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Resumo Fundamentação e Processo de Terapia Ocupacional em Contextos Hospitalares

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Fundamentação e Processo de Terapia Ocupacional em Contextos Hospitalares e
Cuidados Paliativos
Marysia Mara Rodrigues de Pardo de Carlo
Leonardo Martins Kebbe
Rosibeth del Carmen Muñoz Palm
São Paulo: Editora Payá, 2018, Cap. 1, p. 01-18, 22-28
Introdução
Terapia Ocupacional - América do Norte na segunda década do século 20 - hospitais civis e
militares seus primeiros contextos assistenciais.
No Brasil - início = hospitais psiquiátricos ou gerais (práticas de reabilitação)
SUS - ações de promoção da saúde, prevenção de agravos, diagnóstico, tratamento,
reabilitação, cuidados paliativos
Hospital = espaço de grande complexidade de cuidados e de serviços - vasta rede de saberes,
conhecimentos e tecnologias - diversidade de problemas clínicos e histórias pessoais e
coletivas
A atuação do T.O em contextos hospitalares visa à proteção. promoção, prevenção,
recuperação, reabilitação e cuidados paliativos, do indivíduo e da coletividade, pautado na
concepção de integralidade e humanização da atenção à saúde realizada por meio do
diagnóstico terapêutico ocupacional, bem como a com a seleção e execução e utilização de
métodos, técnicas e recursos pertinentes e adequados aos contextos hospitalares.
Hospitalização - sofrimento “estar doente” - paciente espera e recebe cuidados e vivencia
situações estressantes da rotina hospitalar
Cabe ao T.O contribuir para a promoção de saúde, conforto, bem- estar e qualidade de vida -
para melhor organização dos aspectos socioemocionais (dor, separação, sofrimento, perda,
morte, afastamento do trabalho e dificuldades de retorno à casa e ao trabalho etc)
T.O - potencialização da qualidade de vida do paciente -> ressignificação do seu cotidiano,
considerando sua história de vida, seus valores culturais e sociais, suas preferências e
potencialidades
Humanização e qualidade de vida
Política Nacional de Humanização (PNH) do Ministério da Saúde -> troca de saberes que
envolvem a todos (equipe, usuários, rede social), desenvolvimento de diálogo, modos de
trabalhar em equipe, levando em conta necessidades e interesses - construção de novos
sentidos para todos os sujeitos envolvidos
Princípios centrais:
- transversalidade, indissociabilidade entre atenção e gestão, o protagonismo, a
corresponsabilidade e a autonomia dos sujeitos e dos coletivos
- responsabilização e veículos afetivos dos profissionais para com o usuário;
acolhimento; garantia de direitos do código dos usuários do SUS; gestão participativa
aos trabalhadores e usuários; qualificação e valorização dos trabalhadores
Humanização hospitalar - transformação da cultura organizacional - melhoria das condições
de trabalho e a qualidade da assistência - valorização de aspectos subjetivos, históricos e
socioculturais tanto dos profissionais quanto dos usuários.
O ambiente hospitalar humanizado pode aumentar o bem-estar geral dos pacientes e
funcionários e contribuir para redução do tempo de internação e do absenteísmo, com a
consequente redução dos gastos
Ações do T.O em contexto hospitalares
- promover bem-estar e qualidade de vida
- acolhimento
- suporte
- orientação
- preparação para alta hospitalar
- trabalho integrado com equipe multiprofissional
- manutenção da capacidade funcional para o desempenho ocupacional
- autoestima, humor,
- motivação para a recuperação da saúde
- Em casos de cuidados paliativos: conforto, qualidade de vida, ao sujeito e seus
familiares (atenção ao luto)
Multidimensionalidade da vida ocupacional
T.O (AOTA) - promover saúde física, mental e bem-estar social através do envolvimento na
ocupação - encontro de resistência, resiliência e capacidades, em um caminho significativo -
conferindo sentido à vida
T.O devem considerar a multidimensionalidade de:
- necessidades e demandas
- características físico-funcionais
- necessidades clínicas
- expectativas relacionadas ao processo de adoecimento e recuperação de saúde
- necessidades psicossociais
- necessidades espirituais
- dos pacientes, familiares e ou cuidadores
Dimensões psicossocial e funcional
Internação hospitalar impacta de diferentes formas - a vida ocupacional da pessoa adoecida e
de sua família - resulta no distanciamento de seus contextos habituais de vida e em alterações
ou mesmo cessação de relações interpessoais e de ocupações
sentimentos e reações à hospitalização variam - conjunto de aspectos - compreensão sobre
diagnóstico e tratamentos, história de vida, condições financeiras, idade e sexo, apoio
