malária, Febre Amarela, COVID19) 
(vigitel 2018) As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) são um dos maiores problemas de saúde pública da atualidade. 
Estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que as DCNT são responsáveis por 68% de um total de 38 milhões 
de mortes ocorridas no mundo em 2012 (WHO, 2014). No Brasil, as DCNT são igualmente relevantes, tendo sido responsáveis, 
em 2011, por 68,3% do total de mortes, com destaque para as doenças cardiovasculares (30,4%), as neoplasias (16,4%), as 
doenças respiratórias (6,0%) e o diabetes (5,3%) (MALTA et al., 2014). Séries históricas de estatísticas de mortalidade disponíveis 
para as capitais dos estados brasileiros indicam que a proporção de mortes por DCNT aumentou em mais de três vezes entre 
1930 e 2006 (MALTA et al., 2006). De acordo com a OMS, um pequeno conjunto de fatores de risco responde pela grande 
maioria das mortes por DCNT e por fração substancial da carga de doenças devida a essas enfermidades. Entre esses, destacam-
se o tabagismo, o consumo alimentar inadequado, a inatividade física e o consumo excessivo de bebidas alcoólicas (WHO, 2014). 
VIGITEL BRASIL 
 Vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico 
 (2016) Hábitos dos brasileiros impactam no crescimento da obesidade e aumenta prevalência de diabetes e hipertensão 
 
 alerta sobre a Saúde do Brasileiro 
 Monitora a frequência e distribuição dos principais fatores de risco para doenças crônicas não transmissíveis 
 Descreve a evolução anual dos indicadores 
 Subsidia o planejamento e acompanhamento de ações de promoção à saúde e prevenção de doenças e agravos não-
transmissíveis 
 
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 Mudança de hábito impacta nas doenças cardiovasculares: Brasil está na transição da desnutrição para a obesidade 
EXCESSO DE PESO 
 Excesso de peso cresceu 26,3% em dez anos 
 Passando de 42,6% em 2006 para 53,8% em 2016 
 Excesso de peso é mais prevalente em homens 
 Indicador aumenta com a idade e é maior entre os com menor escolaridade 
 Obesidade cresceu 60% em dez anos De 11,8% em 2006 para 18,9% em 2016 
 Prevalência de obesidade duplica a partir dos 25 anos 
 Obesidade é maior entre os que tem menor escolaridade 
Cresce o consumo regular de frutas e hortaliças. 
 Em 2008 era 33,0%, e 2016, 35,2% 
 Em 2016, apenas 1 entre 3 adultos consomem frutas e hortaliças em 5 dias da semana 
 Cai consumo regular de feijão Saiu de 67,5% em 2012 para 61,3% em 2016 
Cai consumo regular de refrigerante ou suco artificial 
 Em 2007 o indicador era de 30,9% e em 2016, foi 16,5% 
Cresce prática de atividade física no tempo livre. 
 Em 2009 o indicador era 30,3%, e em 2016, 37,6%. Prevalência diminui com a idade, sendo mais frequente entre os 
jovens de 18 a 24 anos. 
 Cresceu em 61,8% o número de pessoas diagnosticadas com diabetes Passou de 5,5% em 2006 para 8,9% em 2016 
Diabetes: 
 Indicador aumenta com a idade e é quase três vezes maior entre os com menor escolaridade 
Hipertensão arterial: 
 Cresceu 14,2% o número de pessoas que foram diagnosticadas por hipertensão Passou de 22,5% em 2006 para 25,7% 
em 2016 
 Mulheres têm mais diagnóstico de hipertensão 
 Indicador aumenta com a idade e é maior entre os com menor escolaridade 
Está estável o consumo abusivo de bebida alcoólica Em 2006 era 15,7%, e em 2016, 19,1% Está estável o consumo de qualquer 
quantidade de consumo de bebida alcoólica antes de dirigir Em 2011 foi de 5,3% e em 2016, 7,3%. 
Prática de beber e dirigir aumenta nos com maior escolaridade – 12,3% com mais de 12 anos de estudo contra 3,2% com até 8 
anos de estudo 
PROMOÇÃO DE SAÚDE 
Conhecer a situação de saúde da população é o primeiro passo para planejar ações e programas que reduzam a ocorrência de 
doenças, melhorando a saúde do brasileiro. Ex: Incentivo a alimentação saudável, Ações realizadas pelas equipes de atenção 
básica às pessoas com Hipertensão Arterial e com diabetes e para todas as faixas etárias como programa de saúde na escola e de 
academia da saúde, assistência farmacêutica. 
Ações de promoção da saúde e prevenção são fundamentais para reduzir a mortalidade prematura por doenças crônicas não 
transmissíveis. 
Metas para redução de obesidade 
 
