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FACULDADE GUARAPUAVA IASMIN BRANDELERO CAMPILOBACTERIOSE E COLIBACILOSE GUARAPUAVA 2021 CAMPILOBACTERIOSE ETIOLOGIA Familia: Campylobacteriaceae; Gênero: Campylobacter spp.; 18 espécies e seis subespécies; Principais espécies: Campylobacter helveticus – enterites de cães e gatos; Campylobacter hyointestinalis – Complexo enterítico proliferativo suíno; Campylobacter mucosalis – Complexo enterítico proliferativo suíno; Campylobacter lari – microbiota intestinal de vários animais; Campylobacter upsaliensis - enterites de cães e gatos; Campylobacter fetus ssp. fetus e Campylobacter jejuni – aborto em ovinos e caprinos; Campylobacter fetus ssp. venerialis – campilobacteriose venéria dos bovinos (aborto); Bactérias Gram negativas não formadoras de esporos; São móveis por possuírem um flagelo polar em uma das extremidades, apresentando movimento em forma de “saca-rolha”, ou “vai e vem”; Formato esférico ou cocóide; Não se desenvolvem em meios com pH abaixo de 4,9; Temperatura ideal para desenvolvimento: 42-46ºC sendo que a mínima é 30ºC; No entanto, não são termorresistentes e são facilmente destruídos pela pasteurização ou pela cocção dos alimentos; Campylobacter jejuni é considerado microrganismo extremamente ubiquitário, encontrando-se tanto disperso no ambiente, como também assumindo o papel de agente patogênico ou comensal do trato gastrointestinal de animais domésticos e selvagens. EPIDEMIOLOGIA Foram descritas pela primeira vez por Theodor Escherich no ano de 1886. Foi utilizada amostras do cólon de crianças com diarreia que vieram a óbito. Com auxílio de um microscópio, essas bactérias foram denominadas como Vibrio felinus; Em 1913 se reconheceu a primeira identificação do microrganismo em associação a abortos em ovinos, sendo confirmado através de testes realizados em 1918 quando Smith isolou microrganismos bastante similares em fetos de bovinos e denominaram de Vibrio fetus; No ano de 1963 o gênero Campylobacter, (que significa bactéria encurvada) foi proposto por Sebald e Véron. Estes pesquisadores englobaram nesse gênero as bactérias antes denominadas de Vibrio fetus, Vibrio jejuni e Vibrio coli, isto porque os pesquisadores avaliaram que este microrganismo apresentava características muito diferentes do Vibrio spp., tanto no metabolismo quanto na composição dos pares de bases do material genético; PATOGENIA Na vaca, a bactéria entra e coloniza mucosa vaginal através de fômites, inseminação artificial e monta natural com touros contaminados, etc., cérvix e ovidutos, até atingir células epiteliais do útero, causando Infecção que impede a fixação do óvulo fecundado, endometrite com aborto entre o 5 –7m de gestação. Entre 3-4 meses a vaca torna a ciclar; 1/3 das vacas infectadas torna-se portadora; Em humanos, a bactéria adentra o organismo por água e comida contaminada, há multiplicação no intestino e sinais clínicos. O paciente pode continuar excretando o microrganismo durante em média duas a três semanas após a recuperação clínica, a não ser que tenha feito uso de medicamentos antimicrobianos; SINAIS CLÍNICO Nas vacas: morte embrionária, repetição de cios, infertilidade temporária, aumento do intervalo entre cios, aborto; Machos não tem sinais clínicos; Humanos: desde diarreia aquosa, moderada e autolimitante até uma disenteria sanguinolenta, com presença de muco e células sanguíneas brancas, podendo ser acompanhada de dores de cabeça e abdominal, febre, indisposição, náusea e vômitos; PPP: 2-5 dias podendo chegar a 10 dias; DIAGNÓSTICO Meios de cultura em microaerofilia, histórico do rebanho, coleta de esmegma prepucial com swab, meio de Skirrow, exames fecais, etc; Dentre o gênero Campylobacter existem espécies que são catalase positivas e outras negativas, sendo que as principais espécies, C. coli e C. jejuni são catalase positiva; Campylobacter spp. é oxidase positiva, indol negativa e reduz nitrato, exceto Campylobacter jejuni subespécie doylei. Este gênero não produz hemólise, são extremamente sensíveis ao cloreto de sódio, sendo que essa sensibilidade varia de acordo com a temperatura; TRATAMENTO Humanos: Antibioticoterapia em casos graves, tratamento suporte; Machos bovinos: estreptomicina parenteral, penicilina parenteral, estreptomicina local; Fêmeas bovinas: É necessária reposição hidroeletrolítica intravenosa com fluidos específicos, controle de temperatura, suporte nutricional e antibiótico para o tratamento específico; CONTROLE E PROFILAXIA Medidas de higiene em geral, água limpa, não ingerir produtos