recebido de familiares ou de amigos, culturas, valores e crenças, personalidade
intervenções, procedimentos cirúrgicos, modalidades terapêuticas - resultam em mudanças de
ordem estética e funcional - são ameaçadoras para o paciente - interferem na percepção sobre
integralidade e funcionalidade do corpo e identidade
doenças agudas, crônicas - incerteza diante do futuro - alterações da concentração,
pensamento, sensopercepção, humor - mudanças de padrões habituais de desempenho -
efeitos de medicações - interferem na realização de atividades
Comparações - vida atual e vida anterior = sujeito ativo e independente para dependência de
cuidados especializados - gera questionamentos de capacidades e competências - pode
provocar sentimentos como: ambivalência, ansiedade, angústia, raiva, culpa, medo, tristeza,
desvalia, fragilidade, impotência - pode comprometer a adesão ao tratamento
ex: papel de trabalhador - adoecimento - interrupção das atividade produtivas - dificuldades
financeiras - preocupação dos cuidados ao grupo familiar
Na perspectiva da CIF, restrições na participação social, nos papéis e nas situações de vida
tem impacto significativo sobre o bem-estar funcional e a qualidade de vida e devem ser
incluídas na avaliação da pessoa hospitalizada, para uma melhor compreensão sobre a
história, o diagnóstico ocupacional e a evolução clínica.
Dimensão espiritual
T.O - visa a criação de espaços saudáveis de saúde durante a hospitalização - atenção além de
um corpo adoecido, valorizando sua singularidade e espiritualidade
A espiritualidade é uma dimensão da vida ocupacional
Espiritualidade = aquilo que dá sentido à vida; conceito mais amplo que religião (expressão
da espiritualidade); sentimento pessoal relacionado com o transcendente, com significado e
propósito da vida.
O sofrimento espiritual - pode surgir da perda de significação de sentido da vida, de
esperança - podendo ser tão perturbador quanto o sofrimento físico
A crença em aspecto espiritualistas - pode mobilizar energias e iniciativas positivas para
melhorar a qualidade de vida de um indivíduo
Fé sobre saúde física e mental - resistência interna que permite suportar sentimentos
estressantes e debilitante - pacientes com crenças religiosas se encontram menos
desesperançosos do enfrentamento do adoecimento
para ser verdadeiramente holístico o programa terapêutico-ocupacional deve reconhecer a
espiritualidade como uma importante dimensão da vida humana
AOTA e Modelo Canadense de Desempenho Ocupacional (MCDO) - reconhecem valores e
crenças espirituais como componentes de desempenho ocupacional
O cuidado espiritual valoriza as capacidades, renova as esperanças, traz paz interior e lhes
permite lidar melhor com seus problemas
T.O - deve ajuda o cliente a encontrar sua resistência/resiliência ou capacidade de
enfrentamento em um caminho significativo, que confere sentido à vida
Processo Terapêutico Ocupacional
Pode assumir diferentes perspectivas, conforme a complexidade da instituição hospitalar, as
características da população atendida e da equipe assistente, a formação profissional do T.O e
suas opções teórico-metodológicas
Compreende diferentes recursos e procedimentos terapêuticos, baseados em métodos e
objetos a serem alcançados
- consulta
- avaliação
- atendimento individual ou grupal (pacientes, familiares, cuidadores)
- prescrição de dispositivos e adaptações
- orientações na programação de alta hospitalar
- ações de humanização e ambientação
- entreoutros projetos de natureza multiprofissional e interdisciplinar
Áreas de atuação da especialidade
Especialidade de T.O em contextos hospitalares - Resolução n° 429, de 8 de julho de 2013
(COFFITO), a qual define três áreas de atuação e competências
- Atenção intra-hospitalar: compreende o planejamento e a execução da intervenção
terapêutico-ocupacional junto aos pacientes, familiares e acompanhante e ou
cuidadores, em regime de internação e ambulatorial, assim como aos trabalhadores e
gestores, em diferentes contextos hospitalares*
- Atenção extra-hospitalar: visita domiciliar, assistência domiciliar, internação
domiciliar e na rede assistencial de suporte em saúde, quando realizados por equipe
hospitalar
- Atenção em cuidados paliativos: compreende o oferecimento de cuidados terapêuticos
ocupacionais junto a equipes multiprofissionais, a pacientes com condições
crônico-degenerativas potencialmente fatais (oncológicas e não oncológicas) e que
estão sem condições de modificação da doença, visando qualidade de vida por meio
da prevenção e alívio do sofrimento.