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P2K: 
Por meio Plataforma Kurt Kloetzel, o Departamento de Medicina Social da Universidade Federal de Pelotas 
disponibiliza, em acesso aberto, materiais educacionais de Saúde da Família. No âmbito da Saúde Coletiva, 
a P2K disponibiliza questionários eletrônicos para a análise situacional de estrutura e processo de trabalho 
na Unidade Básica de Saúde (UBS); planilhas eletrônicas automatizadas de Objetivos, Metas, Indicadores e 
Ações (OMIA) que facilitam planejar intervenções na UBS; o Caderno de Ações Programáticas (CAP), 
ferramenta desenvolvida no âmbito do curso de Especialização em Saúde da Família da UFPel (EaD), para 
ajudar você a realizar a Análise Situacional da sua UBS, com base nas ações programáticas típicas de 
Atenção Primária em Saúde (APS); fichas espelho, que auxiliam no controle das consultas de retorno, na 
identificação de faltosos e na preparação para busca ativa de usuários do serviço; além de planilhas de 
coleta de dados, que calculam automaticamente os indicadores de uma ação programática, na forma de 
proporções e gráficos de tendência temporal. Na P2K, também estão disponíveis materiais de Prática 
Clínica: Casos Clínicos Interativos de Enfermagem, Odontologia e Medicina que abordam temas do 
cotidiano da APS e estimulam o raciocínio clínico. Mais recentemente, a Plataforma dispõe de uma série de 
Calculadoras clínicas: CURB65, DPOC, IMC, Sobrecarga de cuidadores, Complexidade do paciente AD1 e LDL 
Colesterol. Além de tudo, é possível acessar mais de 2 mil trabalhos de conclusão de curso (TCC) do Curso 
de Especialização em Saúde da Família (EaD) da UFPel, bem como o Curso em si, completo, em suas 4 
Unidades. Todo o material disponível na Plataforma Kurt Kloetzel é de acesso aberto, mediante, apenas, a 
realização de um cadastro simples de usuário. 
Plataforma para ver gráficos sobre a evolução do corona vírus, epis e projeção de leitos 
(https://dms.ufpel.edu.br/p2k) 
CADERNO DE AÇÕES PROGRAMÁTICAS : 
Esta ferramenta foi desenvolvida no âmbito do curso de Especialização em Saúde da Família da UFPel - 
Modalidade de ensino a distância, para ajudar você a realizar Análise Situacional da sua UBS, com base nas 
ações programáticas mais realizadas em atenção básica. 
(https://dms.ufpel.edu.br/caderno/?cpf=01358369054) 
TERRITÓRIO EM SAÚDE 
COMO OLHAR PARA O COLETIVO? 
A dificuldade de definir a saúde por ela mesma e a tendência persistente de defini-la como o lado oposto 
da doença de caráter individual constituem obstáculos à construção de uma nova visão e podem se 
manifestar em uma resistência à abordagem ao coletivo. 
INIQUIDADES EM SAÚDE 
Quando se analisa a relação entre saúde-sociedade, deve-se considerar que existem condições de vida que 
não são e nem poderiam ser escolhidas pelas pessoas (INIQUIDADES). São condições que refletem as 
desigualdades econômicas e sociais, e são produzidas no contexto da sociedade em que se vive. 
https://dms.ufpel.edu.br/p2k
https://dms.ufpel.edu.br/caderno/?cpf=01358369054
 
