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Curso de Odontologia – 4° Semestre Clínica l Portfólio – Avaliação do Paciente Aluno: Rafael dos Santos Nogueira Matrícula: 19.1.001495 Fortaleza - Ceará Funcionamento da clínica 1. Na clínica, a primeira tarefa do aluno antes do atendimento em si é realizar o CHECK-IN. Ele deve ser feito com dias de antecedência, para que o professor possar aprovar, e no dia do atendimento o seu material esteja reservado. Nesse check-in seria solicitado: kit clínico, pote dappen e campo. Esses são os materiais necessários para o primeiro atendimento, além do estetoscópio e esfigmomanômetro para aferição da pressão arterial do paciente. 2. No dia do atendimento a cadeira odontológica deve ser envolta com rolopac. Além dela, deve passar o filme em todas as superfícies que podem ser tocadas pelo operador, como: refletor, bancada. Sugador é colocado sacos plásticos. Além disso, todas as superfícies são desinfectadas com álcool 70%. 3. O operador e o auxiliar devem estar paramentados com pijamas cirúrgicos, sapato adequado, jalecos descartáveis, luvas, tocas, máscara N95 e faceshield. O volante também deve usar todos esses EPI’s, menos jaleco descartável, somente de exigido pelo professor. 4. O volante é responsável por pegar o prontuário na recepção e preenchê-lo. Além disso, deve checar a disponibilidade do paciente e chamá-lo quando dor o momento de ser atendido. Anamnese Essa etapa é extremamente importante para análise das necessidades do paciente e elaboração do plano de cuidado dele. É um procedimento importante para estabelecer uma relação e conexão profissional-paciente, onde o paciente relatará sua biografia, queixa principal e histórica médica. Essa etapa é crucial para basear os posteriores diagnósticos, pois os dados de exames devem ser associados a toda a história do paciente. Quando o paciente se senta na nossa cadeira, não vemos apenas uma boca, estamos diante de um ser humano que tem família, dificuldades e objetivos. Tudo isso interfere na saúde do nosso paciente, e nós precisamos entender tudo para construir um diagnóstico e posterior plano de cuidado que considere todas essas intercorrências. A anamnese deve ser conduzida com respeito, calma, com o mínimo de privacidade, para que o paciente se sinta confortável. O paciente e o dentista devem estar no mesmo nível, para não criar um ar de superioridade perante o paciente. Mantenha sua postura, evite expressões de desaprovação ou desânimo, tente ser o mais educado, cordial, dando atenção ao que está sendo dito pelo paciente, para que transpareça o seu desejo de atender as necessidades do paciente. A anamnese é importante pois evita que o profissional faça hipóteses de diagnostico sem antes ouvir as queixas do paciente. Os desejos do paciente que levaram ele a ir ao seu consultório devem ser ouvidos antes de tudo. Além disso, com todo o histórico conseguimos entender em que momento seus hábitos ocasionaram naquele incomodo que ele está relatando, para que assim façamos um diagnostico exclusivo após analisar toda a situação do paciente Exame físico Essa etapa consiste em observar criteriosamente a cavidade oral e toda a região maxilofacial do paciente. Ele deve ser iniciado pela aferição dos sinais vitais, para detectar possíveis alterações que não foram previstas e nem relatas pelo paciente na anamnese. ➢ Pressão Arterial Para aferir a pressão arterial são utilizados esfigmomanômetro e estetoscópio . - Esfigmomanômetro - Estetoscópio I. Inicialmente é colocado o braço (de preferência o esquerdo) do paciente na altura do coração; - Então é feita uma estimativa da pressão sistólica. II. Faz a palpação da artéria radial; III. Em seguida infla o manguito até que não sinta mais o pulso. IV. Quando o pulso sumir, é olhado no equipamento o valor dessa pressão sistólica estimada, e então é somado a esse valor 20-30 mmHg. V. Com isso é colocado o estetoscópio na artéria braquial para a ausculta; VI. O manguito é afrouxado por 30 segundos; VII. Após esse tempo é fechada a saída de ar e o manguito novamente é insuflado; VIII. Depois de atingir a estimativa de pressão máxima, a válvula