Nessas áreas de atuação, o T.O deve ser capaz de realizar: avaliação dos pacientes e a
intervenção e ou orientação o mais precocemente possível - a fim de prevenir deformidades,
disfunções, agravos físicos e ou psicoafetivossociais - promovendo o desempenho
ocupacional e a qualidade de vida
*regime ambulatorial ou de internação, em enfermaria ou unidades especiais de tratamento
como terapia intensiva e semi-intensiva (neonatal, pediátrica e de adultos), unidade de
pronto-atendimento, unidade urgência e emergência, unidade de controle da dor, cuidados
paliativos, brinquedoteca etc
Tipo de atendimento
- individual ou grupal
- grupo de atividades
- grupos de orientações
- grupos de humanização hospitalar
- oficinas de projetos terapêuticos
- assistência domiciliar
- entre outros
T.O pode realizar consultoria à equipe ou serviços e apoio matricial às equipes dos serviços
hospitalares. propiciando retaguarda e suporte nas respectivas especialidades para as equipes
de referência, visando a atenção integral ao usuário
Modalidades Assistenciais
- ligação: vinculação do profissional com uma equipe específica junto à qual ele atua.
Os projetos de intervenção devem favorecer um atendimento integral e integrado,
envolver trocas de informações cotidianas sobre os pacientes com os demais membros
da equipe multiprofissional e favorecer a participação efetiva de todos no processo de
tomada de decisões e no manejo das relações entre equipe-paciente-família
- assessoria e consultoria ou interconsulta: presença episódica do profissional quando
solicitado junto a um serviço, unidade ou clínica do hospital para avaliar o paciente à
equipe ou serviços para orientações, assim como adaptações, referentes à relação da
pessoa com o ambiente físico, rotinas e condições de trabalho, de ensino ou de
participação. A interconsulta hospitalar caracteriza-se pelo atendimento de pacientes
encaminhados diretamente à T.O e pela eventual consultoria prestada a outros
profissionais e ou a t.os que realizam seu trabalho vinculados (em ligação) a serviços
ou unidades hospitalares. Pode ter como objetivo receber ou transmitir informações
clínicas, dados histórico-familiares, sociais, etc, com um ou mais membros da equipe
profissional solicitante e que é responsável pelo atendimento ao paciente.
Processo de avaliação e planejamento
AOTA - avaliação, planejamento, intervenção - raciocínio clínico, análise de atividade e
ocupações e colaboração com os clientes
Política Nacional de Atenção Hospitalar (PNHOSP), art 5° da Portaria n° 3.390, de 30 de
dezembro de 2013, que instituiu:
- Acessibilidade hospitalar: condição para utilização com segurança a autonomia, total
ou assistida, dos espaços, mobiliários, equipamentos do hospital por uma pessoa com
deficiência ou com mobilidade reduzida
- Acolhimento: escuta ética e adequada às necessidades de saúde do usuário no
momento de procura ao serviço de saúde e na prestação de cuidados - finalidade de
atender a demanda com resolutividade e responsabilidade
- Apoio matricial: o suporte técnico especializado que é ofertado a uma equipe
interdisciplinar de saúde, a fim de ampliar seu campo de atuação e qualificar suas
ações, invertendo a lógica da fragmentação dos saberes
- Auditoria clínica: análise crítica e sistemática da qualidade da atenção à saúde
prestado no hospital
- Classificação de risco: protocolo pré-estabelecido, dar agilidade ao atendimento a
partir da análise do grau de necessidade do usuário - atenção centrada no nível de
complexidade e não na ordem de chegada
- Clínica ampliada: dispositivo de atenção à saúde, centrado nas necessidades de cada
usuário e no seu contexto, articulando um conjunto de práticas capazes de
potencializar a capacidade de atuação dos profissionais por meio da implantação das
equipes de referência, construção de vínculo e elaboração de projetos terapêuticos
compartilhados com os usuários, buscando ampliar os recursos de intervenção sobre o
processo saúde/doença
A organização do trabalho nos hospitais deve ser baseada no conceito ampliado de saúde -
deve ter diretrizes fundamentais: a integralidade do cuidado, a acessibilidade, a
responsabilização, a construção multiprofissional de projetos terapêuticos, o vínculo entre os