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COMO ABORDAR O TERRITÓRIO? 
A atuação do profissional de saúde não pode se apoiar apenas em diagnósticos,ações prescritivas, 
levantamentos de dados, frequências e porcentagens, elaboração de tabelas e gráficos ou índices que 
situam somente uma faceta da realidade a ser compreendida e transformada, necessita, também, ser 
fundamentada em uma prática de análise qualitativa. 
 Análise histórica do processo de formação da comunidade. 
 Determinação do território cartográfico/normativo e as áreas de influência sobre ele. 
 Identificação dos principais atores (líderes) de influência comunitária. 
 Identificação das redes de apoio existentes na comunidade. 
 Identificação de instrumentos sociais que servem de apoio aos moradores. 
 Identificação de barreiras aos serviços de saúde. 
 Construção do ecomapa da comunidade. 
 Análise crítica dos determinantes sociais da saúde e o processo de saúde-doença da população de 
uma determinada comunidade. 
COMUNIDADE 
O conceito de comunidade reflete um modo de interagir segundo padrões do lugar, de sua história, da 
tradição, do costume, dos valores, da moral, etc. É um arranjo particular do cotidiano da sociedade. 
TERRITÓRIO X COMUNIDADE 
Podem existir diversas comunidades dentro de um território, isto é, a abordagem comunitária levará em 
conta as diversas dinâmicas comunitárias presentes em um dado território. 
CAIXA DE FERRAMENTAS 
1. Territorialização 
2. Análise de Situação 
3. Planejamento Estratégico 
4. Assistência domiciliar 
 
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5. Grupos operativos e educativos 
6. Participação Social/Conselhos 
7. Conhecimento da Comunidade (vínculo –cultura) 
8. Abordagem em situações especiais (violência, áreas rurais) 
PROMOÇÃO DA SAÚDE 
Definição de “promover” 
VERBO: dar impulso a, pôr em execução, mover, impelir para diante, fazer andar 
• Refere-se a medidas que não se dirigem a doenças específicas, mas que visam aumentar a saúde e o bem estar; 
• Implica o fortalecimento da capacidade individual e coletiva para lidar com os determinantes sociais de saúde-doença. 
CARTA DE OTTAWA - 1986 
Condições e recursos fundamentais para a saúde: 
 Paz 
 Habitação 
 Educação 
 Alimentação 
 Renda 
 Ecossistema estável 
 Recursos sustentáveis 
 Justiça social 
 Eqüidade 
PROMOÇÃO DA SAÚDE 
Ações sobre os condicionantes e determinantes sociais da saúde, dirigidas a impactar favoravelmente a qualidade de vida. 
Caracterizam-se fundamentalmente por: 
 uma composição intersetorial 
 ações de ampliação da consciência sanitária – direitos e deveres da 
cidadania 
 educação para a saúde 
 ações sobre estilos de vida e aspectos comportamentais. 
 
 
TEXTO PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DO SUS 
UNIVERSALIDADE 
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas 
que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e 
serviços para sua promoção, proteção e recuperação (BRASIL, 1988, p. 63). 
O artigo 196 da Constituição Federal afirma que a saúde é direito de todos e dever do Estado. Isso significa 
dizer que a saúde é um direito e não um serviço ao qual se tem acesso por meio de uma contribuição ou 
pagamento de qualquer espécie. Todos os cidadãos brasileiros têm direito à atenção à saúde. 
 