é aberta lentamente. IX. No momento não é escutado nada do estetoscópio. Assim que ouvir a primeira batida, é anotada como pressão sistólica; X. Continua esvaziando, e aí quando não ouvir mais batidas o valor corresponderá a pressão diastólica. XI. Assim, ficará: Pressão sistólica x diastólica mm/Hg. XII. A pressão arterial ótima é de 120 x 80 mm Hg. ➢ Pulsação Já o pulso é aferido com o auxílio de dois dedos indicadores. Deve ser aferido na artéria radial, sob leve pressão. Com isso, são contadas as pulsações/minuto, onde o normal seria de 60 a 90 bpm. - Na imagem é mostrado a aferição da pressão arterial em A. Em B é realizada a aferição da pulsação. ➢ Frequência respiratória Consiste em verificar a quantidade de inspirações que o paciente está realizando. Ele não deve ser avisado que você está observando para não interferir nos movimentos. Para facilitar, você pode continuar com a mão no pulso no paciente, porém já observando a quantidade de inspirações. O normal é de 15 – 20 ipm. Ou, enquanto você afere a pulsação, o auxiliar pode fazer a medição da frequência respiratória. OBS 1: A temperatura será medida na entrada da clínica, caso necessário pode ser feita uma nova medição com o termômetro digital. Se você já possuir o resultado medido na entrada, basta anotá-lo no prontuário. OBS 2: A glicemia só será medida se tiver suspeita de predisposição à diabetes. Basicamente para fazer esse exame são realizados os seguintes passos: - É feita a desinfecção do dedo com álcool 70%; - Usa lanceta para a perfuração; - Coleta a gota de sangue na fita; - Coloca no aparelho; - Anota o resultado. - Parâmetros: Em jejum deve ser entre 70 e 99 mg/dL; Entre 100 e 125 mg/dL é considerado moderado; Maior ou igual a 126 mg/dL é considerado alto. ➢ Exame extraoral Inicia como inspeção em diversos locais, como forma geral e a simetria da cabeça e do esqueleto facial, o movimento dos olhos, a cor da esclera e da conjuntiva e a habilidade de audição, além de escutar se o paciente apresenta problemas na fala, sons da articulação temporomandibular e habilidade de respiração. • Cabeça e rosto: forma geral, simetria, distribuição de cabelo. • Pescoço: tamanho da glândula tireoide, distensão venosa jugular, sons da carótida. • ATM: medir a variação de movimento da mandíbula e o padrão de abertura. A palpação é feita nos seguintes locais: • Articulação temporomandibular: crepitação, sensibilidade, além de auscultar possíveis cliques. • Paranasal: dor nos seios paranasais; • Pescoço: tamanho das glândulas salivares, linfonodos, além de examinar os músculos da mastigação. ➢ Exame intraoral São palpados o palato, amigdalas, língua, assoalho, freios labial e lingual, gengivas, mucosa jugal e região de retromolares. Neles são feitas inspeções e palpações, e é observada a coloração, textura, lesões da região de lábio, palato e mucosa. Também são observadas as tonsilas e a úvula. - Imagem acima mostra como é feita a palpação da mucosa do lábio, língua e glândula submandibular, respectivamente. Exames Clínicos Após todos os exames anteriores, são feitos exames periodontais para verificar a saúde de todo o periodonto do paciente. Eles são realizados para avaliar a atual situação do paciente e são usados para identificação dos problemas para serem resolvidos. Para isso, é interessante observar as características normais e patológicas da nossa gengiva. • Características de normalidade da gengiva: 1. Coloração rosada; 2. Textura de casca de laranja; 3. Faixa de gengiva inseridamantida; 4. Papilas preenchendo o espaço interdental; 5. Ausência de biofilme; 6. Ausência de sangramento • Características das doenças periodontais: 1. Gengiva com coloração eritematosa/avermelhada; 2. Textura amolecida, edemaciada perdendo sua aderência; 3. Contorno alterado papilas sem adesão; 4. Presença de cálculo e/ou placa; 5. Presença de sangramento; 6. Supuração; 7. Mobilidade. Figura 1 Mostra duas situações, uma de doença e a outra não ➢ Índice de Sangramento Gengival É o primeiro exame clínico que deve ser feito no paciente, para que não sofra interferência de algum dos outros exames que ainda serão realizados. Basicamente