serviços/trabalhadores e a população, a busca pela autonomia dos usuários e de suas famílias
na produção de saúde, que deve ser constantemente reavaliada para garantir a qualidade da
assistência prestada à população
Postura de acolhimento por parte das equipes de saúde - atitudes que envolvem aproximação,
receptividade, interesse, cumpirmento, individualizaçõ, concentração no atendimento e a
demonstração de envolvimento ou sentimentos em relação aos problemas expressos
A hospitalização tende a ser vivenciada pelo paciente de forma sofrível e ambivalente -
acolhimento poderá auxiliar de modo a aproximá-lo dos profissionais de saúde - facilitação
da adesão ao tratamento
Processo avaliativa auxilia:
- a determinar se há necessidade de intervenção e a elucidar o diagnóstico
- a identificar o desempenho ocupacional, para a tomada de decisão clínica, dentro de
uma modelo de abordagem de intervenção
- a estabelecer qual é o potencial qualitativo de vida e quais precauções e ou
contraindicações
- a estabelecer objetivos e ou mudanças necessárias no programa terapêutico
- a determinar a necessidade de prescrição de recursos de ajuda técnica, adaptação
ambiental e acessibilidade
- a possibilidade de alta
A avaliação é um procedimento que identifica as habilidades do paciente para a realização
das atividades de vida diária (AVD), atividades instrumentais de vida diária (AIVD),
atividades educacionais, de trabalho, lúdicas, de lazer, descanso, sono e participação social
Incluindo fatores do cliente, como as estruturas e funções corporais, padrões de desempenho,
contextos e ambientes, atividades que afetam o desempenho ocupacional e favores o
diagnóstico terapêutico ocupacional e a elaboração do plano terapêutico
processo avaliativo - permite conhecer a biografia do paciente, a história de vida pessoal e
social, os problemas resultantes do processo de adoecimento, as perdas ocorridas e todas suas
implicações biopsicossociais presentes no contexto
Avaliação processual = composição de uma visão mais ampla ao longo do processo
terapêutico ocupacional, que permite observar:
- como o paciente vive e reconstrói sua rotina hospitalar
- como são suas interações (com o terapeuta, colegas de quarto, familiares, equipe)
- como conta e ressignifica sua história de vida
- pode incluir a percepção que a equipe tem deste paciente
- forma que ele é visto pela família e pelos acompanhantes, cuidadores e amigos
Instrumentos utilizados nos processos avaliativos:
- medida de independência funcional (MIF)
- questionário de avaliação da saúde
- inventário de avaliação pediátrica de incapacidade
-avaliação da função escolar
- entre outros
Intervenção
Os processos de intervenção da T.O se centram na vida ocupacional e nas disfunções
ocupacionais, caracterizadas pela somatória das dificuldades ou alterações físicas, mentais,
cognitivas, sociais e espirituais que um indivíduo apresenta durante a realização das suas
ocupações
As intervenções terapêuticas-ocupacionais, quando alinhadas aos significados que o paciente
elabora sobre a própria condição de saúde e tratamento, tendem a ser mais flexíveis por
considerar a singularidade do sujeito como aspecto fundamental e condutor do processo de
tratamento
O processo terapêutico ocupacional desenvolve-se por meio “da realização de atividades
significativas e com sentido que permitem o reconhecimento de dificuldades e sofrimento nas
diferentes esferas do indivíduo, ao mesmo tempo em que propiciam o desenvolvimento de
habilidade e potencialidades remanescentes”
Não são raras as ocasiões em que um paciente opta por não aderir às propostas de intervenção
da T.O - recusa ao tratamento devido a alterações físicos-funcionais, psíquicas ou mesmo em
decorrência de apatia relacionada às condições clínicas em que se encontra e que se vê
obrigado a enfrentar
É um desafio e uma oportunidade para que o terapeuta ocupacional reconfigure, amplie e
ressignifique suas atuações em um contexto que é bastante medicalizado e hierarquizado
Prevenção, orientação e uso de recursos ou dispositivos de Tecnologia Assistiva
A terapia ocupacional colabora para a diminuição do querer fazer e o poder fazer,
possibilitando a ressignificação e retomada do domínio da vida eom a melhora do