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Em decorrência, o princípio da universalidade, bem como os demais princípios, é atravessado pelo que se 
convencionou chamar de conceito ampliado de saúde. Sua melhor forma de expressão está descrita na 
definição de saúde da VIII Conferência Nacional de Saúde (VIII CNS): 
Em seu sentido mais abrangente, a saúde é a resultante das condições de alimentação, habitação, 
educação, renda, meio- ambiente, acesso e posse da terra e acesso a serviços de saúde. É, assim, antes de 
tudo, o resultado das formas de organização social da produção, as quais podem gerar grandes 
desigualdades nos níveis de vida (BRASIL, 1986, p. 4). 
A universalidade do Sistema Único de Saúde (SUS) apresenta-se não apenas como o direito à saúde 
garantido mediante políticas públicas, bem como aponta para a questão do direito à vida e à igualdade de 
acesso sem distinção de raça, sexo, religião ou qualquer outra forma de discriminação do cidadão 
brasileiro. Fica claro que a proposta em pauta no marco histórico da constituição do SUS não é um projeto 
de reformulação apenas do setor saúde, mas um projeto de uma sociedade mais justa, igualitária e 
democrática. 
EQUIDADE 
O princípio da equidade é fruto de um dos maiores e históricos problemas da nação: as iniquidades sociais 
e econômicas. Essas iniquidades levam desigualdades no acesso, na gestão e na produção de serviços de 
saúde. Portanto, o princípio da equidade, para alguns autores, não implica a noção de igualdade, mas diz 
respeito a tratar desigualmente o desigual, atentar para as necessidades coletivas e individuais, 
procurando investir onde a iniquidade é maior. 
INTEGRALIDADE 
A integralidade apresenta-se como uma ruptura histórica e institucional partindo da crítica à dicotomia 
entre ações preventivas e curativas, cindidas historicamente desde a origem da formalização das políticas 
de saúde no Brasil até a extinção do modelo Instituto Nacional de Assistência Médica da 
Previdência Social (Inamps). A Constituição afirma que o atendimento integral deve priorizar as ações 
preventivas, sem prejuízo das ações de assistência. Isso significa afirmar que o usuário do SUS tem o direito 
a serviços que atendam as suas necessidades, ou seja, da vacina ao transplante, com prioridade para o 
desenvolvimento de ações preventivas. Esta ênfase se deve ao quase abandono dessas ações de cunho 
coletivo e preventivo em saúde durante toda a ditadura militar. Por isso, a denominação sistema único de 
saúde. Não há dois sistemas, um para prevenção e outro para ações curativas. Isso significa dizer que na 
direção do SUS em cada esfera de governo devem ser organizados ações e serviços que visem à 
integralidade. 
DESCENTRALIZAÇÃO 
A descentralização que trata o SUS é coerente com a concepção de um Estado federativo obediente a 
princípios constitucionais que devem ser assegurados e exercidos em cada esfera de governo. No SUS, a 
diretriz da descentralização corresponde à distribuição de poder político, de responsabilidades e de 
recursos da esfera federal para a estadual e municipal. Ou seja, estamos falando de uma desconcentração 
do poder da União para os estados e municípios, tendo como objetivo a consolidação dos princípios e 
diretrizes do SUS. Em cada esfera de governo há uma direção do SUS: na União, o ministério da saúde; nos 
 