esse exame é feito da seguinte forma. Para realizar esse exame as sondas utilizadas podem ser OMS (introduzir a bolinha de 0,5 mm no sulco gengival) ou Carolina do Norte (1 mm no sulco gengival). Porem, preferencialmente é utilizada a OMS • Passo a passo: 1° - Introduzir a sonda no sulco gengival (1 mm) 2° - Percorrer com a sonda toda a margem gengival (V, L, M, D) (com angulação de 30 a 45° em relação ao longo eixo do dente) 3° - Anotar pontos sangrantes e calcular porcentagem. Figura 3. Sonda OMS Figura 4 Sonda Carolina do Norte Na imagem acima vemos como funciona o esquema de registro dos pontos sangrantes durante o exame ISG. O cálculo da porcentagem é feito com a seguinte fórmula: NÚMERO DE FACES SANGRANTES X 100 = ISG% NÚMERO TOTAL DE FACES Os resultados devem ser associados a parâmetros clínicos: Edema, gengiva eritematosa, papilas desaderidas, presença de placa visível, presença de fatores retentivos de biofilme (FRBs), relato de sangramento estimulado do paciente. ➢ Exame Periodontal Simplificado (PSR) Ele é realizado após o ISG. Para a realização desse exame os dentes são divididos em sextantes: 1º sextante: dentes 18 a 14; ✓ 2º sextante: dentes 13 a 23; ✓ 3º sextante: dentes 24 a 28; ✓ 4º sextante: dentes 38 a 34; ✓ 5º sextante: dentes 33 a 43; ✓ 6º sextante: dentes 44 a 48. • Passo a passo - Com a sonda são feitas sondagens em 6 faces por dente (3 vestibulares e 3 linguais/palatinas). - Essa sondagem precisa ser feita em vários locais dos dentes, visto que o periodonto circunda o dente todo. Assim, a sondagem é realizada em 3 sítios na face vestibular (central, mesial e distal), e 3 sítios na face lingual/palatina (central, mesial e distal), contabilizando 6 sítios de sondagem. Outra explicação para a sondagem ser realizada assim é porque a doença periodontal não evolui De forma linear, o que pode impactar em um dos sítios estar normal à sondagem, enquanto outro sítio (no mesmo dente) possuir um estado grave. - Após as sondagens é anotado o pior índice do sextante, e cada sextante deve ter pelo menos 2 dentes. • Códigos do PSR ✓ Código 0 (saúde): ausência de sangramento e fatores retentivos de biofilme e faixa preta da sonda totalmente visível; ✓ Código 1: presença de sangramento à sondagem, ausência de fatores retentivos de biofilme e faixa preta da sonda totalmente visível; ✓ Código 2: presença de fatores retentivos de biofilme (cálculo, restaurações com falhas marginais e cáries), e faixa preta da sonda totalmente visível; ✓ Código 3: faixa preta da sonda parcialmente visível (4 a 5 mm); ✓ Código 4: faixa preta da sonda não mais visível (6 mm ou mais); - Existem também códigos auxiliares, tais como: ✓ *(asterisco) - recessão gengival maior que 3 mm, mobilidade, envolvimento de furca, problemas mucogengivais (sem gengiva inserida) e supuração; ✓ X - Sextante ausente; ✓ F – Presente em situações de falsa bolsa periodontal (por conta de hiperplasia gengival). OBS.: Os códigos auxiliares são anotados junto com o código gradativo. Por exemplo: 3F; 2*. Figura 5 PSR Bem, algumas pessoas podem achar que agora em seguida é realizado o odontograma. Porém não é. Primeiro é realizado uma profilaxia com o uso de escovas de Robinson ou taça de vinho acopladas a caneta de baixa rotação, para que sujidades não interfiram na elaboração do odontograma. A profilaxia pode ser feita com pedra Pomes ou pasta profilática. ➢ Odontograma Agora sim, após a profilaxia é realizado o odontograma que consiste em: Para preenchimento do odontograma existem algumas regrinhas: • Procedimentos a ser realizado devem ser marcados com caneta vermelha. • Procedimentos que já foram realizados devem ser marcados com caneta azul. • Para cárie ou restauração deve ser pintada a face correspondente ao local que será realizada. • Para exodontias deve ser marcado um X no dente. • Para tratamentos endodônticos deve ser traçada uma linha na raiz do elemento dentário. • Assim, para realizar uma boa avaliação o Campo deve estar bem limpo, seco e bem iluminado Cáries, restaurações, ausência dentária, necessidade de exodontia, tratamento endodôntico
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