de origem animal sem a devida pasteurização/cozimento. Evitar monta natural e sêmen de boa procedência; COLIBACILOSE ETIOLOGIA Causada pela enterobactéria Escherichia coli; Bactérias Gram negativas, fermentativas, anaeróbias facultativas; Apresentam-se como bastonetes móveis com flagelos peritriquios ou imóveis; As estirpes de E. coli foram inicialmente classificadas sorogrupos de acordo com a combinação de antígenos somático - O, capsular - K e flagelar-H, atualmente mais de 700 sorogrupos foram caracterizados; Acomete animais jovens, geralmente nos primeiros dias de vida; Bactéria comensal do trato gastrointestinal; Acomete os animais de sangue quente e o homem; Gera prejuízos maiores principalmente em suínos e aves; As cepas patogênicas de E. coli são classificadas em seis categorias bem descritas: ➢ E. coli enteropatogênica (EPEC); ➢ E. coli produtora de toxina Shiga (STEC- podem causar doença de edema, além da diarreia pós-desmame); ➢ E. coli enterotoxigênica (ETEC); ➢ E. coli enteroinvasiva (EIEC); ➢ E. coli enteroagressiva (EAEC); ➢ E. coli de aderência difusa (DAEC); O agente infeccioso é moderadamente resistente ao ambiente, mas é sensível à desinfetantes e a temperaturas acima de 80°C; Virulência depende do agente envolvido e da higidez do animal. EPIDEMIOLOGIA Cosmopolita sendo comensal no trato intestinal dos animais de sangue quente e do homem; E. coli foi primeiramente descrito pelo pediatra e bacteriologista alemão Theodor Escherich (1857-1911) em neonatos; Período de incubação: 10-30 horas; A ETEC que causa colibacilose neonatal expressa principalmente as fímbrias F4 (k88), F5 (k99), F6 (987P) ou F41, enquanto a ETEC da diarreia pós-desmame carrega as fímbrias F4 (k88) e F18; PATOGENIA A bactéria pode adentrar pela via oral (mais raro). O mais comum é ela se aproveitar do momento em que o animal está mais debilitado, estressado, o que diminui sua imunidade, para gerar problemas; É capaz de aderir e colonizar a mucosa intestinal para permitir a libertação de uma quantidade suficiente de enterotoxina para produzir a diarreia. Esta adesão é mediada por estruturas da superfície bacteriana, adesinas, classificadas como fímbiras e pili; Essas fímbrias aderem a receptores específicos nas células epiteliais da borda da escova intestinal (enterócitos), iniciando o processo de infecção. Após essa colonização, as bactérias produzem uma ou mais enterotoxinas que induzem diarreia; Humanos e aves: A infecção se dá por via oral ou por inalação, e através da casca, gema, água e objetos contaminados, possuindo um período de incubação de 3 a 5 dias. Mucosas feridas por conta de infecções virais e imunossupressão são fatores predisponentes para o desenvolvimento desta doença. SINAIS CLÍNICOS Na espécie suína E. coli pode causar infecções intestinais em leitões nas fases de neonatos, lactação, após o desmame e nas fases de crescimento e terminação; Neonatos: As fezes podem ter coloração clara ou branca/amarela/marrom. A diarreia ocorre 2 a 3 horas após a infecção por E. coli e pode afetar apenas um leitão ou leitegadas inteiras;Lactação: Os leitões apresentam diarreia cinza ou branca e podem tornar-se peludos e magros; Pós desmame: Diarreia aquosa em jatos de coloração amarela ou cinza/marrom e desidratação. Sangue e muco raramente estão presentes; Crescimento e terminação: diarreia e desidratação; Em aves: problemas na respiração, tosse, espirros, diminuição do apetite, baixo desenvolvimento corporal, desanimo e pequenos ferimentos. A mortalidade da doença fica em torno de 5% a 20%. DIAGNÓSTICO O diagnóstico de colibacilose entérica é baseado no exame bacteriológico de amostras de conteúdo luminal (primeira escolha) ou swabs retais; As amostras devem ser inoculadas no ágar-sangue e no ágar McConckey ou em outros meios que sejam seletivos para Enterobacteriaceae, como o ágar Hektoen; São fermentativas e hemolíticas; PCR; TRATAMENTO Antibioticoterapia, fluido terapia para repor os eletrólitos perdidos na diarreia; Cuidar com a escolha dos antibióticos, pois a resistência antimicrobiana a vários antibióticos, como apramicina, neomicina, trimetoprim-sulfametoxazol e colistina, tem sido cada vez mais observada em cepas de ETEC. https://mundodasaves.com/doencas-de-galinhas/ CONTROLE E PROFILAXIA Medidas de higiene em geral; Só colocar os animais em lugares secos e limpos; Uso de antibióticos em todo plantel pode ser uma alternativa de controle, porém deve- se ter cuidado por conta de gerar resistência; Vacinação de aves e suínos.
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