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estados e distrito federal, as secretarias estaduais de saúde ou órgão equivalente; e nos municípios, as 
secretarias municipais de saúde. 
REGIONALIZAÇÃO E HIERARQUIZAÇÃO 
Essa diretriz diz respeito a uma organização do sistema que deve focar a noção de território, onde se 
determinam perfis populacionais, indicadores epidemiológicos, condições de vida e suporte social, que 
devem nortear as ações e serviços de saúde de uma região. Essa concepção aproxima a gestão municipal 
dos problemas de saúde, das condições de vida e da cultura que estão presentes nos distritos ou regiões 
que compõem o município. A lógica proposta é: quanto mais perto da população, maior será a capacidade 
de o sistema identificar as necessidades de saúde e melhor será a forma de gestão do acesso e dos serviços 
para a população. A regionalização deve ser norteada pela hierarquização dos níveis de complexidade 
requerida pelas necessidades de saúde das pessoas. A rede de ações e serviços de saúde, orientada pelo 
princípio da integralidade, deve se organizar desde as ações de promoção e prevenção até as ações de 
maior complexidade, como recursos diagnósticos, internação e cirurgias. 
PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE 
A participação popular é um dos marcos históricos da Reforma Sanitária brasileira, quando, no fim dos 
anos 1970, sanitaristas, trabalhadores da saúde,movimentos sociais organizados e políticos engajados na 
luta pela saúde como um direito propunham um novo sistema de saúde tendo como base a universalidade, 
a integralidade, a participação da comunidade e os elementos que atualmente constituem o arcabouço 
legal e a organização do SUS. Ao mesmo tempo, a Reforma Sanitária brasileira lutava pela abertura 
democrática e por um projeto de sociedade mais justo, participativo e equânime, questionando as bases 
das formas de produção da desigualdade e da opressão no sistema capitalista. Desde então, a participação 
da comunidade tornou-se uma diretriz da forma de organização e operacionalização do SUS em todas as 
suas esferas de gestão, confundindo-se mesmo com um princípio, constando do texto constitucional como 
uma das marcas identitárias do sistema ao lado da universalidade, integralidade e descentralização. 
PERCEPÇÕES SOBRE APS NO SUS 
Atenção Básica em Saúde: comparação entre PSF e UBS tradicional 
O PROGRAMA DE SAÚDE DA FAMÍLIA (PSF) emerge em 1994 e desde o final da década de 1990 vem sendo 
assumido pelo Ministério da Saúde como a principal estratégia de organização da atenção básica à saúde 
no país. Em 2004, o PSF abrangia 80,2% (4.492) dos municípios brasileiros, cobrindo apenas 36,4% 
(63.655.488) da população. As unidades PSF contam com Equipes de Saúde da Família (ESF) em 
conformidade com as normas do MS e também obedecem ao preceito da delimitação de área de 
abrangência com adstrição de clientela(conhecer as pessoas que eu atendo)- funciona mais com 
agendamentos de consultas ou acompanhamento mais crônico(isso é mais na UBS da área de abrangência 
da pessoa) 
OBS: alguns serviços não seguem essa adstrição de clientela, como vacinas e queixas agudas 
atende e cuida também de quem “não esta demandando”, de acordo com a adstrição da clientela. É 
buscativo, faz visita domiciliar. 
UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE TRADICIONAL (UBS) contam em suas equipes com médicos (clínicos, pediatras 
e ginecologista-obstetras), enfermeiros, dentistas, auxiliares de enfermagem e pessoal de apoio técnico. Há 
 
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também a presença de médicos de diversas especialidades (dentre os quais oftalmologistas, 
dermatologistas, cardiologistas, pneumologistas), distribuídos irregularmente pelas unidades. 
A demanda atendida se apresenta como espontânea e/ou encaminhada por outros serviços. Neste caso 
não há adstrição de clientela, e a delimitação da área de abrangência se refere exclusivamente às ações de 
vigilância à saúde. 
 referencial proposto por Starfield8, que se desdobra em dimensões de avaliação da atenção básica 
à saúde, denominadas de: acessibilidade, porta de entrada, elenco de serviços, vínculo, 
coordenação, orientação familiar, orientação comunitária e formação profissional, com as 
correspondentes definições: 
 Acessibilidade – presença ou ausência de barreiras financeiras, organizacionais, e/ou estruturais 
para se conseguir atenção básica à saúde; 
 Porta de entrada – o grau dos serviços em se constituírem como porta de entrada para os outros 
níveis de atenção, exceto em emergências; 
 Vínculo ou longitudinalidade – diz respeito à utilização regular do estabelecimento pela população e 
o foco da equipe na população adstrita; 
 Elenco de serviços – contempla o adequado fornecimento de um rol mínimo de serviços adequados 
às necessidades da população adstrita; 
 Coordenação ou integração de serviços –contempla a facilidade em acessar os demais níveis de 
atenção e a integração com os serviços de outros setores sociais; 
 Centralidade na família – na assistência, contemplar o contexto e a dinâmica familiar; 
 Orientação para a comunidade – a capacidade da atenção primária em reconhecer e responder às 
necessidades da comunidade e promover ações intersetoriais nas ações comunitárias; 
 Formação profissional – envolve o conteúdo e a extensão da capacitação da equipe de atenção 
básica à saúde. 
ABORDAGEM FAMILIAR 
O QUE É FAMÍLIA? 
 Um “laboratório” de afetos... a partir da qual se aprende a sentir-se parte de algo, a vincular-se 
emocionalmente, a desempenhar papéis e a ter funções. (Gusso, 2018) 
Família é um tipo especial de sistema, com estrutura, padrões e propriedades que organizam a estabilidade 
e a mudança.3 É também uma pequena sociedade humana cujos membros têm contato direto, laços 
emocionais e uma história compartilhada. (Duncan, 2013) 
 