desempenho ocupacional
A orientação é um procedimento realizado de forma individual ou em grupo, com o objetivo
de capacitar familiares e ou cuidadores, para facilitar a realização das atividades de vida
diária, com segurança e prevenção de agravos e de acidentes e elaboração do processo de
final de vida e do luto
É importante sua atuação para:
- o uso adequado da mecânica corporal
- a realização das ocupações
- o posicionamento, mobilidade e transferência do paciente
- uso adequado de equipamentos e tecnologias
- uso e técnica e recursos terapêuticos para manejo de dor e sintomas
- adaptação ambiental, do mobiliário, da luz, da ventilação
- facilitar as ocupações e as interações sociais
- readaptação de atividades escolares ou laborais após alt
- educação, orientação
- treinamento para proteção articular, conservação de energia e ritmo de atividade
- ergonomia
- prescrição, confecção e treinamento e ajuste de prótese e órtese
- recursos de comunicação alternativa
- uso de cadeira de rodas
- entre outros
Revisão da intervenção a preparação de alta
O projeto terapêutico singular (PTS) deve ser elaborado pela equipe, paciente e
família/cuidador
O monitoramento dos resultados e a revisão do plano de intervenção são fundamentais para
avaliar o progresso do paciente, redefinir metas, reavaliar e preparo de alta
Na programação de alta são das orientações como:
- cuidado com o paciente no lar
- cuidados básicos (alimentação, medicação, curativos, sondas…)
- atividades de vida diária
- mobilização e movimentação
- uso de adaptação ou dispositivos técnicos
Alta responsável = transferência do cuidado
- orientação dos pacientes e familiares quanto à continuidade do tratamento reforçando
a autonomia do sujeito e proporcionando o autocuidado
- articulação da continuidade do cuidado com os demais pontos de atenção da RAS
- implantação de mecanismos de desospitalização, visando às práticas hospitalares,
como as de cuidados domiciliares pactuados na RAS
Investimentos hospitalares em T.O estão associados com menores taxas de readmissão
hospitalar de pacientes. A T.O foca nas necessidades funcionais e sociais dos pacientes, que
podem ser fatores importantes que levam à reinternação hospitalar se não forem considerados
no planejamento da intervenção e preparação de alta
Atividades de apoio e complementares à intervenção
Muitas são as atividades complementares realizadas pelos t.os em contextos hospitalares:
- participação em visita clínica
- reunião e discussão de caso clínico em equipe multiprofissional
- ambientação ou adaptação do ambiente hospitalar
- encaminhamento para serviços extra-hospitalares
- registros em prontuários dos pacientes e da estatística do serviço
- emitir laudos, pareceres e relatórios do/para o paciente
Biossegurança
Conjunto de ações voltadas para a prevenção, minimização ou eliminação de riscos inerentes
ao ambiente de trabalho. Riscos ocupacionais nas unidades de saúde que causam
periculosidades e insalubridades: riscos químicos, físicos, ergonômicos, biológicos e
psicossociais. Na rotina hospitalar devem ser respeitados todos os protocolos de precauções.
Procedimentos básicos em terapia ocupacional
- utilizar luvas para atendimento de paciente que estiverem em isolamento, precaução
de contato, centro de terapia intensiva, alterações de pele
- higienizar materiais e equipamentos
- papéis devem ser colocados em plástico (se possível, selado)
- nunca trazer material contaminado na maleta para o serviço
- livros, revistas devem ser colocados em pastas ou protegidos com sacos plásticos
- brinquedos devem ser de plástico acondicionados em sacos plásticos (pelúcia,
madeira não)
- na organização do local de trabalho se atentar para higienização de tudo
- entre outros procedimentos
Formação de recursos humanos, supervisão e gerenciamento de serviços em contextos
hospitalares e cuidados paliativos
- As práticas específicas da T.O devem ser desenvolvidas desde o início da formação
com complexidade crescente
- Contextos intra e extra hospitalar oferecem cenários diversificado de aprendizagem
- Programas de pós graduação (especialização, aprimoramento profissional, residência
multiprofissional em saúde, mestrado, doutorado)

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