 
 
 
 
 
 
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TIPOLOGIA DE FAMÍLIA 
 
CUIDADO SISTÊMICO ÀS FAMILIAS 
 ANATOMIA 
 DESENVOLVIMENTO 
 FUNCIONALIDADE 
GENOGRAMA 
A Atenção Primária à Saúde tem como um dos seus pressupostos básicos fazer o acompanhamento das 
famílias, dentro de um território de abrangência de uma equipe de saúde da família. Compete à equipe 
multidisciplinar traçar diretrizes de acompanhamento da família dentro do ciclo de vida para assim conhecer 
e entender o seu funcionamento, as relações existentes dentro e fora da casa e, assim, traçar estratégias de 
intervenções quando necessárias e oportunas, no sentido de estabelecer vínculos mais duradouros e com 
responsabilidade. 
O genograma é uma ferramenta fundamental para o registro gráfico das relações entre familiares, 
possibilitando visualizar os acontecimentos mais relevantes em momentos da história da família. Fatos esses 
importantes para a compreensão da estrutura familiar e fazer as intervenções mais adequadas àquele 
momento. O projeto Álbum de Família é a ferramenta de construção do genograma. 
Essa representação tem sido utilizada em ambientes clínicos desde 1985, quando foi popularizado por 
Monica McGoldrick e Randy Gerson. A Figura 1 é um exemplo de genograma. 
Historicamente os profissionais de saúde desenham os genogramas manualmente e os arquivam no 
prontuário do paciente. As figuras desenhadas pelos profissionais de saúde nem sempre ficam muito claras 
e o uso em papel torna as alterações e compartilhamentos do genograma difíceis para ser realizadas. 
O projeto “Álbum de Família” foi desenvolvido pelo Nescon (Núcleo de Educação em Saúde Coletiva) com o 
intuito de facilitar a criação e manuseio de genogramas. 
Essa ferramenta pode ser utilizada para qualquer profissional que deseja conhecer e descrever a estrutura 
familiar de seus clientes 
 
 
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CICLO DA VIDA FAMILIAR 
SAINDO DE CASA 
 Responsabilidade emocional e financeira 
 Desenvolver relacionamentos íntimos com adultos 
 Desenvolver relacionamentos íntimos com adultos 
 
O NOVO CASAL 
 Comprometer-se com o novo sistema 
 Realinhar relacionamentos 
 Incluir cônjuges 
 
FAMILIA COM FILHOS PEQUENOS 
 
 Ajustar o sistema conjugal para criar espaço aos filhos 
 Unir-se nas tarefas de educação dos filhos 
 Incluir papéis de pais e avós 
 
FAMILIA COM ADOLESCENTES 
 Aumentar a flexibilidade das fronteiras familiares 
 Procurar novo foco nas questões conjugais e profissionais 
 Começar a mudança no sentido de cuidar da geração mais velha 
ENCAMINHANDO OS FILHOS E SEGUINDO EM FRENTE 
 Renegociar sistema familiar com a geração mais velha 
 Realinhar relacionamentos para incluir parentes por afinidade e netos 
 Lidar com incapacidade e morte dos pais 
FAMILIAS NO ESTÁGIO TARDIO DE VIDA 
 Manter o funcionamento e interesses próprios e/ou do casal em face das perdas 
 Lidar com as perdas 
 Apoiar o papel central da geração do meio e abrir espaço para sabedoria dos idosos